Por Fabiano Vidal
Através do sucesso de “Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito” nas telas do cinema se descobriu um grande filão de sucesso: o de filmes espiritualistas. “Chico Xavier – O Filme”, de Daniel Filho, também não ficou para trás: em seu primeiro fim de semana de exibição, foi assistido por aproximadamente 590 mil pessoas em todo o Brasil. E vem aí “Nosso Lar”...
Muitos acreditam que 2010 é o “Ano do Espiritismo no Brasil” (devido não só aos filmes para o cinema, mas também pela novela Escrito nas Estrelas da Rede Globo, que já anunciou para o segundo semestre uma série “espírita” com o ator Selton Mello) e que a Doutrina Espírita terá muito a ganhar com essa exposição e recente interesse da mídia e da sétima arte.
Ledo engano. Nem Bezerra de Menezes, Chico Xavier e o vindouro “Nosso Lar” divulgarão o Espiritismo no Brasil por um simples motivo: não tratam de Espiritismo. Como todos sabem, Bezerra de Menezes e Chico Xavier são responsáveis pelo desvirtuamento da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec. O “Espiritismo” de ambos é uma religião, aonde nomes como Emmanuel e André Luiz são santificados (assim como eles próprios), e o crivo da razão pregado por Kardec através do CUEE – Controle Universal do Ensino dos Espíritos (ver a introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo) é relegado em troca de uma fé cega, aonde crer é o suficiente, em detrimento da face científica e filosófica do Espiritismo.
“Nosso Lar”, a obra mais famosa e vendida de Chico Xavier, que estreará em setembro nos cinemas, ditada pelo espírito André Luiz, é repleta de barbaridades que afrontam escandalosamente a Codificação. Imaginem que André Luiz começa seu relato informando que estava no Umbral. E o que vem a ser esse Umbral? Segundo André Luiz “O Umbral funciona como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.” Purgatório? Mas essa não é uma concepção católica? Sobre essa questão, Kardec nos ensina, em O Livro dos Espíritos:
1013. O que se deve entender por purgatório?
— Dores físicas e morais: é o tempo da expiação. É quase sempre na Terra que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos faz expiar as vossas faltas. (grifo nosso)
Comentário de Kardec: Aquilo que o homem chama purgatório é também uma figura pela qual se deve entender, não algum lugar determinado, mas o estado dos Espíritos imperfeitos que estão em expiação até a purificação completa que deve elevá-los ao plano dos Espíritos felizes. Operando-se essa purificação nas diversas encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corpórea.
Achou pouco? André Luiz relata ainda que, após deixar o Umbral, foi para a colônia espiritual “Nosso Lar”, outra balela. Vejam o que nos diz Kardec a respeito:
1011. Um lugar circunscrito no Universo está destinado às penas e aos gozos dos Espíritos, de acordo com os seus méritos?
— Já respondemos a essa pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição do Espírito. Cada um traz em si mesmo o principio de sua própria felicidade ou infelicidade. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado se destina a uns ou a outros. Quanto aos Espíritos encarnados, são mais ou menos felizes ou infelizes segundo o grau de evolução do mundo que habitam. (Grifo nosso)
André Luiz continua seu relato falando de coisas fantásticas como bônus-hora (salários recebidos pelos trabalhos realizados na colônia e que pode ser utilizado para comprar uma casa no valor de 30.000 bônus-hora. Será que há, em Nosso Lar, uma cópia perfeita da Caixa Econômica Federal, com parcelas em suaves prestações durante a eternidade?) e o aeróbus, um meio de transporte espiritual semelhante a um ônibus. Será que nossos irmãos desencarnados podem integrar e pegar um segundo aeróbus pagando apenas uma passagem? Sem dúvida, um relato muito engraçado, uma vez que Kardec afirma que os Espíritos podem ir para qualquer lugar que desejarem, “na velocidade do pensamento”.
Não irei me alongar nos relatos anti-doutrinários de André Luiz, pois considero que os exemplos já citados são o suficiente para, no mínimo, provocar uma reflexão em quem lê suas obras.
Mas fica o alerta: fora da Codificação Kardeciana, não existe Espiritismo. Só se pode definir algo como “espírita”, se a mesma for fiel às obras de Kardec, ditadas pelos Espíritos Superiores. Obras como “Nosso Lar”, “Violetas na Janela”, e novelas como “Escrito nas Estrelas” (baseada em André Luiz), “A Viagem” e tantas outras são espiritualistas.
Kardec ensina a diferença entre a Doutrina Espírita e o Espiritualismo. Clique aqui para ler.
Em suma: estudar Allan Kardec e suas obras continua sendo de fundamental importância para quem se diz espírita, uma vez que sua base filosófica contida em O Livro dos Espíritos, que completa 153 anos, continua mais sólida e atual do que nunca.
Através do sucesso de “Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito” nas telas do cinema se descobriu um grande filão de sucesso: o de filmes espiritualistas. “Chico Xavier – O Filme”, de Daniel Filho, também não ficou para trás: em seu primeiro fim de semana de exibição, foi assistido por aproximadamente 590 mil pessoas em todo o Brasil. E vem aí “Nosso Lar”...
Muitos acreditam que 2010 é o “Ano do Espiritismo no Brasil” (devido não só aos filmes para o cinema, mas também pela novela Escrito nas Estrelas da Rede Globo, que já anunciou para o segundo semestre uma série “espírita” com o ator Selton Mello) e que a Doutrina Espírita terá muito a ganhar com essa exposição e recente interesse da mídia e da sétima arte.
Ledo engano. Nem Bezerra de Menezes, Chico Xavier e o vindouro “Nosso Lar” divulgarão o Espiritismo no Brasil por um simples motivo: não tratam de Espiritismo. Como todos sabem, Bezerra de Menezes e Chico Xavier são responsáveis pelo desvirtuamento da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec. O “Espiritismo” de ambos é uma religião, aonde nomes como Emmanuel e André Luiz são santificados (assim como eles próprios), e o crivo da razão pregado por Kardec através do CUEE – Controle Universal do Ensino dos Espíritos (ver a introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo) é relegado em troca de uma fé cega, aonde crer é o suficiente, em detrimento da face científica e filosófica do Espiritismo.
“Nosso Lar”, a obra mais famosa e vendida de Chico Xavier, que estreará em setembro nos cinemas, ditada pelo espírito André Luiz, é repleta de barbaridades que afrontam escandalosamente a Codificação. Imaginem que André Luiz começa seu relato informando que estava no Umbral. E o que vem a ser esse Umbral? Segundo André Luiz “O Umbral funciona como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.” Purgatório? Mas essa não é uma concepção católica? Sobre essa questão, Kardec nos ensina, em O Livro dos Espíritos:
1013. O que se deve entender por purgatório?
— Dores físicas e morais: é o tempo da expiação. É quase sempre na Terra que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos faz expiar as vossas faltas. (grifo nosso)
Comentário de Kardec: Aquilo que o homem chama purgatório é também uma figura pela qual se deve entender, não algum lugar determinado, mas o estado dos Espíritos imperfeitos que estão em expiação até a purificação completa que deve elevá-los ao plano dos Espíritos felizes. Operando-se essa purificação nas diversas encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corpórea.
Achou pouco? André Luiz relata ainda que, após deixar o Umbral, foi para a colônia espiritual “Nosso Lar”, outra balela. Vejam o que nos diz Kardec a respeito:
1011. Um lugar circunscrito no Universo está destinado às penas e aos gozos dos Espíritos, de acordo com os seus méritos?
— Já respondemos a essa pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição do Espírito. Cada um traz em si mesmo o principio de sua própria felicidade ou infelicidade. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado se destina a uns ou a outros. Quanto aos Espíritos encarnados, são mais ou menos felizes ou infelizes segundo o grau de evolução do mundo que habitam. (Grifo nosso)
André Luiz continua seu relato falando de coisas fantásticas como bônus-hora (salários recebidos pelos trabalhos realizados na colônia e que pode ser utilizado para comprar uma casa no valor de 30.000 bônus-hora. Será que há, em Nosso Lar, uma cópia perfeita da Caixa Econômica Federal, com parcelas em suaves prestações durante a eternidade?) e o aeróbus, um meio de transporte espiritual semelhante a um ônibus. Será que nossos irmãos desencarnados podem integrar e pegar um segundo aeróbus pagando apenas uma passagem? Sem dúvida, um relato muito engraçado, uma vez que Kardec afirma que os Espíritos podem ir para qualquer lugar que desejarem, “na velocidade do pensamento”.
Não irei me alongar nos relatos anti-doutrinários de André Luiz, pois considero que os exemplos já citados são o suficiente para, no mínimo, provocar uma reflexão em quem lê suas obras.
Mas fica o alerta: fora da Codificação Kardeciana, não existe Espiritismo. Só se pode definir algo como “espírita”, se a mesma for fiel às obras de Kardec, ditadas pelos Espíritos Superiores. Obras como “Nosso Lar”, “Violetas na Janela”, e novelas como “Escrito nas Estrelas” (baseada em André Luiz), “A Viagem” e tantas outras são espiritualistas.
Kardec ensina a diferença entre a Doutrina Espírita e o Espiritualismo. Clique aqui para ler.
Em suma: estudar Allan Kardec e suas obras continua sendo de fundamental importância para quem se diz espírita, uma vez que sua base filosófica contida em O Livro dos Espíritos, que completa 153 anos, continua mais sólida e atual do que nunca.
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