Na obra "Conscientização Espírita", Gélio Lacerda da Silva nos apresenta a "Oração de Maria", a qual transcrevemos abaixo:
"Meu Deus:
"Como bem sabeis, há quase dois mil anos, na Palestina, desposei José, e, desse matrimônio, nasceu nosso primeiro filho: Jesus.
"Senti desenvolver no meu ventre o fruto do nosso amor, e, igual a todas as mulheres, verti as lágrimas do parto, para, instantes depois, sorrir feliz aconchegando a mim o filho recém-nascido.
"Amamentei meu filho por todo o tempo necessário a dar-lhe vitalidade para o seu crescimento.
"Dispensei-lhe todos os cuidados de mãe, inclusive, certa vez, admoestei-o amorosamente por nos ter deixado apreensivos, a mim e a seu pai, quando, desconhecendo o seu paradeiro, depois de três dias o encontramos no templo, a discutir com os doutores da lei, que se maravilhavam com os seus precoces conhecimentos.
"Mais tarde veio a fase mais difícil para uma mãe: sofri, quase a desfalecer, a suprema dor de acompanhar meu filho, vilipendiado pelo povo, carregando pesada cruz, com o rosto transtornado por um misto de cansaço, suor e do sangue que brotava da coroa de espinhos, numa dolorosa caminhada que antecedeu a inominável tragédia.
"Decorridos alguns anos do drama do Calvário, iniciou-se, na Terra, uma corrente filosófica pretendendo convencer a todos que meu filho teve um corpo só na aparência, não sujeito às vicissitudes humanas, não nascido de minhas entranhas, negando, enfim, que fui sua mãe.
"Essas idéias, de tão absurdas, levaram o fiel e amado discípulo de meu filho Jesus, o apóstolo João, a advertir o povo com estas palavras incisivas:
"E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do Anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo" (1ª Ep. João, 4.3)
"Felizmente as inusitadas idéias foram combatidas e relegadas ao esquecimento.
"Todavia, para meu espanto, a extinta doutrina docetista ressurgiu no séc. XIX, na França, na cidade de Bordéus, quando o advogado João Batista Roustaing, deixando-se envolver por espíritos mistificadores, que se apresentaram com os respeitáveis nomes dos evangelistas, dos apóstolos e de Moisés, reuniu as mensagens atribuídas a esses espíritos, recebidas pela médium Émile Collignon, e as enfeixou nos livros denominados ‘Os Quatro Evangelhos’ ou ‘Revelação da Revelação, acrescentando-lhes ainda o título de ‘Espiritismo cristão’, ressuscitando a absurda teoria do corpo aparente de meu filho Jesus, que não esteve sujeito às necessidades humanas, nem ao sofrimento, nem à morte.
"Pouco antes de Roustaing publicar esses seus livros, Allan Kardec, também na França, em Paris, concretizava o seu trabalho missionário de revelar ao mundo o Espiritismo, em cumprimento à promessa que meu filho fizera à humanidade de lhe enviar o Consolador.
"Roustaing abeberou-se da água cristalina jorrada dos livros de Kardec, mas não se contentou em ser apenas um discípulo ou propagador dos ensinos dos espíritos, compilados por Kardec; os espíritos mistificadores, que falaram a Roustaing, através de Mme. Collignon, o convenceram a projetar-se por si mesmo como autor de nova revelação, a que dera o nome de ‘Espiritismo Cristão’, com o deliberado propósito dos espíritos enganadores de confundir os adeptos da verdadeira doutrina espírita.
Quando já se prenunciava a morte da infeliz obra de Roustaing, a frondosa árvore plantada por Kardec, na França, lançava também suas raízes no Brasil, onde encontrou solo fértil. Contudo, por esse determinismo conseqüente da imperfeição humana, da mesma forma que as igrejas cristãs desvirtuaram os ensinamentos de meu filho, a Federação Espírita Brasileira, que se arroga o título de ‘Casa Máter do Espiritismo’, apossou-se da plantinha promissora do solo brasileiro e fez nela a enxertia roustainguista, pretendendo manter-lhe o aspecto exterior, mas modificando radicalmente a sua essência. Os adeptos da doutrina espírita, na sua quase totalidade, não se deixaram enganar e repeliram o corpo estranho.
"Mas o equivocado sentimento de tolerância dos espíritas tem encorajado as constantes investidas inimigas que, astuciosamente, vêm agindo como parasita, numa simbiose mortal, envolvendo o tronco da árvore kardecista e lhe sugando a seiva, pouco a pouco, e sua nefasta ação, se não for contida, poderá, quando menos, tornar a árvore estéril ou produtora de frutos amargos.
"Meu Deus: as igrejas cristãs, conquanto chamem meu filho de homem-Deus, nem por isso me negam a maternidade; reconhecem que dei à luz meu filho, que o amamentei, que meu sangue lhe correu nas veias e que, igual a todo o ser humano, se sujeitou à dor física e viveu o drama que culminou com sua crucificação.
"Os adeptos de Roustaing, se de um lado, louvável, reconhecem em vós e meu filho duas pessoas distintas, por outro lado, lamentavelmente, atribuem a Jesus uma figura fantasmagórica, nem Deus, nem homem, que representou, na Terra, desde o seu ‘nascimento’ até a sua ‘morte’, a maior farsa de que se tem notícia na história.
"Permiti, oh! Deus, que eu implore aos roustainguistas que me desçam do pedestal a que me elevaram; que lhes diga que me não comovem os pomposos títulos de ‘Virgem Maria’, ‘Virgem Santíssima’, ‘Rainha dos Céus’... que eu troco todas essas honrarias por este título singelo, mas tão real e afetivo, o de ‘Mãe de Jesus’!
"Assim seja."
Retirado de "O Franco Paladino"
"Meu Deus:
"Como bem sabeis, há quase dois mil anos, na Palestina, desposei José, e, desse matrimônio, nasceu nosso primeiro filho: Jesus.
"Senti desenvolver no meu ventre o fruto do nosso amor, e, igual a todas as mulheres, verti as lágrimas do parto, para, instantes depois, sorrir feliz aconchegando a mim o filho recém-nascido.
"Amamentei meu filho por todo o tempo necessário a dar-lhe vitalidade para o seu crescimento.
"Dispensei-lhe todos os cuidados de mãe, inclusive, certa vez, admoestei-o amorosamente por nos ter deixado apreensivos, a mim e a seu pai, quando, desconhecendo o seu paradeiro, depois de três dias o encontramos no templo, a discutir com os doutores da lei, que se maravilhavam com os seus precoces conhecimentos.
"Mais tarde veio a fase mais difícil para uma mãe: sofri, quase a desfalecer, a suprema dor de acompanhar meu filho, vilipendiado pelo povo, carregando pesada cruz, com o rosto transtornado por um misto de cansaço, suor e do sangue que brotava da coroa de espinhos, numa dolorosa caminhada que antecedeu a inominável tragédia.
"Decorridos alguns anos do drama do Calvário, iniciou-se, na Terra, uma corrente filosófica pretendendo convencer a todos que meu filho teve um corpo só na aparência, não sujeito às vicissitudes humanas, não nascido de minhas entranhas, negando, enfim, que fui sua mãe.
"Essas idéias, de tão absurdas, levaram o fiel e amado discípulo de meu filho Jesus, o apóstolo João, a advertir o povo com estas palavras incisivas:
"E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do Anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo" (1ª Ep. João, 4.3)
"Felizmente as inusitadas idéias foram combatidas e relegadas ao esquecimento.
"Todavia, para meu espanto, a extinta doutrina docetista ressurgiu no séc. XIX, na França, na cidade de Bordéus, quando o advogado João Batista Roustaing, deixando-se envolver por espíritos mistificadores, que se apresentaram com os respeitáveis nomes dos evangelistas, dos apóstolos e de Moisés, reuniu as mensagens atribuídas a esses espíritos, recebidas pela médium Émile Collignon, e as enfeixou nos livros denominados ‘Os Quatro Evangelhos’ ou ‘Revelação da Revelação, acrescentando-lhes ainda o título de ‘Espiritismo cristão’, ressuscitando a absurda teoria do corpo aparente de meu filho Jesus, que não esteve sujeito às necessidades humanas, nem ao sofrimento, nem à morte.
"Pouco antes de Roustaing publicar esses seus livros, Allan Kardec, também na França, em Paris, concretizava o seu trabalho missionário de revelar ao mundo o Espiritismo, em cumprimento à promessa que meu filho fizera à humanidade de lhe enviar o Consolador.
"Roustaing abeberou-se da água cristalina jorrada dos livros de Kardec, mas não se contentou em ser apenas um discípulo ou propagador dos ensinos dos espíritos, compilados por Kardec; os espíritos mistificadores, que falaram a Roustaing, através de Mme. Collignon, o convenceram a projetar-se por si mesmo como autor de nova revelação, a que dera o nome de ‘Espiritismo Cristão’, com o deliberado propósito dos espíritos enganadores de confundir os adeptos da verdadeira doutrina espírita.
Quando já se prenunciava a morte da infeliz obra de Roustaing, a frondosa árvore plantada por Kardec, na França, lançava também suas raízes no Brasil, onde encontrou solo fértil. Contudo, por esse determinismo conseqüente da imperfeição humana, da mesma forma que as igrejas cristãs desvirtuaram os ensinamentos de meu filho, a Federação Espírita Brasileira, que se arroga o título de ‘Casa Máter do Espiritismo’, apossou-se da plantinha promissora do solo brasileiro e fez nela a enxertia roustainguista, pretendendo manter-lhe o aspecto exterior, mas modificando radicalmente a sua essência. Os adeptos da doutrina espírita, na sua quase totalidade, não se deixaram enganar e repeliram o corpo estranho.
"Mas o equivocado sentimento de tolerância dos espíritas tem encorajado as constantes investidas inimigas que, astuciosamente, vêm agindo como parasita, numa simbiose mortal, envolvendo o tronco da árvore kardecista e lhe sugando a seiva, pouco a pouco, e sua nefasta ação, se não for contida, poderá, quando menos, tornar a árvore estéril ou produtora de frutos amargos.
"Meu Deus: as igrejas cristãs, conquanto chamem meu filho de homem-Deus, nem por isso me negam a maternidade; reconhecem que dei à luz meu filho, que o amamentei, que meu sangue lhe correu nas veias e que, igual a todo o ser humano, se sujeitou à dor física e viveu o drama que culminou com sua crucificação.
"Os adeptos de Roustaing, se de um lado, louvável, reconhecem em vós e meu filho duas pessoas distintas, por outro lado, lamentavelmente, atribuem a Jesus uma figura fantasmagórica, nem Deus, nem homem, que representou, na Terra, desde o seu ‘nascimento’ até a sua ‘morte’, a maior farsa de que se tem notícia na história.
"Permiti, oh! Deus, que eu implore aos roustainguistas que me desçam do pedestal a que me elevaram; que lhes diga que me não comovem os pomposos títulos de ‘Virgem Maria’, ‘Virgem Santíssima’, ‘Rainha dos Céus’... que eu troco todas essas honrarias por este título singelo, mas tão real e afetivo, o de ‘Mãe de Jesus’!
"Assim seja."
Retirado de "O Franco Paladino"
Olá,
ResponderExcluirEu gosto muito de ler e isso inclui os livros espiritas. Aos poucos vou postando no meu blog. Por isso, gostaria de convida-los a fazer uma visita.
Abraços
Luciana