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quinta-feira, 24 de março de 2011

Os Criptógamos Carnudos de J.B.Roustaing

Por José Herculano Pires

Essa é a revelação da revelação. Roustaing copia e desfigura Kardec acrescentando aos seus ensinos os maiores absurdos. Note-se que essas criaturas estanhas, em forma de larvas e lesmas, são encarnações de espíritos humanos que haviam atingido alta evolução sem passar pela encarnação humana. Depois de desenvolverem a razão em alto grau e de haverem colaborado com Deus nos processos da Criação, chegando mesmo a orientar criaturas humanas, voltam à condição de criptógamos carnudos.

Mas por que falam os reveladores em substâncias humanas? Por que não simplificam as coisas dizendo simplesmente que esses espíritos decaídos vão encarnar-se em lesmas? Porque é preciso enganar os espiritistas que aceitam Kardec e sabem que a evolução espiritual é irreversível, que o espírito humanizado não pode regredir ao plano animal. É o mesmo processo de sofisma, de tapeação, usado na questãodo corpo aparente de Jesus, quando falam em encarnação fluídica para escaparem ao anátema de João contra os que dizem que o Cristo não veio em carne. As substâncias humanas dos criptógamos carnudos são uma invenção absurda e tola. E tanta gente a defender essas bobagens dentro do Espiritismo!

Mas o que são criptógamos carnudos? Por que esse nome estranho? Tudo tem a sua razão na máquina infernal do ilogismo roustainguista, embora seja sempre a anti-razão que entra em cena. Apreciemos o assunto à luz da razão para tentar esclarecê-lo.

A palavra criptógamos é empregada cientificamente para designar certas plantas cujos órgãos reprodutores não aparecem, são ocultos. A origem do termo é grega: kryptos, que quer dizer oculto, e gamos, que quer dizer casamento, união. Assim, criptógamo é um exemplar de espécie vegetal que tem os seus órgãos reprodutores escondidos. Os "reveladores" roustainguistas acrescentaram a palavra carnudo para adaptar a designação ao reino animal. Assim, criptógamo carnudo seria uma espécie de animal (mas não animal porque formado de substâncias humanas) em que se encarnam espíritos humanos que regrediram ao plano vegetal e animal.

Atenção para isto: quando dizemos que eles regrediram ao plano vegetal e animal não estamos forçando a interpretação. Cientificamente os animais semelhantes a plantas estão localizados na linha divisória dos reinos vegetal e animal, são desenvolvimento de plantas. Se existissem esses criptógamos carnudos a Ciência os catalogaria como formas de passagem dos criptógamos vegetais para o reino animal.

Temos assim a teoria da Metempsicose, tão seguramente refutada pela lógica de Kardec, devolvida ao meio espírita pelo ilogismo roustainguista. Bastaria esse triste episódio, colhido no caldeirão diabólico dos absurdos de ‘Os Quatro Evangelhos’, para nos provar, sem a menor sombra de dúvida, que essa obra é de autoria das trevas e que a sua finalidade é confundir os espiritistas pouco habituados a passar as coisas pelo crivo da razão.

Mais do que isto, porém, o objetivo evidente é o de ridicularizar o Espiritismo para dele afastar as pessoas de bom senso.

(O Verbo e a Carne, Júlio Abreu Filho e J. Herculano Pires, edições Cairbar, SP, 1ª ed., 1973, págs. 43/45)

Retirado do livro "Conscientização Espírita", de Gélio Lacerda da Silva.

Um comentário:

  1. Todo estudioso da doutrina espírita deveria ler esse livro para compreender o absurdo chamado Roustainguismo.

    Principalmente por ele ser defendido e divulgado pela FEB.

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