Octávio Caúmo |
Por Octávio Caúmo Serrano - caumo@caumo.com
Certa vez um amigo me perguntou: – Você acredita em reencarnação? Disse-lhe que não! Reencarnação não é algo em que se acredita, mas que se constata na convivência com as pessoas.
Como explicar as razões da diferença entre os homens? Uns saudáveis outros fracos e doentes? Uns ricos e bonitos e outros pobres e feios? Muitos inteligentes e outros com dificuldade para entender o elementar? Uns vivem dez outros cem anos! O intrigante é que, às vezes, a disparidade existe entre irmãos, nascidos e educados pelos mesmos pais. Prova que apenas a genética não pode explicar a diferença entre tipos humanos.
Cada homem é uma alma milenar que passou por muitas experiências em vidas anteriores; reencarnações. A maioria sabe disso. Disse a maioria, porque a exceção fica por conta das doutrinas cristãs ocidentais; excetuando-se o Espiritismo, é evidente.
Para acreditar na justiça do Criador, admitindo que o homem não tenha qualquer culpa ou mérito pela sua vida atual, já que para os cristãos, exceto os espíritas, vive-se uma só vida, seria preciso que nascêssemos todos ricos, bonitos, saudáveis e inteligentes. Por que o Pai privilegiaria alguns e puniria outros, já que não teriam nem mérito nem pecado; eram criados naquele momento e nada justificaria que tivessem defeitos de físico ou de alma, se são filhos de Deus, à sua Imagem e Semelhança? E Ele é perfeito!
Se o erro fosse dos pais, que se punissem eles, não os descendentes. É mais ou menos como transferir o pecado de Adão para nós que não temos nada com isso. Nem o conhecemos. Tais fantasias já não mais encontram abrigo no homem atual desejoso de entender com racionalidade o que lhe ensinam. O misticismo perdeu a importância!
Quando todos crerem na reencarnação e vive-la, sabendo que terão de responder pelos seus feitos até o último ato, a violência do mundo certamente diminuirá. Saberão que apesar de escapar das leis humanas não se livrarão da justiça divina. Esta não se vende!
Jornalista e poeta
Jornal Correio da Paraíba – 28/08/2015