Por Maria Ribeiro
Muito se fala em Allan Kardec como codificador do Espiritismo, porém é muito pouco levada em consideração a história precedente desta personalidade, e são quase nulas as reflexões a respeito de sua individualidade como Espírito reencarnado. Existe um sem número de pessoas que ignoram fatos importantes de sua vida, acreditando que se tratava de um intelectual francês que um dia dá início a uma conversação com uma mesa, que depois ele descobre estar sob o comando de “espíritos”, o que culmina no aparecimento de uma série de livros e muita discussão.
Allan Kardec foi um sacerdote druida que viveu no século I a.C, na região das Gálias, atual França, mesmo período em que viveu Júlio César. Da sabedoria celta, herdou conceitos como reencarnação e inexistência de penas eternas. Os druidas ocupavam várias funções, além a de guardiões da sua cultura, como também a de médicos, professores e conselheiros, no que compartilhavam com as druidesas. Por causa da perseguição do Imperador, suas práticas que se davam ao ar livre, passaram a se realizar de forma oculta. Aceitaram as idéias cristãs, porém, com o surgimento do catolicismo e perseguições acirradas de ambos os lados, acabaram desaparecendo*.
Hippolyte Leon-Denizard Rivail nasceu na França dezenove séculos depois; estudou dos 10 aos 18 anos na Suíça sob os cuidados de outro grande mestre, o Sr John Heinrich Pestalozzi. Dada sua inteligência singular, por várias vezes substituiu o mestre Pestalozzi na instituição de ensino. Contrariou a tradição familiar de magistratura, optando pelas ciências e filosofia. Oferecia cursos gratuitos em sua própria casa de diversas disciplinas. Publicou inúmeras obras, todas voltadas para a educação, sendo seu foco, democratizar a educação. E somente após os cinqüenta anos de idade, é que terá notícias de certas mesas girantes, o que, de início, não o impressiona, visto conhecer profundamente o magnetismo e lhe atribuir esses efeitos. Os relatos entusiasmados de um amigo, mais lhe aumentam as dúvidas do que de convencimento. (“Minha primeira iniciação no Espiritismo” – Obras póstumas).
Algum tempo depois abordado outra vez, desta, por um antigo amigo, na verdade um reencontro com o Sr. Fortier, em casa de amigos comuns, Rivail testemunha os fenômenos pela primeira vez. O Sr. Fortier era um magnetizador que vinha desenvolvendo experiências com a Sra Roger, uma sonâmbula. Rivail ouviu de pessoas muito lúcidas a respeito dos fenômenos que se davam, imprimindo-se na sua inteligência aguçada e precavida, dose de intenso interesse.
Era maio de 1855, e, a partir de então, aquelas reuniões jamais seriam as mesmas. Cerca de um ano depois, recebe a revelação de que tinha uma missão: ser ”o obreiro que reconstruirá o que foi demolido”.
Há dois mil anos, nas palavras de João, Jesus nos traz a promessa do Consolador, disse que este estaria eternamente conosco, nos ensinando todas as coisas... Então nem de longe se pode supor ser Rivail este consolador, mas com a mesma certeza se pode afirmar ser ele o mais capacitado, o mais apto dentre todos para ser o receptor do Paracleto. O que desperta ciúmes em algumas pessoas até hoje...
Jesus intencionou que cada um construísse dentro de si mesmo um “reino” a partir do conceito de Amor que Ele próprio ensinou, da forma mais pura possível. Trouxe para os homens uma forma aprimorada de enxergar o mundo, ao demonstrar que existia uma outra opção. Demonstrou que através da simplicidade, que é uma expressão do Amor, o homem consegue penetrar seu mundo interior e melhorá-lo, obtendo recursos para disseminar à sua volta idêntica parcela de entendimento, o que culmina num bem estar social generalizado.
Só que a ambição de alguns homens transgrediu por longo tempo a lei do progresso, fazendo a humanidade permanecer na ignorância, da qual se servia para manipular, ultrajar e coagir.
Muito se fala em Allan Kardec como codificador do Espiritismo, porém é muito pouco levada em consideração a história precedente desta personalidade, e são quase nulas as reflexões a respeito de sua individualidade como Espírito reencarnado. Existe um sem número de pessoas que ignoram fatos importantes de sua vida, acreditando que se tratava de um intelectual francês que um dia dá início a uma conversação com uma mesa, que depois ele descobre estar sob o comando de “espíritos”, o que culmina no aparecimento de uma série de livros e muita discussão.
Allan Kardec foi um sacerdote druida que viveu no século I a.C, na região das Gálias, atual França, mesmo período em que viveu Júlio César. Da sabedoria celta, herdou conceitos como reencarnação e inexistência de penas eternas. Os druidas ocupavam várias funções, além a de guardiões da sua cultura, como também a de médicos, professores e conselheiros, no que compartilhavam com as druidesas. Por causa da perseguição do Imperador, suas práticas que se davam ao ar livre, passaram a se realizar de forma oculta. Aceitaram as idéias cristãs, porém, com o surgimento do catolicismo e perseguições acirradas de ambos os lados, acabaram desaparecendo*.
Hippolyte Leon-Denizard Rivail nasceu na França dezenove séculos depois; estudou dos 10 aos 18 anos na Suíça sob os cuidados de outro grande mestre, o Sr John Heinrich Pestalozzi. Dada sua inteligência singular, por várias vezes substituiu o mestre Pestalozzi na instituição de ensino. Contrariou a tradição familiar de magistratura, optando pelas ciências e filosofia. Oferecia cursos gratuitos em sua própria casa de diversas disciplinas. Publicou inúmeras obras, todas voltadas para a educação, sendo seu foco, democratizar a educação. E somente após os cinqüenta anos de idade, é que terá notícias de certas mesas girantes, o que, de início, não o impressiona, visto conhecer profundamente o magnetismo e lhe atribuir esses efeitos. Os relatos entusiasmados de um amigo, mais lhe aumentam as dúvidas do que de convencimento. (“Minha primeira iniciação no Espiritismo” – Obras póstumas).
Algum tempo depois abordado outra vez, desta, por um antigo amigo, na verdade um reencontro com o Sr. Fortier, em casa de amigos comuns, Rivail testemunha os fenômenos pela primeira vez. O Sr. Fortier era um magnetizador que vinha desenvolvendo experiências com a Sra Roger, uma sonâmbula. Rivail ouviu de pessoas muito lúcidas a respeito dos fenômenos que se davam, imprimindo-se na sua inteligência aguçada e precavida, dose de intenso interesse.
Era maio de 1855, e, a partir de então, aquelas reuniões jamais seriam as mesmas. Cerca de um ano depois, recebe a revelação de que tinha uma missão: ser ”o obreiro que reconstruirá o que foi demolido”.
Há dois mil anos, nas palavras de João, Jesus nos traz a promessa do Consolador, disse que este estaria eternamente conosco, nos ensinando todas as coisas... Então nem de longe se pode supor ser Rivail este consolador, mas com a mesma certeza se pode afirmar ser ele o mais capacitado, o mais apto dentre todos para ser o receptor do Paracleto. O que desperta ciúmes em algumas pessoas até hoje...
Jesus intencionou que cada um construísse dentro de si mesmo um “reino” a partir do conceito de Amor que Ele próprio ensinou, da forma mais pura possível. Trouxe para os homens uma forma aprimorada de enxergar o mundo, ao demonstrar que existia uma outra opção. Demonstrou que através da simplicidade, que é uma expressão do Amor, o homem consegue penetrar seu mundo interior e melhorá-lo, obtendo recursos para disseminar à sua volta idêntica parcela de entendimento, o que culmina num bem estar social generalizado.
Só que a ambição de alguns homens transgrediu por longo tempo a lei do progresso, fazendo a humanidade permanecer na ignorância, da qual se servia para manipular, ultrajar e coagir.
Solidária e atenta, a Espiritualidade Superior esteve presente, enviando de tempos em tempos, mensageiros sob nomes que muitas vezes permaneceram no anonimato, e outros que se destacaram por razões que desconhecemos, sendo registrados pela História como figuras idealistas que dedicaram suas vidas em prol de uma causa que julgavam justa. Anônimos ou ilustres, tinham em comum o ideal da Verdade e por ele viveram e morreram.
De acordo com estudos contidos na obra Meu novo nome, do escritor Sérgio Aleixo, Rivail esteve encarnado na Terra em momentos muito decisivos para o desencadear do progresso necessário do planeta. Deu testemunhos dolorosos da verdade que o coroariam para sempre, na personalidade de Jan Huss. Anteriormente, esteve sob nomes como João Batista, Allan Kardec, como já referido, Elias e Josué. Este último foi discípulo de Moisés, que representa a primeira revelação. João Batista, o precursor, presente na segunda revelação. Elias foi um grande profeta, que estava sempre em intercâmbio com Iahweh, permanecendo admirado e se tornando referência ainda muitos séculos após.
Após aquela noite de maio, foram certamente muitas e muitas outras, quiçá madrugadas adentro, em investigações e análises, das informações chegadas do plano espiritual, até compilar a primeira edição de O Livro dos Espíritos, vindo a público em abril de 1857. Sob a recomendação de um guia espiritual, adota o pseudônimo de Allan Kardec, sua antiga identidade, com o propósito de não se confundirem seus trabalhos didáticos com a Doutrina Espírita. Seguidamente, outras obras compuseram o nosso velho “conhecido” Pentateuco Espírita: O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O céu e o inferno e A Gênese. Obras complementares de muita importância também são O que é o Espiritismo, Viagens Espíritas, os 12 volumes de A revista Espírita e Obras póstumas.
Dos Espíritos que comporiam “as vozes do céu”, uns reencarnaram, porque seria um contra-senso afirmar que os Espíritos poderiam realizar um evento desta natureza sozinhos, e prescindir da participação humana. Neste número, encarnaram-se, então, cientistas, filósofos, intelectuais e também, inclusive médiuns; cada um cooperando de acordo com a evolução de que dispunha.
O fato de Rivail estar encarnado à época do advento do Espiritismo, para muitos, infelizmente, tira-lhe ao menos metade do mérito, pois para estes, a grandeza está nas manifestações, e em revelações inéditas que vez ou outra teimam em penetrar nas nossas bibliotecas. Têm verdadeira paixão por Espíritos, dando-lhes toda a credibilidade, esquecidos das recomendações de todos os missionários quanto ao perigo que o excesso de confiança pode representar. Pois para estes, diz-se muito convictamente: Sem Rivail não existiria Doutrina Espírita, não com a coerência que lhe é intrínseca. Aliás seria menoscabar demais o Espiritismo conjeturar-se que o Consolador enviado pelo Cristo, estando Este à frente de sua elaboração e execução, tivesse como responsável encarnado alguém de superioridade remota à de si próprio. De idêntica forma, é nula a possibilidade de Espíritos outros estarem de posse de Verdades comparáveis às contidas no Pentateuco Kardequiano. Seria esperado que ao menos a comunidade Espírita demonstrasse-lhe o mínimo de gratidão.
O século XIX trouxe novamente à Terra este Ser de grandeza moral-espiritual superior. Houve uma previsão de retorno para o século XX, que parece não ter sido levado a efeito, por razões ignoradas. Porém, de forma ou de outra, trata-se de um Ser revelando suas conquistas individuais ao mundo, realizadas ao longo de muitos séculos, a custo de muita abnegação, muito embora a idéia de uma santificação súbita através de “uma graça divina” ainda persista entre nós.
Rivail é apontado como o missionário responsável por esta reconstrução do Cristianismo que fora desnaturado e a razão leva a concluir ser a Doutrina Espírita a mensagem viva do Cristo. Compilar algo de tão grande porte requer Espíritos fortes, austeros, racionais. Não se trata apenas de organizar informações, mas, sobretudo saber avaliá-las, julgando-as sem o entusiasmo passional que poderia obscurecer o real objetivo. Muitas foram descartadas por se encontrarem destoantes da proposta colimada. Recebendo o título de “mestre” pelos próprios Espíritos codificadores, e de “companheiro de antanho”, pelo Espírito de Verdade, não se pode sonhar um Rivail falível, desprovido do Conhecimento Maior que caracteriza um Espírito realmente Superior.
*(Portal do Espírito - espírito.org.br)
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