segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aos Espíritas: É necessário estudar Kardec

Por Fabiano Vidal*

Originalmente simpatizante da Doutrina Espírita, embora não a conhecesse devidamente, tornei-me Espírita (com “E” maiúsculo, mesmo) de fato após meu casamento, em janeiro de 2008. Como nada conhecia de Espiritismo, corri o sério risco de me tornar um Espírita mistificado. Para minha alegria, comecei meus estudos por O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

Quando comecei a estudá-lo, simplesmente não conseguia desgrudar do livro. Aonde quer que fosse, O Livro dos Espíritos estava comigo. Depois passei a estudar O Livro dos Médiuns e assim sucessivamente, com todos os livros da Codificação Espírita. Só após estudá-los com afinco, me interessei em ler alguns romances ditos “espíritas”.

Surpreendi-me com tantas bobagens nessas obras. Violetas na Janela, por exemplo, é uma enorme afronta ao que está na Codificação. Nada daquilo tem embasamento doutrinário. Para ser honesto com os consumidores desses romances, deveria ser vendido como obra espiritualista, e não espírita.

Outra obra que é praticamente “sagrada” (olha aí mais uma afronta à Codificação Kardeciana!) para muitos Espíritas e que é tida por verdade absoluta, embora também vá de encontro à Codificação, é Nosso Lar. Dizem os fãs dessa obra que Chico Xavier jamais poderia ter psicografado algo que não fosse “Verdade”, e veneram André Luiz como se Santo fosse! Pasmem!

Estudar Allan Kardec antes de enveredar por esses romances se faz necessário, para aprendermos a separar o joio do trigo. O Codificador nos ensina que não existem médiuns perfeitos. Logo, os médiuns são tão passíveis de equívocos quanto eu ou você que me lê neste momento. Kardec também nos ensina em O Livro dos Espíritos sobre a Escala Espírita, no Capítulo VI. Diz o Codificador: “Ajuntemos ainda esta consideração que jamais se deve perder de vista: entre os Espíritos, como entre os homens, há os que são muito ignorantes, e nunca será demais estarmos prevenidos contra a tendência a crer que eles tudo sabem, por serem Espíritos.” (grifo nosso)

Eis aí um conselho que nós, Espíritas, jamais devemos nos esquecer. Além disso, aprendemos que o Espiritismo não é religião e que este professa uma fé raciocinada, ou seja, antes de aceitarmos qualquer ensinamento ou relato vindo dos espíritos como “Verdade”, devemos submetê-la ao crivo da razão, analisá-la perante o que aprendemos com os escritos de Allan Kardec, que de básicos, não tem nada, pois são os pilares fundamentais da Doutrina que professamos.

Portanto, caro leitor, antes de sair por aí dizendo que Espiritismo é religião, que Kardec está ultrapassado, que André Luiz, Emmanuel e Ramatis são os novos “pilares” da Doutrina Espírita, que você tem medo de ir ao Umbral quando desencarnar, estude os livros de Allan Kardec criteriosamente. Compare seus ensinamentos com os romances espiritualistas e analise-os sob o crivo da razão, e verás que muitos desses “novos ensinamentos espíritas” cairão facilmente, como um castelo de areia sob as ondas do mar.

* Técnico em Turismo, Turismólogo, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba, jornalista de Turismo do jornal Contraponto e editor de “O Blog dos Espíritas”.

Um comentário:

  1. Meu irmão, infelizmente, essa lucidez que faz de você um Espírita que busca a verdade como nos ensina Kardec, não está presente na maioria dos Centros. Basta ouvirmos algumas horas de programas veiculados na Rádio Rio de Janeiro, por exemplo, para concluirmos a que aberrações a Doutrina Espírita foi alçada. Falam mais de Chico Xavier e outros, sem se quer citar os Espíritos da Codificação. O "movimento espírita" capitaneado pela FEB e seus tolos asseclas, são nada mais que funcionários vivendo apenas às custas do "Dai de graça o que de graça recebestes". É lamentável, mas, como disse Kardec: "Os inimigos do Espiritismo estão entre os próprios espíritas". No mais, sigamos em frente e, que a paz do Mestre nos ajude no aprimoramento moral.

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