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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Espiritismo, Astrologia e Ramatis


Por Artur Felipe Azevedo

Antes do surgimento dos livros do espírito Ramatis, através do médium Hercílio Maes, poucos eram aqueles que se aventuravam em traçar algum paralelo entre Espiritismo e Astrologia. Não por acaso. Na Codificação Espírita, mais especialmente em "O Livro dos Espíritos" e "A Gênese", os Espíritos Superiores deixaram bem claro que os astros em nada influenciam nossa personalidade ou comportamento, que decorrem sempre do livro-arbítrio e do grau evolutivo alcançado por cada um.

Mas como a "tarefa" dos espíritos pseudo-sábios em nosso meio é o de provocar a confusão e a cizânia nas fileiras doutrinárias, logo estaria certo número de desavisados tomados pela dúvida: o Espiritismo tem algo a ver com a Astrologia e vice-versa? 

A resposta para tal questionamento não é difícil de encontrar. Vejamos.

O confrade Richard Simonetti foi recentemente indagado sobre a questão e de maneira muito sucinta e apropriada respondeu:

01 – Os astros governam nossa vida?

Resposta: Apenas no imaginário popular, sempre propenso a aceitar fantasias sobre os mistérios do destino humano. Há pessoas especializadas em ler o nosso futuro na borra do café. Ninguém perde dinheiro apostando na ingenuidade humana.

02 – Mas a Astrologia é milenarmente cultivada, situada como uma complexa ciência…

R. Para os sonhadores… Astronomia, esta sim, uma ciência, demonstra que os movimentos dos astros não guardam a mínima relação com o destino das pessoas.

03 – O fato de nascermos sob determinado signo, uma conjunção de astros no céu, no dia de nosso nascimento, não influi, de certa forma, em nossa personalidade, em nossa maneira de ser?

R. Nossa personalidade é fruto de experiências pretéritas, em vidas anteriores. Admitir que o indivíduo possa ser manso ou um troglodita, ter ouvido afinado ou não saber distinguir um fá de um dó, ter vocação para o estudo ou odiar livros, por influência astrológica é algo tão extravagante quanto a doutrina das graças, segundo a qual Deus teria seus escolhidos para a salvação. E a justiça, onde fica?

04 – Como explicar o fato de que os horóscopos definem o perfil psicológico da pessoa, de conformidade com seu signo?

R. O perfil psicológico no horóscopo é feito de generalidades. As pessoas sempre se encaixam em algumas características apresentadas. Se consultarmos os doze signos do zodíaco verificaremos que em todos há algo de nossa personalidade.

05 – E quanto ao dia-a-dia? Há pessoas que lêem diariamente seu horóscopo com boa margem de acertos.

R. Também é feito de generalidades. Algo como dar tiros no escuro. Alguns atingirão o alvo. Considere, ainda, que sob influência do horóscopo as pessoas criam condicionamentos. Digamos que eu leia que o dia não me será favorável; terei dissabores e contrariedades. Admitindo essa idéia assumirei uma postura negativa que me levará a ver dissabores e contrariedades nas rotinas diárias e até contribuir para que aconteçam.

06 – E poderia ser o contrário?

R. Exatamente. Se eu me convenço, porque li no horóscopo, de que meu dia será maravilhoso, assim tenderá, porquanto estarei estimulado a cultivar o bom humor, convicto de que tudo correrá bem.

07 – Seria tudo condicionado ao poder de nossa mente?

R. Isso é elementar. Por isso a recomendação basilar do oráculo de delfos, não é: “homem, conhece a astrologia”. Recomenda “homem, conhece-te a ti mesmo”. Na medida em que nos aprofundarmos nesse imenso universo que é a nossa alma, decifraremos com muito mais propriedade o nosso destino.

08 – E a opinião do Espiritismo?

R. No livro A Gênese, capítulo 7, Allan Kardec destaca a impropriedade da Astrologia, abordando fatos científicos. A pá de cal sobre o assunto está na questão 867, de O Livro dos Espíritos. Pergunta o codificador: Donde vem a expressão: Nascer sob uma boa estrela? Respondem os espíritos mentores, incisivamente: Antiga superstição, que prendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que algumas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.

Procurarei ser tão sucinto e objetivo quanto o confrade Simonetti. Diria, com base no Espiritismo e na Ciência Oficial, que a astrologia não é uma ciência e que, assim como a astronomia, ela floresceu na Antiguidade, muito antes da formulação da teoria gravitacional e da teoria eletromagnética e do conhecimento de que todos os astros são compostos da mesma matéria existente aqui na Terra. Não existe matéria "celeste", como acreditava Aristóteles (384-322 a.C.). Mas ao contrário da Astronomia, ela não incorpora as teorias científicas e assume que a Terra está no centro do Universo, rodeada pelo Zodíaco, e a definição dos signos ignora a precessão do eixo de rotação da Terra, ou "dos equinócios", movimento muito bem lembrado por Kardec em "A Gênese".

Do ponto-de-vista moral, acreditar que nossa personalidade é moldada e nosso destino traçado conforme a posição dos astros no momento do nosso nascimento é retirar do homem o livre-arbítrio e reduzi-lo à máquina. Se essa crença supersticiosa fosse levada à sério por todos, logo muitos criminosos justificariam sua más ações usando o argumento de que são maus porque os astros assim o quiseram. Uma maldição, causada por uma desagradável coincidência: a de nascer sob influências negativas, causadas por conjunções astrais desfavoráveis.

Ramatis, contrariamente à Ciência Oficial e ao Espiritismo, tenta "ensinar" diferente: chega a afirmar que Jesus teve que esperar uma conjunção astrológica favorável sob o signo de Peixes para vir à Terra. Para tal, teria esperado 1.000 anos... Necessito dizer (ou escrever) mais alguma coisa, prezado leitor?

Fonte: Blog Espiritismo x Ramatisismo - http://espiritismoxramatisismo.blogspot.com.br/2009/05/espiritismo-astrologia-e-ramatis.html

terça-feira, 24 de abril de 2012

Um Tropeço Desastroso


Por Nazareno Tourinho

A obra de Roustaing, Os Quatro Evangelhos, ultrapassa todas as fronteiras daquilo que é razoável, lógico, tornando-se cômica e ridícula ainda no seu Volume 2, quando espelha as seguintes afirmativas:
“Moisés e Elias prometeram o Messias, Jesus prometeu outro Consolador, O Espírito da Verdade, a revelação espírita, pela intervenção dos Espíritos do Senhor junto dos homens, intervenção que teve a consagrá-la, para todos, a presença de Moisés e de Elias no monte, em colóquio, diante dos discípulos, com o mesmo Jesus transfigurado.” (Página 471 na 6ª edição da FEB, grifos dos autores.)

Preste bem atenção o leitor para esta assertiva de Roustaing, situando Moisés e Elias em colóquio com Jesus no monte, como, aliás, consta dos registros evangélicos. Ele a justifica logo adiante, à página 480:
“A presença de Moisés e de Elias nada teve que aberrasse dos fatos ordinários. Ambos estavam sempre juntos de Jesus.”
Prossigamos com o que depois lê-se na página 497:
“O que, porém, Jesus naquela ocasião não podia nem devia dizer e que agora tem que ser dito é o seguinte: Moisés – Elias – João Batista – são uma mesma e única entidade. Estamos incumbidos de vos revelar isso, porque chegou o tempo...”
Não pense o leitor que leu errado, ou que houve erro de impressão. A propósito, na página 497 os “guias” de Roustaing repetem logo a seguir o absurdo:
“Sim, Moisés, Elias e João Batista são um só; são o mesmo Espírito encarnado três vezes em missão.”
Perguntará qualquer pessoa sensata, em plena posse de suas faculdades mentais:

- Como é que Moises e Elias “são o mesmo Espírito”, se ambos entraram em colóquio com Jesus no monte?

Os “guias” de Roustaing respondem sem a menor cerimônia, na página seguinte, 498, proclamando que “no Tabor, quando da transfiguração de Jesus, um Espírito superior, da mesma elevação que Elias e João, tomou a figura, a aparência de Moisés”. Esta explicação desnuda por completo o caráter mistificatório da revelação rustenista porque, conforme já vimos, os seus autores, antes, na página 480, referindo-se a Moisés e Elias, declararam que ambos estavam sempre junto de Jesus.

Ainda que desprezemos tal gafe suficiente para desmoralizar as mensagens transmitidas a Roustaing, por intermédio de uma só médium, sobra-nos a conclusão de que, ou o Cristo também foi enganado, conversando com outro Espírito como se ele fosse Moisés, ou se prestou para a encenação de um episódio mentiroso, com a única finalidade de iludir os poucos discípulos que estavam a seu lado na ocasião, em local ermo no alto do monte Tabor, unicamente três, Pedro, Tiago e João, segundo os relatos evangélicos de Mateus, Marcos e Lucas, reproduzidos na própria obra de Roustaing, página 468/469 do Volume 2.

Que disparate!

Como podem os atuais diretores da Federação Espírita Brasileira pretenderem que uma mistificação espiritual de tamanho porte, tão agressiva ao mais elementar bom senso, tenha livre curso no seio de nosso movimento doutrinário?

Fonte:
TOURINHO, Nazareno.  As Tolices e Pieguices da Obra de Roustaing – Nazareno Tourinho; ensaio crítico-doutrinário; 1ª edição, Edições Correio Fraterno, São Bernardo do Campo, SP, 1999.

quarta-feira, 14 de março de 2012

A Esperteza Abominável

Por Nazareno Tourinho

Terminamos o escrito anterior comentando uma peremptória sentença da obra de Roustaing que entra em choque frontal com  a obra de Kardec, no tocante a este ponto básico da nossa doutrina: a necessidade da encarnação, e a consequente lei da reencarnação, para o Espírito (princípio inteligente) evoluir até alcançar pelo próprio mérito, exercitando o livre arbítrio, todo conhecimento e toda virtude, o que significa o seu aperfeiçoamento máximo.

A sentença rustenista por nós comentada ao fim do texto precedente, contida na página 317 do Volume 1 de Os Quatro Evangelhos (6ª edição da FEB) é esta:

“Não; a encarnação humana não é uma necessidade, é um castigo, já o dissemos”.


Além da flagrante contradição teórica entre Roustaing e Kardec que acabamos de comprovar, demonstrando por onde o partidário da tese do corpo fluídico de Jesus tentou infiltrar a teologia católica na filosofia espírita (para a teologia católica DEUS castiga, daí o seu Inferno, penas eternas etc.), há ainda um fato gravíssimo a ser denunciado: na delicada questão em foco Roustaing assumiu a postura de contestador de Kardec, e o fez da maneira mais maquiavélica possível.

Como?

Copiando logo a seguir (PP. 317/318), entre aspas, a opinião do Codificador do Espiritismo sobre o assunto, sem identificá-lo, isto é, sem informar quem emitira tal opinião, a fim de ser a mesma refutada pelos seus “guias”, como foi em termos enfáticos. Adiante, à página 320, repetiu o golpe baixo, aético.

Esta atitude de Roustaing, fornecendo traiçoeiramente munição para os seus “guias” atirarem contra o pensamento kardequiano (e ainda vêm agora os dirigentes da FEB nos dizer que a mistificação rustenista complementa a codificação de Kardec como obra auxiliar...), é tão surpreendente, pelo caráter mesquinho, que talvez o leitor duvide da veracidade desse nosso registro. Felizmente estamos em condições de eliminar a sua dúvida, como verá um pouco à frente.

Teria Roustaing a coragem, ou melhor, a covardia, de se valer de palavras de Kardec, citando-as entre aspas sem mencionar o autor, para conduzir os inventores da chamada “Revelação da Revelação” ao combate de um postulado fundamental da Doutrina Espírita?

Pois nós declaramos que ele fez isto!

Declaramos porque lendo tais palavras, postas entre aspas nas páginas 317/318 e 320 do Volume 1 de Os Quatro Evangelhos, pensamos:

- Pelo estilo estas expressões saíram da caneta do codificador do Espiritismo. Quando e onde foram escritas? De que lugar o inimigo as pinçou para utilizá-las tão cavilosamente?

Decidimos averiguar. Fizemos uma releitura de O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo, volumes que haviam sido publicados bem antes de Roustaing dar lume a sua obra (O Céu e o Inferno saiu pouco antes, em 1865). Encontramos até em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo IV, item 25), a afirmativa de que a encarnação é uma necessidade para todos os Espíritos e não um castigo, mas não defrontamos as frases postas entre aspas pelo antigo bastonário da Corte Imperial de Bordeaux. Resolvemos então, já quase sem esperança de lograr êxito na pesquisa, vasculhar a Coleção da Revista Espírita editada por Allan Kardec no período de 1858 a 1666, ano do lançamento de Os Quatro Evangelhos de J.B. Roustaing, e eis que, ante o número de junho de 1863, no artigo de abertura, do codificador, intitulado DO PRINCÍPIO DA NÃO-RETROGRADAÇÃO DO ESPÍRITO, localizamos exatamente as expressões aspeadas por Roustaing nas páginas referidades de sua ovra – elas constituem os parágrafos 5º e 6º do aludido texto kardequiano. Quem não acreditar nisso vá às fontes conferir.

Aí está, portanto, mais uma prova de que, em matéria de Espiritismo, ou de Doutrina Espírita, a obra de Roustaing representa apenas um cisma, aliás de triste memória pela forma moralmente condenável como foi articulado.

Fonte:
TOURINHO, Nazareno.  As Tolices e Pieguices da Obra de Roustaing – Nazareno Tourinho; ensaio crítico-doutrinário; 1ª edição, Edições Correio Fraterno, São Bernardo do Campo, SP, 1999.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Kardec analisa Swedenborg


Por Maria das Graças Cabral

Na Revista Espírita do mês de novembro de 1859, Allan Kardec publica um artigo altamente esclarecedor sobre a veracidade ou não de certas doutrinas e revelações feitas por Espíritos. Na realidade, o Mestre nos dá uma aula sobre tal problemática, analisando as experiências mediúnicas de Swedenborg, e suas constatações pós mortem.

Inicialmente, o Codificador faz um breve resumo biográfico de Swedenborg, e comenta que o mesmo “é um desses personagens mais conhecidos de nome que de fato, ao menos para o vulgo.” Segundo Kardec, “suas obras muito volumosas e, em geral, muito abstratas, quase que só são lidas pelos eruditos.” Daí, para uns, “ele é considerado um grande homem, para outros, não passa de um charlatão, de um visionário, de um taumaturgo.”

Assevera o Codificador, que na realidade a doutrina defendida por Swedenborg deixa muito a desejar. E que o próprio Swedenborg, na condição de Espírito, está longe de aprová-La em todos os pontos! No entanto, segundo as palavras de Kardec, “por mais refutável que seja, nem por isso deixará de ser um dos homens mais eminentes do seu século.”

Afinal, quem foi Swedenborg? - Emmanuel Swedenborg, nasceu em 1688, em Estocolmo, e faleceu em Londres, em 1722, aos 84 anos de idade. Destacou-se em todas as ciências, especialmente na Teologia, na Mecânica, na Física e na Metalurgia. Em 1716, Carlos XII o nomeou seu assessor na Escola de Metalurgia de Estocolmo. A rainha Ulrica o fez nobre, e ele ocupou os pontos de maior relevo, com distinção, até 1743, época em que teve a sua primeira revelação espírita. Tinha então, 55 anos. Pediu demissão e não quis mais se ocupar senão de seu apostolado e do estabelecimento da doutrina Nova Jerusalém.

Allan Kardec observa que “mesmo rendendo justiça ao mérito pessoal de Swedenborg, como cientista e como homem de bem, não nos podemos constituir defensores de doutrinas que o mais elementar bom-senso condena. À esse respeito, vale pontuar que hodiernamente, tal determinação kardeciana, é totalmente desconsiderada! Qualquer mensagem mediúnica, ou entendimentos pessoais de médiuns e/ou palestrantes famosos ou não, por mais esdrúxulos e contraditórios que sejam, são acatados, publicados e divulgados como preceitos espíritas válidos e procedentes.

Acrescenta o Codificador: - “Ele (Swedenborg) cometeu um equívoco dificilmente perdoável, não obstante sua experiência das coisas do mundo oculto: o de aceitar cegamente tudo quanto lhe era ditado, sem o submeter ao controle severo da razão. Se tivesse pesado maduramente os prós e os contras, teria reconhecido princípios irreconciliáveis com a lógica, por menos rigorosa que fosse. (...) A qualidade que a si mesmo se atribui o Espírito que a ele se manifestou bastaria para o por em guarda, sobretudo se considerarmos a trivialidade de sua apresentação. (...) Seus próprios erros devem ser um ensinamento para os médiuns demasiado crédulos, que certos Espíritos procuram fascinar, lisonjeando-lhes a vaidade ou os preconceitos por uma linguagem pomposa ou de aparências enganosas.(grifei) Observemos o alerta de Kardec para o controle severo da razão!

Prosseguindo em seus esclarecimentos, o Mestre transcreve uma comunicação dada pelo Espírito de Swedenborg, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 23 de setembro de 1859, na qual, o Espírito faz a abertura da sessão, pontuando dentre outras coisas, que sua moral espírita e a sua doutrina, não estariam isentas de grandes erros, os quais atualmente (na condição de Espírito) reconhece. Nega por exemplo, a “eternidade das penas“, como também a existência “do mundo dos anjos”. Assim se expressa o Espírito: “O que eu também dizia do mundo dos anjos, que é o que pregam os templos, não passava de ilusão dos meus sentidos; acreditei vê-lo, agia de boa-fé, mas enganei-me.” (grifei) Vale ressaltar aqui, o cuidado para as tais “cidades espirituais” tão em voga na literatura espiritualista!

Vejamos agora, algumas indagações feitas por Allan Kardec, e as respectivas respostas dadas pelo Espírito de Swedenborg:

- Qual foi o Espírito que vos apareceu, dizendo ser o próprio Deus? Era realmente Deus? Resposta - Não. Acreditei no que me falava porque nele via um ser sobre-humano e fiquei lisonjeado. (grifei)

- Por que ele tomou o nome de Deus?
Resposta - Para ser mais bem obedecido. (grifei) O Espírito utiliza-se do nome de personalidades famosas e respeitadas para que seja facilmente obedecido pelo médium lisonjeado e temeroso.

- Aquele Espírito que vos fez escrever coisas que hoje reconheceis como errôneas. Ele o fez com boa ou com má intenção?
- Não o fez com má intenção; ele próprio se enganou, porque não era suficientemente esclarecido. Agora percebo que as ilusões do meu próprio Espírito e de minha inteligência o influenciavam, mau grado seu. Entretanto, no meio de alguns erros de sistema, fácil é reconhecer grandes verdades. (grifei)

Oportuno observar na fala de Swedenborg, que o Espírito comunicante era de grau evolutivo inferior, e se deixava também influenciar pelas “ilusões” criadas por Swedenborg, “mau grado seu”!

- O princípio de vossa doutrina repousa sobre as correspondências. Continuais acreditando nessas relações que encontráveis entre cada coisa do mundo material, e cada coisa do mundo moral?
Resposta - Não; é uma ficção. (grifei)

- Poderíeis dizer-nos de que maneira recebíeis as comunicações dos Espíritos? Escrevíeis aquilo que vos era revelado à maneira de nossos médiuns, ou por inspiração?
Resposta - Quando me achava em silêncio e em recolhimento, meu Espírito ficava como que maravilhado, extasiado, e eu via claramente uma imagem diante de mim, que me falava e ditava o que deveria escrever; algumas vezes minha imaginação se misturava nisso. (grifei)

Diante de ensinamentos tão importantes, ministrados e exemplificados com tanta propriedade pelo Mestre Allan Kardec, constatamos da necessidade do estudo efetivo e aprofundado das Obras Fundamentais da Codificação, e da Revista Espírita. Só assim poderemos identificar e rechaçar a avalanche de mensagens de Espíritos desencarnados e/ou encarnados, produto de ilusões e mistificações, e que acabam por confundir e desvirtuar os preceitos doutrinários Espíritas, levando multidões de desavisados ao engano e a futuras decepções. 
 
REFERÊNCIA:
KARDEC, Allan. REVISTA ESPÍRITA, Jornal de Estudos Psicológicos. Ano II, novembro de 1859. Ed. FEB., RJ/RJ, 2ª edição, 2004, p. 437/446.

In: Um Olhar Espírita - http://umolharespirita1.blogspot.com/2012/02/kardec-analisa-swedenborg.html

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Golpe baixo de Roustaing em Kardec

Por Nazareno Tourinho

No corpo doutrinário do Espiritismo a obra de Roustaing assemelha-se a um apêndice supurado, reclamando cirurgia urgente, porque apresenta alto teor de catolicismo infeccionante de nosso ideal saudavelmente cristão.

Conforme já salientamos, nesta série de artigos iremos demonstrar isso com base nas coisas que o próprio bastonário de Bordéus escreveu, e assim convém caminharmos sem pressa pelas páginas de Os Quatro Evangelhos que ele nos legou, ou melhor, nos impingiu, e que na atualidade, em todo o mundo, só a Federação Espírita Brasileira comete a imprudência de divulgar, sem o devido respeito ao pensamento de Kardec.

Até então, nos três escritos precedentes, por motivos imperiosos, não conseguimos avançar além do Prefácio da hábil mistificação roustainguista, e que agora necessitamos nos ocupar da Introdução que se lhe segue, ficando para depois a análise do texto principal. Tenha um pouco de paciência o leitor interessado em conhecer as tolices, e pieguices, dos seres invisíveis que ditaram mensagens psicográficas à única médium de Roustaing, Emille Collignon: precisamos ainda colocar em foco os dislates e disparates do autor material de Os Quatro Evangelhos.

Na sua Introdução, subsequente ao Prefácio, Roustaing menciona a obra em tela como “Revelação da Revelação” mais de VINTE VEZES (páginas 69, 70, 76, 77, 80, 82, 84, 86, 94, 106, 110, 111, 112, 115, 116, 117, 118, 119, 120 e 122 na 6ª edição da FEB).

Basta esse tique neurótico, megalomaníaco, para fornecer ideia do estado mental do insciente discípulo de Kardec, àquela altura fascinado pelo desejo de suplantar o mestre dando a lume teorias que lhe ultrapassassem as concepções filosóficas.

Quando Jean-Baptiste Roustaing, contemporâneo de Allan Kardec, entregou ao público açodamente Os Quatro Evangelhos “seguidos dos mandamentos explicados em espírito e em verdade pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés”, no ano de 1866, o Codificador se encontrava ainda em pleno trabalho receptor da III Revelação.

Quer dizer: Antes da III Revelação ser completada, Roustaing, dela aprendiz, vaidosa e ambiciosamente inventou logo uma outra, supostamente mais avançada, que intitulou de “Revelação da Revelação”.

Isso tem alguma lógica, por menor que seja?

Por que a Espiritualidade Superior confiaria a Roustaing uma nova revelação quando ainda nem terminara de transmitir aquela que foi codificada por Kardec?

(Roustaing também chama a sua obra de nova revelação, nas páginas 69, 70, 79, 80, 82, 84, 86, 106, 110, 115, 117.)

Acresce, ainda, que J. B. Roustaing comportou-se com extrema deslealdade em relação ao codificador da nossa Doutrina, surpreendendo-o com a obra já pronta, editada, através da oferta de um exemplar, e pondo-lhe acima do título as palavras ESPIRITISMO CRISTÃO, como se os livros de Allan Kardec, entre eles O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, deixassem de possuir o mesmo caráter religioso. Este erro suplementar foi algo moralmente abominável, valendo por uma traição ou mesquinha esperteza, de conteúdo desonesto.

Na Introdução que desdobra o Prefácio de Os Quatro Evangelhos nota-se mais o quanto a tal de  “Revelação da Revelação” transborda de misticismo igrejeiro, inconveniente à racionalidade de nossa fé.

Jesus, nas páginas 100, 107, 108, 111 e 119 não é referido apenas pelo nome, com naturalidade, e sim repetidamente denominado Jesus-Cristo. Na página 122 é identificado na condição de “nosso único senhor”, daí porque os rustenistas febeanos adoram chamá-lo de Nosso Senhor Jesus-Cristo, ignorando que o Mestre Galileu, sábio e sublime em sua paixão pelo Bem, nos quer como seguidores e não bajuladores, como almas livres e não escravas, sendo portanto nosso grande MESTRE e não SENHOR (alguém só pode ser senhor de quem lhe seja escravo).

Essas expressões católicas, cheirando a sacristia, que Roustaing conseguiu infiltrar em nosso meio doutrinário denunciam a origem antikardequiana da mensagem mediúnica que ele acolheu.

Fonte:
TOURINHO, Nazareno.  As Tolices e Pieguices da Obra de Roustaing – Nazareno Tourinho; ensaio crítico-doutrinário; 1ª edição, Edições Correio Fraterno, São Bernardo do Campo, SP, 1999.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Os Evangelhos explicados pelo Sr. Roustaing

Por Allan Kardec

Esta obra(1) compreende a explicação e a interpretação dos Evangelhos, artigo por artigo, com ajuda de comunicações ditadas pelos Espíritos. É um trabalho considerado, e que tem, para os Espíritas, o mérito de não estar, sobre nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada por O Livro dos Espíritos e o dos médiuns. As partes correspondentes àquelas que tratamos em O Evangelho Segundo o Espiritismo o são num sentido análogo. De resto, como nos limitamos às máximas morais que, quase sem exceção, são geralmente claras, elas não poderiam ser interpretadas de diversas maneiras; também foram o assunto de controvérsias religiosas. Foi por esta razão que começamos por ali a fim de ser aceito sem contestação, esperando para o resto que a opinião geral estivesse mais familiarizada com a idéia espírita.

O autor dessa nova obra acreditou dever seguir um outro caminho; em lugar de proceder por graduação, quis alcançar o objetivo de um golpe. Tratou, por certas questões que não julgamos oportuno abordar ainda, e das quais, conseqüentemente lhe deixamos a responsabilidade, assim como aos Espíritos que os comentaram. Conseqüente com o nosso princípio, que consiste em regular a nossa caminhada sobre o desenvolvimento da opinião, não daremos, até nova ordem, às suas teorias, nem aprovação, nem desaprovação, deixando ao tempo o cuidado de sancioná-las ou de contradizê-las. Convém, pois, considerar essas explicações como opiniões pessoais aos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou falsas, e que, em todos os casos, têm necessidade da sanção do controle universal, e até mais ampla confirmação não poderiam ser consideradas como partes integrantes da Doutrina Espírita.

Quando tratarmos essas questões, o faremos sem cerimônia; mas é que, então, teremos recolhido os documentos bastante numerosos, nos ensinos dados de todos os lados pelo Espíritos, para poder falar afirmativamente e ter a certeza de estar de acordo com a maioria; é assim que fazemos todas as vezes que se trata de formular um princípio capital. Nós os dissemos cem vezes, para nós a opinião de um Espírito, qualquer que seja o nome que traga, não tem senão o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma rigorosa lógica, para as coisas que não podemos controlar por nossos próprios olhos. De que nos serviria dar prematuramente uma doutrina como uma verdade absoluta, se, mais tarde, ela devesse ser combatida pela generalidade dos Espíritos?

Dissemos que o livro do Sr. Roustaing não se afasta dos princípios de O Livro dos Espíritos e o dos médiuns; nossas observações levam, pois, sobre a aplicação desses mesmos princípios à interpretação de certos fatos. É assim, por exemplo, que dá ao Cristo, em lugar de um corpo carnal, um corpo fluídico concretizado, tendo todas as aparências da materialidade, e dele faz um agênere. Aos olhos dos homens que não teriam podido compreender, então, sua natureza espiritual, teve que passar EM APARÊNCIA, essa palavra é incessantemente repetida em todo o curso da obra, para todas as vicissitudes da Humanidade. Assim se explicaria o mistério de seu nascimento: Maria não teria tido senão as aparências da gravidez. Este ponto, colocado por premissa e pedra angular, é a base sobre a qual se apoia para explicação de todos os fatos extraordinários ou miraculosos da vida de Jesus.

Sem dúvida, não há aí nada de materialmente impossível para quem conhece as propriedades do envoltório perispiritual; sem nos pronunciar pró ou contra essa teoria diremos que ela é ao menos hipotética, e que, se um dia ela fosse reconhecida errada, a base sendo falsa, o edifício desmoronaria. Esperamos, pois, os numerosos comentários que ela não deixará de provocar da parte dos Espíritos, e que contribuirão para elucidar a questão. Sem prejulgá-la, diremos que já foram feitas objeções sérias a essa teoria, e que, na nossa opinião, os fatos podem perfeitamente se explicar sem sair das condições da Humanidade corpórea.

Estas observações, subordinadas à sanção do futuro, não diminui nada a importância dessa obra que, ao lado das coisas duvidosas do nosso ponto de vista, delas encerra, incontestavelmente, boas e verdadeiras, e será consultada proveitosamente pelo Espíritas sérios.

Se o fundo de um livro é o principal, a forma não é de se desdenhar, e entra também por alguma coisa no sucesso. Achamos que certas partes são desenvolvidas muito longamente, sem proveito para a clareza. Na nossa opinião, se, limitando-se ao estrito necessário, ter-se-ia podido reduzir a obra em dois, ou mesmo em um único volume, teria ganhado em popularidade.

1) Os quatro Evangelhos, seguidos dos mandamentos explicados em espírito e verdade pelos evangelistas assistidos pelos apóstolos. Recolhidos e colocados em ordem por J.B.Roustaing, advogado da corte imperial de Bordeaux, antigo chefe da ordem dos advogados. - 3 vol. in-12. - Preço: 10 fr. 50. - Paris, Livraria Central, 24, bulevarde dos Italianos. - Bourdeaux, todas as livrarias.

Fonte: Revista Espírita, Nono ano - 1866. Tradução: Salvador Gentile, revisão: Elias Barbosa. IDE, 1993.

Destaques em negrito feitos pelo blog.

Leitora Maria Ribeiro comenta artigo "O Espiritismo não morreu com Kardec"

Por Maria Ribeiro

Gostaria de comentar sobre o artigo intitulado "O Espiritismo não morreu com Kardec", publicado no último dia 13.

Infelizmente nossa cultura tende para este lado do místico, do fantástico, e a realidade é que até mesmo entre os Espíritas há os que simpatizam com isto, dando origem a um sincretismo que, no mínimo, ridiculariza a Doutrina Espírita.

De repente, já não se pode comer carne nos dias de reunião mediúnica, nem nos dias da tarefa do passe... Isto graças a Espíritos como Ramatis, que nunca leram a questão 723 de O Livro dos Espíritos, muito menos o capítulo que fala da Lei de Destruição na terceira parte, nem o terceiro capitulo de A Gênese. Lidamos, e muito de perto, com companheiros que pensam que são Espíritas. Pensam que são grandes conhecedores do Espiritismo porque leram alguns romances, ditos espíritas porque ditados por Espíritos, e não pela fidelidade ao Espiritismo.

Criaram dogmas aos quais chamam de "disciplina"; alguns rituais a que dão o nome de "organização" ou coisa parecida. Mas há os que não fazem nem questão de esconder e admitem: um raminho de arruda atrás da orelha, mal não vai fazer. Alguns Espíritas creem no poder das cores, das pirâmides e similares. Tem Espírita que faz até promessa... Repito: pensam que são Espíritas, pois o esclarecimento que a Doutrina dos Espíritos oferece é tão óbvio, tão simplificado que ainda não abriu-lhes os olhos. Precisam de coisas mais "concretas", uma arruda, uma pirâmide, ou então uma aplicação de reike. Continuam com a visão que tinham antes, só que agora acreditam em reencarnação, possibilidade de intercâmbio com desencarnados e que vão morar em Nosso Lar qu ando desencarnarem. Este sonho é dividido por uma enormidade de irmãos nossos... Creio, e tomara que assim seja, que estamos numa fase ruim(?) do movimento Espírita. Embora a fenomenologia seja tão antiga quanto a humanidade, a Doutrina só tem pouco mais de um século e meio. As pessoas ainda estão deslumbradas demais, como se não tivesse "caído a ficha". Estão mais para o Senhor Carlotti do que para Kardec.

Porém, não podemos julgar, porque, o que para uns parece claro, para outros pode representar uma nebulosa gigantesca. Mas não se pode, em tempo algum, sob nenhum pretexto, ser omisso para parecer caridoso. (Porque também é o pensamento de alguns que mentir para encobrir erros de outrem é caridade. Em nenhum momento Jesus exemplificou a hipocrisia, ao contrário, combateu-a veementemente). A verdade precisa prevalecer a qualquer custo, pois por ela muitos deram a vida física, inclusive o próprio Cristo.

Quando falou-se que ao se tocar em Filosofia, leem-se o Evangelho segundo o Espiritismo, ahhh, que bom, então nem tudo está perdido! Quem dera se todos os Espíritas lessem mais o ESE. Precisamos muito, muitíssimo aprender a Filosofia Cristã, afinal Jesus foi o maior de todos os Filósofos. Quando Ele curava, por exemplo, utilizava o conhecimento científico do que a Doutrina chama de fluidos; quando fala em perdão, em amor, Ele está filosofando.

Mas, enfim, já que temos Kardec, estudemos Kardec avidamente.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

¿Que es realmente la Ortodoxia?

Por Lilia do Canto

Clique aqui para a versão em português.

Si usted, por pereza o falta de tiempo, hasta ahora no leyó nada sobre la ortodoxia espirita y aun mismo así intenta combatirla, sin saber lo que es, este dialogo va a esclarecerlo. Pido que tenga la mente abierta y aleje sus propias conclusiones, sin dejarse llevar por lo que oyó hablar o por lo que piensa la mayoría.

Dialogo 1: Astrónomo y astrologo

Astrónomo: Entonces, ¿qué has hecho en la vida?

Astrólogo: en los últimos años he estudiado astronomía.

Astrónomo: ¿En serio? ¡Yo también! Mañana voy a dar una charla sobre los púlsares e…

Astrólogo: también voy a hacer una conferencia!

Astrónomo: ¿sobre el qué?

Astrólogo: a los niños del signo de Géminis.

Astrónomo:¡pero eso no es la astronomía!

Astrólogo: ¿muchos astrónomos piensan así, pero sabes por qué? Es que algunos tienen la mente muy cerrada, no aceptan nuevas ideas. Eso se llama intolerancia y es una falta de respeto.

Astrónomo: yo no falto al respeto de su profesión. Usted, al contrario, es el que está confundiendo la astronomía con la astrología.

Astrologo: lo que importa es la caridad. Y en el momento que usted excluye a la astrología de sus estudios, está faltando al amor, pues está siendo irrespetuoso. ¿Ustedes los astrónomos creen que son los únicos dueños de la verdad? ¿Cómo podrán progresar sin aceptar a los otros grupos?

Astrónomo: ¿Y como nosotros podremos progresar aceptando cualquier idea de cualquier grupo, sin verificar ninguna? Nosotros tenemos métodos para saber si una afirmación es verdadera o no. Si algo no está dentro de ese método y mezcla especulaciones con el misticismo, no es aceptada. Punto. Yo no preciso decir a las hijas de la astrología, porque es que usted trabaja. Usted puede continuar con sus creencias, más no quiero faltar al respeto, más no confunda con mi trabajo.

Astrologo: ¿Cuál es el problema de errar en un pequeño detalle? Yo solo dije que los signos eran de la astronomía, todo bien, yo erre, más no precisa hacer un discurso, eso no tiene importancia.

Astrónomo: es por esos pequeños detalles que se crean grandes confusiones. Cada uno dice lo que cree, más si no tiene la certeza, se lo queda para sí mismo. Luego, todo el mundo piensa erróneamente. Quien intenta esclarecer a las personas, es llamado intolerante, dueño de la verdad. Y no huya de la discusión, usted debe responsabilizarse por lo que dice. ¿Quién comenzó hablando de eso? usted. Y, si fuera de su interés, puedo mostrar como la astrología es errónea.

Astrologo: no, no quiero saber lo que usted tiene que decir. ¿Y usted sabe el por qué? Porque usted olvidó una de las máximas de la caridad: BENEVOLENCIA PARA CON LOS DEFECTOS DE LOS OTROS Y PERDON. Usted no acepta que piensen diferente a como usted piensa. Mi opinión es esta: astrología y astronomía no tienen diferencia.

Astrónomo: eso no es cuestión de opinión. O es, o no es, y la verdad es que tiene mucha diferencia.

Astrologo: ¿Está viendo como usted no acepta las ideas diferentes? Usted solo sabe criticar todo. Espero que usted un día cambie y sepa ser HUMILDE. Usted no merece mi atención, puede continuar hablando mal de la astrología, más no me va a convencer.

Astrónomo: usted ni oye lo que yo estoy diciendo.

Astrólogo: no voy a escuchar nada. Si quiero yo continuo con mis signos y símbolos, no importa si usted hace otro discurso, ya es una falta de respeto cuando usted excluye la astrología de su ciencia. ME VOY, GRACIAS.

¿Ven ustedes alguna similitud de esto con el Movimiento Espirita Brasileño de hoy en día?

Dialogo 2: Espirita y místico

Místico: ¿Es que ese dialogo del astrónomo y el astrologo tiene que ver algo con el Espiritismo?

Espirita: simplemente, la astrología es para la astronomía así como la alquimia o misticismo está para el Espiritismo.

Místico: hayo injusto llamar a las obras de los médiums famosos, como Chico Xavier, de misticismo. Ellas son grandes complementos de la codificación.

Espirita: el error esta cuando ellas son vistas como verdades absolutas. Por ejemplo: en la codificación, los espíritus dicen que mitades eternas no existen, pues no hay determinismo, o sea, no hay almas gemelas. Más Emmanuel dice que si existen. En la codificación, las informaciones pasaron por el crisol de CUEE. Y en el libro de Emmanuel es apenas una opinión individual, aun misma así las personas prefieren creerlo.

Místico: ¿Si Emmanuel es una opinión individual, porque la codificación también no lo es? ¡No estoy entendiendo. Eso es fanatismo, pues Kardec no es el dueño de la verdad!

Espirita: la codificación no es de Kardec. El recopiló las informaciones de varios espíritus, de varios médiums, de lugares diferentes. Es el CUEE, Control Universal de la Enseñanza de los Espíritus. Un método para averiguar cualquier información venida de los espíritus. Ninguna comunicación mediúmnica es perfecta, y la mayor parte de las veces es animismo (viene del propio médium, sin el saberlo). Por eso, con varias comunicaciones, aumentan las probabilidades de ser verdaderas. Kardec te lo explicar mejor.

Allan Kardec:
[…] las revelaciones que cada uno pueda recibir tendrán carácter individual, sin cuño de autenticidad; que deben ser consideradas opiniones personales de tal o cual espíritu y que el imprudente podrá aceptarlas livianamente como verdades absolutas[…]

[...] La concordancia en lo que enseñen los espíritus es, pues, la mejor comprobación. Importa, no en tanto, que ella se de en determinados condiciones. La más débil de todas ocurre cuando un médium, a solas, interroga muchos Espíritus acerca de un punto dudoso. Es evidente que, si el estuviera bajo el imperio de una obsesión, o trabajando con un Espíritu mistificador, este le puede decir la misma cosa bajo diferentes nombres. Tampoco habrá garantía alguna suficiente en la conformidad que presente o que se pueda obtener por diversos médiums, en un mismo centro, porque pueden estar todos bajo la misma influencia.

Una sola garantía seria existe para la enseñanza de los Espíritus: la concordancia que haya entre las revelaciones que ellos hagan espontáneamente, sirviéndose de gran número de médiums extraños unos a otros y en varios lugares. [...]

Místico: ¿Más como el Espiritismo puede progresar si la única verdad está en los libros que fueron escritos en el siglo pasado?

Espirita: ¿Quién dice eso? Hoy en día casi no hay investigación, pues como consideran al Espiritismo una religión, y en religión nadie investiga no es el único. Hay ni hay averiguación, de la verdad, todo queda en la misma. Y fue a causa de eso que fue creado el NEFCA, Núcleo Espirita de Filosofía y Ciencias Aplicadas, donde están haciendo nuevas investigaciones sin el misticismo impregnado en el MEB (Movimiento Espirita Brasileño). Más es claro que la NEFCA no es el único. Hay grupos que estudian también la Doctrina espirita. Más allá cualquier grupo puede hacer eso, desde que no haga una mezcla como la mayoría de los grupos. Pues la mayoría está más preocupada en crear estatuas de Chico Xavier, vender camisetas “Nuestro Hogar” y esparcir el falso Espiritismo por el mundo. Por eso hay muchos que están haciendo de todo por esclarecer a las personas.

Místico: todo bien, más no entendí cuando usted dijo que el espiritismo no es religión: ¿Es verdad?

Espirita: me muestra un trecho de la codificación donde diga que el espiritismo es religión. Nosotros no tenemos cultos, ni santos, ni velas, ni símbolos, ni palabras sagradas, ni jerarquías, ni sacerdotes, ni rituales, ni rezos, ni simpatías, ni nada. No voy a entrar de lleno en ese asunto ahora, el objetivo aquí es que usted sepa lo que realmente es el Espiritismo ortodoxo, y si quiere saber más sobre eso basta echar una pesquisada por internet.

Místico: Más la mayoría de los espiritas piensa diferente.

Espirita: por eso yo dije: no va por la mayoría, ni por la minoría, va por sí mismo. Más allá, hay personas que hasta concuerdan con la ortodoxia espirita, más se mantienen en silencio, por el miedo a ser excluidas. Más para convencer a alguien de una idea, con certeza el camino no es fácil, más no divulgar una idea por causa de eso es cobardía usted fue una excepción por haberme escuchado, pues la mayoría cierra oídos y dice que queremos ser dueños de la verdad. ¿Y usted qué piensa? ¿Sera que usted cambio de forma de pensar al respecto, o va a continuar con los mismos pensamientos?

Traducido por: M. C. R.

sábado, 13 de março de 2010

Fantoches da ilusão, bom senso ou somos "donos da verdade"?

Por Jorge Hessen

Infelizmente, os Centros Espíritas estão repletos de modismos e práticas vazias de sentido, oriundos da falta de conhecimento das recomendações básicas do Espiritismo. Muitas Instituições Espíritas mantêm práticas e/ou discussões estéreis em torno de temas como: crianças índigo; Chico é ou não é Kardec? Ubaldismos, ramatisismos, apometria, cromoterapias, e tantos outros enfadonhos "ismos" e "pias", empurrados goela abaixo no corpo doutrinário. Há médiuns que confiam, cegamente, nos efeitos das pomadas "cura tudo", como se essa enganosa prática lhes fosse trazer algum benefício. Por relevantes razões, devemos estar atentos às impertinências desses visionários, propagadores de placebos "bentos". Outros, pela apometria, creem revolucionar o universo da "cura espiritual", mas, a bem da verdade, a cura das obsessões não se consegue por um simples toque de mágica apométrica, como fazem os ilusionistas com uma varinha de condão. Desobsessão não ocorre de um momento para outro, pois, quase sempre, é um tratamento que depende de um longo prazo. Portanto, não tão rápida como sói acreditar alguns incautos apometristas de plantão.

O legítimo Centro Espírita não promete a cura para quem o procura. A Doutrina Espírita afirma que a "cura" de uma influência espiritual (obsessão) ou doença física depende de uma série de fatores, entre os quais a modificação moral do enfermo, sua necessidade de disciplina mental, seus problemas relacionados com encarnações anteriores e, sobretudo, se há ou não a concessão divina para a solução da dificuldade.

O sofrimento é, sempre, a conseqüência de atos que contrariam as Leis de Deus. É o período necessário para que o Espírito, encarnado ou desencarnado, reflita sobre sua natureza íntima e decida por onde e quando reparar as faltas cometidas, pois Nosso Eterno Pai respeita a nossa singularidade. Já o sofrimento compulsório é uma imposição do Divino Criador, quando o Espírito, deliberadamente, persiste no erro ou insiste no mal, e Ele é o Único que sabe como agir, para o bem do filho rebelde, e até quando deva, ele, sofrer.

O Centro Espírita é um pronto-socorro aos necessitados de amparo e esclarecimento, seja através da evangelização, das orações, dos tratamentos espirituais, ou seja, pelas orientações morais e materiais. A Casa Espírita oferece as bênçãos do passe, que é um método, tradicionalmente, eficaz para transmitir fluidos magnéticos e espirituais, pelas mãos dos médiuns sobre a fronte daqueles que se encontram - moral e fisicamente - descompensados, fortalecendo-lhes o corpo físico e o tecido espiritual, ou seja, o perispírito. É evidente que o passe não poderá, em tempo algum, ser aplicado com movimentos bruscos, utilizando-se de objetos, de baforadas de cigarro ou charuto, de estalos de dedos, cânticos estranhos, toque direto no corpo do paciente, e, muito menos, ainda, estando incorporado e, psicofonicamente, verbalizando "aconselhamentos" para o receptor. Isso não é prática recomendável pelos Orientadores Espirituais.

Há confrades que insistem em usar trajes especiais no Centro. Cabe alertá-los de que o Espiritismo não adota paramentos especiais para exercê-lo e o que dignifica o trabalhador espírita é a pureza de intenções. A Doutrina Espírita não adota enfeites, amuletos, colares, roupas brancas ("significando o bem") ou roupas pretas ou vermelhas ("significando o mal"). Os trabalhadores cônscios da realidade Espírita trajam roupas normais, de forma simples, até porque, a discrição deve fazer parte dos que trabalham para o Cristo.

Há médiuns que se ajoelham diante de imagens sagradas e de determinadas pessoas; mantêm-se genuflexos e beijam a mão dos responsáveis pela Casa Espírita, como forma de reverenciá-los; benzem-se; sentam-se no chão; fazem sinais cabalísticos; e outros, por incrível que pareça, proferem palavras esquisitas (mantras) para evocar os Espíritos. Casa Espírita séria não comporta imagens de Santos ou personalidades do movimento espírita; amuletos de sorte; figuras que afastam ou atraem maus Espíritos; incensos, preces cantadas, velas e outros quejandos alienantes. Como se não bastasse, há, ainda, palestrantes que promovem, das tribunas, verdadeiros shows da própria imagem, mise-en-scène, essa, protagonizada pelos ilustres oradores, que não abrem mão da ridícula imposição do "Dr." antes do nome. Há Instituições Espíritas que cobram taxas para o ingresso nos congressos, simpósios, seminários, tendo, como meta, o fomento de querelas doutrinárias.

A questão é: como evitar esses disparates? Como agir, com tolerância cristã, ante os Centros mal orientados, com dirigentes perturbados, com médiuns obsidiados, com oradores "show-men"? Enfim, como agir, diante dos espíritas cegos, que querem guiar outros cegos?

Para os líderes "mornos bonzinhos", é interessante a prática do "lavo as maõs" do "laissez faire", "laissez aller", "laissez passer". Porém, os Benfeitores espirituais dizem o contrário e nos advertem que cabe, a nós, a obrigação intransferível de defender os ensinamentos de Allan Kardec, seja, OBVIAMENTE, pelo exemplo diário do amor fraterno, seja pela coragem do debate elevado.

A Casa Espírita que se orienta pelos ensinamentos dos Espíritos superiores não realiza práticas bizarras, pois elas nada têm a ver com a Doutrina codificada por Allan Kardec. O Espiritismo ensina, tão somente, a moralização do indivíduo, e o Projeto Espírita é desprovido de aparatos exteriores. Suas propostas terapêuticas, como as de Jesus, fundamentam-se na instrução moral e na reposição de energias e fluidos espirituais, seja pela fluidificação da água, seja pela imposição das mãos através do passe, mas sempre e, fundamentalmente, pelos pensamentos elevados.

Os Centros que praticam as terapias ou rituais aqui denunciados, têm liberdade para fazê-lo, porém, não deveriam nominar-se "Espíritas". O bom senso sussurra para que os seus estatutos sejam alterados, IMEDIATAMENTE. Até porque, é por causa das Casas Espíritas mal dirigidas que existe uma confusão muito grande a respeito do que seja Doutrina Espírita ou Espiritismo. Os que estão fora do movimento, e não conhecem a Doutrina Espírita, creem que "o espiritismo é coisa do diabo"; que "comunicação com os mortos é pecado"; que "espírita não acredita em Deus, muito menos em Jesus Cristo"; que "espírita não ora"; que "espírita faz macumba, sacrifica animais, tem rituais"; que "os espíritas são lunáticos, loucos e desequilibrados"; e, ainda, afirmam que "se alguém entrar nessa "coisa" de Espiritismo, jamais poderá sair". Isso, porque, essas pessoas não sabem que as palavras, "espírita e espiritismo", foram criadas em 1857, na França, pelo Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec.

Sabemos que, para alguns confrades "mornos bonzinhos" (!?), o tema que abordamos, aqui, ressona como algo obscuro, subjetivo, mas vale lembrar-lhes que qualquer escritor sensato não se coloca como imprescindível, e muitíssimo menos, ainda, tenta impor sua idéia, e nem, tampouco, considera seu ponto de vista o mais acertado, devendo ser aceito por todos, esperando adesões sem questionamentos. Chega a ser primário demais estarmos, aqui, afirmando, para os leitores, que não somos donos da verdade. Que a nossa opinião é, apenas, um ponto de vista pessoal, fruto de diuturno estudo das obras basilares e resultante de observação pessoal dos fatos, o que, obviamente, difere da experiência dos outros, que - sabemos - não pode ser desconsiderada no contexto. Se alguém insiste nas práticas inócuas, aqui descritas, com certeza, não está bem informado sobre o que seja Espiritismo.

Os Códigos Evangélicos nos impõem a obrigatória fraternidade para com os adeptos equivocados, o que não equivale dizer que devamos nos omitir quanto à oportuna admoestação, para que a Casa Espírita não se transforme em academia de fantoches dos distúrbios psíquicos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aos Espíritas: É necessário estudar Kardec

Por Fabiano Vidal*

Originalmente simpatizante da Doutrina Espírita, embora não a conhecesse devidamente, tornei-me Espírita (com “E” maiúsculo, mesmo) de fato após meu casamento, em janeiro de 2008. Como nada conhecia de Espiritismo, corri o sério risco de me tornar um Espírita mistificado. Para minha alegria, comecei meus estudos por O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

Quando comecei a estudá-lo, simplesmente não conseguia desgrudar do livro. Aonde quer que fosse, O Livro dos Espíritos estava comigo. Depois passei a estudar O Livro dos Médiuns e assim sucessivamente, com todos os livros da Codificação Espírita. Só após estudá-los com afinco, me interessei em ler alguns romances ditos “espíritas”.

Surpreendi-me com tantas bobagens nessas obras. Violetas na Janela, por exemplo, é uma enorme afronta ao que está na Codificação. Nada daquilo tem embasamento doutrinário. Para ser honesto com os consumidores desses romances, deveria ser vendido como obra espiritualista, e não espírita.

Outra obra que é praticamente “sagrada” (olha aí mais uma afronta à Codificação Kardeciana!) para muitos Espíritas e que é tida por verdade absoluta, embora também vá de encontro à Codificação, é Nosso Lar. Dizem os fãs dessa obra que Chico Xavier jamais poderia ter psicografado algo que não fosse “Verdade”, e veneram André Luiz como se Santo fosse! Pasmem!

Estudar Allan Kardec antes de enveredar por esses romances se faz necessário, para aprendermos a separar o joio do trigo. O Codificador nos ensina que não existem médiuns perfeitos. Logo, os médiuns são tão passíveis de equívocos quanto eu ou você que me lê neste momento. Kardec também nos ensina em O Livro dos Espíritos sobre a Escala Espírita, no Capítulo VI. Diz o Codificador: “Ajuntemos ainda esta consideração que jamais se deve perder de vista: entre os Espíritos, como entre os homens, há os que são muito ignorantes, e nunca será demais estarmos prevenidos contra a tendência a crer que eles tudo sabem, por serem Espíritos.” (grifo nosso)

Eis aí um conselho que nós, Espíritas, jamais devemos nos esquecer. Além disso, aprendemos que o Espiritismo não é religião e que este professa uma fé raciocinada, ou seja, antes de aceitarmos qualquer ensinamento ou relato vindo dos espíritos como “Verdade”, devemos submetê-la ao crivo da razão, analisá-la perante o que aprendemos com os escritos de Allan Kardec, que de básicos, não tem nada, pois são os pilares fundamentais da Doutrina que professamos.

Portanto, caro leitor, antes de sair por aí dizendo que Espiritismo é religião, que Kardec está ultrapassado, que André Luiz, Emmanuel e Ramatis são os novos “pilares” da Doutrina Espírita, que você tem medo de ir ao Umbral quando desencarnar, estude os livros de Allan Kardec criteriosamente. Compare seus ensinamentos com os romances espiritualistas e analise-os sob o crivo da razão, e verás que muitos desses “novos ensinamentos espíritas” cairão facilmente, como um castelo de areia sob as ondas do mar.

* Técnico em Turismo, Turismólogo, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba, jornalista de Turismo do jornal Contraponto e editor de “O Blog dos Espíritas”.

domingo, 11 de outubro de 2009

Apometrias, Correntes Magnéticas e outras peripécias

Por Jorge Hessen

Devemos respeitar todas as crenças isso é óbvio, acatar preconceitos, pontos de vista e normas de quaisquer pessoas que não lêem pela nossa cartilha doutrinária, isso é sensato, mas isso não siginifica dizer aprová-los, adotá-los, divulgá-los, recomendá-los. Não isso, não! Temos obrigações intransferíveis para com a Doutrina Espírita. É absolutamente necessário que defendamos os princípios doutrinários com simplicidade e dedicação, sem intolerância, sem radicalismos, mas sem concessões indesejáveis, sem contemporizações piegas. A determinação, a experiência e a prática dos médiuns mais amadurecidos dos quilates de um Francisco Cândido Xavier e um Divaldo Pereira Franco, entre outros, têm nos demonstrado, sempre, a necessidade da vigilância com relação à necessidade da preservação da pureza dos preceitos básicos da Doutrina Espírita.

Observamos, incomodados, as muitas discussões estéreis de temas como: crianças índigo; Chico é a "reencarnação" de Kardec(!?); ubaldismos, ramatisismos, cromoterapias, desobsessão por corrente magnética e tantos outros esquisitos "ismos" e "pias", enxertados nas hostes doutrinárias. Aceita-se e pior ainda difunde-se o poder "curador" de cristais sem a menor reflexão consciente (se a tese fosse legítima a lógica sussurra que os residentes de Cristalina e Cristalândia NUNCA ficariam doentes). Confiam, cegamente, nos efeitos das pomadas "mediunizadas", como se essa prática enganosa lhes fosse trazer algum benefício. Promovem-se, nas tribunas, verdadeiros shows da própria imagem e do próprio nome, shows esses protagonizados pelos ilustres oradores, que não abrem mão da vaidosa distinção do "Dr". antes dos próprios nomes. Há os que imitam sem nenhum escrúpulo o orador Divaldo Franco, com direito a receber o Bezerra e tudo o quem tem direito no final da palestra. Criam-se associações com notáveis profissionais de pretensos "espíritas". Muitos outros se projetam nos trabalhos assistenciais, para galgarem espaços na ribalta da política partidária. Não é de hoje o fenômeno das práticas exóticas nas hostes doutrinárias, fatos esses que fazem, realmente, a diferença entre Espiritismo como Doutrina dos Espíritos e espiritismo como doutrina dos espiritas..

Segundo algumas conveniências de arrecadação, propiciam as famosas "churrascadas espíritas", disfarçadas de almoço fraterno, em nome do Cristo(!?), pasmem! Confeccionam rifas "beneficentes"; agendam desfiles de moda, "de caráter filantrópico", e, o que é pior, cobram taxas para o ingresso nos eventos espíritas, quais sejam: congressos, simpósios, seminários, e, por aí vai a charanga. Até quando?

Há um insustentável pendor para a dimensão do misticismo de confrades idólatras, que, quiçá, leram alguma "coisinha" aqui, e outra ali, sobre a doutrina espírita e se dizem seguidores convictos, quando, na realidade, nada mais são do que "espíritas de superfície". Somos sempre advertidos sobre a obrigação intransferível de preservarmos os ensinamentos de Allan Kardec, seja pelo exemplo diário do amor fraterno (ISSO É ÓBVIO!), seja pela coragem do debate elevado.

Muitas pessoas me têm escrito, insistindo no tema - apometria. Informo-lhes, freqüentemente, que a teoria e a prática da técnica apométrica (e suas "leis" e conceitos) estão em pleno desacordo com os princípios doutrinários codificados por Allan Kardec. Não aconselharíamos incluir essa prática estranha na estrutura do Departamento Doutrinário e Mediúnico das Casas Espíritas, por uma simples questão de BOM-SENSO. Sobre essa esquisita prática, lamentavelmente, encruada por estas bandas do Centro-Oeste, indagamos aos experts, por que os Espíritos não nos revelaram tal proposta "terapêutica"(!), quando tiveram, à sua disposição, excelentes médiuns colaboradores, ao longo do século XX?

Não basta se afirmar "espírita", nem, tampouco, se dizer "médium de qualidade", se essa prática não for exercida conforme preceitua a Codificação Espírita. Respaldados nos estudos sistemáticos que fazemos da Doutrina Espírita -e não dispensamos, de forma alguma, esse hábito- esclarecemos, sempre, que a apometria não é Espiritismo, porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de "O Livro dos Médiuns". Com essas inoportunas práticas, abrem-se precedentes graves para a implantação de rituais e maneirismos, totalmente, inaceitáveis na prática espírita, que é, fundamentalmente, a doutrina da fé raciocinada.*

Se a apometria é (como afirmam os superficiais e enfadonhos discursos dos líderes dessa prática), mais eficiente que a reunião de desobsessão, REPITO - por que a omissão dos Espíritos Superiores? Por que eles se calaram sobre o assunto? Curioso isso, não? No mínimo, é sintomático. O silêncio dos Espíritos Superiores é, sem dúvida, um presságio de que tal prática é de mal agouro, e, por isso mesmo, ela é circunscrita a poucos e RADICAIS grupos que o mentém. Não conquistou a aceitação universal dos espíritos, razão pela qual não conta com a anuência das Casas Espíritas equilibradas. Percebemos que esses arroubos lúdicos coletivas superlotam alguns Centros Espíritas, em que seus dirigentes vendem a ilusão da "terapia apométrica", como mestres da hipnose, fazendo com que esses centros se tornem um reduto de andróides e curadores de coisa nenhuma, o que é lastimável...

Por relevantes razões, devemos estar atentos às impertinências desses ideólogos quixotescos, dos propagadores dessas terapias inócuas, que pensam revolucionar o mundo da "cura espiritual". Até porque, a cura das obsessões não se consegue por um simples toque de mágica (com a varinha de condão da apometria), de uma hora para outra, mas é, quase sempre, a longo prazo, não tão rápida como se imagina, dependendo de múltiplos fatores, principalmente, da renovação íntima do paciente.

Como se não bastasse, ainda, entra em cena, no rol das bizarrices doutrinárias, uma tal "desobsessão por corrente magnética". Isso mesmo! Desobsessão(!?)

O uso de energia para afastar obsessores, sem a necessária transformação moral (Reforma Íntima), indispensável à libertação real dos envolvidos nos dramas obsessivos, contradiz os princípios básicos do Espiritismo, pois, o simples afastamento das entidades perseguidoras não resolve a obsessão.

O Cristianismo, com a pureza doutrinária do Evangelho e com a simplicidade de organização funcional dos primeiros núcleos cristãos, foi conquistando lenta e seguramente a sociedade de sua época. Porém, com o tempo, sofreu um significativo desgaste ideológico. Corrompeu-se, por força das práticas estranhas ao projeto de Jesus. Atualmente, apesar das advertências dos Espíritos e do próprio Allan Kardec, quanto aos períodos históricos e tendências do movimento, os espíritas insistem em cometer os mesmos erros do passado. Confrades nossos, não conseguindo se adaptar ao Espiritismo, e, conseqüentemente, não compreendendo e não vivenciando suas verdades, vão, aos poucos, adaptando a doutrina às suas fantasias, aos seus limites morais, corrompendo os textos da Codificação, trazendo, para os centros espíritas, práticas dogmáticas de suas preferências místicas. Falta-lhes, no mínimo, o estudo das obras básicas da Codificação Rivailina.*

Das duas, uma: ou Kardec está sendo colocado em segundo plano, preterido por outras obras não recomendáveis, ou está, totalmente, esquecido - o que é pior.

Mas como evitar esse sistema? Como agir, ante os centros mal orientados, com dirigentes perturbados, com médiuns obsidiados, com oradores-estrelas? Enfim, como agir, diante dos espíritas perturbados e pertubadores? Seria interessante a prática do "lavo as maõs" ou a retórica filosófica do "laissez faire", "laissez aller", "laissez passer"? Devemos deixar que os próprios grupos espíritas usem e abusem do livre arbítrio para, por fim, aprenderem a fazer escolhas corretas e adequadas às suas necessidades?

Não nos esqueçamos de que os inimigos, em potencial, do Espiritismo estão mascarados entre os próprios espíritas. Para encerrar nossas reflexões, atentemos para algumas admoestações de Vianna de Carvalho, através de Divaldo Franco, contidas no livro "Aos Espíritas": "O Espiritismo é a grande resposta para as questões perturbadoras do momento. A sua correta prática é exigência destes dias turbulentos, pois os fantasmas do porvir ameaçam-no e distúrbios de comportamento apresentam-se com muita insistência, parecendo vencer as suas elevadas aquisições. Por motivos óbvios, "o Espiritismo deve ser divulgado conforme foi apresentado por Allan Kardec, sem adaptações nem acomodações de conveniência em vãs tentativas de conseguir-se adeptos". É a Doutrina que se fundamenta na razão, e, por isso mesmo, não se compadece com as extravagâncias daqueles que, por meio sub-reptício, em tentando fazer prosélitos, acabam por macular a pureza originária da nossa Doutrina Espírita.

Não faltam tentativas de enxertos de idéias e convenções, de práticas inconvenientes e de comportamentos que não encontram guarida na sua rígida contextura doutrinal que, se aceitos, conduzir-nos-iam a sérios problemas existenciais, não fosse a nossa convicção de que o Espiritismo veio para ficar, e que de nada valem essas investidas do mal. Criar desvios doutrinários, atraindo incautos e ignorantes, causa, sem dúvida, perturbações que poderiam, indiscutivelmente, ser evitadas, se houvesse, por parte dos dirigentes, maior rigor na condução dos trabalhos de algumas Casas Espíritas. Repetimos com Divaldo: "Qualquer enxerto, por mais delicado se apresente para ser aceito, fere-lhe a integridade porque ele [o Espiritsmo] é um bloco monolítico, que não dispõe de espaço para adaptações, nem acréscimos que difiram da sua estrutura básica."

Caríssimos irmãos de ideal, cremos ser indispensável a vigilância de cada espírita sincero, para que o escalracho seitista e sutil da invasão de teses estranhas não predomine no seu campo de ação, terminando por asfixiar a planta boa que é, e cuja mensagem dispensa as propostas reformadoras, caracterizadas pela precipitação e pelo desconhecimento dos seus ensinamentos"- como adverte Vianna de Carvalho.

*Grifos em negrito feitos pelo blog.

sábado, 10 de outubro de 2009

Práticas estranhas nos Centros Espíritas

Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos dirigida aos homens e codificada por Allan Kardec, que se encontra exarada nas cinco obras fundamentais, também conhecidas como obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Livros dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese.

Movimento Espírita é o resultado do labor dos homens em prol da divulgação do Espiritismo.

Assim sendo, deduz-se com facilidade, que o Movimento Espírita tem de estar consubstanciado na Doutrina Espírita, pois é em razão dela que existe.

Como célula essencial do Movimento espírita, encontramos a Casa Espírita, Instituição com funções bem definidas e, portanto, totalmente vinculada aos fundamentos doutrinários, junto da qual congregam-se os adeptos do Espiritismo para integrarem-se ao espírito da Doutrina, promovendo aprofundamento intelectual no conteúdo da informação espírita de modo a poder corporificá-la conscientemente no seu comportamento moral e social, na jornada diária.

No entanto, o "Movimento Espírita cresce e se propaga, mas a Doutrina Espírita permanece ignorada, quando não adulterada em muitos dos seus postulados", relembra o preclaro Espírito Vianna de Carvalho. Tal se dando, em decorrência daqueles que assumem responsabilidades diretivas, sem os necessários recursos culturais e doutrinários indispensáveis, por negligência ou até omissão de muitos de seus membros, o que licencia a vigência em vários núcleos espiritistas de práticas estranhas e alheias aos objetivos e propostas do Espiritismo e das Casas Espíritas, dentre as quais citamos: CROMOTERAPIA, PSICOTERAPIA, MUSICOTERAPIA, HIDROTERAPIA, CRISTALTERAPIA, FITOTERAPIA, etc.

Não se entra no mérito da eficiência e bases científicas de tais terapias, algumas das quais vêm lutando por um reconhecimento acadêmico, profissional e social. Agora, inseri-las nas instituições espíritas como se prática espírita fossem, é medida de alto risco que desconsidera a grandeza indimensional do Espiritismo ao querer reduzi-lo à estreiteza de pontos de vista pessoais.

Quando se desejar trabalhar com CROMOTERAPIA, MUSICOTERAPIA e outras, que se faça dentro dos moldes legais, pagando os impostos, disputando com lealdade e abertamente os pacientes interessados no mercado profissional, mas, sem envolver as Casas Espíritas, utilizando-se das suas dependências, instalações, recursos financeiros da contribuição dos associados para a manutenção da casa, desviando os interesses daqueles corações que para ali vão em busca do que a Doutrina Espírita, e tão somente ela, lhes pode oferecer.

O espiritismo é Doutrina de educação integral, de higiene mental e moral. É o retorno do Cristo ao atormentado homem do século ciclópico da tecnologia, através dos seus emissários, renovando a Terra e multiplicando a esperança e a paz nas mentes e nos corações que lhe permaneçam fiéis.

A Casa Espírita é bendita escola de almas, ensinando-as a viver.

Espiritismo tem por objetivo a reforma moral do Homem.

Casa Espírita é um celeiro de esperanças na inquietude da noite das aflições, por ofertar a luz do Consolador.

Fonte: Jornal Mundo Espírita - Março de 2001

domingo, 27 de setembro de 2009

Misticismo nos Centros Espíritas

Por Orson Carrara

É clara a Doutrina Espírita em seus monumentais ensinamentos.

Nem sempre, porém, as Casas que a representam ou utilizam seu bom nome seguem corretamente suas orientações, enxertando-se de práticas estranhas, exóticas e totalmente distantes da prática espírita.

A prática espírita visa o bem da criatura humana, pelo esclarecimento e socorro que pode proporcionar e dispensa qualquer manifestação de ordem exterior ou material. Isto significa que o material utilizado pela prática espírita situa-se exclusivamente na mente e no coração. Mente para raciocinar, coração para sentir...

Vemos com total estranheza grupos que cobram pelos serviços que prestam. Centros que tornam o passe obrigatório ou transformam a mediunidade em consultório dos espíritos. São procedimentos distantes da Doutrina Espírita. São grupos mediúnicos porém, não espíritas. Vez por outra se defronta com locais onde a música e a prece se tornam rituais (ao invés de utiliza-las como recurso de aproximação com Deus). É o caso da prece demasiadamente longa ou repetitiva sem emoção conduzida como mera obrigação onde os presentes ao invés de senti-Ia pela emoção, repetem simplesmente pela boca. É a música quando se torna indispensável, misturando-se à atividade propriamente dita. É o apagar de luzes como ritual, é também o exigir-se um auto-passe para entrar no Centro (será que todo sabem o que é um auto-passe? Como faze-lo? etc. ). São grupos de estudos que vivem dependentes de orientação de espíritos desencarnados, a eles obedecendo cegamente, sem o discernimento analisar tais propostas e recomendações. É também o uso de imagens e roupas especiais no Centro. O benzimento de roupas e fotos, a valorização demasiada de passes e reuniões mediúnicas em detrimento do estudo...

É também a consulta aos espíritos para qualquer assunto, a realização de casamentos e batizados no Centro, etc. Como ficamos com Kardec?

No livro CIVILIZAÇÃO DO ESPÍRITO - Megatendências do século XXI - volume II (Lumen Editorial Ltda. -rua Conselheiro Ramalho, 946 - São Paulo-SP CEP 01325-000 - Fone: (01 1) 283-24 1 8 ), o autor DULCIDIO DIBO afirma que "(...) Admitimos que todo espírita crítico, consciente e não alienado de suas responsabilidades está no dever intransferível de lutar contra essas ondas de poluições mentais. Na verdade, ninguém tem o direito de cruzar os braços em nome de uma falsa tolerância com assuntos doutrinários, o que os levará à cumplicidade. Não há lugar para o Misticismo Popular nem para o Cientificismo vulgar na Doutrina Espírita.

Ora, sejamos coerentes com o que já sabemos. Dispensemos, sem medo de errar, práticas que nada têm a ver com a Doutrina. Há muito o que fazer, o que estudar. Como se envolver com questões distantes da Doutrina, quando ela nos pede o trabalho de ir ao encontro daquele que busca esclarecimento, que muito mais que solução de suas dificuldades pede apoio e orientação para saber corno defender-se...

O grande problema do uso dessas práticas que se introduzem dentro do Centro, muitas vezes sem se perceber, é que elas fogem dos objetivos primeiros do Centro Espírita e pior, criam dependências justamente em quem ali está para tornar-se independente. Não estamos no Centro para criar dependências de pessoas ou situações. Estamos no Centro para aprendermos a voar com as próprias asas do conhecimento e do amor, fazendo também isto pelo semelhante.

Como receita, que tal estudarmos Kardec, sem ficarmos presos a condicionamentos de fora?