sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
[Download] Em torno do Nosso Lar - Uma análise das controvérsias produzidas no movimento espírita
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Controvérsias em torno do “Nosso Lar” é tema de dissertação de Mestrado da UFPB
quinta-feira, 24 de abril de 2014
[VÍDEO] - O Umbral existe?
Allan KardecTV
domingo, 29 de abril de 2012
O Analfabetismo Doutrinário dos Espíritas
Eu já conheço "a verdade", pra que perder tempo com "a mentira"?
O que travou a evolução do pensamento filosófico e científico por quase mil anos na história da humanidade foi esta falácia.
Exatamente o tipo de pensamento que tem estagnado o desenvolvimento da doutrina espirita em bases racionais.
Se na Idade Média, o pensamento filosófico estava escravizado pela tutoria da Igreja Católica, hoje o Espiritismo esta escravizado pelo que dita Chico Xavier e suas fantasias mediúnicas.
A maioria descarta um aprofundamento nos estudos da base doutrinária, porque para estes "a verdade" já foi revelada através das obras de André Luiz que, do alto da sua sabedoria, conta como funciona o plano espiritual.
Ora, se o espírita já esta de posse da verdade, que lhe foi revelada diretamente do Nosso Lar, por que perder tempo filosofando?
Mas é preciso levar em conta algo que é não é avaliado no Movimento Espírita Brasileiro, que se gaba de ser aquele que mais lê, que mais compra livros e que têm o maior índice de grau de escolaridade. Uma pesquisa no meio espírita que indique o índice de analfabetismo funcional.
Se o espírita lê tanto, porque não consegue compreender a Doutrina Espírita por um mesmo prisma?
Buscam-se de preferência romances, isso pode explicar a dificuldade que tem de compreender textos que exigem o discernimento.
O livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, por exemplo, é uma amostra bastante significativa do nível de analfabetismo funcional então reinante no Movimento Espírita Brasileiro, uma vez que o livro, além de ser uma violência à inteligência humana, atinge apenas o emocional e ainda é crivado de erros.
Apenas um exemplo:
• Pág.31: "Os naturais os recebem como irmãos muito amados. A palavra religiosa de Henrique Soares, de Coimbra, eles a ouvem com veneração e humildade." Qualquer aluno do ensino fundamental sabe que nem nos melhores sonhos portugueses da época foi assim os contatos entre europeus e nativos. Outro detalhe: como os nativos ouviriam palavras religiosas com veneração e humildade se eles simplesmente não entendiam uma só palavra?
Para saber mais faça sua pesquisa e se puder leia o livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”
O grande problema é que, com isso, vamos repetindo o passado. A grande maioria de pessoas que chegam à doutrina vem de leituras de romances mediúnicos e, para estes, ali está a verdade. Portanto, para estes, é Kardec que tem que se submeter ao que revela o espírito X e não ao contrário, e como eles já estão de posse da verdade, para que perder tempo com "a mentira"?
São os modernizadores que questionam porque deveríamos ficar estagnados às revelações de mais de 150 anos atrás, e pensam estar refutando Kardec, sem terem lido, estudado, analisado e esmiuçado o Livro dos Médiuns, O Livro dos Espíritos, O Que é o Espiritismo, a Revista Espírita, dentre outros.
Ou seja, porque perder tempo filosofando se eu já sei a verdade? Para estes o fato de fulano ou cicrano, o médium x ou y já terem refutado esta visão é o suficiente.
Mas estes argumentos acometem à boa e velha falácia ad verecundiam, isso é, o "apelo à autoridade." Ou seja, acredita-se em uma determinada posição não por causa de sua correspondência à realidade ou pela força de suas premissas que levam a uma conclusão lógica inevitável, mas por causa de uma autoridade qualquer que diz que deve ser de tal e qual modo.
Foi por argumentos assim que por tanto tempo a humanidade acreditou que era o Sol que girava em torno da Terra, e não o contrário. As "autoridades" diziam isso, apesar de pensadores da corrente "não oficial" já terem descoberto o contrário.
Acredita-se às vezes que determinado pensador foi "refutado" simplesmente porque existem críticas à sua obra. Mas como saber se as críticas são procedentes se eu não conheço o pensamento criticado?
Como saber se o crítico está expondo corretamente o pensamento do seu opositor?
A metodologia está explícita e implícita na obra de Kardec.
As comunidades nas redes sociais como Orkut e Facebook mostram de forma clara e indiscutível no que se transformou o Espiritismo, mais uma seita de seguidores fanatizados que não aceitam debater os livros deste ou daquele médium.
Algumas pessoas justificam afirmando: “Eu jamais me darei o direito de contestar Chico Xavier, pois o que ele é hoje, nós teremos muito ainda a trilhar para alcançar.”
Ora, isso não é aplicar a metodologia de Kardec, e aí basta consultar o ESE em sua introdução, onde encontramos a seguinte recomendação.
“O primeiro controle é, sem sombra de dúvida, o da razão, à qual é preciso submeter, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos.”
A verdade é que quando não existe questionamento e crítica, quando não há debate transparente, certamente haverá dominação, ignorância, apatia e graves entraves à autonomia da razão humana e ao desenvolvimento espiritual da humanidade.
Enquanto espiritólicos alimentarem o pensamento que já conhecem a verdade, eles jamais vão perder seu tempo com a mentira.
E verdade para eles consiste em ônibus no plano espiritual, cigarro, sucos de laranja, compra e venda de casas, sala de banho, flechas magnéticas, gravidez espiritual, gatos e espiões no Umbral.
É todo um mundo maravilhoso da fantasia mediúnica, pois façam bom proveito enquanto eu me engano com a realidade.
Fonte: http://ensinoespirita.blogspot.com.br/2012/04/o-analfabetismo-doutrinario-dos.html
domingo, 22 de janeiro de 2012
O Mundo Espiritual segundo o Espiritismo
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
A Fascinação Segundo o Espiritismo
Para fazer uma abordagem sobre o tema “Fascinação” segundo os preceitos Espíritas, precisa-se primeiramente considerar que os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e ações, pois segundo preceituam os Espíritos Superiores “a influência é maior do que supomos, porque muito freqüentemente são eles que nos dirigem“. (questão 459, LE) Inferindo-se que é pela afinidade de pensamentos que se dá a influência efetiva dos Espíritos na vida dos encarnados, pois os mesmos são portadores dos mesmos vícios e virtudes que tinham quando portavam a veste carnal.
Isto posto, no que concerne à comunicabilidade entre estes e aqueles, me aproprio dos ensinamentos do Codificador, quando estabelece que: “Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. (...) Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.” (LM., Cap. XIV, 159)
Ao tratar da mediunidade, é fato que a Doutrina Espírita lança um olhar diferenciado e de elevada importância sobre a mesma, por entendê-la como instrumento de educação, esclarecimento, auxílio e progresso, para os Espíritos encarnados e desencarnados.
Daí, exigir-se dos médiuns Espíritas, o estudo profundo e efetivo de O Livro dos Médiuns, em razão das orientações, métodos e esclarecimentos trazidos pela voz dos Espíritos Superiores, sob a égide de O Espírito da Verdade.
Entende-se portanto temerário, que o médium espírita descarte o estudo de O Livro dos Médiuns para dedicar-se à obras alienígenas, muito comumente portadoras de informações equivocadas à respeito da mediunidade, por serem oriundas de outras filosofias religiosas que vêm o trabalho mediúnico com objetivo diverso daquele preconizado pela Doutrina Espírita.
No que concerne aos percalços da prática mediúnica, um dos maiores escolhos para aqueles que vivenciam a mediunidade é a obsessão. Segundo O Livro dos Médiuns “a palavra obsessão é um termo genérico pelo qual se designa um conjunto desses fenômenos, cujas principais variedades são a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.” (LM., Cap. XXIII, 238)
Na realidade, como preceitua a obra em comento, o processo obsessivo simples pode se dar sempre que houver a interferência de um Espírito voltado ao mal a se intrometer contra a vontade do médium nas comunicações recebidas. Podendo inclusive, o médium ser enganado sem estar obsedado, pois o que caracteriza a obsessão simples é a tenacidade do Espírito do qual não se consegue desembaraçar.
Já a fascinação, objeto deste estudo, segundo O Livro dos Médiuns, tem conseqüências mais graves por se tratar de uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium, chegando a “paralisar” a sua capacidade de discernir e julgar as comunicações.
Importante observar que o médium fascinado não se considera enganado, pois o Espírito consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-lhe de ver e compreender que a mensagem muitas vezes se contrapõe aos ensinamentos da Codificação, que é o paradigma para a avaliação de qualquer mensagem mediúnica.
Muito comumente os mistificadores fascinam os médiuns, utilizando-se de vocabulário prolixo, para trazerem falsas “revelações”, acobertadas pelo manto de mensagens evangélicas, assinadas por nomes respeitáveis, objetivando não levantar suspeitas quanto à sua moralidade e elevação.
Asseveram os Espíritos Superiores que na fascinação “para chegar a tais fins o Espírito deve ser esperto, ardiloso e profundamente hipócrita. Porque ele só pode enganar e se impor usando máscara e uma falsa aparência de virtude. As grandes palavras de caridade, humildade e amor a Deus servem-lhe de carta de fiança.” (LM., Cap. XXIII, 239)
À título de exemplo transcrevo a seguinte mensagem publicada por Kardec, em O Livro dos Médiuns, objetivando apreciar a avaliação do Codificador:
“A criação perpétua e incessante dos mundos é para Deus como uma espécie de gozo perpétuo, porque ele vê continuamente seus raios se tornarem cada dia mais luminosos em felicidade. Eis porque centenas ou milhões não são mais nem menos para ele. É um pai, cuja felicidade se forma da felicidade coletiva de seus filhos. A cada segundo da criação ele vê uma nova felicidade vir se fundir na felicidade geral. Não há parada nem suspensão (?) nesse movimento perpétuo, nessa grande felicidade incessante que fecunda a terra e o céu. Não conhecemos no mundo mais do que uma pequena fração, e tendes irmãos que vivem em latitudes que o homem ainda não conseguiu atingir. Que significam esses calores terríveis e esses frios mortais que paralisam os esforços dos mais audaciosos? Acreditais simplesmente haver chegado aos limites do vosso mundo, quando não mais podeis avançar com os vossos precários recursos? Podeis então medir com precisão o vosso planeta? Não acrediteis nisso. Há no vosso planeta mais regiões desconhecidas do que conhecidas. Mas como é inútil propagar ainda mais as vossas más instituições, todas as vossas leis imperfeitas, ações e modos de vida, há um limite que vos detém aqui ou ali e que vos deterá até que possais transportar as boas sementes que o vosso livre-arbítrio produzir. Oh, não, vós não conheceis o mundo que chamais Terra. Vereis na vossa existência um grande começo de provas desta comunicação. Eis que a hora vai soar, em que haverá uma outra descoberta além da última que foi feita; vereis que vai se alargar o círculo da vossa Terra conhecida, e quando toda a imprensa cantar essa Hosana em todas as línguas, vós pobres crianças que amais a Deus e procurais o seu caminho, o sabereis antes mesmo que aqueles que darão o seu nome á nova terra.” VICENTE DE PAULO. (LM., Comunicações Apócrifas, XXIX) (grifei)
Oportuno que aprendamos com o comportamento de Kardec, quando com muita propriedade se posiciona afirmando que a mensagem apresenta incorreções, pleonasmos e vícios de linguagem, (até porque Kardec era um grande gramático) embora argumente que tais imperfeições poderiam advir da insuficiência do médium.
Entretanto, no que concerne às “revelações” à respeito do planeta, assevera Kardec que “isso é para um Espírito que se diz superior, dar prova de profunda ignorância, posto que não há dúvida que se podem descobrir regiões desconhecidas além das regiões geladas, mas dizer que Deus as ocultou aos homens a fim de que eles não levassem as suas más instituições, é ter demasiada confiança na cegueira daqueles que recebem semelhantes absurdos.” (LM., Comunicações Apócrifas, XXIX)
Observa-se que o Codificador não se deixava impressionar por nomes famosos nem por palavras rebuscadas, pois buscava o “cerne” da mensagem, e aí identificava a fraude, e prontamente a rechaçava.
Voltando à questão do médium objeto da fascinação, nos dizem os Espíritos Superiores que “graças à essa ilusão o Espirito dirige a sua vítima como se faz a um cego, podendo levá-lo a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas, como sendo as únicas expressões da verdade“. (LM., cap. XXIII, 239) (grifei)
No que concerne às doutrinas absurdas e teorias falsas, faz-se por oportuno analisarmos a seguinte mensagem mediúnica, obedecendo o critério kardeciano, e tendo como paradigma as Obras da Codificação, por trazerem os ensinamentos dos grandes Mestres da Espiritualidade. A mensagem narra a chegada de Espíritos oriundos de um lugar denominado “umbral” (criação do Espírito comunicante) à “colônia espiritual” (também criação do Espírito comunicante), senão vejamos:
“(...) Identifiquei a caravana que avançava em nossa direção, sob a claridade branda do céu. De repente, ouvi o ladrar de cães, a grande distância. - Que é isso? - interroguei assombrado. - Os cães - disse Narcisa - são auxiliares preciosos nas regiões obscuras do Umbral, onde não estacionam somente os homens desencarnados mas também verdadeiros monstros, que não cabe agora descrever. (...) Fixei atentamente o grupo estranho que se aproximava devagarzinho. Seis grandes carros, formato diligência, precedidos de matilhas de cães alegres e barulhentos, eram tirados por animais que, mesmo de longe, me pareceram iguais aos muares terrestres. Mas a nota mais interessante era os grandes bandos de aves, de corpo volumoso, que voavam a curta distância, acima dos carros, produzindo ruídos singulares. (...)” ANDRÉ LUIZ (Nosso Lar, 2003 p. 217) (grifei)
Para a devida análise buscar-se-á confrontá-la com os ensinamentos propostos em O Livros dos Espíritos, Capítulo XI, item II, quando asseveram os Mestres Espirituais nas questões de número 598 e 600 que: I - A alma dos animais conserva sua individualidade depois da morte, mas não a consciência de si mesma. A vida inteligente permanece em estado latente; II - A alma do animal sobrevivendo ao corpo fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. Mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do Espírito. O Espírito do animal é classificado, após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso e utilizados quase que imediatamente; não dispõe de tempo para se pôr em relação com outras criaturas. (grifei)
Reforçando o entendimento proposto pelos Espíritos Superiores em O Livro dos Espíritos, buscar-se-á subsídios em O Livro dos Médiuns, Cap. XXV, item 283, sub item 36, quando trata da questão da “Evocação dos Animais“, e Kardec indaga da possibilidade de evocar-se o Espírito de um animal. Resposta: - “O princípio inteligente que animava o animal fica em estado latente após a morte. Os Espíritos encarregados desse trabalho imediatamente o utilizam para animar outros seres, através dos quais continuará o processo de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos, não há Espíritos errantes de animais, mas somente Espíritos humanos“. (grifei)
Portanto, a narrativa do Espírito autor da mensagem em comento, é falsa e seria obviamente rechaçada por Kardec por desvirtuar preceitos Espíritas, gerando por conseguinte conflitos no entendimento da Doutrina.
Aliás, ao tratar do exame feito às milhares de comunicações mediúnicas que lhe eram enviadas com pedidos de publicação na Revista Espírita, comenta o Codificador que “em grande número encontramo-las notoriamente más, no fundo e na forma, evidente produto de Espíritos ignorantes, obsessores ou mistificadores e que juram pelos nomes mais ou menos pomposos com que se revestem. Publicá-las teria sido dar armas à crítica. (...) Só a fascinação poderia levá-los a ser tomados a sério e impedir se visse o lado ridículo. (...)” (RE, maio de 1863, p. 217) (grifei)
No que concerne à publicação de mensagens de Espíritos, Allan Kardec assevera que (...) “Quanto mais alto o nome, maior o cuidado. Ora, é mais fácil tomar um nome que justificá-lo; eis por que, ao lado de alguns bons pensamentos, encontram-se muitas vezes, idéias excêntricas e traços inequívocos da mais profunda ignorância. É nessas modalidades de trabalhos mediúnicos que temos notado mais sinais de obsessão, dos quais um dos mais freqüentes é a injunção do Espírito de os mandar imprimir; e alguns pensam erradamente que tal recomendação é suficiente para encontrar um editor atencioso que se encarregue da tarefa. (...) Toda precaução é pouca para evitar as publicações lamentáveis. Em tais casos, mais vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa.” (RE, maio de 1863, p. 220) (grifei)
Não obstante, transcrevo as palavras de J. Herculano Pires, em Nota do Tradutor, de O Livro dos Médiuns, quando nos alerta dizendo que “a fascinação é mais comum do que se pensa. No meio espírita ela se manifesta de maneira ardilosa através de uma avalanche de livros comprometedores, tanto psicografados como sugeridos a escritores vaidosos, ou por envolvimento de pregadores e dirigentes de instituições que se consideram devidamente assistidos para criticarem a Doutrina e reformularem seus princípios”. (LM. Cap. XXIII, p. 217)
Para finalizar o estudo, oportuno ressaltar os ensinamentos dos Espíritos Superiores quando nos alertam para o fato de não existir médium perfeito, por não haver perfeição sobre a Terra. Asseveram os Mestres, que até mesmo os bons médiuns, que são raros, jamais seriam tão perfeitos, para estarem imunes às mistificações por terem todos um lado fraco, pelo qual podem ser atacados. (LM., Cap. XX, 9)
Portanto, estejamos atentos ao analisarmos as mensagens provindas do plano espiritual catalogadas como ‘espíritas“. Precisamos nos ater ao estudo da Codificação Espírita para que identificando as fraudes possamos rechaçá-las.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Lei de Ação e Reação não é o axioma de Causa e Efeito
É muito comum ouvirmos de espíritas, ou lermos em obras intituladas espíritas, quando tratam das razões que levam ao sofrimento humano, e muitas vezes ‘inexplicáveis’, a aplicação da chamada “Lei de Ação e Reação“, preconizada pelo Espírito André Luiz através da psicografia do médium Chico Xavier.
Primeiramente faz-se por oportuno termos a lucidez para observar que o Espírito André Luiz, quando na sua última encarnação, segundo sua própria narrativa no livro Nosso Lar, foi médico sanitarista no início do século XX, exercendo sua profissão no Rio de Janeiro, Brasil, e tendo passado "mais de oito anos" nas regiões umbralinas de sua consciência.
Enquanto encarnado, não foi um homem religioso, vivendo voltado exclusivamente para o seu trabalho de médico. Era temperamental, bebia e fumava, vindo a morrer de um câncer intestinal. Daí, a sua total incompreensão diante do fenômeno ‘morte‘, e de sua resistência em buscar Deus para socorrê-lo dos pesadelos vivenciados dentro do seu estado exacerbado de perturbação.
Ao lermos suas obras, devemos considerar que suas percepções sobre o mundo espiritual retratados nos seus romances, trazem o viés de um cientista leigo nas questões espirituais, em processo inicial de aprendizado, usando de um vocabulário técnico bem próprio da sua profissão. Inferindo-se que, o Espírito André Luiz não era um estudioso da Doutrina Espírita, não teve tempo suficiente enquanto ditava suas obras do plano espiritual para conhecê-la através de um estudo aprofundado, posto que, se tomarmos por analogia a nós mesmos enquanto encarnados, não chegamos durante uma encarnação relativamente profícua no estudo doutrinário, ao verdadeiro conhecimento de O Livro dos Espíritos, que é a primeira obra da Codificação.
Daí, o porquê quando no seu romance intitulado “Ação e Reação” - vai buscar nos seus conhecimentos de física a ‘Lei de Ação e Reação“ - Terceira Lei de Newton - que é uma restrita lei física, para adequá-la por analogia às causas dos sofrimentos humanos.
Define Newton, em sua obra Principia, o princípio da ação e reação asseverando que: A qualquer ação se opõe uma ação igual, ou ainda, as ações mútuas de dois corpos são sempre iguais e se exercem em sentidos opostos.
Se um corpo A, exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força da mesma magnitude no corpo A - ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários.
Aplicado ao pé da letra a lei de Newton, em todas as situações ocorreriam da mesma forma; p. ex., se uma pessoa te feriu, ela deverá ser, por você, ferida da mesma forma e com a mesma intensidade. Outra questão é que a lei de ação e reação atua em corpos diferentes e nunca se anulam. A reação sendo “positiva ou negativa” nunca poderia anular a ação.
No referido romance intitulado ‘Ação e Reação’, o Espírito André Luiz também se reporta a questão do ‘carma’ quando o Ministro Sânzio atendendo às suas interrogações ansiosas diante do que observa nas instituições visitadas, lhe explica o que seja a questão do ‘carma’, ou ‘choque do retorno’. Nota-se perfeitamente a confusão de informações que o Espírito André Luiz recebe e repassa, constatando-se claramente, que seus instrutores não seriam também espíritas conhecedores da Codificação Espírita, daí recorrerem a outras terminologias.
À esse respeito, vale pontuar que “carma” é uma palavra oriental que significa ação. No dicionário encontra-se a seguinte definição: do sânscrito karman; nas filosofias da Índia, o conjunto das ações dos homens e suas conseqüências - (bem semelhante à Lei de Ação e Reação).
Na concepção hindu, carma quer dizer “destino” (canga) determinado ou fixo, ou seja, aqueles cujos atos foram corretos, depois de mortos renascerão através de uma mulher brâmane (virtuosa), ao passo que aqueles cujos os atos foram maus, renascerão de uma mulher pária (castas inferiores) e sofrerão muitas desgraças, acabando como simples escravos. (J. Herculano Pires)
No que concerne à Codificação Espírita, se formos pesquisar em todas as Obras Básicas incluindo a Revista Espírita, não encontraremos em nenhuma delas, em momento algum, os Espíritos Superiores, ou mesmo Kardec tratando ou estabelecendo uma Lei de Ação e Reação, ou Lei de Causa e Efeito. Nem muito menos usando do termo ‘carma’.
Isto porque Kardec logo na Introdução da gigantesca obra sobre o qual se ergue a Doutrina Espírita - que é O Livro dos Espíritos - assevera que: “Para as coisas novas necessitamos de palavras novas, pois assim o exige a clareza de linguagem, para evitarmos a confusão inerente aos múltiplos sentidos dos próprios vocábulos”. (Introdução de O Livro dos Espíritos) (grifei)
Portanto, não existe formalmente na Codificação ou na Revista Espírita a definição de Lei de Causa e Efeito - mas a menção de um axioma utilizado pelos Espíritos Superiores, quando esclarecem a origem das dores dizendo que para todo o efeito existe uma causa e não há causa sem efeito.
Mais precisamente em “O Evangelho Segundo o Espiritismo“, este axioma é aplicado quando trata da “Justiça das Aflições” e os Espíritos Superiores discorrem sobre as Causas Atuais e Anteriores das Aflições.
No que concerne às causas atuais das aflições nos é dito que: “Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são a conseqüência natural do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por não terem limitado os seus desejos”. (ESE, Cap. V, 4)
No item seguinte quando são tratadas as causas anteriores das aflições, assim se expressam: “Mas se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, por exemplo, a perda de entes queridos e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os revezes da fortuna; os flagelos naturais; doenças de nascença; deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc. (ESE. Cap. V, 6)
Adiante, esclarecem a problemática utilizando-se do axioma anteriormente mencionado asseverando: “Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora, a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”. (ESE. Cap. V, 6)
Diante do exposto infere-se que em razão de uma justiça divina rigorosa precisamos ‘aprender’ para evoluir. Mas não aplicando-se uma Lei de Ação e Reação que seria uma versão modernosa da Lei de Talião, ou seja, do ‘olho por olho e dente por dente’. Na realidade a Lei que transmudará as dores num estado interior de felicidade e paz, é a preconizada por Jesus quando nos asseverou que “o Amor cobre a multidão de pecados”.
Oportuno ressaltar, como nos asseveram os Espíritos Superiores que nem todo o sofrimento que se passa nesse mundo é advindo necessariamente de uma determinada falta, pois pode tratar-se muito “freqüentemente” de simples provas escolhidas pelo próprio Espírito, para acelerar seu processo evolutivo. (ESE. Cap. V, 9)
Portanto, na condição de espíritas, estejamos atentos para não cairmos nas malhas da anfibologia, que tanto Kardec combateu em relação à Doutrina Espírita, evitando a utilização de palavras que já têm um sentido próprio, e usadas analogicamente geram interpretações equivocadas no que concerne ao corpo doutrinário.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Umbral e Nosso Lar - Uma realidade não existente face a Doutrina dos Espíritos
Por Maria das Graças Cabral
Desde a publicação do livro Nosso Lar pelo espírito André Luiz, psicografado pelo médium Chico Xavier, que o inferno católico transvestiu-se em ‘umbral’, alimentado pelo imaginário dos ‘espíritas’ ainda arraigados à dogmática católica. Por outro lado, a “cidade espiritual” denominada de “Nosso Lar“, tornou-se o céu, cujo destino é almejado por todos aqueles que sonham com a felicidade quando do retorno ao plano espiritual.
Logo no início da obra em comento, nos deparamos com o ‘umbral’, por ser neste lugar de tormentos que se encontrava André Luiz em estado de profunda perturbação.
Diante de seu relato, identifica-se de pronto a incontestável semelhança com o ‘inferno’ católico, ao ser aquele descrito, como uma região tenebrosa, com seres diabólicos, e sofrimentos acerbos.
O autor espiritual assevera que é informado por Lísias (seu orientador) que a localização do ‘umbral’ começa na crosta terrestre, sendo uma zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados” (...). (Nosso Lar, p. 79)
Esclarece o companheiro de André Luiz, que o Umbral funciona, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais: uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena“. (...) “Concentra-se aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior, ressaltando que a Providência Divina agiu sabiamente, permitindo se criasse tal departamento em torno do planeta”. (grifei) (Nosso Lar, p. 79/81)
Ao ser ‘retirado’ do umbral por Clarêncio, depois de oito anos de sofrimento e loucura, relata André Luiz ter sido conduzido a uma cidade espiritual, denominada Nosso Lar. A referida cidade tinha sua organização política efetivada através de um Governador e de seus Ministros.
Reportando-se ao atual Governador da cidade, André Luiz é informado por Lísias, que o mesmo havia conseguido colocar ordem nos distúrbios e cisões que turbavam a cidade, em razão de questões que envolviam a “distribuição de alimentos” entre os Espíritos moradores de Nosso Lar.
Segundo sua narrativa, a cidade era de uma beleza impressionante, com “vastas avenidas, enfeitadas de árvores frondosas. Ar puro, atmosfera de profunda tranqüilidade espiritual”. (Nosso Lar, p. 58)
O autor espiritual não se furta em descrever as belezas de Nosso Lar, desde a arquitetura de seus prédios, seus imensos bosques e jardins com flores exóticas e fontes de águas cristalinas, a beleza das obras de arte e a elegância do mobiliário que guarneciam seus Ministérios e casas, até as melodias sublimes ouvidas por todos os moradores no final da tarde, ou quando das reuniões e preces.
Diante de tal cenário, a referida cidade tornou-se um paradigma de céu para os “espíritas“, posto que, lá chegando, além dos cuidados ministrados em seus excelentes hospitais, posteriormente tem-se a possibilidade de morar em belas e confortáveis casas, juntamente com os entes queridos, todos devidamente protegidos pelas altas e seguras muralhas defensivas desta maravilhosa cidade, que tem o sugestivo nome de ‘Nosso Lar‘.
Entretanto, na condição de espíritas, somos sabedores da necessidade de um estudo constante e sistemático das Obras Básicas, para que possamos de forma justa e lúcida avaliar as informações que nos chegam do plano espiritual, através de mensagens mediúnicas, como é o caso da obra em comento.
Para este intento, precisamos avaliar as informações recebidas tendo como paradigma as Obras Básicas, posto que estas, passaram pelo Controle Universal das Comunicações Espíritas, como bem nos esclarece Allan Kardec, o insigne Codificador da Doutrina dos Espíritos, na parte introdutória de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Inicialmente, faremos uma breve análise do que nos dizem os Espíritos Superiores em O Livro dos Espíritos, quando em seu Capítulo VI, trata da “Vida Espírita“. Faremos a transposição literal de algumas perguntas feitas por Kardec aos Espíritos Superiores, com suas respectivas respostas, e em seguida teceremos comentários e conclusões pertinentes ao assunto proposto.
Comecemos pela pergunta 224 do LE, quando Kardec indaga aos Espíritos Superiores, o que é a alma nos intervalos das encarnações. A reposta dada é a seguinte: - Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera.
Portanto, André Luiz, estava na condição de Espírito errante, aguardando uma nova encarnação segundo a resposta dos Espíritos.
Em seguida, vejamos a pergunta 227 formulada pelo Codificador: - De que maneira se instruem os Espíritos errantes; pois certamente não o fazem da mesma maneira que nós? Resposta: - Estudam o seu passado e procuram o meio de se elevarem. Vêem, observam o que se passa nos lugares que percorrem; escutam os discursos dos homens esclarecidos e os conselhos dos Espíritos mais elevados que eles, e isso lhes proporciona idéias que não possuíam”. (grifei e coloquei negrito)
Observa-se portanto, que a proposta para o Espírito na erraticidade não é o trabalho braçal de lavar chão, limpar enfermarias, etc., mas de trabalhar sua mente e esclarecer o seu ‘eu‘, objetivando uma melhor preparação intelectual e moral, para enfrentar os embates de sua próxima encarnação.
Analisemos ainda o que propõe a pergunta 230 de o LE: - O Espírito progride no estado errante? Resposta: Pode melhorar-se bastante, sempre de acordo com a sua vontade e o seu desejo; mas é na existência corpórea que ele põe em prática as novas idéias adquiridas. (grifei)
Diante do exposto, é fato que:
1º) A vida espiritual não é igual à vida material, posto que a condição consciencial e emocional do indivíduo é outra, o meio é outro, a realidade é outra, a dimensão tempo/espaço é outra, as percepções e sensações são outras.
2º) A Instrução dos Espíritos errantes não se faz da mesma maneira que a dos encarnados;
3º) O progresso efetivo do Espírito só se dá através da existência corpórea, que é quando ele põe em prática as novas idéias adquiridas no Espaço.
No entanto, no que se depreende de Nosso Lar, os Espíritos errantes vivem na espiritualidade uma vida semelhante à vida dos encarnados, posto que:
a) os Espíritos moram em casas com suas famílias;
b) trabalham e são remunerados (bônus-hora);
c) têm relacionamentos amorosos, noivado e casamento;
d) comem, bebem, tomam banho e dormem;
e) viajam de aerobus, vão a festas, cinemas, concertos e reuniões;
f) obedecem a um regime político sob as ordens de um Governador que administra a cidade através de seus Ministérios.
Ou seja, têm uma verdadeira vida social, com todas as implicações geradas pelas relações humanas que envolvem família, amigos, inimigos, trabalho e política.
Pergunta-se: - Prá que reencarnar, se o Espírito já vive todas as possibilidades oriundas da vida em sociedade, considerada por Kardec, como a “pedra de toque” para a evolução humana?!
Mas prossigamos nosso estudo agora analisando a questão 234 de O Livro dos Espíritos, que trata dos Mundos Transitórios, e Kardec faz o seguinte questionamento aos Espíritos Superiores: - Existem, como foi dito, mundos que servem de estações ou de lugares de repouso aos Espíritos errantes? Resposta: - Sim, há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécie de acampamentos, de lugares em que possam repousar de erraticidades muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediárias entre os outros mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem atingi-los, e que gozam de maior ou menor bem-estar. (grifei)
E a pergunta 236 - Os mundos transitórios são, por sua natureza especial, perpetuamente destinados aos Espíritos errantes? Resposta: - Não, sua superfície é apenas temporária.
Oportuno ressaltar o desdobramento da pergunta 236, na 236-a: - São eles ao mesmo tempo habitados por seres corpóreos? Resposta: - Não, sua superfície é estéril. Os que o habitam não precisam de nada. (grifei, e coloquei negrito)
Diante de tão importantes informações, infere-se que:
1º) há possibilidade dos Espíritos errantes se acomodarem em “Mundos Transitórios”;
2º) tais mundos são de superfícies estéreis, ou seja, sem prédios, bosques, fontes etc.;
3º) o Espírito não precisa de nada disso na erraticidade.
Passemos agora à análise do item III, de o LE, que trata das Percepções, Sensações e Sofrimentos dos Espíritos. Kardec lança o seguinte questionamento na pergunta 253: - Os Espíritos experimentam as nossas necessidades e os nossos sofrimentos físicos? Resposta: - Eles o conhecem, porque os sofreram, mas não os experimentam como vós, porque são Espíritos. (grifei)
Pergunta 254: Os Espíritos sentem fadiga e necessidade de repouso? Resposta: Não podem sentir a fadiga como a entendeis, e portanto não necessitam do repouso corporal, pois não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas. Mas o Espírito repousa, no sentido de não permanecer numa atividade constante. Ele não age de maneira material, porque a sua ação é toda intelectual e o seu repouso é todo moral. Há momentos em que o seu pensamento diminui de atividade e não se dirige a um objetivo determinado; este é um verdadeiro repouso, mas não se pode compará-lo ao do corpo. A espécie de fadiga que os Espíritos podem provar está na razão da sua inferioridade, pois quanto mais se elevam, de menos repouso necessitam. (grifei)
Pergunta 255: Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento? Resposta: - Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente que os sofrimentos físicos. (grifei)
Diante do exposto constatamos que:
1º) As necessidades físicas de que se queixam os Espíritos são apenas “impressões”;
2º) Os Espíritos não precisam de repouso, nem obviamente de alimento, posto que não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas, nem muito menos aparelho digestivo, sistema circulatório, nervoso ou genésico;
3º) O sofrimento do Espírito é totalmente moral, e não físico.
Para finalizar o presente estudo no que concerne à vida espiritual, ninguém melhor que Kardec, que com muita propriedade assim se expressa: “Existem, portanto, dois mundos: o corporal, composto dos Espíritos encarnados; e o espiritual, formado dos Espíritos desencarnados. Os seres do mundo corporal, devido mesmo à materialidade do seu envoltório, estão ligados à Terra ou a qualquer globo; o mundo espiritual ostenta-se por toda parte, em redor de nós como no Espaço, sem limite algum designado. Em razão mesmo da natureza fluídica do seu envoltório, os seres que o compõem, em lugar de se locomoverem penosamente sobre o solo, transpõem as distâncias com a rapidez do pensamento. A morte do corpo é a ruptura dos laços que o retinham cativos”. (Revista Espírita. Março de 1865, p. 99) (grifei)
Adiante acrescenta o Codificador: “A felicidade está na razão direta do progresso realizado, de sorte que, de dois Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto o outro, unicamente por não possuir o mesmo adiantamento intelectual e moral, sem que por isso precisem estar, cada qual, em lugar distinto. Ainda que juntos, pode um estar em trevas, enquanto que tudo resplandece para o outro, tal como um cego e um vidente que se dão as mãos: este percebe a luz da qual aquele não recebe a mínima impressão. Sendo a felicidade dos Espíritos inerente às suas qualidades, haurem-na eles em toda parte em que se encontram, seja à superfície da Terra, no meio dos encarnados, seja no Espaço”.(Revista Espírita. Março de 1865, p. 100) (grifei)
Diante das palavras esclarecedoras de Allan Kardec, podemos asseverar da inexistência de lugares determinados no plano espiritual, destinados à purgação de penas, como o ‘umbral‘, ou lugares semelhantes às cidades materiais terrenas, com belezas naturais e construções, para abrigar Espíritos errantes aos moldes de Nosso Lar.
Como muito bem preceitua Kardec, a dor ou a felicidade é vivenciada pelos Espíritos, seja na superfície da Terra no meio dos encarnados, seja no Espaço. Como também dois Espíritos, um feliz e outro infeliz não precisam estar em regiões diferentes para vivenciarem suas realidades espirituais distintas, podendo estar lado a lado.
Vale ressaltar, que o assunto não se exaure nesta simples abordagem, mas que nos desperte a rever certos conceitos através de um estudo sério e efetivo das Obras Básicas, para que nos emancipemos da ignorância que nos aflige, e nos faz escravos das informações mais absurdas, que tomamos como verdade pelo simples fato de virem do plano espiritual através de um determinado Espírito, às vezes utilizando-se de nome respeitável, ou pela consideração devida ao médium através do qual se deu a comunicação.
Seria interessante diante das considerações propostas uma releitura da Escala Espírita - questão 100 de O Livro dos Espíritos, como também um estudo mais aprofundado dos processos de obsessão, mistificação e fascinação, brilhantemente tratados pelos Espíritos Superiores em O Livro dos Médiuns.
Finalizando, precisamos introjetar que na condição de Espíritos errantes estaremos trabalhando questões intrínsecas à nossa individualidade, no que concerne ao nosso intelecto e à nossa moralidade, posto que, como nos disseram muito significativamente os Espíritos Superiores, o repouso do Espírito é totalmente mental.
Tomemos consciência, que o retorno à verdadeira vida nos levará a conhecer a obra inenarrável do nosso Criador. Nossa casa somos nós mesmos, livres, viajando pela força do pensamento através de todo esse imenso cosmos, conhecendo mundos, assistindo a formação de galáxias, e admirando a perfeição dessa obra, que nem o maior de todos os artistas da Terra poderá reproduzir!
Fonte: Blog Um Olhar Espírita - http://umolharespirita1.blogspot.com/2011/10/nosso-lar-e-umbral-uma-realidade-nao.html
domingo, 18 de setembro de 2011
Artigos de Sérgio Aleixo dividem leitores do blog
A minoria é composta por espíritas cristãos que defendem o ponto de vista do Espiritismo ser uma religião, a infalibilidade dos médiuns e suas comunicações, a crença em André Luiz e suas colônias espirituais.
Alguns leitores entram em contato conosco de forma gentil e ponderada, acerca de seus pontos de vista doutrinários, outros, mais exaltados, discordam radicalmente de Aleixo e da posição do blog, que ratifica o posicionamento do vice-presidente da ADE-RJ.
“Mas nunca será demasiado repetir: não aceiteis nada cegamente. Que cada fato seja submetido a um exame minucioso, aprofundado e severo.” (O Livro dos Médiuns – Kardec – item 98)
terça-feira, 26 de julho de 2011
Colonias Espirituales

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Desde la llegada del Espiritismo en Brasil desde hace décadas, se ha estado acumulando alarmantes libros y libros de espíritu y los espíritus que están en el estante del espiritismo. Sin embargo, sólo un lector más cuidadoso frente a los contenidos básicos del Espiritismo, Libro de los Espíritus ", que verá el choque de conceptos, claramente articulados entre sí. En el punto álgido de la confrontación ideológica de los conceptos da el nombre de "Colonias Espirituales".
Los incautos pueden entonces afirmar que tanto en una como en otra obra son transcritas palabras de espíritus y nada hay para validar o invalidar las informaciones. Con todo, el curioso y atento lector que pretenda dominarse espirita, no ha de haber pasado desapercibido en el Inicio del Evangelio Según el espiritismo – otra obra considerada básica en el cerne doctrinario espirita – la referencia al Control Universal de la Enseñanza de los Espíritus (CUEE). Tenemos allí, revelados en un lenguaje relativamente simple e inteligible, el camino de piedras para la validación de una obra espirita, inclusive y principalmente, el camino de confrontación de la propia Doctrina Espirita, que no “cayó del cielo” simplemente, como acontece con tanta literatura en el medio.
El CUEE muestra la preocupación de los Espíritus acatada por Kardec en todo su trabajo, del uso de metodología, razón y buen sentido. El cuidado en aceptar cualquier cosa que venga de un médium o de un espíritu está reflejado en la alerta del CUEE y también en toda la obra del Libro de los Mediums.
Nos encontramos con dos tipos de errores: la pereza de comparar por el método aquello que supuestamente es revelado como nuevo y el desdén con el rico contenido doctrinario que, a pesar de no estar fechado, aun es joven y una fuente preciosa de estudios y revelaciones. Y no raras veces, la doctrina es rechazada por la practica espirita vigente, virando a un mero objeto de ilustración, inspirando por ahí, sus supuestos “hijos” o afiliados, más que no trazan en sus obras, observaciones y practicas doctrinarias – el fruto que comprobaría su DNA, si es que así se puede decir.
A lo más, tenemos todavía en la referencia al Control Universal de las Enseñanzas Espiritas, el alerta tan especialmente registrado:
Los Espíritus Superiores proceden, en sus revelaciones, con extrema prudencia. Solo abordan grandes cuestiones de la doctrina de manera gradual, a medida que la inteligencia se torna apta para comprender las verdades de un orden más elevado, y que las circunstancias sean propicias para la emisiónd e una idea nueva. Es porque, desde el comienzo, ellos no lo dijeron todo, y ni lo han dicho hasta ahora, no cediendo jamás a la impaciencia de las personas muy aceleradas, que desean coger los frutos antes de madurar. Seria, pues, inútil. Querer anticipar el tiempo marcado por la Providencia para cada cosa, porque entonces los Espíritus verdaderamente serios rehúsan a ayudar. Los Espíritus Livianos, sin embargo, poco se incomodan con la verdad, a todo responden. Es por esa razón que, sobre todas las cuestiones prematuras, hay siempre respuestas contradictorias.
¿Cómo es la vida después de la muerte? Sería la pregunta clave que culmina con tanta controversia entre los diversos espiritas.
Defensores del relato de los Espírituds Superiores, laboratorio de estudios psíquicos de Kardec, y otras obras más ligadas al Espiritismo serio encuentran gracioso los mitos que impregnan las creencias: umbrales, colonias, hospicios, hospitales, verdaderos elefantes blancos espirituales, que, en suma, si existiesen, no justificarían la encarnación, pues siendo una copia del mundo terrestre, seria innecesario a los espíritus de este mundo encarnar para su evolución.
El choque materialista traba la batalla entre la razón y emoción por evitar concebir un mundo espiritual sin los accesorios terrenos.
En la instrucción de los Espíritus de la Codificación concluimos, después de la lectura atenta, que la Tierra no es una copia del plano espiritual, siendo este el principal, y el material, secundario, que podría hasta aun mismo no existir.
El mundo espiritual es fruto de nuestras necesidades materiales y orgánicas en cuanto a espíritus encarnados, innecesario, es por tanto, al espíritu desencarnado, cuyo foco es su progreso intelectual y moral.
El ambiente terrestre también puede ser concebido como el laboratorio donde iremos a colocar en acción vivencial nuestros avances. Si en la erraticidad tuviésemos una copia de la tierra, encarnar seria superfluo e innecesario. No habría motivo para encarnar, si el mundo espiritual presenta las mismas condiciones materiales para evolucionar.
En cierta literatura que se denomina espirita leemos:
El Umbral – continua, solicito – comienza en la costra terrestre – es la zona oscura de cuantos en el mundo no se resolvieron atravesar las puertas de los deberes sagrados, con el fin de cumplirlos, demorándose en el valle de los indecisos o en el pantano de los numerosos errores [...] El Umbral funciona, por tanto, como región destinada al agotamiento de residuos mentales; una especie de zona purgatorial, donde se quema, las prestaciones, el material deteriorado de las ilusiones que la criatura adquiridos por la criatura atacada. Menospreciando el sublime deseo de una existencia terrena.
Entra entonces el concepto de existir. ¿Será la existencia “real/ material” o “psíquica?
Según el Libro de los Mediums, en los reductos espirituales no hay existencia concreta, son de corta duración, transitorias, fluídicas… El libro de los Espíritus afirma que no existe purgatorio y ni local destinado a las penas o sufrimientos, más si aglomeraciones por afinidades de Espíritus aun apegados a la materia. Necesidades materiales apenas a las contempladas en los mundo materiales y no en un contexto espiritual.
Los espíritus en la erraticidad se encuentran en una dimensión invisible a nuestra mirada racional, más técnicamente pueden estar aquí a nuestro lado, aun apegados a nuestros impulsos primarios y muy distantes, si están avanzados en su evolución.
Nos cabe entender principalmente que el camino evolutivo es largo y penoso, no solo para los que están desligados del cuerpo terrestre, que caminan para el fin destinado a todos los espíritus – el de la purificación – sino también a los que se encuentran en este intervalo encarnatorio, en luchas quijotescas contra las páginas de Kardec y de los espíritus de la Codificación que tan bien ilustran nuestras dudas y ansias del porvenir. Dudas borrosas para nuestros ojos que se rehúsan a ver y por nuestro orgullo se rehúsa a entender.
REFERÊNCIAS
KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos – 1857. Tradução Ed. Lake, 1995, Herculano Pires
KARDEC, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo - 1863, Tradução Ed. Lake, 2003, Herculano Pires
XAVIER, Chico , Nosso Lar - Ed. Feb, 1944 - 45ª edição