quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Espiritismo e a Investigação Científica

Por Deolindo Amorim

Já ouvimos dizer, mais de uma vez, que "o Espiritismo parou no século XIX", em matéria de estudos científicos. Depois de uma fase realmente notável, fase em que refulgiram os nomes de CROOKES, AKSAKOF, ZOELLNER, por exemplo, nunca mais se fez um trabalho de cunho científico, na acepção exata. É o que se diz. Até certo ponto, sinceramente, honestamente, devemos reconhecer que a crítica tem alguma procedência, não há duvida. Das últimas décadas do século passado ao começo do nosso século[1], é inegável, houve experiências rigorosas, comunicações e relatórios de alto teor científico. De certo tempo em diante, parece que se deu uma espécie de arrefecimento do espírito científico no campo mediúnico. Isto não quer dizer que não haja material. Há, sim.

Bons médiuns existem por toda parte, ocorrem fenômenos relevantes, mas a impressão que se tem, hoje em dia, é de que não há mais investigadores do tipo de Crookes, Gibier, Bozzano e outros. Quase não se fazem registros nos trabalhos experimentais, nem há certos cuidados, na maioria dos casos. Muito fenômeno importante fica sem anotação, sem documento para exame ou verificação.

Queremos crer que haja homens de envergadura intelectual para investigações sérias, mas talvez não haja condições, ambiente favorável, em grande parte, pois nem todas as pessoas que se dedicam a parte experimental do Espiritismo tem mentalidade científica. Há muita diferença entre mentalidade científica e cultura científica. É certo que a cultura abre horizontes largos e pode contribuir muito para a formação da mentalidade, mas é preciso não perder de vista que muitas pessoas adquirem boa cultura científica, tem muita leitura, fazem cursos especializados, etc., etc., mas não tem a verdadeira mentalidade científica. Pode parecer um contra-senso. Quem, por exemplo, fica logo deslumbrado diante de um fenômeno ou de uma comunicação "sensacional" sem qualquer análise, não tem mentalidade científica, pois está procedendo apenas emocionalmente, não analiticamente. E quanta gente há, por aí, que procede assim, apesar de possuir currículos universitários?... Há pessoas que são muito rigorosas noutros campos de pesquisa, mas quando entram no campo mediúnico procedem mais como místicos do que propriamente como homens de ciência. Não basta, portanto, ter a formação científica dos livros ou dos cursos de Universidade, é preciso ter atitudes científicas diante dos fenômenos. E é o que muita gente não tem. Há pessoas, no entanto, que não fizeram uma cultura científica regular, não dispõe de certos instrumentos de pesquisa, mas apresentam reações diferentes, dando a impressão de que tem muito mais espírito científico do que muitos laureados. Mas não se pode dizer que não haja, atualmente, gente capaz de realizar trabalhos científicos.

Talvez essas pessoas não encontrem compreensão nem apoio para certos tipos de sessões. É outro problema. Em que sociedade, em que ambiente organizar uma sessão com médiuns preparados para determinadas experiências? Não é fácil, digamos a verdade. Por isso mesmo, e sem analisar o problema também por outros ângulos, é que algumas pessoas dizem que "o Espiritismo parou no século passado". Não parou, pois a mediunidade não se acabou, mas a preocupação científica, em grande parte, está sendo prejudicada pelas atitudes devocionais, atitudes que pretendem muito mais divinizar os espíritos e santificar os médiuns do que, a rigor, procurar a verdade pelo fio da razão esclarecida.

O problema comporta ainda outras considerações, não pode ser colocado apenas dentro de uma faixa de crítica. Aqui mesmo, no Brasil, onde o Espiritismo não ficou apenas na pura comprovação mediúnica, já se deram fenômenos de grande valor científico, mas não se fez relatório, não se deu divulgação, a bem dizer. Indiscutivelmente, nós nos descuidamos de anotar, confrontar, registrar em ata, testemunhar. Tudo isso faz parte do legítimo espírito científico, que é sempre cauteloso. Nosso temperamento geralmente não dá muito para esperar com paciência, aguardando que as primeiras impressões se confirmem.

Somos indiferentes em determinadas coisas e, ao mesmo tempo, somos precipitados noutras coisas: ou não damos a devida importância a manifestações realmente significativas ou somos capazes de nos arrebatar com pouca coisa... A experiência que o diga. O lado místico, por sua vez, também pesa muito na prática mediúnica e, por isso mesmo, não é fácil imprimir uma orientação metódica em determinados grupos, ainda que haja médiuns de possibilidades aproveitáveis. A legião de sofredores é muito grande, em todas as camadas sociais, e a maior parte do público, por isso mesmo, recorre aos "canais mediúnicos" simplesmente como fonte de consolações ou à procura de esclarecimentos imediatos para suas situações; nunca, porém, como elemento de pesquisa, com visão científica ou filosófica.

Tudo isso, afinal-de-contas, deve ser objeto de consideração, pois há vários fatores confluentes no campo mediúnico. Então, voltemos ao ponto de partida: o Espiritismo não parou, mas as condições, hoje, são bem diferentes das condições em que pontificaram certos homens de ciência. Não se pode pensar em investigação científica sem pensar, necessariamente, no material humano que deve ser utilizado em trabalhos de tal natureza, muito específica e de muita complexidade.

No século passado[2] - vejamos bem - havia uma preocupação dominante, absorvente: provar ou negar a comunicação dos espíritos. Não havia outra alternativa. O Espiritismo enfrentava o desafio da ciência, muito mais relevante do que a sistemática oposição religiosa. Alguns homens de ciência entraram nesse campo exclusivamente para tirar a limpo a questão da comunicação entre vivos e mortos. Não tinham outro fito. E, por isso mesmo, empregaram todos os meios, forraram-se de cuidados especiais, amarraram médiuns, fiscalizaram sessões com vigilância implacáveis, mediram, pesaram, confrontaram, fizeram tudo.

E era necessário. Chegaram às provas. A maioria deles ficou apenas no terreno experimental, deu testemunho, colocando-se corajosamente acima de preconceitos e conveniências, mas verdade é que não se dedicou à especulação filosófica, não chegou à Doutrina, em suma. Grande contribuição, indiscutivelmente, no campo experimental. Não foi o caso, entretanto, de Gabriel Delanne. Este, sim, tinha embocadura de experimentador, era homem de formação científica, mas também fez obra doutrinária, na linha intelectual de ALLA KARDEC, LÉON DENIS, por exemplo.

DELANNE partiu do fenômeno, como vários outros, mas entrou na indagação, fez estudos filosóficos, tirou conclusões válidas e lúcidas. A todos, no entanto, de um lado e do outro lado, isto é, tanto do lado puramente fenomênico quanto do lado doutrinário, muito deve o movimento espírita, pois todos eles são figuras clássicas na história do Espiritismo.

De certo tempo em diante (devemos compreender bem a situação), uma vez provada e comprovada a comunicação entre vivos e mortos, naturalmente já não havia tanto interesse pelo campo experimental, diante dos depoimentos de homens de projeção científica, sem qualquer compromisso de ordem sentimental, religiosa ou doutrinária. Passou, até certo ponto, a fase das experiências objetivas, porque a própria expansão das idéias espíritas começou a provocar interesses de outra natureza, devido às necessidades humanas.

Abriram-se, na realidade, dois focos de atenção: o fenomênico e o doutrinário. A divulgação da Doutrina criou a bem dizer uma polarização muito intensa, justamente porque muita gente queria mensagem, reclamava uma filosofia de vida, não se contentava somente com a prova direta das comunicações. Os estados de angústia, a desorientação espiritual, a falta de segurança interior, a deficiência de cultura religiosa, tudo isso, realmente, levou o homem, depois de algum tempo, a procurar a mensagem espírita em estado de quase sofreguidão e, por isso, deixou de se concentrar muito nas experiências científicas.

Veio, daí, a popularização do Espiritismo, trazendo certos prejuízos, é inegável, porque se desprezou muito o estudo sério, a pesquisa, o raciocínio analítico para enveredar pela simples crença nos espíritos, como que abrindo caminho para a formação de mais uma seita... Esse desvirtuamento, convenhamos, afastou certos homens afeitos a estudos científicos. Tudo isto é aceitável na consideração do problema.

Há, porém, outro aspecto, e este deve ser levado em conta. É justamente o aspecto humano. O Espiritismo, hoje em dia, não é apenas um campo de experiências mediúnicas, é uma doutrina de vida, representa a solução de muitos problemas do homem moderno. As necessidades humanas vão aumentando cada vez mais, na medida em que a sociedade se torna mais complexa. E o Espiritismo, para boa parte da sociedade atual, é a "última esperança", é a grande resposta, que o homem não encontra noutras doutrinas, apesar de haver batido em muitas portas... É uma realidade diferente daquela realidade, que, na segunda metade do século XIX, viveram grandes experimentadores da fenomenologia mediúnica.

Justamente por isso, o problema, não pode ser apresentado apenas por um prisma, seja qual for, mas através de vários angulos de observação, sobretudo quanto às peculiaridades de cada país. Podemos, pois, chegar a estas sumárias conclusões:

Em primeiro lugar, pelo fato de não haver, hoje, ao que conste, experiências do tipo de Crookes, Geley, Lombroso e outros, isto não significa que não haja médiuns nem tampouco nos permite concluir que o ciclo experimental do Espiritismo tenha deixado de ser necessário;

Em segundo lugar, se é verdade, até certo ponto, que a falta de interesse pela investigação científica é prejudicial à compreensão e ao conceito do Espiritismo, também é verdade que o homem atual é absorvido por uma série de problemas prementes e, por isso, o aspecto doutrinário tem, para ele, maior interesse no momento, por causa da mensagem, que vai ao sentimento, aliviando as feridas da alma.

De tudo isso, afinal, podemos inferir que é necessário encarecer e estimular as pesquisas, a experiência científica, que teve sua razão de ser no século passado[2] e ainda se faz indispensável nos dias atuais, mas não devemos perder de vista o lado verdadeiramente humano do Espiritismo diante do sofrimento e da profunda decadência moral que se observa em todos os níveis sociais. Não nos esqueçamos de que o Espiritismo atende, ou deve atender, ao mesmo tempo, a necessidades diversas: necessidades científicas, necessidades sociais, necessidades emocionais e assim por diante.

Texto publicado no Anuário Espírita 74 do "Instituto de Difusão Espírita" de Araras, São Paulo, Brasil.

Observações:


[1] Deolindo Amorim escreveu este texto em 1974 assim ele se refere ao período que vai das últimas décadas do século XIX ao início do XX.

[2] Século XIX

domingo, 23 de janeiro de 2011

ANESPB Press lança "Pensador" de Fevereiro

Por Fabiano Vidal

A gazeta eletrônica "Pensador" da ANESPB Press - Agência de Notícias Espíritas da Paraíba, edição de fevereiro, acaba de sair mais cedo do forno.

A gazeta, editada e coordenada pelo jornalista Carlos Barros, traz como destaques nesta edição:

  • Terceira Idade Saudável
  • Ano Novo, Vida Nova
  • O Valor da Mulher Brasileira
  • Os 150 anos de O Livro dos Médiuns
  • Entrevista com Celso Martins
Para fazer o download, clique aqui. O arquivo está no formato PDF.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Você pode consultar os espíritos para mim?

Por Orson Peter Carrara

Esta pergunta é muitas vezes dirigida aos espíritas. Imaginam, os que desconhecem o Espiritismo, que os centros espíritas são autênticos consultórios do além. Meros equívocos.

Vamos por partes. Diz o Codificador da Doutrina Espírita que toda pessoa que sente, em qualquer grau, a influência dos espíritos, é por esse fato, médium. Está correto, pois a mediunidade é um dom humano presente em todas as criaturas humanas e não exclusiva dos espíritas.

Ocorre que, por mera questão de entendimento, são considerados médiuns aqueles que ostensivamente são utilizados pelos espíritos como intermediários de suas manifestações. Vale dizer que essas manifestações ocorrem de inúmeras formas (psicografia, psicofonia, vidência, audiência, etc) e que os espíritos nada mais são do que as criaturas humanas antes e depois da morte, guardando consigo suas conquistas morais e intelectuais. Este fato, por si só, já indica que os espíritos se apresentam nas manifestações de acordo com a moral e intelecto que possuem.

Portanto, o processo de consulta aos espíritos é algo que requer muita prudência, bom senso e redobrados cuidados. Afinal, eles não estão aí para satisfazer curiosidades ou resolver problemas materiais. Aconselham sim, sempre com muita reserva, atendem muitas vezes cuidados com a saúde, mas abstêm-se de informações de cunho material. Somente respondem a estas questões espíritos ignorantes, estouvados ou propensos a brincadeiras

Por outro lado, é preciso sempre lembrar que os médiuns, espíritas ou não, são pessoas comuns, apenas dotados da faculdade de intercâmbio com o mundo espiritual. A mediunidade é uma autêntica ferramenta de trabalho para o bem da coletividade. Seu uso independe da idade, sexo, crença ou condição social, mas o fator moral de seu portador é fator determinante para sua prática equilibrada e condizente com sua autêntica finalidade de auxílio aos seres humanos.

Seu desenvolvimento obedece a programação prévia estabelecida antes da reencarnação, mas é aqui mesmo, no plano terreno, que a dedicação, a disciplina, a fidelidade aos princípios humanitários e cristãos, a farão grandiosa e a constituirá em benção para seu portador e beneficiados de sua atuação.

Por estas razões todas, a consulta aos espíritos é questão absolutamente secundária. Já temos a teoria à disposição, para estudar e compreender. E ao mesmo tempo, o comportamento ético e moralizado darão guarida à sua expansão e uso correto.

Os espíritos vivem ajudando as criaturas humanas. Fazem-no pela intuição, através dos sonhos, pela presença constante ao nosso lado – desde que com eles estejamos sintonizados pelo bom comportamento e pelos bons pensamentos ou pela aquisição permanente de virtudes – e pelo próprio entendimento que já possuem (os esclarecidos), da importância da solidariedade...

Kardec e Darwin

Por José Reis Chaves*

Kardec e Darwin foram dois grandes cientistas que vieram ao mundo no alvorecer do Século 19. O primeiro, um médico francês e aluno de Pestalozzi, foi o Codificador do Espiritismo, o segundo era um naturalista e fisiologista inglês. Kardec pesquisou a evolução dos espíritos, Darwin, a dos corpos biológicos.

Nós somos espíritos imortais. E o Nazareno disse que nós devemos buscar a perfeição de Deus, o Pai. Nós somos hoje os espíritos dos homens de ontem, inclusive os dos homens das cavernas. E depois de inúmeras reencarnações, chegamos à evolução e perfeição em que nos encontramos atualmente. Se não houvesse evolução e as reencarnações que a possibilitam, seríamos forçados a pensar que Deus foi muito injusto com aqueles espíritos de outrora dos homens da caverna, que só teriam vivido mais como bichos do que como seres humanos propriamente ditos! A evolução é, pois, uma lei natural tão real como o é a da Gravidade, e é até sagrada.

A Igreja, como afirma o sábio francês padre François Brune, acredita na vida após a morte, ou a chamada vida eterna, mas na prática, tem agido como se ela não existisse, pois não a estuda, e é até contrária ao seu estudo. A mesma coisa se pode dizer dos nossos irmãos protestantes. Isso nos faz lembrar do que o Mestre afirmou, ao referir-se aos sacerdotes judeus de sua época: "Não entram no reino dos céus, e não deixam outros entrarem!". É necessário, pois, que os católicos e protestantes despertem também para o estudo do espírito, e não só do corpo, como vêm fazendo há séculos, pois o espírito é mais importante do que o corpo. "A carne para nada aproveita, o que importa é o espírito que dá vida" (João 6, 63).

Foi revolucionário o livro de Darwin: "Da Origem das Espécies" (1859), principalmente porque ele entrou em choque com as idéias da interpretação literal da Bíblia, quando a exegese e a hermenêutica ainda eram muito elementares e tímidas. A Igreja estava, pois, sem força moral para enfrentar aquele poderoso materialismo efervescente, após a Revolução Francesa, o que se agravava mais ainda pelo fato de ela estar, justamente naquela época, deixando a Inquisição. Foi quando surgiram também os não menos revolucionários livros científicos e espiritualistas de Kardec, entre eles o "O Livro dos Espíritos" (1857), os quais deram um verdadeiro "chega-pra-lá" nas idéias materialistas e anti-religiosas de Darwin e de seus contemporâneos Marx e Compte. Por isso dizemos com o escritor e pastor presbiteriano do Rio de Janeiro, Neemias Marien": "O maior reformador do Cristianismo não é Lutero, mas Allan Kardec." De fato, até Kardec, não se tinha feito ainda um estudo racional e científico da Bíblia.

Darwin foi um dos grandes cientistas da evolução da vida material, e Kardec o foi da evolução da vida do espírito na matéria e fora da matéria!

*Autor do livro "A Face Oculta das Religiões" (Ed.Martin Claret)

Una Observación de Kardec

Por Artur Azevedo

El 15 de enero de 1862, Kardec publicó el folleto titulado “El Espiritismo en su más Simple Expresión”, e hizo un apelo:

“Contamos con el celo de todos los verdaderos espiritas para ayudar en su propagación.”

Ya en el “Libro de los Mediums”, segundo libro de la Codificación Espirita, verificamos la importancia dada las cuestiones que hoy han sido ignoradas y relegadas al olvido por buena parte de aquellos que se dicen espiritas en los días actuales, facilitando la acción nefasta de espíritus seudosabios, o mistificadores, facilitando la acción nefasta de espíritus seudosabios o mistificadores, que no solo podrán engañar a esos con sus falsas ideas sino que también a muchas otras personas, diseminando y promoviendo rápidamente toda una serie de nociones contrarias a los elevados propósitos del Espiritismo.

El resultado de eso ha sido la poca inteligencia entre los espiritas y la consecuente formación de reductos saetistas, con interpretaciones propias y muchas de las veces demasiado exóticas y heterodoxas sobre la más variada gama de cuestiones que la Codificación, por su vez, enseña con cristalina claridad, dispensando los derechos advenidos de las pasiones y arrobos de la imaginación de carácter puramente terrenal y especulativo

Leamos algunos comentarios a ese respecto proferidos por Allan Kardec constantes de la Revista Espirita de enero de 1861:

“La primera edición del Libro de los Mediums, publicada a comienzo de este año, se agoto en algunos meses, lo que no es uno de los trazos menos característicos del progreso de las ideas espiritas. Nosotros mismo constatamos, en nuestras excursiones, la influencia saludable que esa obra ejerció sobre la dirección de los prácticos estudios espiritas. Así, las decepciones y mistificaciones son mucho menos numerosas que las de antaño, porque ella enseñó los medios de descubrir las astucias de los Espíritus engañadores. Esta segunda edición es mucho más completa que la precedente. Ella encierra numerosas instrucciones nuevas muy importantes y varios capítulos nuevos. Toda la parte que concierne más especialmente a los mediums, la identidad de los Espíritus, la obsesión, las cuestiones que pueden ser dirigidas a los Espíritus, las contradicciones, los medios de discernir a los buenos o malos espíritus, la formación de reuniones espiritas, los fraudes en materia de Espiritismo recibió desenvolvimiento muy notable, frutos de la experiencia. En el capitulo disertaciones espiritas adicionamos varias comunicaciones apócrifas acompañadas de observaciones adecuadas para los medios de descubrir el fraude de los Espíritus engañadores que se presentan con falsos nombres.

Debemos acrecentar que los Espíritus revisan la obra enteramente y trajeron numerosas observaciones del más alto interés, de suerte que se puede decir que es obra de ellos, tanto como nuestra.

Recomendamos con insistencia esta nueva edición, como el guía más completo, sea para los médiums, sea para los simples observadores. Podemos afirmar que siguiéndola puntualmente se evitaran los escollos tan numerosos contra los cuales se van a chocar tantos neófitos inexpertos. Después de haber leído y meditado atentamente, los que fueron engañados o mistificados ciertamente no podrán quejarse sino de sí mismos, porque tuvieron todos los medios para esclarecerse.”

TRADUCIDO POR: M. C. R.

Fonte: http://espiritismoxramatisismo.blogspot.com/2011/01/um-apelo-de-kardec.html

domingo, 16 de janeiro de 2011

Um Apelo de Kardec

Por Artur Azevedo

A 15 de janeiro de 1862, Kardec publicou a brochura intitulada “O Espiritismo na sua mais simples Expressão", e fez um apelo:

“Contamos com o zelo de todos os verdadeiros espíritas para ajudar na sua propagação.”

Já em "O Livro dos Médiuns", segundo livro da Codificação Espírita, verificamos a importância dada a questões que hoje têm sido ignoradas e relegadas por boa parte daqueles que se dizem espíritas nos dias de hoje, facilitando a ação nefasta de espíritos pseudossábios e/ou mistificadores, que não só poderão enganar a esses com suas falsas ideias como também a muitas outras pessoas, disseminando e rapidamente promovendo toda uma série de noções contrárias aos elevados propósitos do Espiritismo.

O resultado disso tem sido a desinteligência entre os espíritas e a consequente formação de redutos seitistas, com interpretações próprias e muitas das vezes demasiado exóticas e heterodoxas sobre a mais variada gama de questões que a Codificação, por sua vez, ensina com cristalina clareza, dispensando os adereços advindos das paixões e arroubos de imaginação de caráter puramente terreno e especulativo.

Leiamos alguns comentários a esse respeito proferidos por Allan Kardec constantes da Revista Espírita de janeiro de 1861:

"A primeira edição do Livro dos Médiuns, publicada no começo deste ano, esgotou-se em alguns meses, o que não é um dos traços menos característicos do progresso das ideias espíritas. Nós mesmo constatamos, em nossas excursões, a influência salutar que essa obra exerceu sobre a direção dos estudos espíritas práticos. Assim, as decepções e mistificações são muito menos numerosas do que outrora, porque ela ensinou os meios de descobrir as astúcias dos Espíritos enganadores. Esta segunda edição é muito mais completa que a precedente. Ela encerra numerosas instruções novas muito importantes e vários capítulos novos. Toda a parte que concerne mais especialmente aos médiuns, à identidade dos Espíritos, à obsessão, às questões que podem ser dirigidas aos Espíritos, às contradições, aos meios de discernir os bons e os maus Espíritos, à formação de reuniões espíritas, às fraudes em matéria de Espiritismo recebeu desenvolvimentos muito notáveis, frutos da experiência. No capítulo das dissertações espíritas adicionamos várias comunicações apócrifas acompanhadas de observações adequadas a dar os meios de descobrir a fraude dos Espíritos enganadores que se apresentam com falsos nomes.

Devemos acrescentar que os Espíritos reviram a obra inteiramente e trouxeram numerosas observações do mais alto interesse, de sorte que se pode dizer que é obra deles, tanto quanto nossa.

Recomendamos com instância esta nova edição, como o guia mais completo, quer para os médiuns, quer para os simples observadores. Podemos afirmar que seguindo-a pontualmente evitar-se-ão os escolhos tão numerosos contra os quais se vão chocar tantos neófitos inexperientes. Depois de a ter lido e meditado atentamente, os que forem enganados ou mistificados certamente não poderão queixar-se senão de si mesmos, porque tiveram todos os meios para se esclarecerem."

Fonte: http://espiritismoxramatisismo.blogspot.com/2011/01/um-apelo-de-kardec.html

sábado, 15 de janeiro de 2011

Há, de fato, a necessidade de "atualizar" a Doutrina Espírita?

O Blog dos Espíritas

Recebemos neste sábado (15), contato eletrônico de nossa leitora Simone de Almeida Prado, que se posiciona quanto à uma velha polêmica que afirma a necessidade de "atualização" do Espiritismo através de obras tidas por "complementares" e técnicas espiritualistas que batem de frente com a Codificação Espírita. Eis a mensagem:

"Como dizia J. Herculano Pires, quem acha que o espiritismo deve se atualizar, deve se atualizar primeiro no espiritismo. Num país de pessoas que se recusam a estudar, a inteirar-se acerca de pontos fulcrais de um determinado assunto,o que se espera é nada mais que isso: propostas completamente sem sentido. O espiritismo não precisa ser atualizado. Precisa é ser bem compreendido. Quem se propõe a atualizá-lo não o conhece. Sim, o espiritismo evolui, Kardec estava convicto disso. Todavia, evoluir não é menosprezar conceitos que compõem o corpo da doutrina espírita. Conceitos esses indispensáveis, pedras de toque contidas nas obras básicas de Kardec, sem os quais se fugiria à essência, à substância do espiritismo."

Lembramos aos nossos leitores que Allan Kardec previu a necessidade de atualização do Espiritismo, que caminha de mãos dadas com as descobertas da Ciência. Contudo, isso não significa que práticas estranhas e alheias à Doutrina Espírita devam ser por ela incorporadas. Eis aí o erro de quem defende a "atualização" do Espiritismo. Para que uma nova verdade seja aceita pela Doutrina Espírita, esta deve estar de acordo com o crivo da razão e do CUEE - Controle Universal do Ensino dos Espíritos.

Assim, desta forma, o Espiritismo poderá evoluir mantendo sua pureza doutrinária.

La Biblia - Un Libro de Origen Mediúmnico

19:18 Posted by Anônimo , , No comments
Por Francisco Amado

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Sin duda que los religiosos literales quedaron escandalizados con esta afirmación, más, tendrán que releer la Biblia, pues, esta afirmación esta en ella.

Son hechos registrados en la propia Biblia que denuncia ser este, un libro lleno de fenómenos mediúmnicos.

La verdad es que aquellos que adoran gritar con la Biblia en el puño, que la reencarnación no tiene bases Bíblicas y ni de la sobrevivencia del alma, en verdad no conocen una cosa ni otra.

Ignoran lo que dice la Biblia y no tienen la mínima noción de lo que es el Espiritismo, la prueba es que confunden el espiritismo con todas las ramas espiritualistas.

Todo espirita es espiritualista, más no todo espiritualista es espirita.

¿Qué es lo que encontramos en la Biblia? Tenemos materializaciones de Espíritus, levitación, clarividencia y todos los fenómenos estudiados por la doctrina espirita, y clasificados posteriormente por la ciencia parapsicológica.

Entre tanto, quien declaró que la Biblia es de origen Mediúmnico fue el apóstol Pablo. Actos; 7:53 Vosotros que recibisteis la ley por ministerio de los Anjeles. Confirmado en los Hebreos 1:14 No son todos ellos espíritus administradores enviados para el servicio.

¿Qué es un fenómeno mediúmnico?

La mediúmnidad es el nombre atribuido a una capacidad humana que permite una comunicación entre los hombres y espíritus. Ella se manifestar independiente de las religiones, de una forma más o menos intensa en todos los individuos.

Siendo así, un espíritu que desea comunicarse entra en contacto con la mente del médium y, por ese medio, se comunica oralmente (psicofonía), por la escritura (psicografia), o incluso se hace visible al médium (videncia).

Vamos a los fenómenos mediúmnicos Deuteronomio cap. 4:22 a 31 aquí tenemos ectoplasmas (materialización) “en el monte, en medio del fuego, de las nubes y de la oscuridad.

Este fenómeno fue estudiado por William Crooks cuando fotografía la materialización del Espíritu Katin King por un periodo de 3 años el documentó sus estudios con 44 fotografías.

Hechos 8:26 y 29. Y el Espíritu dijo a Felipe se acerca a este coche y le acompañan. 05:05 Daniel De inmediato salieron los dedos de una mano humana, y escribió en contra.

Hechos 12:7 He aquí, que un ángel del Señor vino, y una luz resplandeció en la cárcel.

Lo que tenemos aquí en estos pasajes: clarividencia, psicofonía y materialización.

Más lo que salta a la vista es que los espíritus eran considerados ángeles, como hoy son considerados santos. Entretanto son apenas espíritus, los mismos espíritus como los que provocaron una ola de fenómenos que acabó por dar origen a la ciencia espirita…

En verdad, ni ángeles, ni demonios; mucho menos santos, apenas espíritus.

La mayoría de las personas no conocen la Biblia a través de una lectura crítica, más si apenas por la interpretación de terceros, y son llevadas a creer en todo tipo de interpretación esdrújula y aceptan sin dudar de su veracidad.

¿Qué es la Doctrina espirita?

El Espiritismo es la ciencia que trata de la naturaleza, origen y destino de los espíritus, como también como de sus relaciones con el mundo corporal.

No es ni pretende ser una religión social, visto que no disputa lugar entre las iglesias y sectas y mucho menos adeptos, viene apenas a auxiliar a las religiones en la obra de espiritualización de los hombres.

Pues, la finalidad de las religiones es arrancar al hombre de la animalidad y llevarlo a la moralidad. En esto que la doctrina espirita viene a contribuir con sus estudios y sus pesquisas sobre la mediúmnidad.

Todavía mucho antes de Allan Kardec escribir el libro de los Mediums, la Biblia ya enseñaba como proceder en una reunión Espirita (I corintios cap. 14 a 15)

La Clarividencia en la Biblia se encuentra en (Ezequiel cap. 22 v. 8), más adelante la levitación (Ezequiel cap.3 v. 14 y 15)

La Materialización y la Escritura directa se encuentran en (Daniel cap.5 v. 4, 5 y6)

La Doctrina Espirita fue la primera en estudiar todos los eventos mediúmnicos que aparecían en la Biblia, los cuales ocurren por toda la historia de la civilización, y que fueron clasificados por sobrenaturales, y otras veces por obra del demonio.

Cavia al espiritismo como doctrina científica y filosófica, revelar que no existen ángeles y ni demonios, y que lo sobrenatural era apenas la ignorancia de ciertas leyes hasta entonces desconocidas.

¿Más, y la prohibición de evocar a los muertos? Esta prohibición por si es la prueba de que los espíritus se podían comunicar, ¿pues como prohibir algo que no existe?

(Deuteronomio cap. 18), lo que la Biblia condena, el espiritismo también lo condena.

El Evangelio según el espiritismo “No solicites milagros ni prodigios al Espiritismo porque el declara formalmente que no los produce”

Todavía vemos aun más adelante, si existía la prohibición de evocar a los muertos que son espíritus como en la 1 epístola de Juan cap4 v. 1, la recomendación es la siguiente: “Amados, no deis crédito a cualquier espíritus: antes, probar si los Espíritus proceden de Dios”.

¿Por qué esta recomendación si existía una prohibición de consultar a los muertos?

En la Génesis, y en El Libro de los Espíritus, Kardec esclarece que la finalidad de la práctica es moralizar a los hombres y a los pueblos; Y quien conoce el Espiritismo sabe que todo interés personal, particular, es rigurosamente condenado. Adivinaciones, augurios, feticheria, encantamientos, consultas interesadas, son prácticas de la magia antigua, que Moisés condenó, como el Espiritismo lo condena hoy.

En verdad, es que aquellos que declaran con la biblia en el puño, que el espiritismo es condenado en la biblia, no conocen una cosa ni la otra, pues existe una diferencia enorme entre la capacidad de reconocer palabras, y la capacidad de leer comprensivamente.

Lo que se percibe con facilidad es la multiplicación de sectas forjadas por videntes y profetas de última hora ungidos por Dios Mamon, en su mayoría laicos, que se presentan como misioneros a los ojos mas volcados para los bienes terrestres que para los tesoros del Cielo.

Son ciegos conduciendo a ciegos para el precipicio de la ignorancia y del fanatismo, en el cual fatalmente cayeron.

Lo que todos deben tener en mente es que cuando no existe cuestionamiento y critica, cuando no hay debate transparente, ciertamente habrá dominación, ignorancia, apatía y graves barreras a la autonomía de la razón humana y el desarrollo espiritual de la humanidad.

A Bíblia: um Livro de Origem Mediúnica - publicado em19/06/2010 por Francisco Amado em http://www.webartigos.com

Traducido por M.C.R.

Mediúmnidad - Relaciones Horizontales Y Verticales

Por Dora Incontri

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La mediúmnidad es una abertura en la percepción de nosotros mismos y del otro. Bien cultivada, asentada sobre el desenvolvimiento de valores morales sólidos, ella nos pone en estado de lucidez permanente. Es posible captar mejor quien somos, por las intuiciones más o menos claras de nuestro pasado espiritual, por las ideas de nuestro yo integral. Se sabe que la conciencia del Espíritu fuera del cuerpo es siempre mayor que la conciencia sumergida en la materia. Más allá de la posibilidad de comunicarnos con otras mentes, la mediúmnidad no es la abertura para si, el acceso al propio yo. Dice J. Herculano Pires: “La mediúmnidad no es apenas una comunicación con los Espíritus. Ella es la comunicación plena, abierta para las relaciones sociales y para las relaciones espirituales. En estos capítulos, figura en destaque, por la importancia que asume en nuestro comportamiento individual y social, la actividad mediúmnica interior, en la que la esencia divina del hombre se comunica con su esencia humana. Es ese el más bello acto mediúmnico, el fenómeno más significativo de la mediúmnidad, aquel que más distintamente nos revela nuestra inmortalidad personal.” (Pires. J. Herculano. Mediúmnidad, Vida y Comunicación, San Pablo: Paideia, 2004, p121.)

Ese tipo de percepción más lúcida de la existencia y de la posibilidad de acceso - incluso en la forma de la intuición - el bagaje de todo nuestro ser, puede ser cultivada, por la elevación de pensamiento, por la oración y por un estado mental de alerta y observación. Vivir mediúmnicamente, así, es estar más cuerdo, menos condicionado a las limitaciones de la materia.

Y ese sentido, de percepción no aumenta apenas en relación a nosotros mismos, más también a los otros, a las relaciones humanas, a las circunstancias de la vida. La mediúmnidad es también la capacidad de captar con mayor precisión o tenor vibratorio que los que nos rodean (encarnados y desencarnados), conocer sus situaciones, con cierto grado de certeza, y ver el estado espiritual del ser, tras las mascaras sociales.

El médium bien afinado puede percibir las fuerzas positivas y negativas de un dado ambiente e identificarlas después de cierto análisis. De ese modo, puede situarse mejor en el laberinto de las situaciones y de las personas y disponer de más elementos para actuar correctamente.

Hasta ahora, nos estamos refiriendo al plano de la intuición y de la percepción extra-sensorial, ósea, a la mediúmnidad usada por el propio dueño, como instrumento de captación de lo real. Más también debemos recordar la mediúmnidad activa, en la que Espíritus desencarnados usan al médium, para comunicarse con los vivos. Entonces, las relaciones humanas se extienden más claramente más allá de las barreras de la carne. El médium es vehículo – nunca pasivo – del dialogo entre los dos mundos.

En esa ocasión, se le presenta una oportunidad estimulante de entrar en una mente ajena. El acto mediúmnico, principalmente el de la psicografia o el de la psicofonía, es siempre una unión telepática, una sintonía momentánea de dos inteligencias. Al recibir, por tanto, a un Espíritu, obsesor o iluminado, un sufridor o un maestro de la Espiritualidad, la mente del médium como se ve apropiada por la mente del desencarnado. Al final de años de mediúmnidad activa, el médium guardará un archivo mental fascinante de personalidades – que conoció más íntimamente. Cada ser es único en el universo y la singularidad humana es una de las facetas más ricas de la Creación. Y el médium tiene el privilegio de vivenciar telepáticamente otras singularidades (que están por encima o por debajo de su grado evolutivo), más todas ellas portadoras de experiencias y únicos sentimientos.

Si él supiera aprovechar bien ese manantial de estudios psicológicos, el aumentará su capacidad de comprender al ser humano y aun mismo su capacidad de amarlo – pues siempre podrá constatar, aun mismo en las conciencias más criminales, la centella divina, el germen del amor universal, el ansia de la perfección, que están latentes en todos los seres.

Condiciones éticas de la mediúmnidad

Kardec dedico un capítulo entero del Libro de los Mediums a la cuestión de la “Influencia moral del médium”, (Cap. XX), estudiando las condiciones éticas, necesarias para la práctica mediúmnica. Es bien verdad que la capacidad mediúmnica es independiente del grado de moralidad del médium. Más no se da lo mismo en cuanto a los resultados y en cuanto al uso de esa capacidad.

Dividamos esa cuestión en tres partes:

1)El compromiso serio del auto-perfeccionamiento del médium y la posesión de ciertos valores morales básicos facilitan la comunicación con los Espíritus Superiores y garantizan su protección constante, no por una cuestión de privilegios, más si por una afinidad vibratoria natural entre los que hacen el Bien y el médium que está procurando el Bien. De hecho, la propia lucidez para discernir a los Espíritus y las situaciones dependen de una sintonía fina, que solo se alcanza mediante la elevación de sentimientos y la serenidad existencial. Quien se rinde al orgullo, es fácilmente mistificado por los Espíritus calculadores y dominadores. Quien se rinde a la sensualidad desenfrenada procura comparsas en el plano espiritual, que le acompañen las preferencias. Estamos, por todas partes, buscando las compañías que deseamos, de acuerdo con nuestras actitudes, palabras y pensamientos. Por eso, la moralización del médium es el mejor camino para que sus acompañantes espirituales - o la nube de testigos, a la que se refería Pablo- sean también moralizados. Es evidente que esa moralización está lejos de significar la adopción de actitudes de fachada, de voz mansa, humildad pretensiosa y santidad forzada. El médium es un ser humano normal y debe actuar con naturalidad y buen sentido. Actitud ética es firmeza de principios y aplicación en la propia mejoría y no pretensión a la santidad.

2) Sin embargo no basta la intención seria. Es preciso cierto equilibrio emocional, para que la mediúmnidad fluya como debe, en su ejercicio existencial. El médium es invadido diariamente por avalanchas de emociones inesperadas, venidas de todas partes. Puede captar la depresión de alguien, la irritación de otros, la obsesión de terceros… más allá del ataque de sus propios enemigos espirituales, ligados a su pasado o adversarios gratuitos de su tarea. Si el mismo no estuviera centrado en sí, si no poseyera un reducto íntimo de serenidad y usar a cada instante las armas de la oración y de la vigilancia, acabará siendo llevado al ruedo. Por eso, al mismo tiempo que la mediúmnidad propicia el auto-conocimiento, es preciso que el médium esté constantemente analizándose a sí mismo, para lo que es suyo y lo que viene de fuera y saber

3) El encajamiento del médium en un proceso de auto-educación significa también que él usará sus potencialidades psíquicas de forma responsable y benéfica. El Libro de los Mediums habla de “desear el bien y repeler el orgullo y el egoísmo.” (Cap. XX, ítem 226, n. 11). Ahora, el uso responsable de la mediúmnidad presupone el abandono de todo interés personal y eso engloba dinero, poder, fama o aun mismo retribución psíquica y afectiva. Es importante frisar ese aspecto, porque la tentación diaria a la que el médium se ve sometido es muy grande. Dado el atavismo milenario de la humanidad de procurar gurús y aferrarse a los chamanes, oráculos y lectores de la suerte, existe la tendencia de proyectarse esas ansias de dependencia para los mediums contemporáneos – y algunos se complacen en eso. por el hecho de poseer un conocimiento más preciso de dadas situaciones o personas o mismo del pasado y del futuro, ese conocimiento muchas veces es usado como medio para mantener a los otros en dependencia psíquica o en estado de idolatría. El médium y su cliente entran en un juego de vampirismo mutuo, en el que el primero se alimenta de la adoración servir y el segundo se vicia en las orientaciones y consejos para su vida particular. Por tanto, una relación de poder, en el que el orgullo y el egoísmo entran como actores principales. Para evitar ese tipo de des virtud en las relaciones sociales mediúmnicos, proponemos algunos cuidados para reflexión de los médiums y de los espiritas en general:

No todo lo que se percibe debe ser dicho. Es preciso considerar las circunstancias, las personas y las situaciones. El médium puede ayudar con consejos, oraciones y acciones concretas, más no debe interferir en la libertad ajena.

Es preciso evitar los lazos de dependencia. Si es observado algún trazo de fanatismo o idolatría entre aquellos conviven con el médium, alertarlos y llamar la atención por el hecho de que nadie es infalible. Si fuera preciso, usar de la franqueza contundente para apartar la adulación, en vez de incentivarla con el acogimiento del lodo. Mejor la humildad ruda que la vanidad sonriente.

Usar la mediúmnidad siempre en sentido educacional. A través de ella, podemos consolar, aliviar, curar, orientar moralmente, más jamás debemos satisfacer curiosidades, interferir en la vida ajena, trazar directrices impositivas o dejar a las personas perplejas, asustadas o confusas con informaciones que aun ellas no pueden digerir.

El médium no debe hacer de la mediúmnidad su única actividad en la vida (aun mismo obedeciendo a la Ética espirita de la mediúmnidad gratuita), mas si debe dedicarse a varias actividades y desenvolver diversas potencialidades para apartarse del fanatismo y ser una persona integral.

Si el médium construyera un liderazgo personal en un dado ambiente, que ese liderazgo no sea basado en la mediúmnidad. Dice El Libro de los Mediums que “un médium es un instrumento que, como individuo, importa muy poco” (Cap. XX, ítem 226, n.5. Obsérvese que Kardec, en la mayoría de las veces, ni revelaba el nombre de los médiums que actuaban en la Sociedad Parisiense de Estudios Espiritas. Al contrario, en Brasil, liderazgos con construidos con fundamento en la mediúmnidad. El valor del líder debe estar en el propio líder no en el hecho de él servir de intermediario entre dos mundos. Un líder puede ser médium, más no debería ser líder por ser médium.

Es preciso siempre y en todo conservar la autonomía de juzgamiento. Los Espíritus pueden trazarnos ideas, orientaciones; los médiums pueden vislumbrar algo por medio de una percepción extra física, más el juzgamiento y la acción caben al hombre encarnado, que está en la Tierra justamente para desenvolverse, usando su libertad de pensar y de actuar y al final construir a si mismo.

Traducido por M. C. R.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mediunidade – relações horizontais e verticais

Por Dora Incontri

A mediunidade é uma abertura na percepção que temos de nós mesmos e do outro. Bem cultivada, assentada sobre o desenvolvimento de valores morais sólidos, ela nos põe em estado de lucidez permanente. É possível captar melhor quem somos, pelas intuições mais ou menos claras de nosso passado espiritual, pelos insights do nosso eu integral. Sabe-se que a consciência do Espírito fora do corpo é sempre maior que a consciência mergulhada na matéria. Além da possibilidade de comunicarmo-nos com outras mentes, a mediunidade é a abertura para si, o acesso ao próprio eu. Diz J. Herculano Pires: “A mediunidade não é apenas uma comunicação com os Espíritos. Ela é comunicação plena, aberta para as relações sociais e para as relações espirituais. No capítulo destas, figura em destaque, pela importância que assume em nosso comportamento individual e social, a atividade mediúnica interior, em que a essência divina do homem se comunica com sua essência humana. É esse o mais belo ato mediúnico, o fenômeno mais significativo da mediunidade, aquele que mais distintamente nos revela a nossa imortalidade pessoal.” (Pires, J. Herculano. Mediunidade, Vida e Comunicação, São Paulo: Paidéia, 2004, p 121.)

Esse tipo de percepção mais lúcida da existência e da possibilidade de acessarmos — mesmo que na forma de intuição — a bagagem do nosso eu integral, pode ser cultivada, pela elevação de pensamento, pela oração e por um estado mental de alerta e observação. Viver mediunicamente, assim, é estar mais acordado, menos condicionado pelas limitações da matéria.

E nesse sentido, a percepção não aumenta apenas em relação a nós mesmos, mas ao outro, às relações humanas, às circunstâncias da vida. A mediunidade é também a capacidade de captar com maior precisão o tônus vibratório dos que nos cercam (encarnados e desencarnados), conhecer suas intenções, com certo grau de certeza, e enxergar a face espiritual do ser, por trás das máscaras sociais.

O médium bem afinado pode perceber as forças positivas e negativas de um dado ambiente e identificá-las depois de certa análise. Desse modo, pode se situar melhor no labirinto das situações e das pessoas e dispor de mais elementos para atuar corretamente.

Até agora, estamos nos referindo ao plano da intuição e da percepção extra-sensorial, ou seja, à mediunidade usada pelo próprio dono, como instrumento de captação do real. Mas também devemos lembrar a mediunidade ativa, em que Espíritos desencarnados usam do médium, para comunicar-se com os vivos. Então, as relações humanas se estendem mais claramente além das barreiras da carne. O médium é veículo — nunca passivo — do diálogo entre dois mundos.

Nessa ocasião, apresenta-se-lhe uma oportunidade estimulante de entrar numa mente alheia. O ato mediúnico, principalmente o da psicografia ou da psicofonia, é sempre uma união telepática, uma sintonia momentânea de duas inteligências. Ao receber, portanto, um Espírito, obsessor ou iluminado, um sofredor ou um mestre da Espiritualidade, a mente do médium como que se vê apropriada pela mente do desencarnado. Ao final de anos de mediunidade ativa, o médium guardará um arquivo mental fascinante de personalidades — que conheceu mais intimamente. Cada ser é único no universo e a singularidade humana é uma das facetas mais ricas da Criação. E o médium tem o privilégio de vivenciar telepaticamente outras singularidades (que estão acima ou abaixo de seu grau evolutivo), mas todas elas portadoras de experiências e sentimentos únicos.

Se ele bem souber aproveitar esse manancial de estudos psicológicos, ele aumentará sua capacidade de compreender o ser humano e mesmo sua capacidade de amá-lo — pois sempre poderá constatar, mesmo nas consciências mais criminosas, a centelha divina, o germe do amor universal, a ânsia de perfeição, que estão latentes em todos os seres.

Condições éticas da mediunidade

Kardec dedicou um capítulo inteiro do Livro dos Médiuns à questão da “influência moral do médium”, (Cap. XX), estudando as condições éticas, necessárias para a prática mediúnica. É bem verdade que a capacidade mediúnica independe do grau de moralidade do médium. Mas não se dá o mesmo quanto aos resultados e quanto ao uso dessa capacidade.

Dividamos essa questão em três partes:

1) O compromisso sério de auto-aperfeiçoamento do médium e a posse de certos valores morais básicos facilitam a comunicação dos Espíritos superiores e garantem a sua proteção constante, não por uma questão de privilégio, mas por uma afinidade vibratória natural entre os que estão no Bem e o médium que está procurando o Bem. De fato, a própria lucidez para discernir os Espíritos e as situações depende de uma sintonia fina, que só se alcança mediante a elevação de sentimentos e a serenidade existencial. Quem se rende ao orgulho, é facilmente mistificado por Espíritos bajuladores e dominadores. Quem se rende à sensualidade desenfreada procura comparsas no plano espiritual, que lhe acompanhem as preferências. Estamos, por toda parte, buscando as companhias que desejamos, de acordo com nossas atitudes, palavras e pensamentos. Por isso, a moralização do médium é o melhor caminho para que seus acompanhantes espirituais — ou a nuvem de testemunhas, a que se referia Paulo — sejam também moralizados. É evidente que essa moralização está longe de significar a adoção de atitudes de fachada, de voz mansa, humildade pretensiosa e santidade forçada. O médium é um ser humano normal e deve agir com naturalidade e bom senso. Atitude ética é firmeza de princípios e aplicação na própria melhoria e não pretensão à santidade.

2) Não basta a intenção séria, porém. É preciso certo equilíbrio emocional, para que a mediunidade flua como deve, no seu exercício existencial. O médium é invadido diariamente por avalanches de emoções desencontradas, vindas de todas as partes. Pode captar a depressão de alguém, a irritação de outros, a obsessão de terceiros… além do ataque de seus próprios inimigos espirituais, ligados ao seu passado ou adversários gratuitos de sua tarefa. Se ele mesmo não estiver centrado em si, se não possuir um reduto íntimo de serenidade e usar a cada instante as armas da oração e da vigilância, acabará sendo levado de roldão. Por isso, ao mesmo tempo em que a mediunidade propicia o autoconhecimento, é preciso que o médium esteja constantemente analisando a si próprio, para distingüir o que é seu do que vem de fora e saber edificar uma fortaleza interior.

3) O engajamento do médium num processo de auto-educação significa também que ele usará as suas potencialidades psíquicas de forma responsável e benéfica. O Livro dos Médiuns fala em “desejar o bem e repelir o egoísmo e o orgulho”. (Cap. XX, ítem 226, n. 11). Ora, o uso responsável da mediunidade pressupõe o abandono de todo interesse pessoal e isso engloba dinheiro, poder, fama ou mesmo retribuição psíquica e afetiva. É importante frisar esse aspecto, porque a tentação diária a que o médium se vê submetido é muito grande. Dado o atavismo milenar da humanidade de procurar gurus e agarrar-se a pajés, oráculos e ledores de sorte, existe a tendência de se projetar esses anseios de dependência para os médiuns contemporâneos — e alguns se comprazem nisso. Pelo fato de possuírem um conhecimento mais preciso de dadas situações ou pessoas ou mesmo do passado e do futuro, esse conhecimento muitas vezes é usado como meio de manter os outros em dependência psíquica ou em estado de idolatria. O médium e seu cliente entram num jogo de vampirismo mútuo, em que o primeiro se alimenta da adoração servil e o segundo se vicia nas orientações e conselhos para sua vida particular. Portanto, uma relação de poder, em que o orgulho e o egoísmo entram como atores principais. Para se evitar esse tipo de desvirtuamento das relações sociais mediúnicas, propomos alguns cuidados para reflexão dos médiuns e dos espíritas em geral:

  • Nem tudo que se percebe deve ser dito. É preciso considerar as circunstâncias, as pessoas e as situações. O médium pode ajudar com dicas, orações e ações concretas, mas não deve interferir na liberdade alheia.
  • É preciso evitar os laços de dependência. Se observado algum traço de fanatismo ou idolatria entre aqueles que convivem com o médium, alertá-los e chamar atenção para o fato de que ninguém é infalível. Se preciso for, usar de franqueza contundente para afastar a bajulação, ao invés de incentivá-la com acolhimento piegas. Melhor a humildade rude que a vaidade sorridente.
  • Usar a mediunidade sempre em sentido educacional. Através dela, podemos consolar, aliviar, curar, orientar moralmente, mas jamais devemos satisfazer curiosidades, interferir na vida alheia, traçar diretrizes impositivas ou deixar pessoas perplexas, assustadas ou confusas com informações que elas não podem ainda digerir.
  • O médium não deve fazer da mediunidade sua única atividade na vida (mesmo obedecendo à Ética espírita da gratuidade mediúnica), mas deve dedicar-se a várias atividades e desenvolver diversas potencialidades, para afastar-se do fanatismo e ser uma pessoa integral.
  • Se o médium vier a construir uma liderança pessoal num dado ambiente, que essa liderança não seja baseada na mediunidade. Diz O Livro dos Médiuns que “um médium é um instrumento que, como indivíduo, importa muito pouco” (Cap. XX, ítem 226, n. 5). Observe-se que Kardec, na maioria das vezes, nem revelava o nome dos médiuns que atuavam na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Ao contrário, no Brasil, lideranças são construídas com fundamento na mediunidade. O valor do líder deve estar no próprio líder e não no fato de ele servir de intermediário entre dois mundos. Um líder pode ser médium, mas não deveria ser líder por ser médium.
  • É preciso sempre e em tudo conservar a autonomia de julgamento. Os Espíritos podem nos trazer idéias, orientações; os médiuns podem vislumbrar algo por meio de uma percepção extrafísica, mas o julgamento e a ação cabem ao homem encarnado, que está na Terra justamente para desenvolver-se, usando sua liberdade de pensar e de agir e afinal de construir a si mesmo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Dificuldade de Aceitar o Novo

Por Jaci Régis

A ciência conseguiu, neste século 20, proezas antes não sonhadas. Em qualquer aspecto da vida e do conhecimento, as proposições, investigações e pesquisas científicas revisaram os conceitos consagrados nos séculos passados.

Apesar desse avanço científico, queimando etapas e ganhando terreno em tempo cada vez menor, a repercussão social parece longe de abalar os velhos conceitos espiritualistas.

Para a grande maioria das pessoas, as descobertas científicas só têm sentido imediato quando produzem remédios e desenvolvem tecnologias para curar doenças, resolver problemas físicos e mentais.

Por isso, permanece o espiritualismo difuso de nossos dias. Principalmente no âmbito das religiões e crenças, sejam do mundo ocidental como do oriental.

A fé da massa não é abalada por essas descobertas, a não ser a longo prazo, pois a pressão dos fatos modela a cultura, levada a aceitá-los e mudar.

E ainda que a crença em Deus seja obscura e baseada em temor, para a maioria deixar de crer num deus, seja o Alá do Islã ou Jeová dos cristãos e judeus, precipita a pessoa num vazio e num vácuo de insegurança.

No cenário confuso da atualidade, coexistem, paralelamente, com os avanços jamais sonhados da ciência, ledores de mãos, jogadores de búzios, adivinhadores, salvadores carismáticos. As igrejas continuam com seus rituais, pessoas participam de sessões de macumba, vudu, umbanda, quimbanda e outras formas sinergéticas e animastes de crenças, ao lado de aparelhos de ressonância magnética, viagens interplanetárias, teorias sobre o início do Universo e na era da cibernética, da comunicação por satélites, enfim, como diria o humorista, um verdadeiro ”samba do crioulo doido”.

É Preciso Atualizar a Doutrina

Diante dessa realidade insofismável, como o Espiritismo se posiciona? Sua mensagem, sua postura, sua forma de atuar está compatível com as novas perspectivas não apenas científicas, mas humanas do mundo atual ?

Falamos de uma quantidade de exigências morais, de valores que foram deixados de lado, principalmente após a 2ª Guerra Mundial. Seriam esses valores apenas repressores? Todas as doutrina religiosas teriam falhado ?

É preciso atualizar o Espiritismo?

Essa pergunta, óbvia para quem segue o pensamento de Allan Kardec, é rechaçada pelo sistema doutrinário. Por que essa proposta de Kardec permanece no limbo das proibições? Será que o projeto de um Espiritismo dinâmico capaz de evitar o imobilismo, sujeito ao progresso era um sonho irrealizável, uma proposta sem sentido?

Ao dizer que foi Jesus Cristo quem elaborou a Doutrina, com o pseudônimo de Espírito da Verdade, reduzindo o papel de Kardec a um escrevente inteligente, imobilizou-se o pensamento doutrinário, porque, então, como afirmou o Conselho Federativo Nacional, ninguém pode atualizar o que veio do “alto”.

Engessou-se o Espiritismo ficando semelhante aos evangélicos que se fixaram nas letras sagradas da Bíblia e do Novo Testamento e dali não arredam o pé. O que está escrito não pode ser mudado, porque os livros bíblicos foram inspirados por Deus e quem pode desdizer Deus? E a Igreja Católica, que, apesar de encíclicas e perdões históricos, mantém sua doutrina com persistência, para justificar o seu alegado legado de representante de Deus na Terra.

A recusa em aceitar que a Doutrina Espírita é capaz de modificar certos conceitos sem perder sua base, mostra como foi descaracterizada, desviada do sentido que lhe deu seu fundador.

A partir do momento que o Espiritismo foi institucionalizado, começou sua descaracterização, transformado numa seita ligada ao modelo judaico cristão do pecado e do castigo.

A descaracterização básica do Espiritismo iniciou-se bem no começo, pela introdução do roustainguismo. Este está muito mais enraizado do que se supõe, pois até os mais ferrenhos anti-roustanguista, mesmo que não o admitam, foram influenciados pelo apelo cristolatra, base do pensamento de Roustaing, referendado pelo Espírito Emmanuel, um adorador de Jesus Cristo.

Calcado nessa cristolatria, que Allan Kardec jamais admitiu, os egressos do catolicismo encontraram um movimento espírita, de modo geral, tão parecido, em termos, com as características das igrejas, que não precisaram de muito esforço para adaptar-se.

Isso pode ser constatada na prática. Presidentes de Mocidades e Centros Espíritas casam-se no ritual católico, fazem missa de sétimo dia, alguns chegam a batizar seus filhos na Igreja. Não se trata de sectarismo, mas de definição. E centenas de freqüentadores assíduos, participantes e médiuns, na hora “h “correm para os braços da Madre Igreja, de onde, estruturalmente, nunca saíram.

O Espiritismo para eles é uma grande capa que os agasalha, mas jamais o aceitaram como uma mudança revolucionária na visão de homem e de mundo.

A idéia de atualizar irrita e amedronta os que estão mergulhados nessa visão cristã do Espiritismo.

Artigo de Julho de 2000

domingo, 9 de janeiro de 2011

ANESPB Press lança primeira edição de "Pensador" em 2011

Por Fabiano Vidal

A gazeta eletrônica da ANESPB Press - Agência de Notícias Espíritas da Paraíba, editada e publicada gratuitamente em PDF pelo jornalista Carlos Barros, traz, em sua primeira edição de 2011, boas e diversificadas matérias sobre a Doutrina Espírita e o Movimento Espírita.

Alguns destaques:

  • Até que ponto podemos questionar a existência de Deus e sua criação?
  • Bebidas alcóolicas em centros espíritas: os fins justificam os meios?
  • CEPA quer excluir de seus programas doutrinários três livros básicos da Codificação.
Clique aqui para baixar a edição de janeiro.

A Bíblia: um Livro de Origem Mediúnica.

Por Francisco Amado

Sem dúvida que os religiosos literais ficarão escandalizados com esta afirmação, mas, terão que reler a Bíblia, pois, esta afirmação está lá.

São fatos registrados na própria Bíblia que denuncia ser este, um livro cheio de fenômenos mediúnicos.

A verdade é que aqueles que adoram gritar de Bíblia em punho, que a reencarnação não tem bases Bíblicas e nem a sobrevivência da alma, na verdade não conhecem uma coisa nem outra.

Ignoram o que seja a Bíblia e não fazem a mínima noção do que seja Doutrina Espírita, prova é que confunde espiritismo com todos os ramos espiritualistas.

Todo espírita é espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita.

O que encontramos na Bíblia? Temos materialização de espíritos, levitação, clarividência e todos os fenômenos estudados pela doutrina espírita, e classificados posteriormente pela ciência parapsicológica.

Entretanto, quem declarou que a Bíblia é de origem Mediúnica foi o apóstolo Paulo. Atos;7:53 Vós que recebestes a lei por ministério de anjos. Confirmado em Hebreus 1:14 Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço.


O que é um fenômeno mediúnico?

A mediunidade é o nome atribuído a uma capacidade humana que permite uma comunicação entre homens e espíritos. Ela se manifestaria independente de religiões, de forma mais ou menos intensa em todos os indivíduos.

Assim, um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium e, por esse meio, se comunica oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se faz visível ao médium (vidência).

Vamos aos fenômenos mediúnicos. Deuteronômio cap. 4 :22 a 31 aqui temos ectoplasma (Materialização) “no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade”. Este fenômeno foi estudado por William Crooks quando fotografou a materialização do espírito de Katin King, por um período de 3 anos ele documentou seu estudo com 44 fotografias.

Atos 8:26 e 29. Então disseram o espírito a Felipe aproxima-se deste carro e acompanha-o. Daniel 5:5 No mesmo instante apareceu uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte.

Atos 12:7 Eis, porém que sobreveio um anjo do senhor, e uma luz iluminou a prisão.

O que temos aqui nestas passagens: vidência, psicofonia e materialização.

Mas o que salta ao olhos é que os espíritos eram considerados anjos, como hoje são considerados santos. Entretanto são apenas espíritos, os mesmos espíritos como os que provocaram uma onda de fenômenos que acabou por dar origem à ciência espírita.

Na verdade, nem anjos, nem demônios; muito menos santos, apenas espíritos.

As maiorias das pessoas não conhecem a Bíblia através de uma leitura crítica, mas apenas pela interpretação de terceiros, e são levadas a acreditar em todo tipo de interpretação esdrúxula e aceitam sem cogitar de sua veracidade.

O que é a Doutrina Espírita?

O Espiritismo é a ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.
Não é nem pretende ser uma religião social, visto que não disputa lugar entre as igrejas e seitas e muito menos adeptos, vem apenas auxiliar as religiões na obra de espiritualização dos homens.

Pois, a finalidade das religiões é arrancar o homem da animalidade e leva-lo à moralidade.Nisto que a doutrina espírita vem contribuir com seus estudos e suas pesquisas sobre a mediunidade.

Todavia muito antes de Kardec escrever O Livro dos Médiuns, a Bíblia já ensinava como proceder em uma reunião Espírita. ( I corintios cap.14 a 15).

Clarividência na Bíblia encontra-se em (Ezequiel cap.22 v.8), mais adiante levitação (Ezequiel cap.3 v. 14 e 15).

Materialização e Escrita direta se encontram em (Daniel cap.5 v.4,5 e 6).

A Doutrina Espírita foi a primeira a estudar todos os eventos mediúnicos que aparecem por toda a Bíblia, os quais ocorrem por toda a história da civilização, e que foram classificados ora por sobrenaturais, ora por obra do demônio.

Cabia ao espiritismo como doutrina cientifica e filosófica, revelar que não existem anjos e nem demônios, e que o sobrenatural era apenas a ignorância de certas leis até então desconhecidas.

Mas, e a proibição de evocar os mortos? Esta proibição por si já é a prova que os espíritos poderiam se comunicar, pois como proibir algo que não existe?

( Deuteronômio cap.18 ), o que a Bíblia condena, também o Espiritismo condena.

O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo porque ele declara formalmente que não os produz”.

Todavia vamos indo mais adiante, se existia a proibição de evocar os mortos que são espíritos como na 1 epistola de João cap4 v1, a recomendação é a seguinte; “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus”.
Porque esta recomendação se existia uma proibição de consultar os mortos?

Em A Gênese, e em O Livro dos Espíritos, Kardec esclarece que a finalidade da prática espírita é moralizar os homens e os povos; E quem conhece o Espiritismo sabe que todo o interesse pessoal, particular, é rigorosamente condenado. Adivinhações, agouros, feitiçaria, encantamentos, consultas interesseiras, são praticas de magia antiga, que Moisés condenou, como o Espiritismo condena hoje.

Na verdade, é que aqueles que declaram de Bíblia em punho, que o Espiritismo é condenado na bíblia, não conhecem uma coisa nem outra, pois existe uma diferença enorme entre a capacidade de reconhecer palavras, e a capacidade de ler compreensivamente.

O que se percebe com facilidade é a multiplicação de seitas forjadas por videntes e profetas de ultima hora ungidos pelo Deus mamon, na sua maioria leigos, que se apresentam como missionários de olhos mais voltados para os bens terrenos do que para os tesouros do Céu.

São míopes conduzindo cegos para o precipício da ignorância e do fanatismo, no qual fatalmente cairão.

O que todos devem ter em mente é que quando não existe questionamento e crítica, quando não há debate transparente, certamente haverá dominação, ignorância, apatia e graves entraves à autonomia da razão humana e ao desenvolvimento espiritual da humanidade.

A Bíblia: um Livro de Origem Mediúnica - publicado em19/06/2010 por Francisco Amado em http://www.webartigos.com

O Livro dos Espíritos e a História

Por Amílcar Del Chiaro Filho

Poucas vezes avaliamos a luta heróica para se divulgar e implantar uma idéia. Por exemplo: quando lemos O Livro dos Espíritos não fazemos idéia da extraordinária jornada do pensamento humano para chegar até este ponto.

Esta jornada teve início com a chegada do homem na Terra, desde as épocas mais recuadas, passando pelas várias idades da humanidade, como a idade da pedra polida, pré-história, a invenção da escrita, pelas outras fases como a litolatria, a fitolatria, a zoologia, o politeísmo, o Código de Hamurabi, o Monoteísmo de Moisés com o seu código de Talião - olho por olho - dente por dente, trazendo os princípios da justiça, e a defesa do mais fraco contra a força do mais forte, com o Torá.

Surge, então, a era dos profetas hebreus, com suas linguagens austeras, implantando a justiça pelo medo do castigo. A história foi pisada pelas patas dos cavalos dos bárbaros, como Tarmelão, Gengis Khan, e brilhou no ferro das espadas de grandes conquistadores, como Alexandre, Amílcar Barca, Anibal, Júlio César.

Espalhou-se pelo mundo com as legiões romanas, e consagrou altares nos sacrifícios de vários cultos, de Baal a Jeová, de Zeus a Júpiter. Passou por corações mansos e pacíficos como Buda, Confucio, culminando numa manjedoura com Jesus de Nazaré, que, ao caminhar pelas estradas do mundo, deixou desprender-se de suas sandálias poeira de estrelas, que nunca mais puderam ser apagadas.

Veio depois a diáspora e os judeus se espalharam pelo mundo, levando em seus corações as esperanças de uma pátria. Maomé surge no Levante e ergue o estandarte do islamismo.

Depois aconteceu a terrível nódoa das cruzadas, e mais à frente a negra noite da idade média, com o Tribunal da Santa Inquisição, quando, em nome de Jesus de Nazaré, que deu sua própria vida para iluminar o mundo, torturou-se e matou-se em defesa da fé e da salvação das almas.

Coisa maravilhosa foi a invenção da imprensa e a reforma protestante, marcos indeléveis desta caminhada, pois, sem elas, não haveria o Espiritismo.

Nesta caminhada fabulosa veio a revolução francesa, os Iluministas e grandes inteligências. Infelizmente houve, também, a mancha da escravidão negra e o colonialismo explorador das nações fortes sobre as fracas, até que o plano espiritual determina que os espíritos invadam a Terra, e surge a primeira ponta de lança desta invasão a aldeia de Hidesvylle, com as meninas Fox e o espírito Charles Rosma.

É chegado o momento! Em abril de 1857 é lançada em Paris a primeira edição deste livro que agora compulsamos e consultamos em nossa língua, com todas as facilidades e toda a liberdade. Mas para chegar a esse direito de ser livre, quanto sangue foi derramado, quantos morreram, quantas fogueiras da intolerância foram acesas e alimentadas com a carne humana, e com os ideais daqueles que caminham à frente da humanidade.

Por tanto, meu amigo e minha amiga; reverencie este livro! Ame-o profundamente, pois ele não é somente um livro impresso, é toda uma história apaixonante e de extrema coragem. Se você penetrá-lo com o seu olhar, além das suas páginas, verá todo esse caminhar da humanidade. Depois dele ainda aconteceram muitas guerras, e duas conflagrações mundiais, mas com certeza, você que o leu e meditou nos seus ensinamentos, já não é mais o mesmo.

Agora você sabe de onde veio, o que faz na Terra e para onde vai quando deixá-la. Hoje você sabe que a morte não existe, pois esse livro matou a morte, e agora você sabe que é imortal, e porque, mas sobretudo para quê.

Apure a sua audição parapsiquica, encoste seus ouvidos espirituais na capa deste livro e ouvirá os gemidos da história, o sibilar das flechas, o tropel dos cavalos, o bater das ondas no casco dos navios de Colombo, o troar dos canhões, as terríveis explosões atômicas sobre Iroshima e Nagazaki, o lamento dos negros nos porões dos navios negreiros, os discursos de Sócrates e Platão, o cântico dos anjos: Glória a Deus Nas Alturas e Paz na Terra, e Boa Vontade para com os homens. Mas sobretudo o Sermão da Montanha, as bem aventuranças...

Você ainda pode ser o mesmo? NÃO! Nunca mais!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Sonhos Premonitórios

F. Altamir de Lima*

Discute-se, frequentemente, sobre a possibilidade de se conhecer o futuro. Dizem alguns que o futuro a Deus pertence. Entretanto, existem situações através das quais algumas pessoas entram numa determinada faixa vibratória, por revelação feita díretamente por Espíritos, sonhos ou claravidência sonambúlicas (o espírito fica parcialmente liberto do corpo físico), e elas têm acesso a informações sobre o futuro.

Não é tão raro quanto se imagina. Embora a maioria desses fenômenos não seja divulgada, quando acontece entre pessoas ilustres despertam mais interesse e divulgação.

Como exemplo, lembramos dois casos bastante conhecidos: o de Martin Luther King e o de Abraham Lincoln.

a) Martin Luther King

Revela o jornal parisiense France-Dimanche em seu número 1.130, que dois dias antes de ser assassinado, o líder negro tivera um sonho em que se via estendido em um caixão mortuário e cercado de milhares de pessoas. Impressionado como sonho chamou seu amigo Andy Young e telefonou para a sua esposa informando sobre o acontecido.

Na véspera da tragédia, ele se encontrava discursando para os membros das associações sanitárias em Memphis, quando surpreendeu a todos falando: "muitas vezes penso na minha morte e no meu enterro. Se um dia alguém de vós falar sobre a minha campa, diga que Martin Luther King deu a vida pelos seus irmãos, para vestir os pobres e aliimentar os esfomeados". Parecia sem sentido o que falara. Porém, a previsão tornou-se realidade; algum tempo depois, ele foi assassinado.

b) Abraham Lincoln

Alguns dias antes de ser assassinado, Lincoln teve um sonho que o deixou impressionado. Numa oportunidade onde se encontrava com algumas pessoas, Inclusive a sua esposa, ele contou:

"Há-uns dez dias recolhi-me muito tarde. Pouco tempo depois de estar deitado, caí em sonolência, pois estava fatigado e, em breve, comecei a sonhar. Parecia haver, à minha volta, um silêncio de morte. Subitamente ouvi soluços convulsivos, como se muitas pessoas estivessem chorando. Julguei ter deixado a cama e que vagueava pelo andar inferior. Aí o silêncio foi quebrado por dolorosos soluços, embora a pessoa que assim se lamentava estivesse invisível. Andei de sala em sala. Não havia à vista qualquer pessoa viva, mas, onde quer que passassse, esperavam-me os mesmos lamentos de dor, todos os móveis me eram familiares. Onde estávam, contudo, aquelas pessoas que assim se lamentavam como sê seus corações estivessem dilacerados? Sentia-me em verdade, confuso e alarmado. Que significaria tudo aquilo? Decidido a descobrir a causa do mistério, continuei deambulando até a sala oriente.

Ali me esperava uma surpresa macabra.

Diante de mim erguia-se um cadafalso, no qual repousava um cadáver envolto em vestes fúnebres. Em volta perfilavam-se soldados, fazendo guarda, e uma enorme multidão. Outros contemplavam lamentosamente o corpo cuja face estava coberta. Outros soluçavam piedosamente.

- Quem morreu na Casa Branca? - perguntei a um dos soldados. - O Presidente - foi a resposta.

- Ele foi assassinado.

"Da multidão veio, então, uma explosão ruidosa de dor que me despertou do sonho. Não dormi mais naquela noite e, se bem que se trate de um sonho; desde então encontro-me estranhamente indisposto".

Não demorou mais do que alguns dias, em 14 de abril de 1865, no Teatro Ford, de Washington, Abraham Lincoln, era alvejado por um tiro de pistoola, vindo a falecer no dia seguinte.

Sejam quais forem as definições dadas para os sonhos, se não se considera a participação do Espírito, tornam-se estas sem consistência.

Para uma explicação mais lógica, que elucide este mistério dos sonhos (inalcançável pela Ciência materialista), trazemos a lume definição de Allan Kardec: "Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência Indefinida que se alonga até os mais afastados lugares, até mesmo a outros mundos" (O Livro dos Espíritos, p. 216).

Neste estado de liberação, provisória (pelo sono), também o Espírito poderá ter acesso aos arquivos do inconsciente, onde se encontram registrados episódios importantes de sua vida, tanto com relação ao passado, como ao planejamento com relação ao futuro. Como parte integrante deste, a data e o gênero de morte.

Referências:

ALVES NETO, Aurelíano. O Espiritismo explica. Editora Edicel.

*Jornal Espírita