Por Francisco Amado
Primeiro, vamos desmistificar uma coisa: não existe "movimento" ortodoxo. Existem pessoas com pensamento ortodoxo. Eu, por exemplo, não combino com ninguém algum "script" de debates em defesa dos mesmos pontos de vista. Simplesmente as pessoas aparecem, se identificam com a linha de pensamento e com toda naturalidade do mundo, sem psicografias, sem TCI, sem instruções de "mentores" espirituais, começam a falar a mesma linguagem.
Se eu não estiver sendo muito pouco modesto, tudo isso começou na internet comigo mesmo e com o nosso grande amigo Cesar Prado há cerca de uns 10 ou 12 anos, ainda no canal de IRC de Espiritismo. Veja o atrevimento: falar há mais de uma década que deveríamos adotar o CUEE!
Com o tempo o discurso ganhou novos concordantes. Não direi "adeptos", pois não há como eu disse um grupo formado com direcionamento orientado. E desta mesma forma espontânea, concluímos algumas coisas, que salvo discordância de alguns
destes colegas, explanarei para você de forma sucinta.
Não há repulsa por este ou aquele autor em específico, mas por conteúdo de obras que afrontem diretamente a codificação espírita e que NÃO TENHAM sido apreciados em função do CUEE, da ciência acadêmica ou por qualquer método de aferição de verdade que possa existir.
Não aceitamos contradição com a codificação sem um valor de veracidade, de com probabilidade superior ao valor que a própria codificação possui.
Só esta minha afirmação acima já contradiz as afirmações tipicamente imbecis de uma meia dúzia de místicos metidos a intelectuais que infernizam a internet - mas, que felizmente não atingem o grande público (até porque eles nada fazem em prol do que acreditam ou contra o que desacreditam). Segundo estes, nós só aceitamos Kardec... Sim, principalmente quando ele estabelece a NECESSIDADE de aferição das informações. Aferiu? Comprovou? Então está tudo bem, oras... O problema é que ninguém aferiu nem comprovou algumas práticas que contradizem frontalmente os princípios da codificação.
Dou exemplo: a Transcomunicação Instrumental... Há anos atrás tive um embate com um sujeito defensor da TCI no IRC e disse que eu não aceitaria a TCI enquanto ela negasse a necessidade de um médium de efeitos físicos, conforme nos orienta o LM. Simplesmente não teria cabimento imaginar quem espíritos pudessem livremente interferir em equipamentos eletrônicos - isso colocaria até a segurança mundial em perigo!... Agora, recentemente, ando lendo por aí que a TCI séria (aquela que não defende Ashtar Sheran) já admite que os médiuns sejam necessários para se produzir o fenômeno. Então AGORA eu posso admitir a TCI como pesquisa séria.
Então, os autores cujos conteúdos são concordantes com a codificação "passam". Os que pretendem "estender" a compreensão da codificação e que ousam digressões alternativas, mas não discordantes, permanecem em estado latente e a estes nos referimos como possuidores de conteúdo de "OPINIÃO PESSOAL". Já os autores que se chocam contra a codificação e que não comprovaram nada, estes têm nossa repulsa.
Feito este preâmbulo, vamos ao seu questionamento: o que seria uma casa espírita ideal segundo podemos deduzir dos ortodoxos?
Em primeiro lugar, não poderíamos falar de uma "casa espírita ideal". Não adianta um grupo em discurso defender uma metodologia solidária de aferição - o CUEE - e ao mesmo tempo atomizar o referencial em UMA casa espírita. Temos que falar em um MOVIMENTO ESPÍRITA IDEAL. Uma casa espírita sozinha jamais faria pesquisa ou aplicação do CUEE - OU OUTRO MÉTODO MODERNO DE AFERIÇÃO.
Num ME ideal as casas espíritas exaustivamente esgotam o conteúdo da codificação. Há naqueles livros materiais para uma vida inteira de estudos e análise e não consigo compreender como é que alguém entra hoje numa casa espírita e em seis meses sai lendo Ramatis, defendendo apometria, atacando o CUEE sem sequer ter esgotado a compreensão real do que na codificação está escrito...
Didaticamente, em um ME ideal os autores subsidiários, bem como as questões da modernidade, da evolução social e tecnológica, seriam também estudados em confronto com a codificação. As novidades da ciência seriam colocadas também em confronto com a codificação e onde a ciência já provou que nossos livros estão errados, a ciência será o conceito admitido pelos espíritas. Um grande exemplo é A Gênese e seu capítulo sobre corpos celestes, já derrogados pela astronomia moderna.
Pedagogicamente em um ME ideal, de forma não prioritária, os autores céticos e mesmo místicos discordantes da codificação "poderiam" ser objeto de análise comparativa. Afinal, não adiante ficarmos repetindo que os conceitos ramatistas QUANDO CONFUNDIDOS com Espiritismo estão equivocados se nós sequer não expomos as obras e os problemas para os estudantes de Espiritismo. O real Espiritismo não deve ter medo de examinar seus antagonistas, questionadores e mistificadores.
As práticas operacionais em um ME ideal deveriam seguir uma metodologia que prezasse a coerência doutrinária. “Os rituais já dogmatizados no ME atual como “palestras públicas”, passes em fins de palestras, água fluidificado e culto” do evangelho do lar seriam rigorosamente revistas e com algumas certezas desestimuladas. Em vez de atitudes mecanizadas, o questionamento livre. Por que palestra, se eu posso fazer um grupo de estudos? Porque água fluidificada se eu acredito no mérito moral do paciente? Por que "culto do evangelho no lar" se meu pensamento deve estar voltado o tempo todo para minha elevação moral e não por 15 minutos em minha casa?... Coisas assim...
E finalmente, em um ME ideal prevalece o caráter científico e filosófico da doutrina espírita. As conseqüências morais são do foro íntimo de cada um, mas o DEVER deste novo ME é FORMAR consciências sem MOLDAR pensamentos. Para o bom julgamento das atitudes íntimas, o individuo deve conhecer plenamente a realidade que o cerca. Este conhecimento só pode vir da obtenção de informações e estas informações só podem vir da pesquisa científica espírita, seja ela via aplicação do CUEE em uma grande rede de Casas Espíritas espalhadas pelo mundo inteiro (ou ainda que seja pelo Brasil), ou pela aplicação de outra metodologia de aferição moderna ou preferencialmente até pelas conclusões da própria ciência acadêmica.
Na prática, a ortodoxia espírita represente o que de mais MODERNO há no pensamento filosófico doutrinário, por mais paradoxal que possa parecer. Exatamente pela nossa busca pela pureza doutrinária, somos nós os mais interessados na ciência e na tecnologia como meios de buscar a verdade absoluta do que o Espiritismo ainda pode nos revelar.
Quem acusa a ortodoxia de "trava para o progresso" do Espiritismo padece de cinismo crônico e invariavelmente situa-se na faixa do pensamento místico. E o que é o "avanço" que o misticismo defende? Um avanço "para trás", na busca de soluções mágicas, na atenção à solenidade mórbida de supostas entidades avançada que ainda praticam rituais do Antigo Egito.
Os ortodoxos querem a ciência. Não sabemos o que os opositores querem... Talvez que as coisas fiquem como estão.
E como estão as coisas?
Da seguinte forma: as gloriosas verdades espíritas, que vieram ao mundo para apontar novos caminhos para TODOS os homens de TODOS os povos têm 1,37% de seguidores entre a população do maior país espírita do planeta.
Honestamente, eu não sei a quem agrada a manutenção deste estado de coisas.
No meu ponto de vista, é pura falta de caridade deixar o Movimento Espírita da forma como está.
Publicado originalmente no portal Webartigos.
Primeiro, vamos desmistificar uma coisa: não existe "movimento" ortodoxo. Existem pessoas com pensamento ortodoxo. Eu, por exemplo, não combino com ninguém algum "script" de debates em defesa dos mesmos pontos de vista. Simplesmente as pessoas aparecem, se identificam com a linha de pensamento e com toda naturalidade do mundo, sem psicografias, sem TCI, sem instruções de "mentores" espirituais, começam a falar a mesma linguagem.
Se eu não estiver sendo muito pouco modesto, tudo isso começou na internet comigo mesmo e com o nosso grande amigo Cesar Prado há cerca de uns 10 ou 12 anos, ainda no canal de IRC de Espiritismo. Veja o atrevimento: falar há mais de uma década que deveríamos adotar o CUEE!
Com o tempo o discurso ganhou novos concordantes. Não direi "adeptos", pois não há como eu disse um grupo formado com direcionamento orientado. E desta mesma forma espontânea, concluímos algumas coisas, que salvo discordância de alguns
destes colegas, explanarei para você de forma sucinta.
Não há repulsa por este ou aquele autor em específico, mas por conteúdo de obras que afrontem diretamente a codificação espírita e que NÃO TENHAM sido apreciados em função do CUEE, da ciência acadêmica ou por qualquer método de aferição de verdade que possa existir.
Não aceitamos contradição com a codificação sem um valor de veracidade, de com probabilidade superior ao valor que a própria codificação possui.
Só esta minha afirmação acima já contradiz as afirmações tipicamente imbecis de uma meia dúzia de místicos metidos a intelectuais que infernizam a internet - mas, que felizmente não atingem o grande público (até porque eles nada fazem em prol do que acreditam ou contra o que desacreditam). Segundo estes, nós só aceitamos Kardec... Sim, principalmente quando ele estabelece a NECESSIDADE de aferição das informações. Aferiu? Comprovou? Então está tudo bem, oras... O problema é que ninguém aferiu nem comprovou algumas práticas que contradizem frontalmente os princípios da codificação.
Dou exemplo: a Transcomunicação Instrumental... Há anos atrás tive um embate com um sujeito defensor da TCI no IRC e disse que eu não aceitaria a TCI enquanto ela negasse a necessidade de um médium de efeitos físicos, conforme nos orienta o LM. Simplesmente não teria cabimento imaginar quem espíritos pudessem livremente interferir em equipamentos eletrônicos - isso colocaria até a segurança mundial em perigo!... Agora, recentemente, ando lendo por aí que a TCI séria (aquela que não defende Ashtar Sheran) já admite que os médiuns sejam necessários para se produzir o fenômeno. Então AGORA eu posso admitir a TCI como pesquisa séria.
Então, os autores cujos conteúdos são concordantes com a codificação "passam". Os que pretendem "estender" a compreensão da codificação e que ousam digressões alternativas, mas não discordantes, permanecem em estado latente e a estes nos referimos como possuidores de conteúdo de "OPINIÃO PESSOAL". Já os autores que se chocam contra a codificação e que não comprovaram nada, estes têm nossa repulsa.
Feito este preâmbulo, vamos ao seu questionamento: o que seria uma casa espírita ideal segundo podemos deduzir dos ortodoxos?
Em primeiro lugar, não poderíamos falar de uma "casa espírita ideal". Não adianta um grupo em discurso defender uma metodologia solidária de aferição - o CUEE - e ao mesmo tempo atomizar o referencial em UMA casa espírita. Temos que falar em um MOVIMENTO ESPÍRITA IDEAL. Uma casa espírita sozinha jamais faria pesquisa ou aplicação do CUEE - OU OUTRO MÉTODO MODERNO DE AFERIÇÃO.
Num ME ideal as casas espíritas exaustivamente esgotam o conteúdo da codificação. Há naqueles livros materiais para uma vida inteira de estudos e análise e não consigo compreender como é que alguém entra hoje numa casa espírita e em seis meses sai lendo Ramatis, defendendo apometria, atacando o CUEE sem sequer ter esgotado a compreensão real do que na codificação está escrito...
Didaticamente, em um ME ideal os autores subsidiários, bem como as questões da modernidade, da evolução social e tecnológica, seriam também estudados em confronto com a codificação. As novidades da ciência seriam colocadas também em confronto com a codificação e onde a ciência já provou que nossos livros estão errados, a ciência será o conceito admitido pelos espíritas. Um grande exemplo é A Gênese e seu capítulo sobre corpos celestes, já derrogados pela astronomia moderna.
Pedagogicamente em um ME ideal, de forma não prioritária, os autores céticos e mesmo místicos discordantes da codificação "poderiam" ser objeto de análise comparativa. Afinal, não adiante ficarmos repetindo que os conceitos ramatistas QUANDO CONFUNDIDOS com Espiritismo estão equivocados se nós sequer não expomos as obras e os problemas para os estudantes de Espiritismo. O real Espiritismo não deve ter medo de examinar seus antagonistas, questionadores e mistificadores.
As práticas operacionais em um ME ideal deveriam seguir uma metodologia que prezasse a coerência doutrinária. “Os rituais já dogmatizados no ME atual como “palestras públicas”, passes em fins de palestras, água fluidificado e culto” do evangelho do lar seriam rigorosamente revistas e com algumas certezas desestimuladas. Em vez de atitudes mecanizadas, o questionamento livre. Por que palestra, se eu posso fazer um grupo de estudos? Porque água fluidificada se eu acredito no mérito moral do paciente? Por que "culto do evangelho no lar" se meu pensamento deve estar voltado o tempo todo para minha elevação moral e não por 15 minutos em minha casa?... Coisas assim...
E finalmente, em um ME ideal prevalece o caráter científico e filosófico da doutrina espírita. As conseqüências morais são do foro íntimo de cada um, mas o DEVER deste novo ME é FORMAR consciências sem MOLDAR pensamentos. Para o bom julgamento das atitudes íntimas, o individuo deve conhecer plenamente a realidade que o cerca. Este conhecimento só pode vir da obtenção de informações e estas informações só podem vir da pesquisa científica espírita, seja ela via aplicação do CUEE em uma grande rede de Casas Espíritas espalhadas pelo mundo inteiro (ou ainda que seja pelo Brasil), ou pela aplicação de outra metodologia de aferição moderna ou preferencialmente até pelas conclusões da própria ciência acadêmica.
Na prática, a ortodoxia espírita represente o que de mais MODERNO há no pensamento filosófico doutrinário, por mais paradoxal que possa parecer. Exatamente pela nossa busca pela pureza doutrinária, somos nós os mais interessados na ciência e na tecnologia como meios de buscar a verdade absoluta do que o Espiritismo ainda pode nos revelar.
Quem acusa a ortodoxia de "trava para o progresso" do Espiritismo padece de cinismo crônico e invariavelmente situa-se na faixa do pensamento místico. E o que é o "avanço" que o misticismo defende? Um avanço "para trás", na busca de soluções mágicas, na atenção à solenidade mórbida de supostas entidades avançada que ainda praticam rituais do Antigo Egito.
Os ortodoxos querem a ciência. Não sabemos o que os opositores querem... Talvez que as coisas fiquem como estão.
E como estão as coisas?
Da seguinte forma: as gloriosas verdades espíritas, que vieram ao mundo para apontar novos caminhos para TODOS os homens de TODOS os povos têm 1,37% de seguidores entre a população do maior país espírita do planeta.
Honestamente, eu não sei a quem agrada a manutenção deste estado de coisas.
No meu ponto de vista, é pura falta de caridade deixar o Movimento Espírita da forma como está.
Publicado originalmente no portal Webartigos.
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