quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Colabore com a Marina, vítima de paralisia cerebral

"O Blog dos Espíritas" pede a seus leitores e seguidores que, quem puder, ajude a pequena Marina, uma linda garotinha de 3 anos residente em João Pessoa e portadora de paralisia cerebral que a ajude a viajar para a China, a fim de fazer um tratamento com células-tronco que custa 40.000 dólares.

O tratamento possibilitará que Marina tenha avanços significativos no seu desenvolvimento motor, uma vez que a região do cérebro responsável por essa parte ficou comprometida.

Clique no banner ao lado em nosso menu e saiba como ajudá-la.

"Fora da caridade não há salvação." (Allan Kardec)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Campanha: Kardec Para Todos!

Por Francisco Amado

Objetivo:

Ampliar a forma de estudar o Espiritismo nos lares, escola, entre amigos etc.

Motivações.

1.) "O Espiritismo não encerra mistérios, nem teorias secretas; tudo nele tem que estar patente, a fim de que todos o possam julgar com conhecimento de causa.".

Uma verdadeira multidão de pessoas se dizem espíritas e freqüentam sessões sem jamais haverem lido "O Livro dos Espíritos" ou qualquer outra das obras básicas da doutrina.

Fala-se muito no Evangelho segundo o Espiritismo e que as pessoas que o praticam são de alguma forma mais assistidas que outros que não praticam.

Esta visão não tem nada a ver com os ensinos espíritas, pois a doutrina tem por objetivo auxiliar as pessoas em seu progresso moral.

E este se efetua quando a pessoa sabe as finalidades da vida e porque esta aqui, qual seu papel e assume suas responsabilidades perante a sociedade.

2. )"Criar em todos os lares o hábito de debater em família, as questões corriqueiras do dia a dia sob a ótica espírita."

As pessoas que só têm conhecimento superficial do Espiritismo são, naturalmente, inclinadas a formular certas questões, cuja solução podiam, sem dúvida, encontrar em um estudo mais aprofundado dele; porém, o tempo e, muitas vezes, a vontade lhes faltam para se entregarem a observações seguidas.

Antes de empreenderem essa tarefa, muitos desejam saber, pelo menos, do que se trata e se vale a pena ocupar-se com tal coisa. Por isso, achamos útil apresentar resumidamente as respostas a algumas das principais perguntas que nos são diariamente dirigidas;(O que é o Espiritismo )

Sendo objetivo da doutrina o progresso moral da humanidade nada melhor do que estudar a doutrina de forma natural, ou seja, debatendo noticias e fatos do dia a dia usando O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e debatendo entre si.

Para isso não é necessário estipular dia ou horário, seguindo de quais quer rituais, bastando ter O Livro dos Espíritos sempre à mão e conhecendo o pequeno livro O que é o Espiritismo, colocar as questões cotidianas sob a ótica espírita.

Não se aprende doutrina espírita através de romances.

3.) "Dissemos que o Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia".

Portanto quem desejar conhecê-lo seriamente deve, pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando.

Aqui esta uma lista de livros sugerida por Kardec no o livro dos Médiuns.

1º) O que é o Espiritismo: Esta brochura, de apenas uma centena de páginas, apresenta uma exposição sumária dos princípios da Doutrina Espírita, uma visão geral que permite abranger o conjunto num quadro restrito. Em poucas palavras se percebe o seu objetivo e se pode julgar o seu alcance. Além disso, apresenta as principais perguntas ou objeções que as pessoas novatas costumam fazer. Essa primeira leitura, que exige pouco tempo, é uma introdução que facilita o estudo mais profundo


2º) O Livro dos Espíritos: contém a doutrina completa ditada pelos Espíritos, com toda a sua Filosofia e todas as suas conseqüências morais. É o destino do homem desvelado, a iniciação ao conhecimento da natureza dos Espíritos e os mistérios da vida de além túmulo. Lendo-o, compreende-se que o Espiritismo tem um objetivo sério e não é um passatempo frívolo.


3º) O Livro dos Médiuns: Destinado a orientar na prática das manifestações, proporcionando o conhecimento dos meios mais apropriados de nos comunicarmos com os Espíritos.É um guia para os médiuns e para os evocadores e o complemento de O Livro dos Espíritos.

4.) O Espiritismo não é obra de romances e sim de filosofia, mas não é vedado sua leitura.

Na doutrina espírita a dúvida é um dos elementos básicos para a busca da verdade. Kardec a aconselha como método de controle das manifestações mediúnicas e dos estudos dos princípios doutrinários.

Portanto a leitura de seu romance preferido pode ser objeto de estudo agradável a partir do momento que você compare as informações recebidas com o que informa o livro dos Espíritos e O livro dos médiuns.

Devemos ter bem claro que A opinião de um Espírito - seja qual for o médium, seja qual for à categoria desse Espírito - é sempre uma opinião própria, não é um princípio doutrinário.

Sobre o Culto do Evangelho no Lar

Aqueles, no entanto, que tiveram a curiosidade de examinar tal recomendação diretamente, nas obras básicas tiveram uma espantosa surpresa: A TAL RECOMENDAÇÃO NÃO EXISTE!

E isto ninguém pode contestar Kardec não menciona o estudo do evangelho como fundamento doutrinário, portanto, a atual tendência dos seguidores de ensinos mediúnicos oriundos de Entidades espirituais não tem amparo nos conceitos de Kardec, é apenas uma opinião particular do espírito não é um principio doutrinário.

Quem quiser divulgar esta campanha pegue a imagem abaixo e poste em seu blog, envie por e-mail, imprima leve para seu centro espírita faça sua parte.

Vamos Estudar Kardec no Lar.

O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.

O resto é pura invencionice.

http://ensinoespirita.blogspot.com/

sábado, 25 de setembro de 2010

Crítica Literária - Os Quatro Evangelhos

Autor: Diversos Espíritos / J.B. Roustaing
Médium: Emile Collignon
Editora: Feb
Número de Páginas: (4 volumes)

Por José Passini*

O Espiritismo, na sua condição de Cristianismo redivivo, não poderia deixar de receber os ataques das forças contrárias ao esclarecimento e libertação do espírito humano. Embora pareça ironia, o volume e a intensidade dos ataques constituem um verdadeiro atestado da legitimidade do Consolador.

A primeira, e talvez a mais forte das investidas, foi a publicação da obra de J. B. Roustaing, conhecida, em língua portuguesa como “Os Quatro Evangelhos”.

Na obra “Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, Roustaing é citado como pertencente à equipe de Kardec. Há aqueles que contestam a autenticidade de tal afirmativa. Entretanto, sabe-se que todo missionário que vem à Terra traz consigo uma equipe, constituída de Espíritos, trabalhadores de boa vontade, mas sujeitos a falhas. Zamenhof veio à Terra com um grupo de Espíritos, para a implantação do Esperanto. Dentro dessa equipe, houve um Espírito que falhou, traindo mesmo o grande Missionário, a ponto de ser chamado Judas por alguns biógrafos exaltados. E Roustaing, embora tenha reencarnado com tarefa definida junto à obra de Kardec, desejou produzir obra própria, tornando-se presa fácil de fascinação. Esse não foi o primeiro, nem o último caso na Humanidade da falência de um Espírito pertencente a um grupo de trabalho. Judas, da equipe de Jesus, falhou redondamente.

Esses quatro volumes constituem obra fantasiosa, repetitiva, que pretendeu dar nova versão à tese da virgindade de Maria, através de uma pseudo-gravidez, que teria culminado no aparecimento de um bebê fluídico, surgido de um parto fictício, de uma lactação aparente, de um desenvolvimento físico falso e de uma desencarnação enganosa.

Entretanto, não é a tese do corpo fluídico o ponto mais grave da obra. Há afirmativas que contrariam frontalmente as bases doutrinárias do Espiritismo. Vejamos algumas, dentre muitas:

Evolução do Espírito:

Com Kardec, aprende-se que o princípio inteligente percorre, durante milênios incontáveis, as trilhas da evolução, antes de atingir o estágio de humanidade. Aprende-se que a consciência moral que caracteriza o ser humano, libertando-o gradualmente do jugo dos instintos, desabrocha lentamente, revelando a perfeição imanente no Ser:

607 a. Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?

“Já não dissemos que tudo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim, à fase da infância se segue à da adolescência, vindo depois a da juventude e da madureza.”

Respondendo a Roustaing, os Espíritos falam numa transformação do instinto em inteligência – num determinado momento – levada a efeito por agentes exteriores e não através do próprio processo evolutivo, o que faz pensar numa espécie de “colação de grau” espiritual. Interessante notar, também, que o Espírito, depois de todas as aquisições individuais retorne ao “todo universal”, onde, certamente, perderia a sua individualidade. Além disso, como teria, um Espírito recém-saído da animalidade ter um perispírito tão sutil a ponto de quase ser invisível aos Espíritos Superiores?

Como é que, chegado ao período de preparação para entrar na humanidade, na espiritualidade consciente, o Espírito passa desse estado misto, que o separa do animal e o prepara para a vida espiritual, ao estado de Espírito formado, isto é, de individualidade inteligente, livre e responsável?

“É nesse momento que se prepara a transformação do instinto em inteligência consciente. Suficientemente desenvolvido no estado animal, o Espírito é, de certo modo, restituído ao todo universal, mas em condições especiais é conduzido aos mundos ad hoc, às regiões preparativas, pois que lhe cumpre achar o meio onde elaboram os princípios constitutivos do perispírito. (...) Aí perde a consciência do seu ser, porquanto a influência da matéria tem que se anular no período da estagnação, e cai num estado a que chamaremos, para que nos possais compreender, letargia. Durante esse período, o perispírito, destinado a receber o princípio espiritual, se desenvolve, se constitui ao derredor daquela centelha de verdadeira vida. Toma a princípio uma forma indistinta, depois se aperfeiçoa gradualmente como o gérmen no seio materno e passa por todas as fases do desenvolvimento. Quando o invólucro está pronto para contê-lo, o Espírito sai do torpor em que jazia e solta o seu primeiro brado de admiração. Nesse ponto, o perispírito é completamente fluídico, mesmo para nós. Tão pálida é a chama que ele encerra, a essência espiritual da vida, que os nossos sentidos, embora sutilíssimos, dificilmente a distinguem.” : (1º vol., pág. 308).

Respondendo a Kardec, os Espíritos ensinam que o Espírito emerge lentamente da animalidade, das necessidades materiais, através de sucessivas encarnações, que se constituem em oportunidades absolutamente necessárias ao progresso do Espírito.

609. Uma vez no período da humanidade, conserva o Espírito traços do que era precedentemente, quer dizer: do estado em que se achava no período a que se poderia chamar ante-humano?

“Conforme a distância que medeie entre os dois períodos e o progresso realizado. Durante algumas gerações, pode ele conservar vestígios mais ou menos pronunciados do estado primitivo, porquanto nada se opera na Natureza por brusca transição. Há sempre anéis que ligam as extremidades da cadeias dos seres e dos acontecimentos. Aqueles vestígios, porém, se apagam com o desenvolvimento do livre-arbítrio. Os primeiros progressos só muito lentamente se efetuam, porque não têm a secundá-los a vontade. Vão em progressão mais rápida à medida que o Espírito adquire mais perfeita consciência de si mesmo.”

Os Espíritos, respondendo a Roustaing, afirmam que o Espírito só volta à vida material por castigo. Se só é humanizado após a primeira falta, depreende-se que a população da Terra é constituída de Espíritos faltosos: (...)

para o Espírito formado, que já tem inteligência independente, consciência de suas faculdades, consciência e liberdade dos seus atos, livre-arbítrio e que se encontra no estado de inocência e ignorância, a encarnação, primeiro, em terras primitivas, depois, nos mundos inferiores e superiores, até que haja atingido a perfeição, é uma necessidade e não um castigo?

“Não; a encarnação humana não é uma necessidade, é um castigo, já o dissemos. E o castigo não pode preceder a culpa. O Espírito não é humanizado, também já o explicamos, antes que a primeira falta o tenha sujeitado à encarnação humana. Só então ele é preparado, como igualmente já o mostramos, para lhe sofrer as conseqüências.” (1º vol., pág. 317)

Em Kardec, aprende-se que o progresso do Espírito é irreversível, o que é racional, pois se não houvesse a irreversibilidade do progresso espiritual não haveria segurança nem estabilidade no Universo.

118. Podem os Espíritos degenerar?

“Não; à medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.”

Roustaing admite possa um Espírito que já desempenhou funções elevadas no Mundo Espiritual ser tomado pela inveja, pelo orgulho, etc., o que evidencia uma nova versão para a “queda dos anjos”, conforme a teologia Católica Romana e, também, a Protestante.

“Já tendo grande poder sobre as regiões inferiores, cujo governo aprenderam a exercer, no sentido de que, sempre sob as vistas dos Espíritos prepostos à missão de educá-los e sob a do protetor especial do planeta de que se trate, aprendem a dirigir a revolução das estações, a regular a fertilidade do solo, a guiar os encarnados, influenciando-os ocultamente, muitos acreditam que só ao merecimento próprio devem o que podem e, desprezando todos os conselhos, caem. É a queda pelo orgulho. Outros, por nem sempre compreenderam a ação poderosa de Deus, não admitem haja uma hierarquia espiritual e acusam de injustiça aquele que os criou, porquanto é Deus quem cria, não o esqueçais. Esses os que caem por inveja. Até o ateísmo – por mais impossível que pareça – até o ateísmo se manifesta naqueles pobres cegos colocados no centro mesmo da luz. (...) Nesse caso, sobretudo nesse caso, mais severo é o castigo. É um dos casos de primitiva encarnação humana. Preciso se torna que os culpados sintam, no seu interesse, o peso da mão cuja existência não quiseram reconhecer. Qualquer que seja a causa da queda, orgulho, inveja ou ateísmo, os que caem, tornando-se, por isso, Espíritos de trevas, são precipitados nos tenebrosos lugares de encarnação humana, conforme o grau de culpabilidade, nas condições impostas pela necessidade de expiar e progredir.” (1º vol., pág. 311)

Kardec obtém dos Espíritos Superiores resposta que deixa muito claro que o Espírito que atingiu a humanização não retorna jamais às formas animais, o que contraria frontalmente a teoria da Metempsicose,

612. Poderia encarnar num animal o Espírito que animou o corpo de um homem?

“Isso seria retrogradar e o Espírito não retrograda. O rio não remonta à sua nascente.”

Em Roustaing, vê-se que, além de admitir a Metempsicose, afirmam seus interlocutores possa um Espírito voltar à Terra, ou a outros mundos, animando corpos primitivíssimos, como larvas!

Haveis dito que os Espíritos destinados a ser humanizados, por terem errado muito gravemente, são lançados em terras primitivas, virgens ainda do aparecimento do homem, do reino humano, mas preparadas e prontas para essas encarnações e que aí encarnam em substâncias humanas, às quais não se pode dar propriamente o nome de corpos, nas condições de macho e fêmea, aptos para a procriação e para a reprodução. Quais as condições dessas substâncias humanas?

“São corpos ainda rudimentares. O homem aporta a essas terras no estado de esboço, como tudo que se forma nas terras primitivas. O macho e a fêmea não são nem desenvolvidos, nem fortes, nem inteligentes. Mal se arrastando nos seus grosseiros invólucros, vivem, como os animais, do que encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem abundantemente para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os caçam. A providência do Senhor vela pela conservação de todos. Seus únicos instintos são os da alimentação e os da reprodução. Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos. Poderíeis formar idéia da criação humana, estudando essas larvas informes que vegetam em certas plantas, particularmente nos lírios.” (págs. 312 / 313)

Autenticidade da Encarnação de Jesus:

Kardec mostra Jesus como o modelo mais perfeito para a evolução humana, logo, o seu corpo deveria ter a mesma constituição do corpo daqueles aos quais ele deveria servir de modelo, e seu testemunho basear-se na verdade:

624. Qual o caráter do verdadeiro profeta?

“O verdadeiro profeta é um homem de bem, inspirado por Deus. Podeis reconhecê-lo pelas suas palavras e pelos seus atos. Impossível é que Deus se sirva da boca do mentiroso para a ensinar a verdade.”

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

“Jesus.”

Roustaing mostra um Jesus que estaria fingindo estar encarnado, desde o seu nascimento até a sua morte, que teria sido também um simulacro, uma verdadeira encenação teatral. Além do mais, ainda o chama de um Deus milagrosamente encarnado! (1º vol., págs. 242 / 243)

“(...) um homem tal como vós quanto ao invólucro corporal e, ao mesmo tempo, quanto ao Espírito, um Deus: portanto, um homem-Deus. (pág. 242)

Kardec afirma categoricamente que Jesus teve um corpo carnal e um corpo fluídico, como todos encarnados temos: (A Gênese, cap. XV, itens 65 e 66)

“A estada de Jesus na Terra apresenta dois períodos: o que precedeu e o que se seguiu à sua morte. No primeiro, desde a sua concepção até o nascimento, tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias da vida. Desde o seu nascimento até a sua morte, tudo, em seus atos, na sua linguagem e nas diversas circunstâncias de sua vida, revela caracteres inequívocos de corporeidade. (...) também forçoso é se conclua que, se Jesus sofreu materialmente, do que não se pode duvidar, é que ele tinha um corpo material de natureza semelhante ao de toda gente.”

“Aos fatos materiais juntam-se fortíssimas considerações morais. Se as condições de Jesus, durante sua vida, fossem as dos seres fluídicos, ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido, é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplo de resignação. (...) e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão de um ser tão superior. Numa palavra, ele teria abusado da boa fé dos seus contemporâneos e da posteridade. Tais as conseqüências lógicas desse sistema, conseqüências inadmissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em vez de o elevarem. Jesus teve, pois, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.”

Roustaing mostra um Jesus que estaria fingindo estar encarnado, que fingia alimentar-se, desde o seu nascimento. (1º vol, págs. 243, 362 e 363)

“Quando Maria, sendo Jesus, na aparência, pequenino, lhe dava o seio – o leite era desviado pelos Espíritos superiores que o cercavam, de um modo bem simples: em vez de ser sorvido pelo menino, que dele não precisava, era restituído à massa do sangue por uma ação fluídica, que se exercia sobre Maria, inconsciente dela.” (pág. 243)

“Os Espíritos superiores que o cercavam em número, para vós, incalculável, todos submissos à sua vontade, seus dedicados auxiliares, faziam desaparecer os alimentos que lhe eram apresentados e que não tinha para ele utilidade. Aqueles Espíritos os subtraiam da vista dos homens, de modo a lhes causar completa ilusão, à medida que pareciam ser ingeridos por Jesus, cobrindo-os, para esse fim, de fluidos que os tornavam invisíveis.”

Aparição de Moisés e Elias:

Inegavelmente, as afirmações mais claras a respeito da reencarnação, contidas no Novo Testamento, encontram-se nos Evangelhos de Mateus (17: 10-13) e de Marcos (9: 11), onde se lê que Jesus dialogou com Moisés e Elias no Tabor, diante dos discípulos Pedro, Tiago e João. Questionado quanto à identidade de Elias, o Mestre afirma categoricamente que João Batista foi a reencarnação do Profeta Elias.

Em Roustaing, de maneira fantasiosa e completamente inverossímil, numa tentativa de desacreditar a reencarnação, misturando fatos e fantasias, é declarado que Moisés, Elias e, conseqüentemente, João Batista são o mesmo Espírito, e que ali, no Monte Tabor, um outro Espírito tomou a aparência de Moisés e conversou com Jesus:

“O que, porém, Jesus naquela ocasião não podia nem devia dizer e que agora tem que ser dito é o seguinte: Moisés – Elias – João Batista – são uma mesma e única entidade. Estamos incumbidos de vos revelar isso, porque chegou o tempo em que se tem de “realizar” a “nova aliança”, em que todos os homens (Judeus e Gentios) se têm que abrigar debaixo de uma só crença, da crença – em um Deus, uno, único, indivisível, Criador incriado, eterno, único eterno: o Pai; em Jesus-Cristo, vosso protetor, vosso governador, vosso mestre: o Filho; nos Espíritos do Senhor, Espíritos puros, Espíritos superiores, bons Espíritos que, sob a direção do Cristo, trabalham pelo progresso do vosso planeta e da sua humanidade: o Espírito Santo. (2º vol., págs 497 / 498)

A obra é volumosa, pesada, extremamente repetitiva, escrita em tom catedrático, pretensioso, que nos remete diretamente a “O Livro dos Espíritos”, item 104, no magistral estudo que o Codificador faz a respeito da “Escala Espírita”, quando se refere aos Espíritos pseudo-sábios. São Espíritos pertencentes a comunidades espirituais que teimam em manter erros doutrinários relativamente à interpretação da Mensagem Cristã, para as quais o Espiritismo representa grande perigo por esclarecer a Humanidade.

A respeito desses Espíritos, Emmanuel faz séria advertência, que serve também como alertamento, diante dessa verdadeira “onda editorial” que está alimentando a vaidade de médiuns invigilantes e enriquecendo editoras: “As próprias esferas mais próximas da Terra, que pela força das circunstâncias se acercam mais das controvérsias dos homens que do sincero aprendizado dos espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as opiniões contraditórias da Humanidade, a respeito do Salvador de todas as criaturas.” (“A Caminho da Luz,” cap. 12).

Felizmente, a onda de roustainguismo está passando. Mas como existem ainda muitos volumes dessa obra em bibliotecas e livrarias, animamo-nos a fazer estas anotações.

*José Passini é professor universitário, ex-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, esperantista e colabora no movimento espírita de Juiz de Fora/MG.

Retirado do site "Orientação Espírita"

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Chico Xavier e o Espiritismo

Por José Manoel F. Barboza*

A Doutrina Espírita constitui um mecanismo perspicaz e racional de conhecimento da verdade sobre a origem e o fim de tudo que existe. É o consolador prometido por Jesus que veio dar sequência ao cristianismo à luz da lógica e da razão com os seguintes princípios básicos: existência de Deus, existência e sobrevivência da alma, pluralidade das existências (reencarnação), mundos habitados (as diversas moradas da casa do Pai), comunicabilidade dos espíritos e perfeição para todos.

Esse conjunto de princípios revelado no séc.XIX pelo mecanismo mediúnico ou sensitivo de centenas de pessoas desconhecidas umas das outras e em várias partes do planeta, identificadas como médium, oriundas de quaisquer religiões, está alicerçado em três pilares dos conhecimentos humanos, ou seja, o da filosofia, o da ciência e o da melhor ética comportamental para se viver em paz e harmonia com tudo, que se traduz na moral ensinada por Jesus.

É comum, por ignorância ou má-fé, a insistência na fusão de mediunidade com Espiritismo, como se fossem sinônimos. Existem médiuns (sensitivos capazes de captar inteligências fora de si e manifestá-las pela escrita, voz ou diversas outras ações, independentes de suas religiões), que são ou foram excelentes receptores dessas informações que podem provir de inteligências (espíritos) boas ou más, de alto nível intelectual. É como os aparelhos de rádio: captam as mensagens de onde são sintonizados, e de acordo com os interesses dos indivíduos.

Naquilo que se instituiu e está por aí, como movimento espírita, por exemplo, por influência de interesses comerciais e administrativos dominantes, a confusão visa ao lucro. É só observar que o tal movimento espírita só abraça e explora a mediunidade psicográfica, que gera livros e mais livros, que podem ser vendidos.

Não interessa usar como prova da mediunidade, por exemplo, aquela de efeito físico utilizada por Jesus que é muito mais tocante e até convincente (quando verdadeira), porque esse tipo é do próprio médium e não pode ser comercializado pelo sistema federativo que se mantém às custas dos valores arrecadados no mercado da mediunidade psicográfica (como a do Chico Xavier) mesmo que esta turve e afaste o conhecimento espírita.

Usam, abusam e exploram, por exemplo, o pobre homem (já falecido) Francisco Cândido Xavier, que pouco ou quase nada entendia de Espiritismo.

Era católico por origem e tendência mariana. Rezava Ave Maria, não era doador de órgãos, tinha medo da morte, era devoto de Nossa Senhora da Abadia, proibiu que seu sepultamento fosse em Pedro Leopoldo/MG (onde nasceu) porque lá foi excomungado pelo padre, deixou palavras ‘secretas’ para identificá-lo em futuras mensagens, processou o médium Divaldo Franco por plágio em tema de origem mediúnica etc, etc, tudo em absoluto desacordo com o que se espera de quem conhece a doutrina espírita conforme ela está em O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, obras básicas da Codificação.

Tirando do Chico a mediunidade, nada o caracteriza como espírita. Nenhum dos mais de 400 livros foi de sua autoria. Foi um homem simples que morreu pobre e com poucos conhecimentos intelectuais, tendo sido usado por espíritos do jeito que eles (espíritos) quiseram e, com essa trajetória, intermediou centenas de livros que, apesar de frases e textos bonitos (o que é muito comum em todos de autoajuda), contaminam com erros doutrinários graves, o verdadeiro Espiritismo codificado por Allan Kardec.

A FEB – Federação Espírita Brasileira (detentora da maioria dos direitos autorais cedidos pelo médium), é a maior interessada em transformá-lo em ‘ícone’ do Espiritismo ou até mesmo ‘santo’, já tendo armado um esquema nacional para esse incremento, pouco lhe interessando as consequências de o Chico não ter sido espírita.

O que importa é o mercado de livros, cujo conteúdo a FEB criminosamente deixou de corrigir, permitindo a infiltração de preconceitos e dogmas de fé cega do passado (principalmente católicos), com distorções e contrariedades doutrinárias que misturam o conteúdo do Espiritismo num escandaloso sincretismo com o catolicismo que lhe dá mercado.

No programa Terceira revelação na TV, que apresento aqui em Nova Friburgo na TV Focus – canal 20, há mais de seis anos, tenho conseguido esclarecer muitos e muitos que buscam uma doutrina séria, respeitável e convincente pela razão e pelo bom senso, ou seja, a doutrina espírita conforme está codificada por Allan Kardec.

Por isso devo alertar: conhecer o Espiritismo, só pelas obras codificadas por Kardec que constituem as cinco básicas já citadas acima. Fora delas é como o cristianismo pulverizado em milhares de Igrejas e dezenas de Bíblias, cada uma impondo as ‘verdades’ de acordo com seus interesses formados pela vaidade, arrogância, orgulho, dividindo mais e mais os homens com as ameaças da ‘vingança’ de Deus que com a certeza deles, serão jogados nas fornalhas eternas, ‘criadas’ por aquele que dizem aceitar como supremo smor, justiça e perfeição. Algo pior que as fornalhas do nazismo que foram passageiras.

As de Deus (segundo todas as igrejas que se dizem cristãs, exceto o Espiritismo) são eternas. Para sempre. Não tem fim. Sinistro, não?

Finalizando, não levem a sério essa campanha puramente interessada na fama, dinheiro e poder que estão levantando em nome do pobre médium, não espírita, Francisco Cândido Xavier. Bom, simples, humilde e caridoso como milhares de homens e mulheres deste Brasil que anonimamente estão cumprindo a vontade de Deus. Entretanto absolutamente inadequado para ser apontado como fonte do conhecimento espírita e, principalmente, como caminho a ser seguido.

Pobre dos grupos que se dizem espíritas e que, num gesto de desespero tentando marcar suas presenças e acender suas luzes (ou velas), apelam para um brado de ‘glória’ e suicídio doutrinário espírita, entregando-se a ele, o pobre Chico, e, como ele, acabando devotos de N. Sra. Abadia sob o manto sagrado da ‘virgem’.

Conheçam o verdadeiro para não serem iludidos pelo falso.

Em matéria de Espiritismo, só estudando, pesquisando e analisando O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, todos organizados por Allan Kardec. O resto pode ser falso . Cai quem quer!!

* Apresentador do programa "Terceira Revelação na TV" – TV FOCUS – CANAL 20 / sábados e domingos às 9 h

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pureza Doutrinária

Por Ary Lex*

1 - Introdução

O Espiritismo, codificado em 1857, já se difundiu por todo o mundo, sendo hoje aceito por razoável parcela dos povos. Vários fatores concorrem para esse rápido crescimento. Não os estudaremos com detalhes, pois fugiria ao nosso objetivo. Entretanto, gostaríamos de lembrar, apenas, o caráter eminentemente confortador de seus ensinos, provando-nos a justiça divina e as maravilhas que a mediunidade tem proporcionado. Ante esse apelo, para a valorização das coisas do Espírito, os seres inquietos e sofredores têm acorrido em massa às instituições espíritas. Lamentavelmente, a grande maioria não vai em busca de uma nova filosofia de vida, de uma explicação lógica para os problemas "do ser, do destino e da dor". Vai em busca, apenas, de um lenitivo imediato, que afaste, de pronto, as dificuldades físicas e espirituais, sem exigir das pessoas qualquer mudança de seus hábitos e convicções.

Essa massa de sofredores e, numerosas vezes, de curiosos dos fenômenos, vem pressionando os centros espíritas, para que lhe ofereçam aquilo que seu primitivismo espiritual exige: uma prática mediúnica, cada vez mais deformada e mais cheia de rituais, trazidos de outras religiões, como as orientais, o catolicismo e a umbanda. Por vezes, os próprios dirigentes de instituições ditas espíritas acabam sendo coniventes. Temendo perder aquela enorme freqüência de assistentes, acabam cedendo aqui e ali, e as deturpações do movimento espírita vão se consolidando.

Mensagens melífluas e vazadas em linguagem pobre e repetitiva colaboram para a desfiguração dos verdadeiros conceitos de Espiritismo, mediunidade, justiça, caridade etc ..

Não é mais aceitável que continuemos impassíveis, vendo essa avalanche de coisas estranhas, condenadas, veementemente, nas obras de Allan Kardec, ir avassalando a prática espírita. O tempo urge, no sentido de os verdadeiros espíritas procurarem explicar a todos, crédulos e incrédulos, cultos e incultos, os conceitos e os verdadeiros objetivos do Espiritismo. Em suma, todos nós, que tivemos a ventura de conhecer e entender esta Doutrina de luz, precisamos lutar sem descanso, sem tréguas, pela manutenção da pureza doutrinária.

2 - Conceitos de Espírita e Espiritismo

Deolindo Amorim, no Rio de Janeiro, e Luiz Monteiro de Barros, em São Paulo, foram os que mais lutaram pela conceituação do termo "espírita". Deolindo Amorim, esse brilhante jornalista e professor, escreveu dois livros em que esclarece o assunto: "Africanismo e Espiritismo" (Rio de Janeiro - 1947) e "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas" (Curitiba -1958). Neste último livro, no Capítulo IV, esclarece:

"Que é o Espiritismo, afinal? É prática mediúnica por si mesma? É a simples crença nas intervençôes de 'além-túmulo?' É a Doutrina integral?

Se o Espiritismo fosse, apenas, sessão mediúnica ou a crença no poder dos Espíritos desencarnados, vulgarmente chamados mortos, bastaria ser médium ou tomar parte em qualquer tipo de sessão mediúnica para que se qualificasse alguém de espírita. Se, porém, o Espiritismo é o corpo de Doutrina, organizado por Allan Kardec, com os princípios que regulam os procedimentos nas relações com o Mundo espiritual; se o Espiritismo tem conceitos que lhe definem o verdadeiro caráter; se, finalmente, de sua elaboração doutrinária, preparada durante anos a fio, resultam conseqüências na ordem científica, como na ordem filosófica, religiosa, moral, social e assim por diante, pois a Doutrina 'toca em diversos ramos do conhecimento', claro que não seria simplesmente a freqüência a sessões ou a submissão, as vozes do outro mundo, sem a mínima elucidação crítica, a condição suficiente para que qualquer curioso ou crente se integrasse no Espiritismo. O adepto do Espiritismo, o espírita, enfim, é aquele que conscientemente adere à Doutrina e, portanto, concorda com seus princípios e aceita as conseqüências das teses espíritas em suas idéias formadoras, sua vida moral, social etc.".

"Suponhamos, então, que alguém se torne freqüentador de reuniões espíritas, seja para fins de estudos, seja à procura de benefícios pelo passe ou motivado pelo desejo de consulta ao médium, mas encare o Espiritismo exclusivamente pelo lado mediúnico, sem qualquer apelo à moral cristã, sem a mínima concordância com a Doutrina, ainda que seja perseverante nas "sessões práticas". Seria razoável considerá-lo espírita? Não haveria lógica".

Dr. Luiz Monteiro de Barros, médico homeopata, diretor, durante largos anos, da Federação Espírita do Estado de São Paulo, inclusive seu presidente, foi o relator de extenso trabalho, apresentado na década de 1950 ao Conselho Federativo Nacional, em nome da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Nesse trabalho, encontramos o seguinte:

"Espiritismo não é sinônimo de mediunidade. O fenômeno mediúnico pode conduzir uma criatura ao Espiritismo e caso a conduza então essa criatura se dirá espírita".

"O Espiritismo é uma Doutrina filosófica, uma religião não constituída, isto é, sem idolatria, sem rituais e sem hierarquia sacerdotal. Ele não é, apenas, a crença na existência e na comunicabilidade do espírito".

Admira que, apesar desses oportunos esclarecimentos e do trabalho incessante de Herculano Pires, ainda vicejem as confusões entre mediunismo e Doutrina.

Outra diferenciação importante para fazer é entre as palavras Espiritismo e Espiritualismo. Logo, no primeiro parágrafo da Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, em "O Livro dos Espíritos", Kardec diz: "Para as coisas novas necessitamos de palavras novas, pois assim o exige a clareza de linguagem, a fim de evitarmos a confusão inerente aos múltiplos sentidos dos próprios vocábulos. As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo têm uma significação bem definida; dar-lhes outra, para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos, seria multiplicar as causas já tão numerosas de anfibologia (ambigüidade de sentido). Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo; quem quer que acredite haver em si mesmo alguma coisa além da matéria é espiritualista. Mas não se segue daí que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível.

Em lugar das palavras espiritual e espiritualismo, empregaremos, para designar esta última crença, as palavras espírita e espiritismo, nas quais a forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando para espiritualismo sua significação própria.

Como se vê, os católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, brâmanes, teosofistas, rosa-cruzes são todos espiritualistas, pois aceitam a existência do Espírito. Todavia, para ser espírita, é preciso aceitar inúmeras outras coisas, como a reencarnação, a comunicabilidade dos Espíritos, a lei de causa e efeito etc.. Mas, ainda, não basta.

"O Espiritismo não reconhece por seus adeptos senão aqueles que praticam os seus ensinos e se esforçam por se melhorarem."

É oportuno lembrar que os norte-americanos e muitos europeus não empregam a palavra Espiritismo e sim Espiritualismo ou Moderno Espiritualismo. Isso é descabido, pois contraria o conceito de Kardec, que criou os neologismos espírita e espiritismo.

*Ary Lex foi professor titular de Biologia Educacional e Biologia I da Universidade Mackenzie por 15 anos. Como orador e escritor espírita foi sempre intransigente defensor dos princípios doutrinários, não se recusando às polêmicas quando se tratava de defender suas idéias de pureza da doutrina.Escreveu muitos artigos na imprensa espírita e publicou as seguintes obras: "Pureza Doutrinária", "Do sistema nervoso à mediunidade", "60 anos de Espiritismo no Estado de São Paulo" (nossa vivência), tendo ainda participado em vários boletins da AMESP.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quais são as Obras Básicas?

Por Paulo da Silva Neto Sobrinho

Temos percebido uma completa indefinição do que sejam, no Espiritismo, as obras básicas. Quem tiver a curiosidade de pesquisar, por exemplo na Internet, verá que a confusão se instalou no Movimento Espírita, tal qual uma nova torre de Babel.

Querem uns, inclusive, e esses não são poucos, relacioná-las a uma denominação usada por correntes religiosas apoiadas em livros sagrados, que acreditam conter as revelações divinas, quando, não sabemos o porquê, a tratam como o “Pentateuco” da Codificação. Vemos nessa atitude certa incoerência, mas como, infelizmente, muitos não conseguem se desligar do que aprenderam em suas religiões de origem, acabam, se não intencionalmente, pelo menos inconscientemente, trazendo para o nosso meio coisas nunca ditas ou mencionadas pelo Codificador.

Nem mesmo as Instituições, que se dizem representantes do Movimento Espírita, falam a mesma língua, demonstrando, a nosso ver, falta de unidade e coerência Doutrinária. Deixam-nos sem amparo para definir quais livros, publicados por Kardec, devem fazer parte do conjunto das obras básicas.

Por estar assim sem definição é que há gente que só fala, por exemplo, no livro O que é o Espiritismo, como se estivesse nele todo o corpo da Doutrina, apesar da clareza de Kardec em situá-lo como um livro que apenas “contém sumária exposição dos princípios da Doutrina Espírita, um apanhado geral desta, permitindo ao leitor apreender-lhe o conjunto dentro de um quadro restrito”. Embora reconheçamos a sua importância, principalmente, para os que não conhecem o Espiritismo, citar somente ele seria imaturo, pois aos que querem estudar a Doutrina, os outros livros também deverão ser estudados para uma visão mais ampla e, ao mesmo tempo, pormenorizada dos princípios Espíritas.

Geralmente vemos pessoas e Instituições Espíritas citando como obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, Evangelho segundo o Espiritismo, A Gênese e O Céu e o Inferno. E, raras vezes, aparecem referências às Obras Póstumas, à Revista Espírita e ao O que é o Espiritismo?, e quando isso ocorre são colocados num segundo plano, como obras complementares, que não seria necessário, mas apenas seria bom lê-las.

Pensando nisso resolvemos, como se diz, “beber água na fonte” para ver se poderíamos encontrar essa definição no que escreveu o Codificador. Vejamos o que Kardec nos fornece como roteiro para estudo.

Em julho de 18591, Kardec recomenda, aos que querem se esclarecer sobre o Espiritismo, que se deve estudar primeiramente o resumo contido no livro O que é Espiritismo?, justificando:

...nesta rápida exposição fomos levados a indicar os pontos que deve, particularmente, fixar-se a atenção do observador. A ignorância dos princípios fundamentais é a causa das falsas apreciações da maioria daqueles que julgam o que não compreendem ou segundo suas idéias preconcebidas.

Na seqüência, para os que desejam saber mais, diz:

...ler-se-á O Livro dos Espíritos, onde os princípios da doutrina estão completamente desenvolvidos; depois, O Livro dos Médiuns para a parte experimental, destinado a servir de guia para aqueles que querem operar por si mesmos, como para aqueles que querem se inteirar dos fenômenos. Vêm, em seguida, as diversas obras onde estão desenvolvidas as aplicações e as conseqüências da doutrina, tais como: A Moral do Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno Segundo o Espiritismo, etc.

Voltando ao assunto, em janeiro de 186[1][2], aconselha, aos que querem adquirir as noções preliminares sobre o Espiritismo, que leiam, nesta ordem:

1º - O que é o Espiritismo? Esta brochura, de apenas uma centena de páginas, é somente uma exposição sumária dos princípios da Doutrina Espírita, um esboço geral que permite abarcar o conjunto sob um quadro restrito. Em poucas palavras, vê-se o objetivo e pode-se julgar sua importância. Por outro lado, nele se encontra a resposta às principais questões ou objeções que estão naturalmente dispostas a fazerem as pessoas novatas. Esta primeira leitura, que não requer senão um pouco tempo, é uma introdução que facilita um estudo mais aprofundado.

2º - O Livro dos Espíritos. Contém a doutrina completa, ditada pelos próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas conseqüências morais; é a revelação da destinação do homem, a iniciação à dos Espíritos e aos mistérios da vida de além-túmulo. Lendo-o, compreende-se que o Espiritismo tem objetivo sério, e não é um passatempo frívolo.

3º - O Livro dos Médiuns. Destina-se a guiar, na prática das manifestações, pelo conhecimento dos meios mais próprios para comunicar-se com os Espíritos; é um guia, seja para os médiuns, seja para os evocadores, e o complemento de O Livro dos Espíritos.

4º - A Revista Espírita. É uma coletânea variada de fatos, de explicações teóricas e de trechos destacados, que completam o que se disse das duas obras precedentes, e que lhes é, de alguma forma, a aplicação. Sua leitura pode ser feita ao mesmo tempo com elas, mas será mais proveitosa e mais inteligível sobretudo após a leitura de O Livro dos Espíritos.

Isto pelo que nos concerne. Aqueles que querem tudo conhecer numa ciência, devem necessariamente ler tudo o que está escrito sobre a matéria, ou, pelo menos, as coisas principais, e não se limitar a um só autor; devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como também as apologias, iniciar-se nos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação. (...)

No mês seguinte[3], há uma importante fala de Kardec, sobre as publicações das comunicações espontâneas na Revista Espirita, que vem, com certeza, justificar o porquê da recomendação de sua leitura. Leiamos:

O que lhe dá essa opinião é que a grande quantidade de matérias, e a necessidade de coordená-las, permitem muito raramente publicar todas essas questões no número da Revista onde elas são mencionadas no boletim; mas, cedo ou tarde, nela encontram o seu lugar. Aliás, elas constituem um dos elementos essenciais das obras sobre o Espiritismo; foram aproveitadas em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns onde estão classificadas segundo o seu objeto, e nenhuma daquelas que são essenciais foi omitida. (...).

Ressaltamos que, segundo o próprio Kardec, as comunicações espontâneas que foram publicadas da Revista “constituem um dos elementos essenciais das obras sobre o Espiritismo”, citando os dois livros em que foram aproveitadas.

Em janeiro de 1868[4], cerca de pouco mais de um ano antes de sua morte, Kardec reafirma, que se encontra na Revista Espírita “no estado de esboço, a maioria das idéias que estão desenvolvidas nesta última obra, conforme o fizemos com as precedentes”, considerando que “A Revista é freqüentemente, para nós, um terreno de ensaio, destinado a sondar a opinião dos homens e dos Espíritos sobre certos princípios, antes de admiti-los como partes constitutivas da Doutrina”.

Concluímos que se básico significa “que ou o que serve de base, de fundamento; basilar, fundamental” (Houaiss), então, pelo que pudemos perceber das recomendações de Kardec, teremos que discriminá-las assim: O que é o Espiritismo, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, A Gênese, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Revista Espírita, inclusive, conforme consta na RE mai/1869 (p 132). Às estas acrescentaríamos, por nossa conta, o livro Obras Póstumas, por ser uma publicação de escritos inéditos de Kardec. Se daí quiserem dividi-las em “de iniciação”, “importantes” e “complementares”, não faz a menor diferença, desde que, obviamente, a leitura de todas elas seja recomendada.

E aos que somente lêem o LE, achando que está tudo nele, transcrevemos essa fala de Kardec: “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; não faz senão colocar-lhe as bases e os pontos fundamentais, que devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação” (RE 1866, p. 223).

Referências:

[1] KARDEC, A. O que é o Espiritismo, Rio: FEB, 2001. p. 149.

[2] KARDEC, A. O Livro dos Médiuns, Araras-SP: IDE, 1993, pp. 40-41.

[3] KARDEC, A. Revista Espírita 1861, Araras-SP: IDE, 1993, p. 35.

[4] KARDEC, A. A Gênese, Araras-SP, IDE, 1993, p. 12.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sérgio Aleixo desnuda doutrina do "Andreluizismo".

O espírita Sérgio Aleixo, presidente da ADE-RJ (Associação dos Divulgadores do Espiritismo - Rio de Janeiro), e autor de obras como "O que é o Espiritismo?" (com prefácio de Dora Incontri) e artigos sobre o Ramatisismo, desnuda, nesta série de vídeos, a doutrina do "Andreluizismo" imposta pela Federação Roustainguista Brasileira (FEB) aos espíritas como "obras complementares" da Doutrina Espírita.

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Religião Espirita e Espiritismo

Por Randy*

Na medida em que vamos analisando os aspectos cientificos do Espiritismo e avançando sobre as digressões filosóficas, fica muito clara que a inserção de uma estrutura religiosa se opõem ao desenvolvimento correto do conhecimento espírita. E o motivo é simples: na estrutura religiosa não existe lugar para a pesquisa cientifica. E quem acolhe novas informações cientificas não é e nunca foi uma religião e sim a ciência.

A ciência espirita foi criada para este fim: coletar informações de nossas relações com o plano espiritual, elevando nosso conhecimento e com isso impulsionando nossa capacidade de discernir os valores morais pelo exercicio da filosofia.

Isso é completamente destruido por qualquer manifestação de religiosismo. Em nenhum momento da história uma religião se arvorou na pesquisa isenta de fenomenos quaisquer. Muito pelo contrário, a pesquisa cientifica desafia os valores estabelecidos e o status social alcançado por individuos num sistema religioso.

Apesar disso, contudo, foi instituida uma estrutura religiosa de adoração externa no Brasil desde o século XIX por meio do sincretismo fomentado pela escola roustanguista. Essa estrutura, por todos os critérios, seja pelo conteudo, pela ritualização e pela organização juridica fez surgir os centros espiritas, de constituição e objetivos bem distantes daquilo descrito por Kardec no Livro dos Mediuns - Das Sociedades Espiritas.

Sendo essa estrutura, por todos os critérios, apartada do conceito cientifico e filosofico do Espiritismo e havendo sido instituidos todos os subsidios religiosos, desde uma casta sacerdotal (os mediuns), a ritualização (dinamica das reunioes publicas), sacramentos (passes, agua fluidificada, corrente de oração).

Sendo essa estrutura, por todos os critérios, apartada do conceito cientifico e filosofico do Espiritismo e havendo sido instituidos todos os subsidios religiosos, desde uma casta sacerdotal (os mediuns), a ritualização (dinamica das reunioes publicas), sacramentos (passes, agua fluidificada, corrente de oração), santificação (idolatria a mediuns famosos) - vamos ter que admitir que foi criada e existe, de fato, a instituição "Religião Espirita".

Somos obrigados, enfim, a reconhecer esta instituição. Ela existe e é um fenomeno social. E podemos avançar: temos que avaliar se já podemos falar em uma "Igreja Espirita", posto que todos os elementos constitutivos de uma igreja tradicional estão contidos nessa "Religião Espirita".

Mas, à parte dessa nova estrutura, ainda existe a Doutrina Espirita. Ela nada tem a ver com a Religião Espirita, que é uma corrupção dos valores contidos na codificação que estabelece os axiomas da ciência espirita - que aguardam, inclusive, comprovação cientifica academica.

Reconhecida essa nova instituição e suas diferenças para com a Ciência e Filosofia Espirita, também somos obrigados a anunciar, avaliado o critério de análise histórica e de conteudo, que a Religião Espirita é uma dissidência do Espiritismo.

A Religião Espirita é uma negação dos principios objetivos e racionais da Doutrina Espirita e aos lhe dar sustentação, seus seguidores anotam para si também o status de "dissidentes" do Espiritismo.

Desta forma, só pode de fato ser considerado um espírita aquele que preceitua os valores axiomáticos contidos na codificação espirita e sua metodologia. A corruptela religiosa, independente de ser reconhecida, talvez nem deva ser combatida, uma vez que, ao se tornar uma dissidência, assume caráter próprio, defensável, inclusive, por lei. A Religião Espirita passa a ser salvaguardada pela legislação brasileira e um ataque a ela pode, de fato, ser considerado um atentado à liberdade religiosa.

Não se trata mais, portanto, da iniciativa de trazer os membros da Religião Espirita de volta para o Espiritismo. Independente da crítica que se possa lhes fazer, a dissidencia pode - de fato - ter motivações ideologicas consistentes. Afinal, foi criado um sistema de auto-sustentação proprio, manifestado nas obras de Chico Xavier. A Religião Espirita sobrevive sem a codificação da Doutrina Espirita, mas ela não se sustenta se dela for retirado o subsidio contido nas obras de Chico Xavier.

Podemos dizer, então, que o que sustenta ideologicamente a Religião Espirita são as obras de Chico Xavier e seus derivados consequentes e seguintes, ativos no mercado editorial comercial até a presente data.

Já o que sustenta o Espiritismo é a codificação Doutrinária Espirita e os novos conhecimentos adquiridos por meio da aplicação do seu sistema metodologico e de investigação cientifica acadêmica.

Há que se deixar muito clara essa diferença nos conceitos. Indubitavelmente podemos e devemos declarar que os desvios na prática espírita deram origem à Religião Espirita e que hoje não há mais como estabelecer similaridades consistentes entre os dois pensamentos. A Religião Espirita é a negação dos objetivos do Espiritismo, mas sua existência deve ser respeitada, desde que seus seguidores não se arvorem em se declararem espíritas, ou seja, seguidores da codificação de Kardec e dos espiritos superiores.

Dissidências sempre houveram na história do pensamento humano. Não seria o Espiritismo a Filosofia que escaparia ao jogo de conveniencias que caracteriza toda dissidência. A primeira e mais famosa, tanto quanto mais grandiosa dissidência sobre um pensamento filosófico chama-se Igreja Catolica, uma corrupção clara dos principios contidos no pensamento difundido pelo filósofo Jesus, de alcunha "O Cristo" (que já é uma nomeclatura corrompida).

A Religião Espirita está para o Espiritismo como a Religião Catolica está para o Cristianismo.

Na prática, a História ensina, mas há quem se recuse a aprender.

A Religião Espirita não é a unica dissidência do Espiritismo, mas é a mais forte e a mais organizada - como qualquer sistema religioso acaba sendo. Aliás, a força de qualquer religião está na sua institucionalização e na difusão opressiva de sua mensagem ideologica. Não é diferente hoje e não é diferente com essa nova seita religiosa. Porém, no universo das novas religiões, acaba sendo uma das menores dela, perdida no meio de tantas outras, de quase absoluta inexpressividade na sociedade mundial.

Ao Espiritismo, sendo ciência e filosofia, cabe o caráter universal de trazer novas informações e despertar com isso novos valores em toda a população mundial. Qualquer forma de idéia ou conhecimento que se apresente como religião tem imediata rejeição da parcela da humanidade que já fez sua opção religiosa.

Daí que, se o Espiritismo fôsse, de fato, uma religião, não seria universalista. No entanto, é universalista. A linguagem da ciência transcende quaisquer sistemas de crenças ou conveniências ideológicas ou políticas.

Encaremos, então, o fato de que a dissidência do Espiritismo, a Religião Espirita, deve ser reconhecida também para não ser confundida com o Espiritismo. E a nós cabe levar a mensagem espírita, investigar a fenomenologia, estimular o pensamento filosofico e fazer a Doutrina Espirita alcançar as mentes e os corações de cada ser humano encarnado neste planeta.

A ciência não tem limites. A religião tem.

* Moderador da comunidade "Eu sou Espírita - Espiritismo" do Orkut.

domingo, 5 de setembro de 2010

Filme "Nosso Lar" recebe pesadas críticas em sua estréia

Redação

A obra de ficção espiritualista "Nosso Lar", psicografada por Chico Xavier, de autoria do espírito André Luiz, estreou nesta sexta-feira, 03 de setembro, nos cinemas nacionais. As críticas feitas pelos principais portais da internet ao filme, como o "Omelete" e "Interrogação" ao filme, são pesadas. Destacamos aqui alguns trechos:

"Não me importei em momento algum com as diversas cenas que insistem em como os céticos estão errados sobre o pós-vida (é papel óbvio do filme tentar me convencer do contrário), mas a chegada ao Nosso Lar das vítimas do Holocausto, estrelas de Davi costuradas no peito e peot no cabelo, é difícil de assistir." (Érico Borgo - Omelete)

"O elenco de Nosso Lar é extremamente fraco, para não dizer péssimo, o que acaba comprometendo demais o filme. O personagem principal não convence e, como narrador, é pior ainda. Os demais personagens também são muito falsos e, certas cenas que deveriam ser dramáticas, acabam gerando risos de tão ridículas que ficaram. Sem falar na maneira como os diálogos foi construída, que apenas piorou a situação. Eles são muito didáticos e formais, criando uma atmosfera artificial ainda maior." (Daniel Kossman - Interrogação)

Também existem críticas que mostram total desconhecimento do Espiritismo, como esta:

"Totalmente sintonizado com o pensamento de Allan Kardec, Nosso Lar é um filme sobre redenção, segunda chance e - principalmente - evolução. Ele opta por uma linguagem simples e direta – pode-se dizer até didática – com a finalidade de atingir o maior número possível de pessoas. Um didatismo que esbarra muitas vezes na ingenuidade, e que aponta para o catequético." (Celso Sabbadin, Cineclick)

Ledo engano do autor achar que a obra "Nosso Lar" é coerente com as obras de Allan Kardec. Nada pode ser mais contraditório com a Codificação Espírita que o relato de "Nosso Lar" feito por André Luiz.

Para os interessados em conhecer verdadeiramente a Doutrina Espírita, recomendamos a leitura dos textos abaixo e o estudo da Codificação.
"Segue-se que a opinião de um Espírito sobre um princípio qualquer não é considerada pelos espíritas senão como uma opinião individual, que pode ser justa ou falsa, e não tem valor senão quando é sancionada pelo ensino da maioria, dado sobre os diversos pontos do globo." (Allan Kardec, Revista Espírita, 1865)

"Mas nunca será demasiado repetir: não aceiteis nada cegamente. Que cada fato seja submetido a um exame minucioso, aprofundado e severo.” (O Livro dos Médiuns – Kardec – item 98)

sábado, 4 de setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Kardec e a Filosofia Espírita

Por Rita Foelker

Pensar sobre a vida é um costume antigo como a própria Humanidade.

O ser humano sempre buscou saber porque existe, de onde veio e para onde vai, o que está fazendo neste planeta e qual o significado de tudo o que vê no Universo.

Esta necessidade de entender o mundo e a vida foi o que deu início ao que hoje chamamos FILOSOFIA.

A Filosofia começou com alguns gregos que não aceitavam as explicações mitológicas para estas questões importantes e propunham o uso da razão para encontrar respostas melhores. Segundo Herculano Pires(1), Pitágoras (570 a.C. - Aprox. 500 a.C.) é quem mais propriamente representa o nascimento da Filosofia, seguido pela escola de Mileto, de Tales e Anaximandro.

O exercício do pensar destaca vários expoentes na História do nosso planeta, como Sócrates, Platão, Abelardo, Descartes e Kant.

Vamos relembrar alguns trechos em que Allan Kardec explicita seu pensamento a respeito da Filosofia Espírita.

Seria fazer uma idéia muito falsa do Espiritismo acreditar que sua força vem das manifestações materiais e que, impedindo essas manifestações, pode-se miná-lo em sua base. Sua força está na filosofia, no apelo que faz à razão, ao bom senso. (Allan Kardec em "O Livro dos Espíritos" - Conclusão.)

O Espiritismo, definido como fé raciocinada, reconhece a importância do desenvolvimento da habilidade de pensar logicamente e de refletir filosoficamente, de confrontar argumentos, concordar ou discordar, como se verifica neste trecho:

Acrescentamos que um estudo de uma doutrina, como a Doutrina Espírita, que nos lança de repente e em cheio numa ordem de coisas tão novas e grandiosas, somente pode ser feito por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e movidos por uma firme e sincera vontade de chegar a um resultado esclarecedor. Não podem ser considerados assim os que julgam, a priori, levianamente e sem ter visto tudo; que não dão a seus estudos nem a seqüência, nem a regularidade, nem a cautela necessária... (O Livro dos Espíritos, Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, Item 8)

E ainda neste:

Ora, o Espiritismo, que toca nas mais graves questões da Filosofia, em todos os setores da ordem social, que abrange ao mesmo tempo o homem físico e o homem moral, é em si mesmo toda uma Ciência, toda uma Filosofia, que não podem ser adquiridas em apenas algumas horas. (O Livro dos Médiuns, 1ª parte, Cap. 2: Do maravilhoso e do sobrenatural.)

E com que finalidade? Sigamos com Kardec:

Para os que compreendem o Espiritismo filosófico e nele vêem além dos fenômenos mais ou menos curiosos, os efeitos são outros. O primeiro, e mais geral, é de desenvolver o sentimento religioso até mesmo naquele que, sem ser materialista, sente apenas indiferença pelas coisas espirituais. (...) O segundo efeito, quase tão geral quanto o primeiro, é a resignação nas alternâncias da vida. (...) O terceiro efeito é estimular no homem o perdão e a tolerância para com os defeitos dos outros. (Allan Kardec em "O Livro dos Espíritos" - Conclusão.)

Para Kardec, a força do Espiritismo é sua filosofia e suas maiores conseqüências são para aqueles que estudam e buscam a compreensão de seus princípios: nestes realmente ocorrem sensíveis transformações morais.

Aqueles que não compreendem nem estudam o Espiritismo filosófico encontram-se na posição definida por Herculano Pires no trecho abaixo:

Os adversários do Espiritismo desconhecem tudo a respeito [da concepção espírita da realidade] e fazem tremenda confusão. Os próprios espíritas, por sua vez, na sua esmagadora maioria estão na mesma situação. Por quê? É fácil explicar: Os adversários partem do preconceito e agem por precipitação. Os espíritas em geral fazem o mesmo: formularam uma idéia pessoal da Doutrina, um estereótipo mental a que se apegaram. A maioria, dos dois lados, se esquece desta coisa importante: o Espiritismo é uma doutrina que existe nos livros e precisa ser estudada. (Herculano Pires em "Introdução à Filosofia Espírita", Ed. Paidéia.)

Estas pessoas sérias, perseverantes, isentas de prevenções, motivadas para se esclarecerem não se formam da noite para o dia. O gosto pelo "pensar produtivo" necessita ser cultivado nos Espíritos, e não há idade mínima para isto.

Desde que se iniciam na fala, aos dois anos de idade, as crianças estão prontas para o desafio do pensar e do encontrar respostas. Não se trata de estudar os filósofos ou as teorias, nesta idade, mas de acordar o espírito investigativo, a curiosidade, de estimular a produção de hipóteses, ajudando-as a olharem para a realidade e para si mesmas com vontade de pensar a respeito e de aprender

Notas

1. Pires, Herculano - "Os Filósofos" - Ed. FEESP.

Ante o Espiritismo

Por Julio Capilé*

Nasceu pequenino em número de adeptos e com muitos detratores. O Espiritismo com esforço e dedicação de poucos foi conquistando adeptos valorosos que difundiram conhecimentos e consolações, compreensão da vida e dos desígnios divinos. E foi levado a toda parte. "Cobriu toda a terra" no dizer bíblico. Representa consolação em todo lar em que penetra. Entretanto é necessário que seja acompanhado, ou melhor, revestido de fé. Sim, fé que muitos confundem com preces bonitas e rebuscadas. O Espiritismo veio para ensinar aos homens as verdades sobre as palavras de Jesus.

Mas não só para revelar o verdadeiro sentido de Seus ensinamentos, como também a fé na Sua força ante nossa vida. É o Consolador prometido com a chancela do Espírito da Verdade que muitos atribuem seja o próprio Cristo, tendo em vista Sua promessa e a demonstração, agora, de que a nova Doutrina é o Evangelho redivivo. Ele cumpriu a promessa. Veio depois que os homens pudessem entender o que Ele dissera.

Seria muito bom que todos que recebem esses ensinamentos pudessem vivê-los. Mas alguns chegam, recebem ensinamentos que os guardam fielmente na memória, sabem que o que Jesus falou é verdade, mas continuam com os velhos conceitos, hábitos e superstições. Conhecem a verdade, mas não a põem em prática. Muitos até, chegam a dizer que "não e bem isso o que Ele quis dizer". É o caso da fé: o Mestre afirmou que tudo o que Ele fez nós também poderemos fazer. Mas deu uma condicionante de que é preciso ter fé. Ele tinha a fé suficiente para mudar um monte de um lugar para outro. Nossa fé ainda pequena não poderá fazer isso, mas o dia em que tivermos a certeza firme e inabalável, nós faremos.

O que se vê atualmente é que muitos "espíritas" são apenas crentes. Não põem em prática o que aprenderam. Nos centros espíritas vê-se casa cheia, mas existem pessoas como uma amiga que me disse certa vez: eu sou muito espírita: há 24 anos tomo passes. Ora, quem chegou ao conhecimento dos ensinamentos da Doutrina que são as verdades do Cristo, em os seguindo, não precisa tomar passe. Seu pensamento ligado permanentemente no Bem proporciona uma ligação com os espíritos bons. Não sofre assédio de espíritos malévolos. Tomar passe é para o necessitado de esperança, de amor, de fé e de caridade. E alguns chegam ao ponto de escolher o médium com o qual deseja tomar passe. Isso aconteceu com as várias religiões. Lembro-me que antigamente os seguidores do Catolicismo que era, praticamente, a única religião no Brasil, pelo menos do interior, freqüentavam as missas aos domingos e só tomavam a hóstia em jejum absoluto. Hoje é a qualquer hora apesar de rega-bofes antes de entrar na igreja. Raros os que apresentam aquela unção que faz a ligação com o Criador. Acho que isso é uma banalização de sua religiosidade.

Assim, atualmente, também existem espíritas que só vão a centros para receberem o passe. Este, entretanto, é um trabalho feito por Espíritos do Bem mediado por um encarnado sensitivo, o médium. A pessoa toma tempo desses abnegados em desfavor de alguns que de fato acreditam e são necessitados. Assim como surgiram, através dos tempos, os "papa-hóstia", agora já aparecem alguns papa-passes.

O importante para a evolução é seguirmos, em atos, tudo o que o Mestre nos ensinou. Fé sem obras é fé inútil. Caridade é o caminho do Reino dos Céus. E esse reino está dentro de nós. A Consciência terá o Céu ou o Inferno dependendo de sua maneira proceder. Viveremos no Paraíso, se tivermos caridade em atos, palavras, pensamentos e atitudes.

*Médico. Escreve às 4ªs feiras no O Progresso - jornal do MS.

A Vida e o Aborto na Visão Espírita

Revista Reformador*

O ser humano é um Espírito imortal, por Deus criado simples e ignorante, sujeito a reencarnações sucessivas, submetido às Leis Naturais do Progresso Moral e Intelectual.

- Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?

“O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.” (LE, O Livro dos Espíritos,questão 880).

- Em que momento a alma se une ao corpo?

“A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. [...].” (LE, questão 344).

Existindo como indivíduo desde o instante da concepção, o ser humano tem direito à vida que o Criador lhe deu, de manter e preservar a sua existência, dentro ou fora do útero materno.

- Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?

“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.” (LE, questão 358).

O atentado à vida do ser humano, em qualquer fase de sua existência, é contrário às Leis de Deus que regem a nossa vida e preconizam: “Não matarás” e “Não façamos aos outros o que não queremos que os outros nos façam”.

“[...] Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. [...]” (Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII, item 3)

Ao instalar-se no organismo materno um novo ser, em início de nova existência, ele passa a ter o mesmo direito à vida que todo ser humano possui, acrescido, neste caso, do direito ao afeto, ao amparo e à proteção maternal e paternal decorrente do seu estado de dependência.

Diante dos desafios da maternidade e da paternidade assumidos, que muitos enfrentam desprovidos de esclarecimento e necessitados de orientação e amparo, os espíritas somos convidados para a tarefa de esclarecer sobre o significado da vida e as dolorosas conseqüências do aborto. E a ampliar, quanto possível, a maternidade assistida, durante e depois da gravidez, proporcionando ao recém-nascido o afeto que lhe é devido, base de uma existência sadia e útil, objetivo da sua reencarnação.

*Agosto de 2007.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Leitor de "O Blog dos Espíritas" ressalta necessidade de estudar Kardec

Redação

"O Blog dos Espíritas", ao que parece, tem sido reconhecido por seus leitores como um veículo que insiste na tecla do estudo da Codificação Kardeciana como forma de combater o misticismo que assola o Espiritismo em terras brasileiras.

Recebemos e-mail do leitor Patrick Morales, defensor do estudo das obras de Allan Kardec, o qual reproduzimos abaixo:

Parabéns pelo trabalho de vocês, que vai contra essa onda de "o que vale é a intenção" que predomina nas casas espiritas, deixando o espiritualismo, o catolicismo e principalmente o "achismo" dominar suas doutrinas.

Parabéns por insistir em Kardec, como a fonte confiável, onde podemos buscar o conhecimento! Mesmo que para isso seja preciso desmoralizar obras tão bem vistas pela sociedade espirita como as do Chico, que claramente vai contra os ensinamentos dos espiritos.

E parabéns por trazer essas informações de forma clara e indiscriminada para que qualquer pessoa tenha acesso a elas.


Obrigado!

Patrick.