sábado, 30 de julho de 2011

Kardec e os Exilados

Por Sérgio Aleixo

Em A Caminho da Luz, lê-se: “Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX, neste crepúsculo de civilização”.[1]

Mas em termos kardecianos: “Toda teoria em contradição manifesta com o bom-senso, com uma lógica rigorosa, com os dados positivos que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que a assine, deve ser rejeitada”.[2]

O bom-senso, a princípio, não afasta o que se lê em A Caminho da Luz. Entretanto, isto não ocorre quanto à “lógica rigorosa”, pois esta, no caso, exige “os dados positivos que possuímos”, isto é, o que diz a ciência sobre Capela, não importando se esse conhecimento é limitado, até porque qualquer conhecimento o é por natureza. A Doutrina Espírita, porém, estará sempre com a ciência naquilo que compete a esta, sob pena de obscurantismo.

Segundo especialistas, Capela não tem planetas, e mesmo que algum fosse encontrado, nenhuma estabilidade apresentaria que possibilite ­(ou mesmo que tenha possibilitado em bilhões de anos passados) o surgimento de vida. Eles têm ainda por certo que só estrelas simples ocasionam probabilidades para o desenvolvimento de formas orgânicas. Capela, porém, é um sistema de nove estrelas (duas principais e mais sete) com tremendas instabilidades de várias ordens.

Assim, em nome do Espiritismo, não se poderia sustentar que há ou que houve vida num planeta que não existe nem nunca existiu no sistema Capela, menos ainda se “guarda muitas afinidades com o globo terrestre”, na culminância de um ciclo evolutivo cujas lutas finais teriam ocorrido como as nossas, em relação às transições que eram “esperadas no século XX”. Eram... Pois o século 20 acabou sem que houvesse mudança alguma na ordem natural das coisas, como asseguraram, desde sempre, Kardec e os espíritos superiores da sua magna Codificação.

Num conto de ficção que nada tem a ver com este assunto do exílio, Flammarion chegou a supor os capelinos como seres dotados de faculdades de percepção elevadas, por não estarem encarnados em corpos grosseiros como os nossos. Mas ouviu do codificador que, embora houvesse concordância de muitos pontos com o Espiritismo, a obra representava apenas uma “hipótese” ilustrativa.[3] Vai longe o tempo em que a doutrina era tratada com tamanha prudência.

Diante do texto de A Caminho da Luz, entretanto, em seu antigo habitat, a vida dos capelinos só podia ser como a vida aqui na Terra: orgânica. De outra forma, o texto não faria o menor sentido; tanto assim, que fala de mundos capelinos que “já se purificaram física e moralmente”,[4] numa clara indicação de que aquele orbe de onde teriam vindo os exilados não se houvera depurado. O texto, aliás, apesar de se referir a uma ação ocorrida “há muitos milênios”, diz que esse mundo “guarda muitas afinidades com o globo terrestre”. Emmanuel, pois, asseverou que o planeta ainda estava lá, no tempo em que lá o quis sediar: 1938. Sem dúvidas, trata-se de ambiente físico, e não de um mundo indetectável.

De qualquer modo, a ideia que Kardec admitiu como Espiritismo — porque “aceita pela maioria dos espíritas como a mais racional e a mais de acordo com a soberana justiça de Deus” e, sobretudo, “confirmada pela generalidade das instruções dadas pelos espíritos sobre esse assunto” —[5] foi a de que houve um exílio, não “há muitos milênios”, e sim, como se aprende no n. 51 de O Livro dos Espíritos, há alguns milênios, “cerca de 4.000 anos antes do Cristo”. Espíritos foram mandados para a Terra a fim de que os habitantes desta, mais atrasados, progredissem com este contato, e para que os exilados expiassem suas faltas, porquanto se haviam rebelado contra a lei de Deus num mundo “feliz”, “mais adiantado e menos material do que o nosso”. É o que se lê, sem apelação, em A Gênese, XI, 36 (ou 38), e XII, 22 (ou 23).

36 (ou 38). Segundo o ensino dos espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, se quiserem, uma dessas colônias de espíritos vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na figura de Adão, e, por essa razão mesma, chamada de raça adâmica. Quando ela chegou aqui, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, assim como a América, quando os europeus chegaram lá. A raça adâmica, mais adiantada do que aquelas que a haviam precedido na Terra, é, com efeito, a mais inteligente, é ela que impele todas as outras ao progresso.

22 (ou 23). Admitamos, ao demais, que [Adão e Eva] tenham vivido em um mundo mais adiantado e menos material do que o nosso, onde o trabalho do espírito substituía o do corpo, e que, por sua rebelião contra a lei de Deus, simbolizada pela desobediência, tenham sido, por punição, afastados de lá e exilados para a Terra, onde o homem, pela natureza do globo, é constrangido a um trabalho corporal, e reconheceremos que Deus tinha razão em lhes dizer: ‘No mundo onde ireis viver daqui por diante, cultivareis a terra e dela tirareis o alimento com o suor da vossa fronte’, e em dizer à mulher: ‘Parirás com dor’, porque esta é a situação desse mundo. O paraíso terrestre, cujos vestígios se têm procurado inutilmente na Terra, era portanto a representação do mundo feliz onde Adão havia vivido, ou melhor dizendo, a raça dos espíritos da qual ele é a personificação. [...]

Não foi, portanto, indicada a localização cósmica do planeta original dos exilados, nem se falou que tinha muitas afinidades com a Terra. Se o movimento espírita considerasse como palavra de ordem os conteúdos e, sobretudo, a criteriologia da obra de Kardec; se fosse capaz de obedecer às determinações do velho mestre pelos méritos que indiscutivelmente possuem, deveria rejeitar a ideia de que os exilados vieram de um orbe da Capela portador de “muitas afinidades” com o nosso mundo, num momento em que suas lutas eram como as nossas, no séc. 20 (bem materiais então!), porque a ciência, em assunto que é da sua estrita competência, nunca ofereceu subsídios para essa indicação. Só um eventual futuro respaldo da astrobiologia pode ocasionar mudança de postura espírita quanto a este assunto. Até lá, deve prevalecer para os adeptos sinceros e devotados a dita de Erasto:

Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom-senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa. Com efeito, sobre essa teoria poderíeis edificar todo um sistema que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento construído sobre a areia movediça.[6]

Edgar Armond e similares, imbuídos das melhores intenções, mas driblando Kardec para estabelecer seus sistemas pessoais, apenas fizeram exatamente isto: edificaram sobre a areia movediça de A Caminho da Luz, em cujo “Antelóquio” se lê, com surpresa, que “não deverá ser um trabalho histórico”, o que contraria seu subtítulo: “História da Civilização à Luz do Espiritismo”. E o que dizer daqueles prognósticos ao final do capítulo XXV? Caducaram por completo. O século 21 aí está, com “as forças do mal” em “posições de domínio” e as “ovelhas” ainda bem misturadas. Mas o suposto livro complementar de A Gênese assim profetizou:

São chegados os tempos em que as forças do mal serão compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes terrestres [...]. Vive-se agora [1938], na Terra, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite; e ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos. [...] O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho.

Como A Caminho da Luz poderia ser um livro complementar à Gênese de Kardec se lhe descumpre esta orientação fundamental:

[...] os espíritos realmente sábios nunca predizem nada com épocas determinadas; eles se limitam a nos prevenir sobre a sequência dos fatos que nos seja útil conhecer. Insistir em obter detalhes precisos é expor-se às mistificações dos espíritos levianos, que predizem tudo o que se quer, sem se importarem com a verdade, e se divertem com os terrores e as decepções que causam. [...] Pode-se ter por certo que, quanto mais circunstanciadas [as predições], mais elas são suspeitas.[7]

Quanto àquela pretensa confirmação de vida em Capela desde a Revista Espírita, os textos devem ser lidos mais atentamente, sem precipitações apaixonadas. Como disse acima, logo no primeiro artigo, Kardec é bem claro: “O autor imagina um diálogo entre um indivíduo vivo chamado Sitiens”. E aduz então: “A teoria que ele dá da visão da alma é notável”. [8] Mais adiante, assevera o mestre: “[...] não podendo essa experiência ser feita diretamente pelos homens, o autor supõe um espírito que dá conta de suas sensações, e colocado em condições de poder estabelecer uma comparação entre a Terra e o mundo que habita [um dos planetas de Capela]”. Ainda que Kardec haja reconhecido ao texto de Flammarion “uma importância capital”, no segundo artigo, reafirmou:

[...] não se deve perder de vista que esta história não passa de uma hipótese, destinada a tornar mais acessíveis à inteligência e, de certo modo palpáveis pela entrada em ação, da demonstração de uma teoria científica, como fizemos observar em nosso artigo precedente.[9]

Em nenhum momento ficou estabelecido que o conto literário de Flammarion era portador de um princípio espírita no que respeita ao sistema Capela. Kardec apenas viu méritos na maneira pela qual a separação entre alma e corpo e as faculdades daquela foram tratadas no relato ficcional de seu famoso “amigo” astrônomo. Em mais dois anos, esse “amigo” acusaria o velho mestre, em pleno funeral deste, de haver suscitado rivalidades e de haver feito escola de forma um pouco pessoal, como se houvesse nisto alguma falha;[10] além de já ter presenteado Kardec com o “favor” de psicografar um “Galileu” que ignorava a existência dos satélites de Marte. É verdade que Fobos e Deimos foram descobertos apenas depois dessas psicografias, em 1877. Não surpreende que os espíritos deixem de revelar o que só aos homens compete descobrir, mas quando prestam informações falsas, o caso é outro.[11]

Na ficção do astrônomo, ao demais, o espírito Lumen diz que os capelinos não seriam encarnados num invólucro grosseiro, o que os dotaria de “faculdades de percepção elevadas num eminente grau de poder”.[12] Caso se tratasse de elevar à condição de princípio doutrinário do Espiritismo a localização desses seres em Capela (e Kardec não o fez!), ainda assim tal ideia estaria em conflito com a informação emmanuelina de que viviam num orbe que guarda muitas afinidades com o nosso globo, em meio às lutas finais de um longo aperfeiçoamento, como nos acontecia no séc. 20.

Por fim, diga-se em alto e bom som que, na negação de que os exilados teriam vindo de Capela, nenhum princípio sequer do Espiritismo está em litígio, e sim uma tradição espiritual improvável de que há ou de que houve vida orgânica num suposto mundo desse sistema estelar sem planetas. Emmanuel, aliás, já fizera declarações temerárias não só de caráter intergaláctico, mas acerca mesmo do nosso sistema planetário:

Assim como Marte ou Saturno já atingiram um estado mais avançado em conhecimentos, melhorando as condições de suas coletividades, o vosso orbe tem, igualmente, o dever de melhorar-se, avançando, pelo aperfeiçoamento das suas leis, para um estágio superior, no quadro universal.[13]

Coletividades em melhores condições? É... Evoluíram tanto que sumiram da face desses planetas, fisicamente estéreis e desabitados.[14] O movimento espírita precisa entender que a simples opinião, por si só, deste ou daquele espírito, seja qual for, por que médium o for, não constitui Espiritismo quando se desalinha em relação a Kardec. Este e outros assuntos precisam ser tratados em termos kardecianos. É a hora da codificação espírita! Ou nos tornaremos uma trupe de fascinados, presas dos mais lamentáveis obscurantismos.

[1] A Caminho da Luz. III. As raças adâmicas. Um mundo em transições. p. 34.
[2] O Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução, II.
[3] Revista Espírita. Mar/1867. Notícias Bibliográficas. Lumen. E mai/1867, Lumen.
[4] A Caminho da Luz. III. As raças adâmicas. O sistema de Capela, p. 34.
[5] A Gênese, XI, 42, nota 173.
[6] O Livro dos Médiuns, 230.
[7] A Gênese, XVI, 16.
[8] Revista Espírita. Março/1867. Notícias Bibliográficas. Lumen.
[9] Revista Espírita. Maio/1867. Lumen.
[10]Obras Póstumas. Discurso pronunciado sobre o túmulo de Kardec.
[11] Cf. A Gênese, VI, 26: “Alguns planetas como Mercúrio, Vênus e Marte não deram origem a nenhum astro secundário; enquanto que outros, como a Terra, Júpiter, Saturno, etc., formaram um ou mais”.
[12] Revista Espírita. Março/1867. Notícias Bibliográficas. Lumen.
[13] Emmanuel. A Tarefa dos Guias Espirituais.
[14] Veja-se neste meu trabalho o texto Kardec Versus Emmanuel em 12 Passos. http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com/2011_06_12_archive.html.

Fonte: http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com/2010_03_29_archive.html

A Doutrina Espírita não é a única a sofrer distorções

Por Lilia do Canto

Há pessoas fora do Espiritismo que já estão conhecendo a ortodoxia espírita. Pessoas que não conhecem nada sobre a DE, mas já ouviram falar. E aí eles percebem que esse pensamento ortodoxo é muito diferente do que eles conhecem do Espiritismo famoso, aquele que aparece na televisão e fala de Chico Xavier. Diante disse, alguns disseram: “que tipo de ciência é essa que tem tantas discordâncias entre si?”. Mas acontece que a Doutrina Espírita não é a única.

“Não é a única o que?”, você deve estar se perguntando. Não é a única ciência a sofrer distorções, não é a única ciência que é divulgada erroneamente. Percebe-se isso quando vemos muitas ideias científicas deturpadas se espalhando, e também ocorre igualmente com o Espiritismo.

Acessando os seguintes links, você perceberá como cientistas tentam desmentir ideias populares. Com eles também há essas discordâncias, afinal elas são mais do que necessárias. Sem o debate, tudo fica na mesma. E com os espíritas, não é diferente: quem estuda pouco, ou não estuda, acaba divulgando ideias equivocadas.

Esses links são apenas para mostrar que também existem essas "guerras" no meio científico (apesar de que para nós não há guerra nenhuma). Não estou pró nem contra, afinal não posso simplesmente escolher um lado se não sou especialista nesses assuntos.

Primeiro, um físico argumentando que Einstein nunca disse aquela famosa frase "Tudo é relativo".

http://clickeaprenda.uol.com.br/mostraConteudo.action?nivel=m&codigoPagina=NOT1012060201

Na Psicologia, não é diferente. Muitas ideias do senso comum são atribuídas a ela, essa é uma delas:

http://super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/conselhos-errados-que-as-pessoas-dao-extravasar-raiva-faz-bem/

E por último, o famoso aquecimento global. O climatologista abaixo mostra argumentos de que não há nada que prove que o CO2 define o clima mundial:

http://www.youtube.com/user/Willian1982spfc#p/u/0/JxC_JIwat9s


Ideias científicas são deturpadas o tempo todo. Ideias de tudo, na verdade. Acredito que seria impossível impedir isso, pois as pessoas falam o que ouvem, e quem poderia saber que o que você aprendeu o tempo todo estava errado? Alguém comum, no dia-a-dia, que disse uma mentira sobre alguma ciência porque ouviu falar, não é tão culpada quanto aquela que se diz especialista no assunto. Quando todo mundo fala a mesma coisa, nós acabamos pensando que é verdade, por isso há aqueles que caem mais por causa disso do que por má fé. Claro que isso não impede de termos cuidado com o que falamos, mas isso é comum. Só que com o Espiritismo, o caso está muito pior.

O problema é que a própria FEB é a principal em criar essas distorções, quando ela deveria ser quem divulga corretamente o Espiritismo. Um livro muito bom sobre as deturpações do MEB (Movimento Espírita Brasileiro) é o Conscientização Espírita, que mostra como começou tudo isso, com Roustaing, e como continua até hoje.

Portanto, essas divergências não tiram o crédito do Espiritismo. A discussão é uma das melhores formas de se buscar a verdade.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Léon Denis, Emmanuel e as Almas Gêmeas

Por Sérgio Aleixo

Disse Kardec em O Livro dos Espíritos, 202: “Os espíritos encarnam-se homens ou mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, oferece-lhes provas e deveres especiais, e novas ocasiões de adquirir experiências. Aquele que fosse sempre homem, só saberia o que sabem os homens”. E mais, 303-a: “A teoria das metades eternas é uma imagem que representa a união de dois espíritos simpáticos. É uma expressão usada até mesmo na linguagem vulgar, e que não deve ser tomada ao pé da letra. Os espíritos que dela se servem não pertencem à ordem mais elevada. A esfera de suas ideias é necessariamente limitada, e exprimem o seu pensamento pelos termos de que se teriam servido na vida corpórea”.

Entretanto, Léon Denis e Emmanuel discordaram de Kardec e dos guias da humanidade. Em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, XIII, aduziu o primeiro: “Cremos de preferência, de acordo com os nossos guias, que a mudança de sexo, sempre possível para o espírito, é, em princípio, inútil e perigosa. Os espíritos elevados reprovam-na. [...] Quando um espírito se afez a um sexo, é mau para ele sair do que se tornou a sua natureza”.

O druida da Lorena tentou justificar sua tese de que a mudança de sexo não seria uma necessidade (só a admite por expiação) alegando que essa troca prejudicaria as “almas-irmãs, criadas aos pares, destinadas a evoluírem juntas, unidas para sempre na alegria como na dor”, almas que, segundo ele, “realizam a forma mais completa, mais perfeita da vida e do sentimento e dão às outras almas o exemplo de um amor fiel, inalterável, profundo”. Léon Denis assegurou ainda que o número dessas “almas-irmãs” seria “mais considerável do que geralmente se crê”.

A tese das almas gêmeas, ou irmãs, é mera variante da teoria das metades eternas, por lhes ser ínsito o mesmo fatalismo da predestinação. Denis veiculou uma ideia injusta, além de haver incidido em mais uma doutrina contrária ao Espiritismo: almas seriam criadas aos pares, cujo amor serviria de exemplo a outras almas, portanto as últimas não teriam seus respectivos pares, já que o número das primeiras seria mais considerável do que geralmente se crê, ou seja, esse número, de uma forma ou de outra, não constituiria a totalidade das almas criadas, segundo Denis.

De outro lado, sem negar a necessidade da mudança de sexo para que os espíritos progridam em tudo, Emmanuel confirmou a doutrina das almas gêmeas, tão só com a diferença de havê-la generalizado, estendendo o número delas à totalidade das almas humanas (exceto Jesus). Assim, ensinou que “cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade”. Essas almas, segundo Emmanuel, foram “CRIADAS UMAS PARA AS OUTRAS”, no que só repete Denis.[1]

Trata-se de mera variante da teoria das metades eternas. Inútil fora defendê-los com eufemismos que distorçam o que propalaram e façam supor que só se hajam reportado à intensa afinidade entre certas almas. Denis e Emmanuel afirmam uma predestinação desde sempre rejeitada pelo Espiritismo. Eis o fato!

Se não, vejamos ainda mais O Livro dos Espíritos, 298: “As almas que devem unir-se estão predestinadas a essa união, desde a sua origem, e cada um de nós tem, em alguma parte do universo, a sua metade, à qual um dia se unirá fatalmente? – Não; não existe união particular e fatal entre duas almas”. E arremata Kardec na obra-base, 303-a: “É necessário rejeitar esta ideia de que dois espíritos, CRIADOS UM PARA O OUTRO, devem um dia fatalmente reunir-se na eternidade, após terem permanecido separados durante um lapso de tempo mais ou menos longo”.

A concepção, portanto, de almas criadas pela metade, ou aos pares, mas sempre ou eventualmente umas para as outras, com a prévia finalidade de um dia se unirem eternamente, conservem ou não a individualidade após isso, não é aceita pelo Espiritismo. Não importa o viés lexical! Sejam metades eternas, ou almas gêmeas, subsiste em ambas as teses o mesmo vício de uma suposta predestinação mútua de dois seres desde a sua origem, o que foi repelido por O Livro dos Espíritos.

Emmanuel ainda foi mais além. Condicionou o amor que sentiremos um dia pela humanidade inteira à prévia realização desse amor de almas gêmeas, que define como uma união, uma dada integração no plano espiritual, em que, por fim, elas “se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidade profunda de todas as cogitações do ser, no dédalo do destino”.[2]

O indagador da Federação Espírita Brasileira, menos preocupado com o fato de essa doutrina carecer de fundamento em Kardec do que por não ter base nem mesmo em Roustaing, perguntou, então, sobre a alma gêmea de Jesus. A resposta evasiva de Emmanuel foi que seria “injustificável” um paralelismo entre o Cristo e “os meios humanos”, porque “observamos em Jesus a finalidade sagrada dos gloriosos destinos do espírito”.[3] Mas se é também essa a nossa própria destinação, por que seria injustificável o paralelismo entre Jesus e os meios humanos? Como Jesus chegou a ser quem é? Não foi por encarnações humanas, ainda que noutros mundos há muito preexistentes ao nosso?

Emmanuel advogou que o Mestre só teria enlaçado, “no seu coração magnânimo, com a mesma dedicação, a humanidade inteira, depois de realizar o amor supremo”.[4] Todavia, que amor foi esse, depois da realização do qual Jesus passou a amar a humanidade inteira com a mesma dedicação? Como previsto no número 326 de O Consolador: “O amor das almas gêmeas é aquele que o espírito sentirá um dia pela humanidade inteira”.

Dir-se-ia que Emmanuel admitiu, assim, a prévia realização do amor de Jesus e de sua alma gêmea; depois disso, o Cristo passou a sentir esse amor pela humanidade toda. Mas não! O guia de Chico Xavier excepcionou Jesus de tal situação; entende que ele evoluiu “em linha reta” e, por isso, em meios não humanos, o que, indubitavelmente, faz parte do programa de crenças rustenistas.

Sobre o Cristo, o que diz a Doutrina Espírita? — l'Esprit pur par excellence: “o Espírito puro por excelência”, portanto, de “superioridade intelectual e moral absoluta, em relação aos espíritos das outras ordens”.[5] Em Espiritismo, todos os seres têm o mesmo “ponto de origem” e o mesmo “destino”.[6] Jesus não foi exceção. Mas quem poderia saber se cometeu erros na estrada evolutiva? E que importância afinal teria agora isso, se os que chegam ao grau supremo, mesmo passando pelo mal, são contemplados com idêntico olhar por Deus, que a todos ama igualmente?[7] Possível é que o Mestre seja daqueles espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem.[8] Mas O Livro dos Espíritos chama isso de evolução “EM LINHA RETA”? O que nos autoriza a supor que essa expressão equivale ao que ensinou a obra-base? O que quer dizer: “desde o princípio”?

Essa expressão usada por Emmanuel pertence a Os Quatro Evangelhos, de Roustaing: “avançar com passo firme e EM LINHA RETA para a perfeição”,[9] o que ratifica a identidade do guia de Chico Xavier com essa obra defensora de uma progressão espiritual que dispensaria a vida na matéria aos que só fazem o bem nos mundos fluídicos próprios à humanização da alma, chamados ad-hoc. A encarnação não passaria de excepcional castigo aos culpados que por lá faliram: seria uma “queda”.

A Doutrina Espírita, porém, ensina que seguir “desde o princípio” o caminho do bem “não isenta os espíritos das penas da vida corporal”, porque “TODOS são criados simples e ignorantes e se instruem através das lutas e atribulações desta vida; Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem penas e sem trabalhos, e por conseguinte sem mérito.”[10] A palavra “princípio” não se refere, pois, só aos mundos materiais, antes da suposta queda do espírito, nem tampouco se distinguiria, por isso, de “origem”, como querem as ginásticas verborrágicas de alguns rustenistas fanatizados.

Kardec diz que “os espíritos, na sua ORIGEM, se assemelham a crianças, ignorantes e sem experiência”.[11] Questiona como podem, “em sua ORIGEM, quando ainda não têm a consciência de si mesmos, ter a liberdade de escolher entre o bem e o mal”, e se lhe responde que “o livre-arbítrio se desenvolve à medida que o espírito adquire consciência de si mesmo”.[12] Neste ínterim, pergunta Kardec “por que Deus permitiu que os espíritos pudessem seguir o caminho do mal[13] e, sem solução de continuidade, indaga logo após: “Havendo espíritos que, desde o PRINCÍPIO, seguem o caminho do bem absoluto, e outros o do mal absoluto, haverá gradações, sem dúvida, entre esses dois extremos?”. Resposta: “Sim, por certo, e constituem a grande maioria”.

Princípio” e “origem” são utilizados como sinônimos, e relacionados, é claro, ao “início” da fase humana de evolução da alma. O Livro dos Espíritos, 133, repele, assim, a tese da queda, ao assegurar que seguir desde o princípio o caminho do bem não isenta os espíritos das penas da vida corporal, entendimento confirmado mais adiante, 634: “É necessário que o espírito adquira experiência, e para isso é necessário que ele conheça o bem e o mal; eis por que existe a união do espírito e do corpo”. Incluída aí está a dualidade espírito-matéria, sem a qual não se desenvolveria o livre-arbítrio e a consciência de si no espírito.

A doutrina de O Livro dos Espíritos, portanto, não abriga de nenhuma forma o conceito rustenista de evolução “em linha reta”, porque esse simplesmente dispensa a vida na matéria, razão pela qual teria sido meramente fluídico o corpo de Jesus, doutrina repelida por Kardec.[14] Quando Emmanuel diz que o Cristo evoluiu em meios não humanos, nega, indubitavelmente, a materialidade do corpo que Jesus assumiu na Terra; trata-se de uma profissão de fé neodocetista e, portanto, rustenista.

Emmanuel também revela seu rustenismo quando diz que, exceto Jesus, somos “espíritos que se resgatam ou aprendem nas experiências humanas, após as quedas do passado”.[15] As quedas pretéritas, assim atribuídas tanto aos que “aprendem”, como aos que “se resgatam”, é uma generalização errônea, pois “a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação”.[16] Nem todos os que aprendem em meio a provas têm, pois, erros a resgatar. Se Emmanuel advoga que todos os têm, confirma as quedas que precipitariam na matéria os falidos da concepção de Os Quatro Evangelhos. E isso mais se evidencia na sua ideia sobre provação: seria para o “rebelde” e “preguiçoso”, e a expiação, para o “malfeitor que comete um crime”.[17] Quanto à expiação, vá lá, que seja; mas se é impossível chegar à perfeição sem provas, seríamos, de antemão, rebeldes e preguiçosos pelo simples fato de sofrê-las?

Outra evidência do rustenismo de Emmanuel está na pergunta sobre a queda do espírito. Diz que a alma é “colocada por Deus no caminho da vida como discípulo que TERMINA os estudos básicos”.[18] Como pode ser isso se O Livro dos Espíritos, 190, leciona que, em sua primeira encarnação, a alma “ensaia para a vida”? Trata-se, pois, do início dos estudos básicos da alma, não de seu término. Emmanuel, então, imagina que iniciamos nossos estudos básicos sem o concurso da matéria, nos mundos ad-hoc de Roustaing, nos quais falimos e, por essa razão, na matéria agora nos encontramos, só para terminá-los, como se isso fosse uma excepcionalidade punitiva.

Só o pressuposto rustenista da queda original do espírito na matéria, por castigo, explica certos ensinos de O Consolador. Como podem, assim, ter base em Kardec? Foi mesmo Emmanuel quem tanto discordou da codificação espírita? Mas é o nome dele, bem como o de Chico Xavier, que está nas capas dos livros. De mais a mais, se a evolução em linha reta e a queda são rustenismo, a existência de almas gêmeas,[19] a procedência “capelina” do exílio espiritual que deu origem à raça adâmica “há muitos milênios”, a superioridade do planeta Marte sobre a Terra, etc., não foram ensinadas a Roustaing.[20]

Estranho é que se clame pela autoridade do mestre francês e se publiquem obras mediúnicas cujos conteúdos lhe subvertam acintosamente os princípios codificados. Extrema é a hora espírita neste mundo. Valha-nos O Espírito de Verdade!

Realmente, consta que Emmanuel teria dito a Chico Xavier que deveria permanecer com Jesus e Kardec caso lhe aconselhasse algo em desacordo com as palavras de ambos.[21] Mas nenhum ensino contrário a Kardec deixou de ser publicado por essa razão. Eis o fato.[22] Como eu disse no Primado de Kardec, cap. 13, é de mais consistente lógica e de melhor proveito à clareza analítica que se atribua ao próprio Emmanuel tudo aquilo que dos seus livros conste. Só Chico Xavier teve o poder de dirimir as dúvidas, mas nunca o fez, nunca levantou uma suspeita sequer sobre a F.E.B.; ao contrário, não é difícil encontrar-lhe pronunciamentos com os mais efusivos aplausos à Casa do “Anjo” Ismael, assim como ao grande J. Herculano Pires, maior opositor do rustenismo febiano. O médium sempre aparece ao lado de todos os partidos.

Aprendizes em Espiritismo sabem que o primeiro critério da verdade é submeter as comunicações dos espíritos ao controle severo da razão, do bom-senso e da lógica. Só espíritos enganadores, que não podem senão perder com esse exame sério, é que evitam a discussão e querem ser acreditados sob palavra.[23]

Aprendizes em Espiritismo igualmente sabem que o segundo critério da verdade está na concordância, na universalidade do ensinamento espiritual, no fato de um princípio ser ensinado em vários lugares, por diferentes espíritos e médiuns estranhos uns aos outros, “e que não estejam sob a mesma influência”.[24]

A única expressão de universalidade desse ensino espiritual sempre foi a Obra de Kardec. Depois dela, tudo mais são opiniões isoladas. Na falta em que nos encontramos, desde 31/03/1869, de um foco legítimo de apuração e controle, tais opiniões devem sofrer detidas avaliações lógicas, firmemente amparadas nos ensinos codificados pelo mestre lionês.

Quanto às almas criadas umas para as outras, Emmanuel tentou em vão defender-se, dizendo que não se referiu a metades eternas; contudo, pediu para ser conservada no livro “a humilde exposição relativa à tese das almas gêmeas”, na qual assevera que os ascendentes do amor entre elas, por serem mais profundos, diferenciam-se daqueles entrosados nas humanas concepções, que se modificam na esteira evolutiva. Segundo Emmanuel, trata-se de “tese mais complexa do que parece ao primeiro exame”, que “sugere mais vasta meditação às tendências do século”, no que concerne ao “divorcismo”, ao “pansexualismo”, etc.

A verdade é que não basta modificar a terminologia “metades eternas”, para conservar, ainda assim, o núcleo vicioso de sua doutrina, que é a noção de predestinação mútua de duas almas desde a sua origem. Aprende-se na obra-base que “a simpatia que atrai um espírito para outro é resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos, e da igualdade dos seus graus de elevação”,[25] o que explica o entrosamento incomum entre certos casais e torna desnecessária a ideia das almas gêmeas, cujo erro não está em serem almas afinadas, mas em terem sido, segundo Emmanuel, “criadas umas para as outras”.[26] Quanto a isso ser um preventivo contra o divorcismo, o pansexualismo, etc., bastaria a compreensão das leis morais da Parte III de O Livro dos Espíritos.

A tese de que teríamos uma alma preposta à nossa, criada especialmente para nos acompanhar na jornada evolutiva, nada tem a ver, portanto, com os termos kardecianos do Espiritismo, e Deus nos acuda se os termos do Espiritismo não puderem mais ser os kardecianos! Léon Denis e Emmanuel, nesse caso, formularam hipóteses pessoais, meras opiniões sem qualquer fundamentação mais consistente e que não se enquadram, de forma nenhuma, na Doutrina Espírita.

Por essas e por outras é que Kardec não voltou mesmo; não pode ter voltado! Ao sairmos da leitura kardeciana para a de outros autores, encarnados ou não, o sentimento é de abismal queda. O gênio de Lyon não foi excedido por ninguém! Até “sucessores” desfiguraram noções espíritas as mais legítimas. Cumpre-nos distinguir esses pontos em nossas leituras, que não deixam, só por isso, de serem obrigatórias. A identidade doutrinária kardeciana do Espiritismo, porém, é a única hígida o suficiente para mantê-lo em certeira rota.

[1] O Consolador, 323.
[2] O Consolador, 325.
[3] O Consolador, 327.
[4] O Consolador, 327.
[5] O Livro dos Médiuns. XXXI, IX. O Livro dos Espíritos, 112.
[6] A Gênese, I, 30.
[7] O Livro dos Espíritos, 126.
[8] O Livro dos Espíritos, 133, 124.
[9] ROUSTAING. Os Quatro Evangelhos. Tomo III, n. 255.
[10] O Livro dos Espíritos, 133.
[11] O Livro dos Espíritos, 115-a.
[12] O Livro dos Espíritos, 122.
[13] O Livro dos Espíritos, 123.
[14] A Gênese, XV, 66.
[15] O Consolador, 243.
[16] O Evangelho Segundo o Espiritismo. V, 9.
[17] O Consolador, 246.
[18] O Consolador, 248.
[19] Cf. O Consolador, 323 e nota à primeira edição.
[20] Cf. A Caminho da Luz. Cap. 3. Emmanuel. A Tarefa dos Guias Espirituais.
[21] Diálogo dos Vivos [em parceria com Herculano Pires], cap. 23: Permanecer com Jesus e Kardec.
[22] Vejam-se neste meu trabalho os textos Kardec e os Exilados; Sobre André Luiz; Chico Xavier: Definitivamente, Outra Religião! e Kardec Versus Emmanuel em 12 Passos.
[23] KARDEC. O Que é o Espiritismo, 99.
[24] KARDEC. O Que é o Espiritismo, 99.
[25] O Livro dos Espíritos, 301 e 302.
[26] O Consolador, 323.

Fonte: Ensaios da Hora Extrema - http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com/2010_01_15_archive.html

Colonias Espirituales

Por Thiago S. Argolo e Riviane Damásio

Clique aqui para a versão em português.

Desde la llegada del Espiritismo en Brasil desde hace décadas, se ha estado acumulando alarmantes libros y libros de espíritu y los espíritus que están en el estante del espiritismo. Sin embargo, sólo un lector más cuidadoso frente a los contenidos básicos del Espiritismo, Libro de los Espíritus ", que verá el choque de conceptos, claramente articulados entre sí. En el punto álgido de la confrontación ideológica de los conceptos da el nombre de "Colonias Espirituales".

Los incautos pueden entonces afirmar que tanto en una como en otra obra son transcritas palabras de espíritus y nada hay para validar o invalidar las informaciones. Con todo, el curioso y atento lector que pretenda dominarse espirita, no ha de haber pasado desapercibido en el Inicio del Evangelio Según el espiritismo – otra obra considerada básica en el cerne doctrinario espirita – la referencia al Control Universal de la Enseñanza de los Espíritus (CUEE). Tenemos allí, revelados en un lenguaje relativamente simple e inteligible, el camino de piedras para la validación de una obra espirita, inclusive y principalmente, el camino de confrontación de la propia Doctrina Espirita, que no “cayó del cielo” simplemente, como acontece con tanta literatura en el medio.

El CUEE muestra la preocupación de los Espíritus acatada por Kardec en todo su trabajo, del uso de metodología, razón y buen sentido. El cuidado en aceptar cualquier cosa que venga de un médium o de un espíritu está reflejado en la alerta del CUEE y también en toda la obra del Libro de los Mediums.

Nos encontramos con dos tipos de errores: la pereza de comparar por el método aquello que supuestamente es revelado como nuevo y el desdén con el rico contenido doctrinario que, a pesar de no estar fechado, aun es joven y una fuente preciosa de estudios y revelaciones. Y no raras veces, la doctrina es rechazada por la practica espirita vigente, virando a un mero objeto de ilustración, inspirando por ahí, sus supuestos “hijos” o afiliados, más que no trazan en sus obras, observaciones y practicas doctrinarias – el fruto que comprobaría su DNA, si es que así se puede decir.

A lo más, tenemos todavía en la referencia al Control Universal de las Enseñanzas Espiritas, el alerta tan especialmente registrado:

Los Espíritus Superiores proceden, en sus revelaciones, con extrema prudencia. Solo abordan grandes cuestiones de la doctrina de manera gradual, a medida que la inteligencia se torna apta para comprender las verdades de un orden más elevado, y que las circunstancias sean propicias para la emisiónd e una idea nueva. Es porque, desde el comienzo, ellos no lo dijeron todo, y ni lo han dicho hasta ahora, no cediendo jamás a la impaciencia de las personas muy aceleradas, que desean coger los frutos antes de madurar. Seria, pues, inútil. Querer anticipar el tiempo marcado por la Providencia para cada cosa, porque entonces los Espíritus verdaderamente serios rehúsan a ayudar. Los Espíritus Livianos, sin embargo, poco se incomodan con la verdad, a todo responden. Es por esa razón que, sobre todas las cuestiones prematuras, hay siempre respuestas contradictorias.

¿Cómo es la vida después de la muerte? Sería la pregunta clave que culmina con tanta controversia entre los diversos espiritas.

Defensores del relato de los Espírituds Superiores, laboratorio de estudios psíquicos de Kardec, y otras obras más ligadas al Espiritismo serio encuentran gracioso los mitos que impregnan las creencias: umbrales, colonias, hospicios, hospitales, verdaderos elefantes blancos espirituales, que, en suma, si existiesen, no justificarían la encarnación, pues siendo una copia del mundo terrestre, seria innecesario a los espíritus de este mundo encarnar para su evolución.

El choque materialista traba la batalla entre la razón y emoción por evitar concebir un mundo espiritual sin los accesorios terrenos.

En la instrucción de los Espíritus de la Codificación concluimos, después de la lectura atenta, que la Tierra no es una copia del plano espiritual, siendo este el principal, y el material, secundario, que podría hasta aun mismo no existir.

El mundo espiritual es fruto de nuestras necesidades materiales y orgánicas en cuanto a espíritus encarnados, innecesario, es por tanto, al espíritu desencarnado, cuyo foco es su progreso intelectual y moral.

El ambiente terrestre también puede ser concebido como el laboratorio donde iremos a colocar en acción vivencial nuestros avances. Si en la erraticidad tuviésemos una copia de la tierra, encarnar seria superfluo e innecesario. No habría motivo para encarnar, si el mundo espiritual presenta las mismas condiciones materiales para evolucionar.

En cierta literatura que se denomina espirita leemos:

El Umbral – continua, solicito – comienza en la costra terrestre – es la zona oscura de cuantos en el mundo no se resolvieron atravesar las puertas de los deberes sagrados, con el fin de cumplirlos, demorándose en el valle de los indecisos o en el pantano de los numerosos errores [...] El Umbral funciona, por tanto, como región destinada al agotamiento de residuos mentales; una especie de zona purgatorial, donde se quema, las prestaciones, el material deteriorado de las ilusiones que la criatura adquiridos por la criatura atacada. Menospreciando el sublime deseo de una existencia terrena.

Entra entonces el concepto de existir. ¿Será la existencia “real/ material” o “psíquica?

Según el Libro de los Mediums, en los reductos espirituales no hay existencia concreta, son de corta duración, transitorias, fluídicas… El libro de los Espíritus afirma que no existe purgatorio y ni local destinado a las penas o sufrimientos, más si aglomeraciones por afinidades de Espíritus aun apegados a la materia. Necesidades materiales apenas a las contempladas en los mundo materiales y no en un contexto espiritual.

Los espíritus en la erraticidad se encuentran en una dimensión invisible a nuestra mirada racional, más técnicamente pueden estar aquí a nuestro lado, aun apegados a nuestros impulsos primarios y muy distantes, si están avanzados en su evolución.

Nos cabe entender principalmente que el camino evolutivo es largo y penoso, no solo para los que están desligados del cuerpo terrestre, que caminan para el fin destinado a todos los espíritus – el de la purificación – sino también a los que se encuentran en este intervalo encarnatorio, en luchas quijotescas contra las páginas de Kardec y de los espíritus de la Codificación que tan bien ilustran nuestras dudas y ansias del porvenir. Dudas borrosas para nuestros ojos que se rehúsan a ver y por nuestro orgullo se rehúsa a entender.

REFERÊNCIAS

KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos – 1857. Tradução Ed. Lake, 1995, Herculano Pires

KARDEC, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo - 1863, Tradução Ed. Lake, 2003, Herculano Pires

XAVIER, Chico , Nosso Lar - Ed. Feb, 1944 - 45ª edição

sábado, 23 de julho de 2011

"Autoridade da Doutrina Espírita está esquecida", afirma leitora do blog

A leitora de "O Blog dos Espíritas", Maria Ribeiro, em contato conosco através de e-mail, parabeniza os estudiosos da Doutrina Espírita que lutam para divulgá-la sem os misticismos que são divulgados como "Espiritismo". Ficamos felizes em constatar que cada vez mais, mais pessoas passam a conhecer a Doutrina Espírita tal qual ela é, de acordo com suas obras fundamentais (e não básicas) legadas por Allan Kardec e pelos Espíritos Superiores.

Abaixo, o e-mail de nossa leitora, em itálico e na íntegra:

É muito bacana observar quantos estudiosos da Doutrina Espírita se dedicam a realmente fazê-la prevalescer, já que muitos irmãos acabaram se perdendo numa crença cega carregando consigo outros companheiros incautos, que ainda dão a impressão de precisar de uma autoridade de "carne e osso". A autoridade da Doutrina ficou esquecida, enquanto a palavra de médiuns e Espíritos ignorantes é que fazem a festa.

Os questionamentos é que dão impulso ao desenvolvimento em todos os niveis. O Espiritismo veio nos consolar através do esclarecimento, não veio apenas nos dar respostas, mas suscitar outras perguntas. Muitos de nós permanecemos num casulo de crenças. Já não devíamos estar no estágio do Conhecimento? Conhecer é muito diferente de crer.

Gostaria de parabenizar ao companheiro Sérgio Aleixo por sua dedicação à divulgação da Doutrina Espírita que tanto amamos.

Grande abraço.
Maria/BH

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Colônias espirituais

Por Thiago S. Argolo e Riviane Damásio

Desde a chegada do Espiritismo no Brasil, há décadas, vem se acumulando assustadoramente livros e livros de espíritas e espíritos que estão na prateleira do Espiritismo. Entretanto, basta um leitor mais cuidadoso confrontar o conteúdo com a base da Doutrina Espírita, O Livro dos Espíritos, que veremos o choque de conceitos, claramente expressos entre um e outro. Ao cúmulo deste confronto ideológico de conceitos dá-se o nome de “Colônias Espirituais”.

Os incautos podem então afirmar que tanto numa quanto noutra obra são transcritas palavras de espíritos e nada há para validar ou invalidar as afirmações. Contudo, ao curioso e atento leitor que pretenda se denominar Espírita, não há de ter passado despercebido bem no início de O Evangelho Segundo o Espiritismo – outra obra considerada básica no cerne doutrinário espírita – a referência ao Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE). Temos ali, revelados numa linguagem relativamente simples e inteligível, o caminho das pedras para a validação de uma obra espírita, inclusive e principalmente, o caminho de aferição da própria Doutrina Espírita, que não “caiu do céu” simplesmente, como acontece com tanta literatura fácil no meio.

O CUEE mostra a preocupação dos Espíritos, acatada por Kardec em todo o seu trabalho, do uso de metodologia, razão e bom senso. O cuidado no aceitar qualquer coisa que venha de um médium ou de um espírito está refletido no alerta do CUEE e também em toda a obra O Livro dos Médiuns.

Deparamo-nos então com dois tipos de erros: a preguiça de aferir pelo método aquilo que supostamente é revelado como novo e o descaso com o rico conteúdo doutrinário que, apesar de não estar fechado, ainda é jovem e fonte preciosa de estudos e revelações. E não raras vezes, a doutrina é rechaçada pela prática espírita vigente, virando mero objeto de ilustração, inspirando por aí, seus supostos “filhos” ou afiliados, mas que não trazem em suas obras, observações e práticas doutrinárias - o fruto que comprovaria seu DNA, se é que assim se pode dizer.

No mais, ainda na referência ao Controle Universal do Ensino dos Espíritas, temos o alerta tão especialmente registrado:

Os Espíritos Superiores procedem, nas suas revelações, com extrema prudência. Só abordam as grandes questões da doutrina de maneira gradual, à medida que a inteligência se torna apta a compreender as verdades de uma ordem mais elevada, e que as circunstâncias são propícias para a emissão de uma ideia nova. Eis porque, desde o começo, eles não disseram tudo, e nem o disseram até agora, não cedendo jamais à impaciência de pessoas muito apressadas, que desejam colher os frutos antes de amadurecerem. Seria, pois, inútil, querer antecipar o tempo marcado pela Providência para cada coisa, porque então os Espíritos verdadeiramente sérios recusam-se positivamente a ajudar. Os Espíritos levianos, porém, pouco se incomodando com a verdade, a tudo respondem. É por essa razão que, sobre todas as questões prematuras, há sempre respostas contraditórias.

Como é vida após a morte? Seria a pergunta chave que culmina em tanta controvérsia entre espíritas diversos.

Defensores do relato dos Espíritos Superiores, laboratório de estudos psíquicos de Kardec, e outras obras mais ligadas ao Espiritismo sério acham graça dos mitos que permeiam as crenças: umbrais, colônias, hospícios, hospitais, verdadeiros ‘elefantes brancos’ espirituais, que, em suma, se existissem, não justificariam a encarnação, pois sendo cópia do mundo terrestre, desnecessário seria aos espíritos deste mundo encarnarem para sua evolução.

O choque materialista trava a batalha entre razão e emoção por evitar conceber um mundo espiritual sem os acessórios terrenos.

Na instrução dos Espíritos da Codificação concluímos, após leitura atenta, que a Terra não é uma cópia do plano espiritual, sendo este o principal, e o material, secundário, que poderia até mesmo nem existir.

O mundo espiritual é fruto das nossas necessidades materiais e orgânicas enquanto espíritos encarnados, desnecessário, portanto, ao espírito desencarnado, cujo foco é o seu progresso intelectual e moral.

O ambiente terrestre também pode ser concebido como o laboratório onde iremos colocar em ação vivencial os nossos avanços. Se na erraticidade tivéssemos uma cópia da terra, encarnar seria supérfluo e desnecessário. Não haveria motivo para encarnar, se o mundo espiritual apresenta as mesmas condições materiais para se evoluir.

Em certa literatura que se denomina espírita lemos:

O Umbral – continuou ele, solícito – começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. [...] O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima, a prestações, o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.

Entra então o conceito de existir. Será existência "real/material" ou "psíquica"?

Segundo O Livro dos Médiuns, nos redutos espirituais não há existência concreta, são de curta duração, transitórios, fluídicos... O Livro dos Espíritos afirma que não existe purgatório e nem local destinado a penas ou sofrimentos, mas aglomerações por afinidades de Espíritos ainda apegados à matéria. Necessidades materiais apenas são contempladas em mundos materiais e não num contexto espiritual.

Os espíritos na erraticidade se encontram numa dimensão invisível ao nosso olhar racional, mas tecnicamente podem estar aqui do nosso lado, se ainda apegados aos nossos impulsos primários e muito distantes, se avançados em sua evolução.

Cabe-nos entender principalmente que o caminho evolutivo é longo e penoso, não só para os que desligados do corpo terrestre, caminham para o fim destinado a todos os espíritos – o da purificação – como também aos que se encontram neste intervalo encarnatório, em lutas quixotescas contra as páginas de Kardec e dos Espíritos da Codificação que tão bem ilustram nossas dúvidas e anseios do porvir. Duvidas estas embaçadas pelos nossos olhos que se recusam a ver e por nosso orgulho que se recusa a entender.

REFERÊNCIAS

KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos – 1857. Tradução Ed. Lake, 1995, Herculano Pires

KARDEC, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo - 1863, Tradução Ed. Lake, 2003, Herculano Pires

XAVIER, Chico , Nosso Lar - Ed. Feb, 1944 - 45ª edição

Fonte: NEFCA - http://www.nefcateste.com/novo/node/225

¿Que es realmente la Ortodoxia?

Por Lilia do Canto

Clique aqui para a versão em português.

Si usted, por pereza o falta de tiempo, hasta ahora no leyó nada sobre la ortodoxia espirita y aun mismo así intenta combatirla, sin saber lo que es, este dialogo va a esclarecerlo. Pido que tenga la mente abierta y aleje sus propias conclusiones, sin dejarse llevar por lo que oyó hablar o por lo que piensa la mayoría.

Dialogo 1: Astrónomo y astrologo

Astrónomo: Entonces, ¿qué has hecho en la vida?

Astrólogo: en los últimos años he estudiado astronomía.

Astrónomo: ¿En serio? ¡Yo también! Mañana voy a dar una charla sobre los púlsares e…

Astrólogo: también voy a hacer una conferencia!

Astrónomo: ¿sobre el qué?

Astrólogo: a los niños del signo de Géminis.

Astrónomo:¡pero eso no es la astronomía!

Astrólogo: ¿muchos astrónomos piensan así, pero sabes por qué? Es que algunos tienen la mente muy cerrada, no aceptan nuevas ideas. Eso se llama intolerancia y es una falta de respeto.

Astrónomo: yo no falto al respeto de su profesión. Usted, al contrario, es el que está confundiendo la astronomía con la astrología.

Astrologo: lo que importa es la caridad. Y en el momento que usted excluye a la astrología de sus estudios, está faltando al amor, pues está siendo irrespetuoso. ¿Ustedes los astrónomos creen que son los únicos dueños de la verdad? ¿Cómo podrán progresar sin aceptar a los otros grupos?

Astrónomo: ¿Y como nosotros podremos progresar aceptando cualquier idea de cualquier grupo, sin verificar ninguna? Nosotros tenemos métodos para saber si una afirmación es verdadera o no. Si algo no está dentro de ese método y mezcla especulaciones con el misticismo, no es aceptada. Punto. Yo no preciso decir a las hijas de la astrología, porque es que usted trabaja. Usted puede continuar con sus creencias, más no quiero faltar al respeto, más no confunda con mi trabajo.

Astrologo: ¿Cuál es el problema de errar en un pequeño detalle? Yo solo dije que los signos eran de la astronomía, todo bien, yo erre, más no precisa hacer un discurso, eso no tiene importancia.

Astrónomo: es por esos pequeños detalles que se crean grandes confusiones. Cada uno dice lo que cree, más si no tiene la certeza, se lo queda para sí mismo. Luego, todo el mundo piensa erróneamente. Quien intenta esclarecer a las personas, es llamado intolerante, dueño de la verdad. Y no huya de la discusión, usted debe responsabilizarse por lo que dice. ¿Quién comenzó hablando de eso? usted. Y, si fuera de su interés, puedo mostrar como la astrología es errónea.

Astrologo: no, no quiero saber lo que usted tiene que decir. ¿Y usted sabe el por qué? Porque usted olvidó una de las máximas de la caridad: BENEVOLENCIA PARA CON LOS DEFECTOS DE LOS OTROS Y PERDON. Usted no acepta que piensen diferente a como usted piensa. Mi opinión es esta: astrología y astronomía no tienen diferencia.

Astrónomo: eso no es cuestión de opinión. O es, o no es, y la verdad es que tiene mucha diferencia.

Astrologo: ¿Está viendo como usted no acepta las ideas diferentes? Usted solo sabe criticar todo. Espero que usted un día cambie y sepa ser HUMILDE. Usted no merece mi atención, puede continuar hablando mal de la astrología, más no me va a convencer.

Astrónomo: usted ni oye lo que yo estoy diciendo.

Astrólogo: no voy a escuchar nada. Si quiero yo continuo con mis signos y símbolos, no importa si usted hace otro discurso, ya es una falta de respeto cuando usted excluye la astrología de su ciencia. ME VOY, GRACIAS.

¿Ven ustedes alguna similitud de esto con el Movimiento Espirita Brasileño de hoy en día?

Dialogo 2: Espirita y místico

Místico: ¿Es que ese dialogo del astrónomo y el astrologo tiene que ver algo con el Espiritismo?

Espirita: simplemente, la astrología es para la astronomía así como la alquimia o misticismo está para el Espiritismo.

Místico: hayo injusto llamar a las obras de los médiums famosos, como Chico Xavier, de misticismo. Ellas son grandes complementos de la codificación.

Espirita: el error esta cuando ellas son vistas como verdades absolutas. Por ejemplo: en la codificación, los espíritus dicen que mitades eternas no existen, pues no hay determinismo, o sea, no hay almas gemelas. Más Emmanuel dice que si existen. En la codificación, las informaciones pasaron por el crisol de CUEE. Y en el libro de Emmanuel es apenas una opinión individual, aun misma así las personas prefieren creerlo.

Místico: ¿Si Emmanuel es una opinión individual, porque la codificación también no lo es? ¡No estoy entendiendo. Eso es fanatismo, pues Kardec no es el dueño de la verdad!

Espirita: la codificación no es de Kardec. El recopiló las informaciones de varios espíritus, de varios médiums, de lugares diferentes. Es el CUEE, Control Universal de la Enseñanza de los Espíritus. Un método para averiguar cualquier información venida de los espíritus. Ninguna comunicación mediúmnica es perfecta, y la mayor parte de las veces es animismo (viene del propio médium, sin el saberlo). Por eso, con varias comunicaciones, aumentan las probabilidades de ser verdaderas. Kardec te lo explicar mejor.

Allan Kardec:
[…] las revelaciones que cada uno pueda recibir tendrán carácter individual, sin cuño de autenticidad; que deben ser consideradas opiniones personales de tal o cual espíritu y que el imprudente podrá aceptarlas livianamente como verdades absolutas[…]

[...] La concordancia en lo que enseñen los espíritus es, pues, la mejor comprobación. Importa, no en tanto, que ella se de en determinados condiciones. La más débil de todas ocurre cuando un médium, a solas, interroga muchos Espíritus acerca de un punto dudoso. Es evidente que, si el estuviera bajo el imperio de una obsesión, o trabajando con un Espíritu mistificador, este le puede decir la misma cosa bajo diferentes nombres. Tampoco habrá garantía alguna suficiente en la conformidad que presente o que se pueda obtener por diversos médiums, en un mismo centro, porque pueden estar todos bajo la misma influencia.

Una sola garantía seria existe para la enseñanza de los Espíritus: la concordancia que haya entre las revelaciones que ellos hagan espontáneamente, sirviéndose de gran número de médiums extraños unos a otros y en varios lugares. [...]

Místico: ¿Más como el Espiritismo puede progresar si la única verdad está en los libros que fueron escritos en el siglo pasado?

Espirita: ¿Quién dice eso? Hoy en día casi no hay investigación, pues como consideran al Espiritismo una religión, y en religión nadie investiga no es el único. Hay ni hay averiguación, de la verdad, todo queda en la misma. Y fue a causa de eso que fue creado el NEFCA, Núcleo Espirita de Filosofía y Ciencias Aplicadas, donde están haciendo nuevas investigaciones sin el misticismo impregnado en el MEB (Movimiento Espirita Brasileño). Más es claro que la NEFCA no es el único. Hay grupos que estudian también la Doctrina espirita. Más allá cualquier grupo puede hacer eso, desde que no haga una mezcla como la mayoría de los grupos. Pues la mayoría está más preocupada en crear estatuas de Chico Xavier, vender camisetas “Nuestro Hogar” y esparcir el falso Espiritismo por el mundo. Por eso hay muchos que están haciendo de todo por esclarecer a las personas.

Místico: todo bien, más no entendí cuando usted dijo que el espiritismo no es religión: ¿Es verdad?

Espirita: me muestra un trecho de la codificación donde diga que el espiritismo es religión. Nosotros no tenemos cultos, ni santos, ni velas, ni símbolos, ni palabras sagradas, ni jerarquías, ni sacerdotes, ni rituales, ni rezos, ni simpatías, ni nada. No voy a entrar de lleno en ese asunto ahora, el objetivo aquí es que usted sepa lo que realmente es el Espiritismo ortodoxo, y si quiere saber más sobre eso basta echar una pesquisada por internet.

Místico: Más la mayoría de los espiritas piensa diferente.

Espirita: por eso yo dije: no va por la mayoría, ni por la minoría, va por sí mismo. Más allá, hay personas que hasta concuerdan con la ortodoxia espirita, más se mantienen en silencio, por el miedo a ser excluidas. Más para convencer a alguien de una idea, con certeza el camino no es fácil, más no divulgar una idea por causa de eso es cobardía usted fue una excepción por haberme escuchado, pues la mayoría cierra oídos y dice que queremos ser dueños de la verdad. ¿Y usted qué piensa? ¿Sera que usted cambio de forma de pensar al respecto, o va a continuar con los mismos pensamientos?

Traducido por: M. C. R.

terça-feira, 19 de julho de 2011

[VÍDEO] - Sérgio Aleixo desmistifica obra "Exilados da Capela" à luz da Codificação Espírita

O espírita Sérgio Aleixo, presidente da ADE-RJ (Associação dos Divulgadores do Espiritismo - Rio de Janeiro), e autor de obras como "O que é o Espiritismo?" (com prefácio de Dora Incontri) e artigos sobre o Ramatisismo, desmistifica, neste vídeo, a obra "Exilados da Capela", confrontando-a com a Codificação Espírita.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O que realmente é a ortodoxia?

Por Lília do Canto

Se você, por preguiça ou falta de tempo, até agora não leu nada sobre a ortodoxia espírita e mesmo assim tenta combatê-la, sem saber o que é, esse diálogo vai esclarecê-lo. Peço que tenha a mente aberta e tire suas próprias conclusões, sem se deixar levar pelo o que ouviu falar ou pelo que pensa a maioria.

Diálogo 1: Astrônomo e astrólogo

Astrônomo: então, o que você tem feito da vida?

Astrólogo: nesses últimos anos eu tenho estudado astronomia.

Astrônomo: sério? Eu também! Amanhã vou fazer uma palestra sobre pulsares e...

Astrólogo: também vou fazer uma palestra!

Astrônomo: sobre o que?

Astrólogo: as crianças do signo de gêmeos.

Astrônomo: mas isso não é astronomia!

Astrólogo: muitos astrônomos pensam assim, mas sabe porque? É que alguns têm a mente muito fechada, não aceitam novas ideias. Isso se chama intolerância e é um desrespeito.

Astrônomo: Eu não estou desrespeitando a sua profissão. Você, ao contrário, que está confundindo astronomia com astrologia.

Astrólogo: o que importa é a caridade. E no momento em que você exclui a astrologia dos seus estudos, está faltando amor, pois está sendo desrespeitoso. Vocês astrônomos acham que são os únicos donos da verdade? Como vocês poderiam progredir sem aceitar ideias de outros grupos?

Astrônomo: e como nós poderíamos progredir aceitando qualquer ideia de qualquer grupo, sem verificação nenhuma? Nós temos métodos para saber se uma afirmação é verdadeira, ou não. Se algo não está dentro desse método e mistura achismos com misticismos, não é aceito. Ponto. Eu não preciso dizer as falhas da astrologia, porque é o que você trabalha. Você pode continuar com suas crenças, não quero desrespeitar, mas não confunda com o meu trabalho.

Astrólogo: Qual é o problema de errar um detalhezinho? Eu só disse que os signos eram da astronomia, tudo bem, eu errei, mas não precisa fazer um discurso, isso não tem importância.

Astrônomo: é por esses pequenos detalhes que uma grande confusão se faz. Cada um diz o que acha, mas não tem certeza, e fica por assim mesmo. Logo, todo mundo pensa erroneamente. Quem tenta esclarecer as pessoas, é chamado de intolerante, dono da verdade. E não fuja da discussão, você deve se responsabilizar pelas palavras. Quem começou falando nisso? Você. E, se for do seu interesse, posso mostrar como a astrologia é falha.

Astrólogo: não, não quero saber o que você tem a dizer. E você sabe o porquê? Porque você esqueceu uma das máximas da caridade: BENEVOLÊNCIA AOS DEFEITOS DOS OUTROS E PERDÃO. Você não aceita que pensem diferente de você. Minha opinião é essa: astrologia e astronomia não tem diferença.

Astrônomo: isso não é questão de opinião. Ou é, ou não é, e a verdade é que têm muita diferença.

Astrólogo: está vendo como você não aceita ideias diferentes? Você só sabe criticar tudo. Espero que um dia você mude e saiba ser HUMILDE. Você não merece minha atenção, pode continuar falando mal da astrologia, mas não vai me convencer.

Astrônomo: você nem ouviu o que eu tenho a dizer.

Astrólogo: não vou escutar nada. Se eu quiser eu continuo com meus signos e símbolos, não importa se você fizer outro discurso, já é um desrespeito quando você exclui a astrologia da sua ciência. ESTOU INDO EMBORA, MUITO OBRIGADO.

Vocês enxergam alguma semelhança disso com o Movimento Espírita Brasileiro atual?

Diálogo 2: Espírita e místico

Místico: mas o que esse diálogo do astrônomo e astrólogo tem a ver com o Espiritismo?

Espírita: simples, a astrologia está para astronomia assim como a alquimia e o misticismo está para o Espiritismo.

Místico: acho injusto chamar as obras dos médiuns famosos, como chico xavier, de misticismo. Elas são grandes complementos da codificação.

Espírita: o erro está quando elas são vistas como verdades absolutas. Por exemplo: na codificação, os espíritos dizem que metades eternas não existem, pois não há determinismo, ou seja, não há almas gêmeas. Mas Emmanuel diz que existem. Na codificação, as informações passaram pelo crivo do CUEE. E no livro de Emmanuel, é apenas uma opinião individual, mesmo assim há pessoas que preferem segui-lo.

Místico: Se Emmanuel é opinião individual, porque a codificação também não é? Não estou entendendo. Isso é fanatismo, pois Kardec não é o dono da verdade!

Espírita: a codificação não é de Kardec. Ele compilou as informações de vários espíritos, de vários médiuns, de lugares diferentes. É o CUEE, Controle Universal do Ensino dos Espíritos. Um método de averiguar qualquer informação vinda dos espíritos. Nenhuma comunicação mediúnica é perfeita, e na maior parte das vezes é animismo (vem do próprio médium, sem ele saber). Por isso, com várias comunicações, aumentam as chances de serem verdadeiras. Kardec irá te explicar melhor.

Allan Kardec:
[...]as revelações que cada um possa receber terão caráter individual, sem cunho de autenticidade; que devem ser consideradas opiniões pessoais de tal ou qual Espírito e que imprudente fora aceitá-las e propagá-las levianamente como verdades absolutas [...]


[...] A concordância no que ensinem os Espíritos é, pois, a melhor comprovação. Importa, no entanto, que ela se dê em determinadas condições. A mais fraca de todas ocorre quando um médium, a sós, interroga muitos Espíritos acerca de um ponto duvidoso. É evidente que, se ele estiver sob o império de uma obsessão, ou lidando com um Espírito mistificador, este lhe pode dizer a mesma coisa sob diferentes nomes. Tampouco garantia alguma suficiente haverá na conformidade que apresente o que se possa obter por diversos médiuns, num mesmo centro, porque podem estar todos sob a mesma influência.

Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. [...]

Místico: mas como o Espiritismo pode progredir se a única verdade está em livros que foram escritos no século passado?

Espírita: quem disse isso? Hoje quase não há pesquisas, pois como consideram o Espiritismo uma religião, e em religião ninguém pesquisa nem há averiguação da verdade, tudo fica na mesma. E foi por causa disso que foi criado o NEFCA, Núcleo Espírita de Filosofia e Ciências Aplicadas, onde estão fazendo novas pesquisas sem o misticismo impregnado no MEB (Movimento Espírita Brasileiro). Mas é claro que o NEFCA não é o único. Há grupos que estudam também a Doutrina Espírita, aliás qualquer grupo pode fazer isso, desde que não faça uma mistureba como a maioria dos grupos. Pois a maioria está mais preocupada em criar estátuas do Chico Xavier, vender camisetas "Nosso Lar" e espalhar o falso Espiritismo pelo mundo. Por isso há aqueles que estão fazendo de tudo para esclarecer as pessoas.

Místico: tudo bem, mas não entendi quando você disse que Espiritismo não é religião. É sério?

Espírita: me mostre um trecho da codificação onde fale que Espiritismo é religião. Nós não temos cultos, nem santos, nem velas, nem símbolos, nem palavras sagradas, nem hierarquia, nem sacerdotes, nem rituais, nem rezas, nem simpatias, nem nada. Não vou entrar a fundo nesse assunto agora, o objetivo aqui é que você saiba o que realmente é o Espiritismo ortodoxo, e se quiser saber mais sobre isso é só dar uma pesquisada na internet.

Místico: mas a maioria dos espíritas pensa diferente.

Espírita: por isso eu disse: não vá pela maioria, nem pela minoria, vá por si mesmo. Aliás, há pessoas que até concordam com a ortodoxia espírita, mas se mantém em silêncio, com medo de serem excluídas. Mas para convencermos alguém de uma ideia, com certeza o caminho não é fácil, mas não divulgar uma ideia por causa disso é covardia. Você foi uma exceção por ter me escutado, pois a maioria fecha os ouvidos e diz que queremos ser donos da verdade. O que você acha? Será que você mudou de ideia a nosso respeito, ou vai continuar com os mesmos pensamentos?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O óbolo da viúva

Por Octávio Caúmo Serrano

Diz o Evangelho, que estando Jesus no templo, diante do gazofilácio, fez observação aos discípulos mostrando que os que depositavam grandes somas, doavam menos que a viúva que dava a única moeda que possuía.

Essa advertência é bastante importante, porque é comum darmos nada porque não podemos dar muito. De que serve um simples pão que eu ofereça, diante da enorme fome do mundo, indagamos muitas vezes?

Para entender a importância desse pão, lembremos Madre Teresa a benfeitora de Calcutá, que afirmou certa vez que seu trabalho não passava de uma gota no oceano. Completou, no entanto, que sem essa gota o oceano seria menor. Madre Teresa jamais foi vaidosa do seu trabalho, mas também aproveitava para ensinar sempre que tinha oportunidade.

O mesmo dizemos do pequeno pão. Não acabará com a miséria do mundo, mas, pelo menos nesse dia, uma criança passará menos fome.

Quando observamos o movimento espírita percebemos que poucas pessoas dão o óbolo da viúva. Sentem-se incompetentes para os grandes trabalhos, com medo da responsabilidade e sem disposição para o estudo e preparo para a tarefa, e, por isso ficam de braços cruzados. Sem poder executar trabalhos que julgam relevantes não se dispõem a realizar os serviços modestos.

O óbolo da viúva não precisa ser necessariamente a oferenda material. O abraço carinhoso, a palavra de estímulo, a oferta do ombro para o alívio do outro, a prece silenciosa em favor do que sofre, o auxílio ao velho que vai atravessar a rua, a educação no trânsito e o uso rotineiro do faz favor, obrigado, dá licença, desculpe.

O que dificulta o entendimento do Evangelho trazido por Jesus é o nosso exagerado apego ao mundo material, a ponto de esquecermos o significado espiritual das orientações.

Quando fazemos uma compra, se faltar um real não conseguimos pagá-la. Essa ninharia que damos sem ter convicção da sua utilidade é a migalha que falta para completar um conjunto maior. Quando tomamos um remédio, se em vez de dez gotas tomarmos nove ou oito ou sete, o remédio não fará efeito. Uma máquina para pela quebra de um minúsculo parafuso ou de um componente eletrônico imperceptível.

Temos de nos convencer que não há inutilidade e que ninguém é sem valor. Todos temos nossa parte na sociedade e, por menor que pareça, sempre é algo relevante. O soldado não tem a importância hierárquica do capitão, mas é ele que enfrenta o delinquente e corre risco de morte na defesa da população.

Seja qual for a nossa posição na vida podemos praticar algum tipo de caridade: material ou espiritual. Não percamos a oportunidade porque a recompensa é sempre grande; a mil por um.

Que Deus nos ajude!

Publicado no jornal O Clarim de julho de 2011

Implicaciones Revolucionarias En El Espiritismo

Por Randy*

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Cuando se combate la visión religiosa sobre el Espiritismo se deja siempre la impresión de que se trata de una cuestión de preferencias personales o de lectura pre conceptuoso sobre la historia de las religiones.

Más, si se retira la expresión “pre conceptuosa” llegamos al núcleo de todo. La lectura histórica de las religiones es desastrosa. En todos los momentos de la humanidad la religión no hizo otra cosa que dividir, mitigar, humillar, aprisionar, reprimir, atrasar, retardar el avance de la humanidad.

Vale recordar que las religiones son creaciones humanas. Y absolutamente ninguno de los creadores de religiones eran espíritus puros, perfectos, superiores. No existen hombres superiores con autoridad bastante para afirmar que tal doctrina representa pensamiento de Dios sobre la Tierra. Ninguna religión, por tanto, absolutamente ninguna, posee autoridad divina. Y el agravante de ser creadas por seres imperfectos es que la imperfección no crea perfección.

La imperfección de las religiones tiene su foco principal cuando confrontadas con el espiritismo en su capacidad de colocar a los hombres unos contra los otros y de imponer condiciones de restricción de la capacidad critico-racional de sus seguidores. Peor aun cuando las religiones se inmiscuyen en la sociedad de forma de influencias en la cultura, en la convivencia social y en la política. Con ese aspecto, acaban influenciando en personas no seguidoras, causándoles constreñimientos o imponiendo resignación cívica. En Brasil toda cultura está volcada por la influencia católica, incluyendo la imposición de feriados religiosos por la idolatría de sus santos, al violar los derechos de los evangélicos, judíos, ateos, etc.

En todos los sistemas donde la religión prevaleció, prevaleció también el atraso social e intelectual. Consecuentemente, por una ley natural traída por la Codificación Espirita, donde hay atraso intelectual existe evidente atraso moral. Eso destruye la falacia de que las religiones contribuyeron para el orden moral de forma decisiva. Si, hubo momentos históricos donde la imposición de la disciplina religiosa evitó maleficios de orden moral por un lado, más impusieron otros igualmente dañinos por otro. Y todo eso porque el papel de las religiones nunca fue de comprender a las divinidades sin satisfacer los puntos de vista de quien se arrogaba al derecho de representarla en la Tierra.

El propio Jesús jamás creó una religión. Muy al contrario, se mantuvo en la religión de sus padres, siendo hasta coherente con sus enseñanzas de orden moral, más completamente apartado de la institución, al punto de hacerle severas críticas. Eso le valió persecución por los propios judíos.

No en tanto, es imposible hacer desaparecer la existencia de la religión en el pasado humano. Al contrario, la codificación vio en ella alguna importancia histórica. Más, la misma codificación no elige ninguna de las religiones. No establece a ninguna como racional o verdadera. Teje críticas también. Sin embargo, en la Ley de Adoración, comenzamos a entender realmente lo que viene a ser esa “religión” de que habla el Espiritismo. No se trata de una institución, de una estructura. La Ley de Adoración hace prevalecer la lógica del “pensamiento religioso”, de naturaleza esencialmente intima y personal. Eso no se niega y ni se puede negar. La codificación conceptua el pensamiento religioso o religiosidad en este paradigma un movimiento del individuo en la comprensión de las leyes divinas y de los mecanismos que son regidos por Dios. Punto y acabose. El espiritismo no es una religión y los espiritas pueden mantener un pensamiento religioso en su relación con Dios, en adoración absolutamente personal y reservada, salvando las excepciones colectivas para fines especiales. Eso no requiere estructura, ni institución.

Por otra parte, la codificación nos habla todo el tiempo de entendimiento intelectual y moral y practica evolucionaria. Más, ahora, ese mensaje cabe para toda la humanidad. Entonces, como repetimos siempre a lo largo de los tiempos, no hay como establecer el Espiritismo como una religión más, pues la visión histórica y cultural sobre las instituciones religiosas no agrega personas al contrario las separa, las estigmatiza. Bastan haber implicaciones de naturaleza religiosa en un discurso para uno u otro grupo repudiar de inmediato. Un “espiritismo religioso”, por ejemplo, sería repudiado en países islámicos o de influencia helénica, o eslava, u orientales.

Desligar al Espiritismo del concepto de religión tan falsamente impuesto por influencias roustainguistas y de autores idolatrados en Brasil pasa a ser una cuestión estratégica para la práctica del Bien. Si el espirita se siente confortable con las lecciones que aprende, debe, por deber de caridad para con el prójimo, propagar esas lecciones. Más, el terreno debe ser de neutralidad de las pasiones. Las religiones causan pasiones, o mismo consecuencias de ellas.

Un Espiritismo desalojado del concepto religioso será capaz de motivar mentes especulativas e investigativas en su dirección. Eso incrementaría el poder científico de la Doctrina espirita, trayéndole pruebas de verdad con impactos inexorables sobre la sociedad humana. En verdad, las pruebas de los axiomas espiritas revolucionarían todo el concepto que los hombres poseen de su propia existencia, trazando implicaciones notorias sobre las relaciones sociales, sobre la política y sobre la economía.

En la practica, podemos decir que si el mínimo axioma fuera comprobado, pasaría a ser de interés formal de gobiernos el fomento a la pesquisa. O no.. No se puede olvidar que cualquier principio revolucionario atiende a intereses antagónicos. Más, sabemos que el cambio, cuando es colocado de forma verosímil y evolutiva, es inevitable.

Podemos aludir al impacto cultural que revelaciones espiritas debidamente comprobadas traerían para todos las estructuras de la sociedad mundial. Es muy posible que podría entrar en conflicto con el pensamiento antiguo. Más, no es posible una confrontación prolongada con hechos comprobados y científicos. No fue posible a la Iglesia Católica impedir la realidad de la Tierra redonda, por ejemplo.

En verdad, el Espiritismo trae un inmenso poder que yace oculto por la inacción de los espiritas. Podemos hasta mismo imaginar que la influenciación católica sobre los espiritas no fue fruto de acaso y si un movimiento bien orquestado – y eficaz- de evitar esa revolución cultural, intelectual, moral sobre la humanidad. Es más una vez un sistema religioso institucional promoviendo el atraso, la estagnación.

Cuando espiritas son cómplices en eso queda preocupación. No por establecerse campos de conflictos, más si por la percepción de que la más poderosa arma para el avance rápido de la humanidad queda enterrada y oxidada por quien cedió a su mayor enemigo. Y una relectura del proceso histórico, gobiernos influenciados por religiones también no podrían interesarse por la correcta divulgación de la doctrina Espirita. Nadie quiere revoluciones cuando la situación se adecua a sus intereses. Quien promueve revoluciones es quien no se satisface con esa adaptación. Deberían ser los espiritas los que promovieran esa revolución, tal como los primeros cristianos. Apenas no precisamos repetir sus errores y caer en los apelos del poder religioso. Durante 300 años los cristianos fueron poderosos y revolucionarios, hasta el momento en que se vieron en ese poder. De ahí fue creada la Iglesia Católica y todo se derrumbo. El sistema revolucionario fue substituido por un sistema represor y anti- revolucionario.

La responsabilidad del espirita siempre fue mayor de lo que en superficie se permite entrever. Ninguna revolución sirve para el propio individuo. Ella se extiende obligatoriamente por todos los que está alrededor. Considerando los avances posibles con el espiritismo, no promover esa revolución es falta de caridad para con toda la humanidad.

El espiritismo es ciencia y filosofía. El espirita se debe atener a estos terrenos de neutralidad. Estudiar, investigar, buscar la verdad, repudiar los falsos escritos de falsos espíritas, disciplinarse en la metodología, traducir todo eso en su practica moral cotidiana en la medida de su entendimiento – eso es hacer la revolución espirita.

Revolución espirita es un acto de caridad mundial. No tiene fronteras. Ni aquellas que son de las propias limitaciones personales.

Randy es moderador de la comunidad “Yo soy Espirita – Espiritismo” del Orkut e idealizador del Núcleo Espirita de Filosofía y Ciencias Aplicada. NEFCA

Traducido al español por: M.C.R