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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Verdade Espírita e Teoria Quântica - Perspectiva Possível?

Por Maria Ribeiro

A Verdade, sabe-se, é representada no Pentateuco Espírita, no qual ainda, sobre muitas questões, as inteligências tropeçam e se confundem, dadas as imperfeições nas quais estas estão revestidas. Durante muito tempo o legado Kardequiano será investigado e analisado, sem que todas as informações sejam assimiladas totalmente, e aquele que se crê detentor de grande cabedal de tal conhecimento, que deixe a encargo do tempo que tratará de requisitá-lo para as lides missionárias de maior porte.

Está-se numa fase ainda bem inicial da Doutrina, afinal 154 anos não são tanto tempo assim, pelo menos para os Espíritos. Poderia dizer-se, talvez arriscadamente, que o Espiritismo se encontra na segunda geração de adeptos reencarnados. As cogitações e as hipóteses ainda são perfeitamente cabíveis, aliás, devem ser incentivadas com o objetivo de se ativarem os raciocínios, na busca interminável pela Verdade. Porém devem ser impedidas as formas suspeitas com as quais as coisas têm sido conduzidas. O fato de a autoridade da Doutrina ser-lhe intrínseca, faz com que alguns queiram materializar esta autoridade imprimindo a própria digital: com seus conselhos paternalistas se tornam guia e modelo para aqueles que se sentem desamparados; alguns mais ousados tentam criar sistemas incompatíveis com o Espiritismo, como se ignorassem este perfeitamente estabelecido pelas mentes mais sensatas que se tem noticia; e como se não bastasse, também geram axiomas e máximas que se tornam sempre lembradas por companheiros despreocupados com a Verdade Espírita.  Geralmente não se dão ao trabalho de sequer assistir a estudos e palestras de outros colegas, e, lendo obras pueris, bastas vezes anti doutrinárias, se dizem estudiosos da Doutrina, sem cogitarem da lógica na qual esta é fundamentada.

Todos os que querem divulgar o Espiritismo conforme ele é, a primeira coisa a ser feita, é a procura da compreensão do processo evolutivo humano. Se para alguns tudo se faz muito claro, para outros há uma obscuridade, uma névoa que os impede de enxergarem com a mesma clareza. Uma coisa é analisar de forma crítica atitudes que desvirtuam e ridicularizam a Doutrina por parte de pessoas de má fé. Outra é fazer o mesmo com pessoas bem intencionadas, mas ainda ignorantes, incipientes, Espíritos que não atingiram determinada maturidade intelecto-espiritual que lhes dê maior noção das coisas. Para as primeiras, cuja revisão de valores morais não encontram eco em seu íntimo, pois que se utilizam de cargos assumidos, não para servir, mas para permanecerem vaidosos, orgulhosos e hipócritas, faz-se necessário pulso mais firme, para que se freiem os abusos, afinal não se pode admitir que os erros se perpetuem, pois tendem a se alastrar e todos vão responder pela ação ou pela omissão;  para as segundas, maior acolhimento, atenção e respeito. Mas a paciência é a melhor solução em todos os casos.

Para alguns ainda é difícil entender os princípios da Verdade mesmo à luz das Letras Espíritas. Muitas vezes tem-se que recorrer a comparações por demais grosseiras para que se consiga que a mensagem, ou ao menos parte dela, atinja as pessoas. Mas vale tanto a pena perceber-se que uma pessoa entendeu o que é reencarnação depois de se ter comparado o homem a um telefone celular velho, estragado, que foi substituído por um outro novinho, porém conservou-se o chip do celular antigo, com todas as informações de que precisa...Todo mundo conhece o celular e o chip do celular...é uma comparação grotesca, mas a pessoa entendeu parte do processo e é isto que importa. O contato se faz com pessoas de todos os graus instrutivos, sociais, culturais e espirituais e é necessário que se recorra a métodos os mais variados para que as pessoas fiquem cada vez mais interessadas dos estudos. Cada uma no seu tempo fará germinar a semente. Porém não se pode negar que imaginações por demais férteis insistam em se apresentar, seja ousada ou veladamente, semeando propostas que, infelizmente, furam as barreiras do bom senso e extravasam em todas as direções com a veste fascinante da verdade. As invencionices que campeiam têm que ser impedidas; as alusões sem fundamento têm que ser banidas; as certezas que se baseiam em obras discutíveis têm que ser barradas. Não se pode permitir que uma informação circule e ganhe indumentárias de verdade se vem de uma fonte duvidosa. Aliás, todas as fontes são duvidosas, até que passem pelo crivo da razão e da lógica kardequianas. O incrível e perigoso é que há equívocos clamorosos sendo veiculados por toda a parte, recebendo uma ou outra nuance verdadeiramente doutrinária, e acabam passando despercebidas.

A atualidade é pródiga no que tange a informações de toda ordem, e faz-se preciso ficar atento às novidades, para que se possa tirar proveito daquilo que for bom e útil a um entendimento maior. Kardec se posicionou assim sobre o caráter científico do Espiritismo: “O Espiritismo tem por objeto o estudo do elemento espiritual em suas relações com o elemento material e encontra na união desses dois princípios, a razão de uma multidão de fatos até então inexplicados”. (Obras Póstumas - Curta carta aos detratores do Espiritismo). N’A Gênese, o mesmo mestre lionês registra: “Se a religião se recusar a caminhar com a ciência, a ciência prosseguirá sozinha”; donde se conclui que aquele que se faz avesso às perspectivas científicas, será um adepto retrógrado, contrariando a recomendação de ajuste entre ambas; aliás, o próprio Kardec prosseguiu: “Somente as religiões estacionárias podem temer as descobertas da ciência; essas descobertas não são funestas senão aos que se distanciam das idéias progressistas, imobilizando-se no absolutismo de suas crenças; eles fazem em geral uma idéia tão mesquinha da Divindade, que não compreendem que o fato de se assimilarem às leis da Natureza reveladas pela ciência, é glorificar Deus em suas obras...” (cap. IV,itens 9 e 10)

Nestes pouco mais de 150 anos, várias descobertas se fizeram, invenções se desenvolveram, e é de enorme utilidade se apegar com mais afinco ao estudo do Pentateuco Espírita, com análises linha após linha, sem perder de vistas as novas informações científicas que chegam. Ora, exatamente quatro décadas após o lançamento de O Livro dos Espíritos (1897) foram descobertos os elétrons, que são as partículas negativas do átomo; dois anos antes (1895) entraram os raios X no cenário cientifico, aliás, descoberta revolucionária. No ano de 1900, surge o marco inicial da teoria quântica com os postulados de Planck, posteriormente comprovados por Einstein em seus experimentos.

A descoberta dos infinitamente pequenos por Pasteur só foi possível graças à outra descoberta fantástica que foi o microscópio. Tudo no mundo é solidário e caminha harmonicamente, obedecendo à dinâmica estabelecida pela Divindade. Aquele mundo microscópico existia ativamente independente do conhecimento dos homens. Possivelmente ainda existam os que rejeitem esta idéia, pelo simples fato de não se ver uma bactéria carcomendo um alimento. O microscópio eletrônico trouxe grandes novidades para as pesquisas, mas a reflexão inquieta leva algumas almas a se perguntarem: e se alguém descobrir uma forma de potencializar a visão eletro-microscópica, quantas novas organelas celulares não seriam descobertas? Quantos novos detalhes não seriam desnudados? O próprio átomo poderia ser desmembrado, e quem sabe, não se testemunhariam os elétrons, jamais vistos pelos olhos humanos, saltitando nos orbitais... Que sonho!

Os postulados de Planck em 1900 e os avanços conquistados por seus continuadores promoveram a compreensão de fenômenos que, embora inapreciáveis visivelmente, se acham no campo da materialidade, desabrocham na atualidade para uma vertente totalmente oposta – a mente, que mesmo ainda não considerada em seu aspecto moral, também não se configura como entidade dependente do agregado encefálico, conforme conclusões dos próprios cientistas.  Pode-se presumir que dentro de mais algum tempo a mente como Ser Moral alcance o interesse destas investigações, e então ter-se-á a comprovação científica de Deus, do Espírito, de Reencarnação, de Mediunidade. Os conceitos quânticos chamaram a atenção do campo filosófico para suas ilações. E apesar da mocidade desta teoria, os resultados positivos e objetivos são admiráveis. Em todo o mundo cientistas se voltam para as pesquisas quânticas, não havendo razão para que esta seja hostilizada. Todas as descobertas científicas são Divinas. Os cientistas são também missionários que vêm à Terra para fazê-la avançar, e conscientes ou não, acabam por demonstrar aos que tem olhos de ver, a Excelsa Magnitude e Sabedoria do Criador. Se eles mesmos não se convencem disso, não cabe a ninguém julgá-los, pois que se encontram em processo evolutivo como quaisquer outros homens, e empregam seus altos valores intelectivos à serviço da Obra Divina.

A teoria quântica pode trazer respostas e preencher algumas lacunas, não deixadas pela Codificação, conforme acreditam alguns confrades, lacunas essas surgidas por causa da estreiteza de vistas do homem que apenas desabrocha para um entendimento mais elevado. Naturalmente não se poderá conceber um conceito muito alto para os princípios da teoria quântica, ou outra qualquer, sem antes estudá-los minuciosamente, utilizando-se da lógica e da racionalidade, a fim de se constatar se há um consórcio perfeito, ou ao menos conciliável entre ambos. Retirar o mérito de qualquer outra teoria por causa de convicções pessoais e conseguintemente, orgulhosas, antes que se façam as devidas investigações, colocando à prova as conclusões encontradas, talvez seja atitude tão precipitada quanto imprimir credibilidade demasiada sem qualquer exame prévio.  Observar demoradamente, estudar detidamente e aguardar o tempo, que é o único incumbido de avalizar ou não, pois “só a verdade pode dar raízes a uma doutrina.”(O Livro dos Médiuns – cap XXXI – item XXVIII)

Todas as vastas conquistas tecnológicas e científicas alcançadas têm por fundamento os postulados da teoria quântica, sendo possível perceber o desencadear de um processo, o desenvolvimento paulatino e constante. Sem a mecânica quântica, ou seja, a física dos componentes da matéria, tais como átomos e moléculas, por exemplo, seria impossível a concepção de microcomputadores, aparelhos CD, controle remoto, e nas aplicações médicas, os equipamentos de Ressonância Magnética. Também a Biologia conheceu o DNA e a Genética.

Há algum tempo ninguém imaginaria ser possível um exame diagnóstico, por exemplo, em três dimensões e certamente sejam infinitas, quem sabe... Aliás, os Espíritos já elucidaram na Obra Máxima legada à Humanidade, que o espaço e o tempo são infinitos.

Pergunta-se porque alguns confrades são contrários ou antipáticos à teoria quântica. Os argumentos de que esta versa apenas para o campo físico/material não convence, porque sabe-se através da Doutrina Espírita que “os dois mundos se interpenetram”. Os Espíritos desencarnados, tanto podem se encontrar tranqüilos, felizes, serenos como apáticos, sofredores, aborrecidos. No livro O céu e o inferno um Espírito classificado na categoria de Espíritos Felizes faz o seguinte relato ao ser questionado se tinha a visão dos Espíritos presentes naquela reunião: “Vejo sobretudo Lázaro e Erasto; depois, mais afastado, o Espírito de Verdade planando no espaço, depois uma multidão de Espíritos amigos que vos cercam(...)”(O Céu e o inferno – cap.II, item 9)
 
Na questão 278 de O Livro dos Espíritos Kardec indaga das Entidades Excelsas se “Os Espíritos das diferentes ordens estão misturados?” e elas respondem: -“Sim e não; quer dizer, eles se vêem, mas distinguem-se uns dos outros. Eles se evitam ou se aproximam segundo analogia ou antipatia de seus sentimentos, como acontece entre vós. É todo um mundo do qual o vosso é um reflexo obscuro. Os Espíritos da mesma categoria reúnem-se por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias de Espíritos unidos pela simpatia e pelo objetivo que se propuseram: os bons pelo desejo de fazer o bem, os maus pelo desejo de fazer o mal, pela vergonha de suas faltas e pela necessidade de se encontrarem entre os que se lhe assemelham.” E segue o comentário Kardequiano: ” Tal uma grande cidade onde os homens de todas as categorias e de todas as condições se vêem e se encontram sem se confundirem; onde as sociedades se formam pela analogia de gostos; onde o vício e a virtude convivem sem se falarem.” (grifos meus)

A consciência quântica moralmente falando se refere a uma realidade subjetiva: lugar, tempo, espaço, não determinam o estado interior de um Ser, ao contrário, o Ser é que, de algum modo, reveste o lugar, o tempo e o espaço com o que alimenta em si mesmo, na intimidade, e emana para o exterior. Isto não significa que este “exterior” será contaminado, por assim dizer, com as emanações menos agradáveis desta criatura, pois uma outra poderá estar ali em condição espiritual mais feliz; o contrário também pode se operar. Pode-se remontar a outra dimensão e naquele mesmo ambiente encontrarem-se entidades num grau evolutivo como o dos selvagens, por exemplo... Numa outra dimensão, poderão ser encontrados Espíritos mais nobres, e assim por diante. Sobre a questão de luz e trevas, Kardec registra em “O céu e o inferno”, no capítulo IV da segunda parte, as seguintes palavras do Espírito São Luís: “O perispírito possui, por sua natureza, uma propriedade luminosa que se desenvolve sob o império da atividade e das qualidades da alma... O brilho da luz está em razão da pureza do Espírito; as menores imperfeições morais a obscurecem e a enfraquecem.” Ou seja, não há Espíritos em trevas, pois, ainda que obscurecida e  enfraquecida, a luz não deixa de existir para ninguém. Prossegue São Luís: “... todos os Espíritos inferiores não estão nas trevas,... o mesmo Espírito pode se encontrar, alternativamente, na luz e na obscuridade... a luz é um castigo para certos Espíritos imperfeitos. Se a obscuridade na qual estão mergulhados certos Espíritos fosse inerente à sua personalidade, ela seria permanente e geral para todos os maus Espíritos, o que não é, uma vez que os Espíritos, da maior perversidade, vêem perfeitamente, ao passo que outros, que não se pode qualificar de perversos, estão temporariamente mergulhados nas profundas trevas.”

Nesta linha de raciocínio, baseado ainda na questão 278, poder-se-ia inferir que não existem regiões espirituais conforme se entende, uma vez que o universo íntimo é que determinará a posição agradável e feliz ou amargurada e nebulosa do Ser. Considerando a perfeição absoluta da Divindade, não se pode concluir que sua Criação seja menos perfeita, portanto os estados acabrunhados, tristes e tudo o mais são criação da própria individualidade cujos conceitos permanecem materializados; estando este quadro sujeito a se alterar mediante mudança de pensamento desta individualidade. Portanto, a crença de que, ao desencarnar, o homem vai para este ou aquele ambiente, não passa de um elemento remanescente da superstição, pois ao perder a indumentária física, que é o que, a princípio o separa do mundo real – o mundo espiritual - o homem percebe a sua realidade nua e crua, tal qual ele mesmo construiu durante seu estágio na Terra. Ou seja, ele sempre esteve naquele ambiente, com a diferença de que este mundo era-lhe ocultado pelo corpo.

Vejam-se o que declara Kardec n’ A Gênese nos itens 14, 15 e 16 do capítulo XVI: ”...mas seu pensamento entrando em relação com a época em que isto se dava, seu perispírito toma instantaneamente aquela forma, a qual também deixa instantaneamente , desde que o pensamento cesse de agir... Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os mesmos como o som atua sobre ao ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer, com toda a verdade, que em tais fluidos há ondas e raios de pensamentos, os quais se cruzam sem se confundir, como no ar há ondas e raios sonoros... Sendo os homens Espíritos encarnados, têm, em parte, as atribuições da vida espiritual, pois vivem essa vida no sono, e freqüentemente no estado de vigília. O Espírito, ao encarnar-se, conserva seu perispírito com as qualidades que lhe são próprias, e que, como se sabe, não é circunscrito ao corpo, porém irradia-se em derredor, envolvendo-o como uma atmosfera.”  Mais adiante, no item 20, Kardec afirma que “o pensamento produz pois uma espécie de efeito físico, que reage sobre o moral...” Ora, se ao encarnar o Espírito conserva as qualidades que lhe são próprias, ao desencarnar ocorre identicamente. Perdendo o veículo físico, aí está a sua realidade, o seu mundo espiritual. 

Os espaços infinitos compreendem dimensões de que não se é capaz de conceber. Os pensamentos e imaginações humanos não encontram vocábulos para serem perfeitamente descritos e se fazerem compreender... Quem sabe não poderiam os estudiosos, utilizando do aspecto filosófico do Espiritismo, procurar fundamentos da teoria quântica? Pois, ao que parece, a teoria quântica encontra fundamentos no Espiritismo...

A Física clássica torna conhecidas as leis que regem a matéria objetiva, visível, palpável. A Física quântica estuda e esclarece sobre as leis que governam o mundo subjetivo, invisível, etéreo, e que, aliás, está na natureza. Os termos ‘subjetivo’ e ‘invisível’ talvez não exprimam com clareza o real significado do que se intenciona dizer, visto que os efeitos se manifestam perfeitamente materializados. O arco-íris, por exemplo, deixa-se contemplar por apenas algumas cores, as outras estão na ordem de luz invisível, e são conhecidas pelos efeitos incontestes.

Estão registradas no Evangelho de João as palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. O Cristo usa uma colocação verbal de ir, fazendo entender que Ele vivia uma realidade diferente daquela em que era visto pelos demais. Falava da sua condição e realidade espiritual de pureza, graça e felicidade, indefiníveis e também inalteráveis, mesmo num planeta habitado por homens hipócritas e perversos.(g. m.)

Correlacionando as palavras de Jesus em João com a supracitada questão 278, percebe-se que possivelmente o Cristo quisera remeter à condição quântica da Vida. Os Espíritos disseram “tudo está em tudo”, na questão 33 de O Livro dos Espíritos, respondendo a uma questão que versa sobre as propriedades da matéria e o comentário de Kardec assinala o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio (que ele chama de azoto) o carbono e outros como podendo continuar a ser considerados simples até nova ordem”. Ora, o átomo já foi dissecado e nele, por causa dos efeitos que se observam, encontram-se pósitrons, négatrons, neutrinos, anti neutrinos e mésons dividindo o mesmo espaço com os conhecidos elétrons, prótons e nêutrons.(g.m.)

Assiste-se, infelizmente, a dois extremos em que querem posicionar a Doutrina Espírita: de um lado, os que visam torná-la uma Ciência- o que a tornaria dura, fria. E de outro, os que ambicionam fazê-la uma religião vulgar, cheia de quesitos perfeitamente dispensáveis, o que de um modo ou de outro resultaria numa doutrina incompleta, como centenas de outras. José Herculano Pires assim a definiu: “... Doutrina complexa, que abrange todo o campo do Conhecimento, apresenta-se enquadrada na seqüência epistemológica de: a) ciência – como pesquisa dos chamados fenômenos paranormais dotada de métodos próprios, específicos e adequados ao objeto que investiga...; b) filosofia- como interpretação da natureza dos fenômenos e reformulação da concepção do mundo e de toda a realidade segundo as novas descobertas científicas...;c) religião – como conseqüência das conclusões filosóficas, ...considerado como Religião em Espírito e Verdade, anunciada por Jesus, anunciada pelos Evangelhos; religião espiritual sem aparatos formais, dogmas de fé ou instituição igrejeira, sem sacramentos...”( Curso Dinâmico de Espiritismo  - O grande desconhecido)

O presente artigo não intenciona demonstrar uma veracidade irrefletida quanto às novas teorias científicas, nem tampouco tomar partido e sair em defesa da teoria quântica. Sabe-se que a hora é a de desfazer equívocos e, para isso, as obras básicas são o farol de todo estudioso sério. Desta forma poder-se-á averiguar mais profundamente o que vem surgindo, o que exigirá reflexão filosófica, alheia aos argumentos vazios ou às idéias pré concebidas.  A proposta é que se observem sem preconceitos em que pé se acha o progresso científico e filosófico. É preciso que mentes abertas, judiciosas, austeras, perspicazes, se posicionem a frente da investigação mais acurada, conforme Kardec ensinou, para que haja efetiva continuidade na ciência Espírita. Lembrando a questão 19 de o Livro dos Espíritos:

“Pelas investigações científicas, não pode o homem penetrar alguns dos segredos da Natureza? – A ciência lhe foi dada para o seu adiantamento em todos os campos, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.” E Kardec comenta, como sempre, lucidamente: “Quanto mais é dado ao homem penetrar nesses mistérios, mais cresce sua admiração pelo poder e sabedoria do Criador; mas, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho.” (g. m.)

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