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domingo, 2 de agosto de 2009

Espiritismo: Doutrina Indestrutível e Reveladora


Por Rogério Coelho

"Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é necessário para guiar o homem no caminho da Verdade, mas abstêm-se de revelar-lhe o que pode descobrir por si mesmo". Allan Kardec (1)

O Singular Discípulo de Pestalozzi, prestou o mais eminente serviço à Humanidade, chamando a atenção e provocando discussões sobre fatos que até então pertenciam ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas...

No ano X da era do Espiritismo filosófico, iniciada com a publicação de "O Livro dos Espíritos", já suas raízes se estendiam de um a outro polo.

O próprio Kardec, teve oportunidade de testemunhas (2)

"esta circunstância inaudita na história das doutrinas que lhe dá força excepcional e irresistível poder de ação. De fato, se a perseguiram num ponto, em determinado país, será materialmente impossível que a persigam em toda parte e em todos os países. Em contraposição a um lugar onde lhe embaracem a marcha, haverá mil outros em que florescerá. Ainda mais: Se a ferirem num indivíduo, não poderão feri-la nos Espíritos, que são a fonte donde ela promana. Ora, como os Espíritos estão em toda parte e existirão sempre, se, por um acaso impossível, conseguissem sufocá-la em todo o Globo, ela reapareceria pouco tempo depois, porque repousa sobre um fato que está em a Natureza e não se podem suprimir as leis da Natureza. Eis aí o de que devem persuadir aqueles que sonham com o aniquilamento do Espiritismo".

Kardec conseguiu concentrar as forças dispersas, erguendo o granítico e indestrutível monumento, único no mundo, quadro vivo da verdadeira história do Espiritismo moderno, arquivo precioso para a posteridade, com os inexpugnáveis testemunhos dos Benfeitores da Humanidade: "O Livro dos Espíritos".

A Doutrina Espírita é o Cristianismo Redivivo. Veio completar o ensino do Cristo. Não ensina nada diferente daquilo que o Mestre Maior ensinou; apenas vem tornar inteligíveis Suas palavras muitas vezes esmaecidas no denso nevoeiro do parabolismo ou ocultas nos meandros dos sentidos figurados.

O Espiritismo ainda que só fizesse forrar o homem à dúvida relativamente à Vida Futura, teria feito mais pelo seu aperfeiçoamento moral do que todas as leis disciplinares, que o detêm algumas vezes, mas que não o transformam.

Segundo Kardec, o que significa dizer, segundo a Verdade (3),

"O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem, ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza, que revela, tudo quanto o Cristo disse e fez; elucida os pontos obscuros do ensino cristão, tornando inteligível certas partes do Evangelho que antes pareciam inverossímeis, fazendo com que qualquer criatura veja melhor o seu alcance, facultando a possibilidade de insofismável distinção entre a realidade e a alegoria. Com as lentes da Doutrina Espírita, o Cristo cresce: já não é simplesmente um filósofo, é um Messias Divino.

Demais, se se considerar o poder moralizador do Espiritismo, pela finalidade que assina a todas as ações da Vida, por tornar quase tangíveis as conseqüências do bem e do mal, pela força moral, a coragem e as consolações que dá nas aflições, mediante inalterável confiança no futuro, pela idéia de ter cada um perto de si os seres a quem amou, a certeza de os rever, a possibilidade de confabular com eles; enfim, pela certeza de que tudo quanto se fez, quanto se adquiriu em inteligência, sabedoria e moralidade, até à última hora de Vida somática, não fica perdido, que tudo aproveita ao adiantamento do Espírito, reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessa do Cristo a respeito do "Consolador" anunciado.

Se a esses resultados adicionarmos a rapidez prodigiosa da propagação do Espiritismo, apesar de tudo quanto fazem por abatê-lo, não se poderá negar que a sua vinda seja providencial, visto que ele triunfa de todas as forças e de toda a má-vontade dos homens. A finalidade com que é aceito por grande número de pessoas, sem constrangimento, apenas pelo poder da idéia, prova que ele corresponde a uma necessidade, qual a de crer o homem em alguma coisa para encher o vácuo aberto pela incredulidade.

São em grande número os aflitos; não é, pois, de admirar que tanta gente acolha uma Doutrina que consola, de preferência às que desesperam, porque os deserdados, mais do que aos felizes do mundo é que o Espiritismo se dirige. O doente vê chegar o médico com maior satisfação do que aquele que está bem de saúde; ora, os aflitos são os doentes e o Consolador é o médico.

Vós que combateis o Espiritismo, se quereis que o abandonemos para vos seguir; dai-nos mais e melhor do que ele; curai com maior segurança as feridas da Alma; dai mais consolações, mais satisfações ao coração esperanças mais legítimas, maiores certezas; fazei do futuro um quadro mais racional, mais sedutor; porém, não julgueis vencê-lo com a perspectiva do nada, com a alternativa das chamas do inferno, ou com a inútil contemplação perpétua".

Fontes:

(1) - Kardec, A. in "A Gênese" - Capítulo I, item 50

(2) - Kardec, A. in "A Gênese" - Capítulo I, item 47

(3) - Kardec, A. in "A Gênese" - Capítulo I, itens 41 a 44

A Doutrina Espírita é o Cristianismo Redivivo. Veio completar o ensino do Cristo

(Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1997)

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