Por Amilcar Del Chiaro Filho
Allan Kardec faz uma interessante exposição sobre as aristocracias que governaram o nosso mundo, desde as épocas mais recuadas da humanidade. Lembremos que aristocracia significa “governo ou poder dos melhores”. Kardec analisa o poder dos anciãos, dos guerreiros, dos nobres, do dinheiro, da inteligência, aspirando desaguar numa aristocracia intelecto moral, ou seja, o poder da inteligência unida a uma sólida moral.
Não temos dúvidas que esta será a melhor forma de governo, até que um dia todos saibam e cumpram os seus deveres, conheçam os seus direitos, e não será preciso ter quem obrigue o cumprimento das leis. Contudo, até que cheguemos a esse ponto, precisamos de líderes políticos, religiosos e do pensamento.
Logicamente o Movimento Espírita ainda não pode dispensar lideranças. Entretanto, qual seria o perfil ideal para a liderança espírita? Um médium que realize aquilo que for ditado pelos espíritos? É uma idéia interessante, porém, onde ficará a responsabilidade dos encarnados? Deveria ser, então um intelectual, com profundo conhecimento doutrinário? Também não, porque apenas o conhecimento intelectual não basta. Então pensemos num místico capaz de arrastar multidões com os seus discursos ou sermões? A resposta é, também, negativa.
No nosso entender um líder espírita legítimo precisa ter algumas virtudes, que somadas, lhe darão um grau elevado de conhecimento e vivência. Logicamente, para vencer ele ou ela precisará ser disciplinado e paciente. Ter uma vasta cultura doutrinária, amar a ciência e ser amante da sabedoria, isso é, ter qualidades de um filósofo.
Que esteja voltado para as conquistas da ciência moderna, mas não despreze as conquistas dos cientistas pioneiros. Que o seu espírito prático e perquiridor não o impeçam de ser um poeta, e conversar com as crianças, as flores e as estrelas. Que seja capaz de suportar reuniões cansativas de intelectuais, mas saber gastar um pouco do seu tempo com os simples.
Precisamos de homens e mulheres que penetrem com o seu pensamento os mundos disseminados no espaço, e possam discorrer sobre as supercivilizações dos mundos felizes e divinos, mas que visitem as favelas, os cortiços, as mansardas, os hospitais, as prisões, levando o amor que cobre a multidão dos erros humanos.
Precisamos de lideranças que amem suas famílias, e também a grande família humana. Que estejam apaixonados pela vida, que namorem as estrelas, e que vivam no mundo, sem prender-se ao mundo.
Não basta ao líder pregar as virtudes do Evangelho e falar do amor de Jesus de Nazaré, mas exemplificar a cada passo, o Evangelho que traz no coração. Missionários que, como o Cristo, permaneçam de braços abertos para aconchegar em seu seio os sofredores, os pedintes da luz, mas que os seus braços não sejam prisões, e permaneçam abertos para aqueles que desejarem ir embora.
Aspiramos líderes que conheçam o caminho e caminhem por ele, mas que, das suas sandálias, possam se desprender poeira de estrelas, para que possamos segui-los em demanda ao Reino de Deus.
E assim, um dia, poderemos repetir com Allan Kardec: “O Espiritismo Amplia os Horizontes da Humanidade”. Com Emmanuel: “O Espiritismo é um processo libertado de Consciências”. Com Herculano Pires: “O Espiritismo é a plataforma para um novo tempo”. Com Francisco de Assis: "Fazei-me instrumento da vossa paz”. Com Jesus: “Deus é o Pai”. Com João: “Deus é Amor”.
Fonte: Correio Fraterno do ABC de Março/Abril de 2006
Allan Kardec faz uma interessante exposição sobre as aristocracias que governaram o nosso mundo, desde as épocas mais recuadas da humanidade. Lembremos que aristocracia significa “governo ou poder dos melhores”. Kardec analisa o poder dos anciãos, dos guerreiros, dos nobres, do dinheiro, da inteligência, aspirando desaguar numa aristocracia intelecto moral, ou seja, o poder da inteligência unida a uma sólida moral.
Não temos dúvidas que esta será a melhor forma de governo, até que um dia todos saibam e cumpram os seus deveres, conheçam os seus direitos, e não será preciso ter quem obrigue o cumprimento das leis. Contudo, até que cheguemos a esse ponto, precisamos de líderes políticos, religiosos e do pensamento.
Logicamente o Movimento Espírita ainda não pode dispensar lideranças. Entretanto, qual seria o perfil ideal para a liderança espírita? Um médium que realize aquilo que for ditado pelos espíritos? É uma idéia interessante, porém, onde ficará a responsabilidade dos encarnados? Deveria ser, então um intelectual, com profundo conhecimento doutrinário? Também não, porque apenas o conhecimento intelectual não basta. Então pensemos num místico capaz de arrastar multidões com os seus discursos ou sermões? A resposta é, também, negativa.
No nosso entender um líder espírita legítimo precisa ter algumas virtudes, que somadas, lhe darão um grau elevado de conhecimento e vivência. Logicamente, para vencer ele ou ela precisará ser disciplinado e paciente. Ter uma vasta cultura doutrinária, amar a ciência e ser amante da sabedoria, isso é, ter qualidades de um filósofo.
Que esteja voltado para as conquistas da ciência moderna, mas não despreze as conquistas dos cientistas pioneiros. Que o seu espírito prático e perquiridor não o impeçam de ser um poeta, e conversar com as crianças, as flores e as estrelas. Que seja capaz de suportar reuniões cansativas de intelectuais, mas saber gastar um pouco do seu tempo com os simples.
Precisamos de homens e mulheres que penetrem com o seu pensamento os mundos disseminados no espaço, e possam discorrer sobre as supercivilizações dos mundos felizes e divinos, mas que visitem as favelas, os cortiços, as mansardas, os hospitais, as prisões, levando o amor que cobre a multidão dos erros humanos.
Precisamos de lideranças que amem suas famílias, e também a grande família humana. Que estejam apaixonados pela vida, que namorem as estrelas, e que vivam no mundo, sem prender-se ao mundo.
Não basta ao líder pregar as virtudes do Evangelho e falar do amor de Jesus de Nazaré, mas exemplificar a cada passo, o Evangelho que traz no coração. Missionários que, como o Cristo, permaneçam de braços abertos para aconchegar em seu seio os sofredores, os pedintes da luz, mas que os seus braços não sejam prisões, e permaneçam abertos para aqueles que desejarem ir embora.
Aspiramos líderes que conheçam o caminho e caminhem por ele, mas que, das suas sandálias, possam se desprender poeira de estrelas, para que possamos segui-los em demanda ao Reino de Deus.
E assim, um dia, poderemos repetir com Allan Kardec: “O Espiritismo Amplia os Horizontes da Humanidade”. Com Emmanuel: “O Espiritismo é um processo libertado de Consciências”. Com Herculano Pires: “O Espiritismo é a plataforma para um novo tempo”. Com Francisco de Assis: "Fazei-me instrumento da vossa paz”. Com Jesus: “Deus é o Pai”. Com João: “Deus é Amor”.
Fonte: Correio Fraterno do ABC de Março/Abril de 2006
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