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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Como Comunicar-me?

Por Orson Peter Carrara

Às vezes, perguntam-me na rua: É verdade que vocês comunicam-se com os mortos? Como faço para comunicar-me com meu pai ou filho que já morreu ?

As duas perguntas merecem resposta, antecedidas de algumas ponderações:

1. Os espíritas não se comunicam com os mortos, em primeiro lugar porque mortos não existem. Todos vivem após a morte.
2. O telefone só toca de lá para cá! Vamos explicar:

Os Centros Espíritas realizam sim reuniões mediúnicas de intercâmbio com os espíritos, que nada mais são que as almas dos homens que já se foram pelo fenômeno da morte. São reuniões sérias, onde devem predominar a coerência, a discrição e muita responsabilidade. Essas comunicações ocorrem através de reuniões em dias e horários previamente estabelecidos, em regime privativo – pois que não se trata de espetáculos para serem assistidos, já que sua finalidade é instruir os homens e ajudar os espíritos em dificuldades. Elas ocorrem naturalmente, quando em ambiente preparado e propício, os médiuns (homens normais dotados de sensibilidade para servirem como instrumento de intercâmbio entre homens e espíritos) oferecem passividade e os espíritos falam ou escrevem, dependendo da faculdade que o médium detém. Este ambiente propício e preparado se compõe de pessoas com afinidade entre si e imbuídas do mesmo desejo de auxiliar o semelhante, com vontade firme e perseverante de fazer o bem, que se pautam pela assiduidade e responsabilidade, priorizando a prática com amor e fidelidade.

Quanto à identificação dos espíritos comunicantes, é importante dizer que este é um detalhe de menos importância. Não há tanta preocupação em identificar o comunicante, justamente para não gerar especulação. Se este se identificar espontaneamente, tudo bem, mas não se vai ficar inquirindo o espírito sobre sua identidade. Por outro lado, a comunicação de ente queridos, usamos a expressão acima colocada e usada por Chico Xavier: "O telefone só toca de lá para cá". A decisão de comunicar-se sempre parte dos espíritos. Que garantia temos ao chamar ao espírito para comunicação, de que realmente se trata dele mesmo. Como aqui, lá também há enganadores e mal intencionados.

Para que um espírito se comunique, há certas condições a serem observadas:

1. Se ele realmente deseja;
2. Se ele pode;
3. Se ele tem condições;
4. Se ele tem permissão;
5. Se ele encontra condições nos médiuns à disposição;
6. Se o ambiente lhe é favorável.

Veja que não é tão fácil assim... Por isso, a espontaneidade, com detalhes, é muito mais garantia de verdadeira identidade.

Por esses motivos todos, os leitores podem avaliar que os espíritas levam muito a sério esta questão da comunicação com os espíritos. Nada de leviandade neste campo, pois estamos lidando com inteligências livres, de vontade própria e nada diferentes dos homens, apenas a moradia. Aliás, a esse respeito é importante dizer, referindo-se à existência de enganadores e trapaceiros também por lá, que o fato de alguém morrer ou desencarnar na linguagem espírita, de modo algum indica passaporte para a virtude. Continuamos o que somos, com defeitos, virtudes, conhecimento ou ignorância, havendo aí a necessidade de retorno ao planeta para novas experiências evolutivas.

Mas é muito natural que quem perdeu alguém querido, tenha o desejo de saber notícias, de comunicar-se com ele. Neste caso, meu caro leitor ou leitora, mantenha firme confiança em Deus e aguarde o momento, que surgirá. Fuja de charlatães ou pessoas inescrupulosas. Se por acaso, tiver que procurar algum grupo espírita, escolha o que mantenha mais fraternidade entre seus integrantes, onde impera a cordialidade, a sinceridade, a responsabilidade e principalmente o respeito ao semelhante, mesmo que ele seja um espírito. Para conhecer todos esses detalhes, meu caro, estude. Integre-se a um grupo sério (existem muitos) e você terá acesso a essas maravilhosas informações.

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