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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Como Agir Contra os Ataques ao Espiritismo?

Por Alkíndar de Oliveira

Ligue sua televisão pela madrugada. Com o seu controle escolha aquele canal em que um líder religioso está entrevistando uma pessoa do povo. Você vai ouvir mais ou menos o seguinte diálogo:

“- Então a senhora se arrependeu de ter sido espírita?

- Sim, me arrependi. Foi um dos momentos de minha vida em que tudo dava errado e eu não sabia porque.

- E agora que a senhora está em nossa Igreja, como está sua vida?

- Agora, com Jesus no meu coração, tudo mudou. Consegui emprego, consegui comprar minha casa própria e sou uma pessoa muito mais feliz.

- Então o Espiritismo prejudicou a senhora?

- Prejudicou. Hoje eu vejo que o Espiritismo é coisa de demônio. Se pudesse diria para todos os espíritas conhecerem a nossa Igreja onde Jesus é o nosso Mestre e Senhor. Os espíritas precisam enxergar que o seu mestre é o demônio.”

Depois de ouvir tudo isso, nós espíritas ficamos a imaginar:

“Que desconhecimento em relação ao Espiritismo!”.

Um parêntese: Você se lembra, caro leitor, quando chutaram em um dos programas de televisão a imagem católica de Nossa Senhora Aparecida? Você se lembra da intensa e imensa reação dos católicos de todo o Brasil? Você se lembra dos insistentes noticiários da televisão e dos inflamados artigos de jornais e revistas sobre o assunto?

A reação de todos foi impressionante!

Há tempos não se via tamanha comoção em nosso país. O chute na imagem de Nossa Senhora era assunto nas escolas, nos bares, em todos os lugares.

Agora reflita comigo:

Você já imaginou que todos os dias determinados pastores chutam nossa Doutrina?

Por terem chutado uma única vez uma imagem, os católicos e toda a mídia brasileira prontamente reagiram.

E nós que estamos sendo chutados todos os dias, estamos reagindo?

Poderíamos pensar que existem duas alternativas para resolver essa crítica situação de ataque diário e persistente ao Espiritismo:

A primeira:

Culpar o pastor e procurar fazer com que o mesmo nos dê satisfação por publicamente desrespeitar de maneira infame e inculta a Doutrina que professamos.

A segunda:

Divulgar melhor nossa Doutrina.

Agirmos de acordo com a primeira alternativa geraria polêmica. E polêmica gera polêmica, que por sua vez gera polêmica...

Divulgar melhor nossa Doutrina é a solução.

Veja as palavras de Allan Kardec:

“Uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das idéias espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.

Vale a pena também ler as palavras de Vianna de Carvalho, espírito:

“Na hora da informática com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode marginalizar, sob pretexto pueris, em que se disfarça a timidez, o desamor à causa ou a indiferença pela divulgação, porquanto o único antídoto à má Imprensa, na sua vária expressão, é a aplicação dos postulados espíritas, hoje ainda ignorados e confundidos com as superstições, crendices, sofrendo as velhas conotações infelizes com que o caluniaram no passado, aguardando ser despojado das mazelas que lhe atiraram os frívolos e os déspotas, os fanáticos e os de má fé, quanto os que se apoiavam nos interesses subalternos, inconfessáveis...

Hora de mentalidades abertas às informações de toda ordem, este é o nosso momento de programar tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios, tornando-se cada companheiro honesto e dedicado, nova “carta-viva”, para a estruturação de um homem melhor, portanto, de uma sociedade mais justa, uma humanidade mais feliz”.

Complementa ainda Vianna de Carvalho “Como não é lícito fomentar debates ou gerar discussões improdutivas, cabem, frequentemente, sempre que possíveis, as honestas informações entre Doutrina Espírita e Doutrinas Espiritualistas, prática espírita e práticas mediúnicas, opiniões espíritas e opiniões medianímicas...”

Kardec e Vianna de Carvalho nos mostram que gerar polêmicas, criar discussões improdutivas a nada levam.

Procurar discutir no mesmo nível dos detratores é agir como eles estão agindo. É errar como eles estão errando.

Nossa tarefa é melhor divulgar a Doutrina e respeitar todas as religiões.

Uma eficiente e eficaz divulgação do Espiritismo, como disse Kardec: “imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.

Portanto, qual deve ser nossa postura ao divulgar nossa Doutrina?

Ao procurar divulgar nossa Doutrina, devemos fazê-la sem proselitismo, com ousadia e sensatez, tendo sempre em mente que nossa postura tem que ser a postura do conhecimento, da ética, da dignidade e da boa ação.

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