sábado, 26 de fevereiro de 2011

¿Usted Puede Consultar A Los Espíritus Para Mí?

Por Orson Peter Carrara

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Esta pregunta es muchas veces dirigida a los espiritas. Imaginan, los que desconocen el Espiritismo, que los centros espiritas son auténticos consultorios del más allá. Meros equívocos.

Vamos por partes. Dice el Codificador de la Doctrina Espirita que toda persona que siente, en cualquier grado, la influencia de los espíritus, es por ese acto, médium. Es correcto, pues la mediúmnidad es un don humano presente en todas las criaturas humanas y no exclusiva de los espiritas.

Ocurre que, por mera cuestión de entendimiento, son considerados médiums aquellos que ostensivamente son utilizados por los espíritus como intermediarios de sus manifestaciones. Vale decir que esas manifestaciones ocurren de innumerables formas (psicografia, psicofonía, videncia, audiencia, etc.) y que los espíritus no son nada más que criaturas humanas antes y después de la muerte, guardando consigo sus conquistas morales e intelectuales. Este hecho, por si solo, ya indica que los espíritus se presentan en las manifestaciones de acuerdo con la moral e intelecto que poseen.

Por tanto, el proceso de consulta a los espíritus es algo que requiere mucha prudencia, buen sentido y redoblados cuidados. Al final, ellos no están ahí para satisfacer curiosidades o resolver problemas materiales. Aconsejan sí, siempre con mucha reserva, atienden muchas veces cuidados con la salud, más se abstienen de informaciones de cuño material. Solamente responden a estas cuestiones espíritus ignorantes, torpes o propensos a juegos.

Por otro lado, es preciso siempre recordar que los médiums, espiritas o no, son personas comunes, apenas dotados de facultad de intercambio con el mundo espiritual. La mediúmnidad es una autentica herramienta de trabajo para el bien de la colectividad. Su huso independiente de la edad, sexo, creencia o condición social, más el factor moral de su portador es factor determinante para su práctica equilibrada y condicente con su autentica finalidad de auxilio a los seres humanos.

Su desenvolvimiento obedece a la programación previa establecida antes de la reencarnación, más aquí mismo, en el plano terrenal, que la dedicación, la disciplina, la fidelidad a los principios humanitarios y cristianos, la harán grandiosa y la constituirá en bendición para su portador y beneficiados de su actuación.

Por todas estas razones, la consulta a los espíritus es cuestión absolutamente secundaria. Ya tenemos la teoría a disposición, para estudiar y comprender. Y al mismo tiempo, el comportamiento ético y moralizado darán guarida a su expansión y uso correcto.

Los espíritus viven ayudando a las criaturas humanas. Lo hacen por la intuición, a través de los sueños, por su presencia constante a nuestro lado – desde que estamos con ellos sintonizados por el buen comportamiento y por los buenos pensamientos o por la adquisición permanente de virtudes – y por el propio entendimiento que ya poseen (los esclarecidos), de la importancia de la solidaridad…

Traducido por M. C. R.

Conversando com Espíritos

Por Alamar Régis Carvalho

Já que o Espiritismo não admite, em hipótese alguma, a fé cega, o fanatismo, o crer por crer, o aceitar com base na influência dos outros e a prática religiosa sem racionalidade, cumpre ao espírita sério orientar as pessoas acerca dessa questão de falar com espíritos, falar com pessoas que “já morreram”, participar de uma “sessão espírita”, de um “trabalho mediúnico”, que é coisa que muita gente tem curiosidade em saber.

Em princípio, a pessoa não deve se deixar levar por certas argumentações baseadas em “a Bíblia diz”, porque determinadas pessoas, “conselheiras” religiosas, se referem muito ao “a Bíblia diz” sem analisarem profundamente o mesmo questionamento em várias outras passagens da mesma Bíblia.

Por exemplo: Dizem que Moisés proibiu a comunicação com os “mortos”. Todavia ele mesmo, que já havia morrido, apareceu e comunicou-se com Jesus, Pedro e Tiago, no Tabor, para deixar bem claro que a história foi mal contada ou mal interpretada. Detalhe: Jesus concordou, porque conduziu a comunicação normalmente, com a testemunha dos apóstolos.

O Vaticano, recentemente, através de longa entrevista do Cardeal Gino Cosseti, no “Oservatore Romano”, órgão oficial da Santa Sé, afirmou categoricamente que existe, que é possível e que deve ser feita a comunicação com os chamados “mortos”, desde que feita com responsabilidade, com motivos úteis, com seriedade e sem brincadeira ou má intenção.

É exatamente isso que o Espiritismo ensina, há mais de 150 anos.

Apesar da seriedade com que a Doutrina Espírita apresenta a questão e recomenda aos praticantes do Espiritismo, infelizmente existe ainda muita gente em busca de notoriedade às custas dela, querendo aparecer de qualquer maneira, fazendo do Centro Espírita um verdadeiro picadeiro de circo.

É aí quando você vê em alguns centros, rotulados com o nome de “espírita”, médiuns fungando, batendo nas mesas, sacudindo as pessoas, dando puxões nos braços dos frequentadores, aperta aqui aperta ali, gesticula, fala alto, sacode a cabeça, respira forte e faz um monte de trejeitos.

É Espiritismo isso?

Não! É palhaçada mesmo. Exibicionismo! É a necessidade de ser o centro das atenções para os frequentadores da casa.

Quando o centro “espírita” coloca um monte de gente para participar do trabalho mediúnico, inclusive pessoas que vão à casa pela primeira vez, maioria por curiosidade e abrindo esse trabalho para o público; com todo respeito aos dirigentes dos centros que praticam isso, a verdade é que estão cometendo um ato de muita irresponsabilidade, desconsideração ao frequentador e desrespeito para com a Doutrina Espírita.

Em determinados “centros”, quando o freqüentador tem dinheiro, é alguém de certo destaque na sociedade, todas as atenções são voltadas para essa pessoa, que é convidada a participar da sessão e sentar na tal mesa que muitas casas adotam, sempre forradas com toalhas brancas (não sei porque insistem tanto em ter que ser branca).

Aí aparece um monte de “espíritos” com mensagens para o “ilustre” visitante e toda aquela xaropada.

É bom salientar que esse puxa saquismo existe também em tudo quanto é religião, principalmente naquelas que adoram os cifrões.

Repito que o Centro Espírita não pode ser apresentado como se fosse um picadeiro de circo.

O Centro Espírita não é lugar para curiosos. Ele aceita, sim, a visita de pessoas que desejam pesquisar, observar, checar, perguntar e questionar, sem problema algum, desde que com seriedade e responsabilidade, jamais com deboche.

Para participar de um trabalho mediúnico, a pessoa deve já estar, indispensavelmente, orientada sobre o que é o Espiritismo, qual a sua razão, os seus objetivos, as suas propostas, quais os seus postulados, como vivem os espíritos, como se processa uma comunicação de um desencarnado com um encarnado etc.

Essas coisas só podem ser conhecidas com a leitura das obras básicas do Espiritismo, a começar por “O Livro dos Espíritos” e em seguida pelo “Livro dos Médiuns”.

Quero esclarecer que são livros de mais de 400 páginas, cada um. Se você tem preguiça de ler, não gosta de ler, não está disposto a ler, é melhor esquecer que existe alguma coisa que você chama de “sessão espírita”. Não vá!

Alguém que não quer, de forma alguma, aprender a dirigir, não pode querer pegar no volante de um carro e sair por aí, porque correrá o sério risco de se ferir e até se matar, além de ferir ou matar os outros.

Ao contactar com o espírito no Centro, em primeiro lugar é bom checar se é um espírito desencarnado mesmo que está se comunicando ou se é o médium que está mistificando ou praticando animismo. Isso você só vai saber o que é, estudando os livros propostos. Identificar espíritos e suas intenções é fácil demais. Só mesmo quem não tem qualificação racional e é possuidor de inteligência de minhoca, é capaz de dizer que todos os espíritos são demônios ou que todos são bons orientadores.

Espírito verdadeiramente bom e honesto jamais ficará aborrecido se você questioná-lo, duvidar, recusar determinadas orientações e conversar naturalmente com ele, como se fosse com uma outra pessoa qualquer.

Se começar a se irritar, pode ter certeza de que é mistificação, desequilíbrio do médium e palhaçada mesmo.

Enfim, gente. Espiritismo é coisa séria, ética, sensata, racional e de muita responsabilidade.

Principais Fatores que Impedem o Desenvolvimento da Ideia Espírita

Por Humberto Mariotti

Porque se Mantém Vigente o Velho Mundo Espiritual e Social

O mundo contemporâneo é um mundo adequado ao tipo de sensibilidade que responde aos interesses das instituições atuais, mantidas por aqueles que participam “interessadamente” deste mundo “estanque” do presente. Existem acordos gerais consistentes em não permitir a transformação dos organismos sociais, sejam estes filosóficos ou religiosos. Por exemplo, em religião só se admite o que diz a Igreja visto que, no atual estado de coisas, ela é a verdade e nenhum outro princípio religioso é permitido, já que a verdade religiosa, para a situação social contemporânea, é a católica (atualmente também um pouco a protestante).

Se aparece um pensador ou escola que apresente ao mundo de hoje um novo tipo de religião, é de imediato rechaçado e perseguido por ser atentatório à “única verdade religiosa” que é a que representa o dogma, uma vez que, para a ordem atual, o dogma é tão sustentável quanto a lei da gravidade e, por essa razão, o homem religioso-dogmático fala de Deus trino, do Inferno, do diabo etc., como se estivesse tratando de questões tão reais e positivas como a eletricidade. Para comprovar o que afirmamos, basta falar com qualquer membro da Igreja e constataremos a anquilose mental (1) em que se encontra.

Todavia, qual ê a causa essencial desta situação neste mundo “estanque” do presente? Cremos que tudo isso ocorre em razão do que esses dogmas representam para os interesses materiais da sociedade, uma vez que apóiam espiritual e psicologicamente a ordem geral e particular do atual estado de coisas.

Uma ideia de Deus como a que apresenta o conceito espírita determinaria um grande estremecimento na ordem eclesiástica e derrubaria tudo quanto agora se conhece no seio da Igreja, como “sistema de hierarquia”. De modo que o mais conveniente é manter de pé esse “sistema” e não a verdade religiosa que o Espiritismo revela ao pensamento do homem. Por esse motivo a ideia espírita, tanto para a Igreja como para a presente ordem espiritual e social, é um perigo e uma ameaça para as velhas instituições eclesiásticas, que durarão até que as forças do progresso não as substituam por uma nova visão do Universo.

No mundo contemporâneo o avanço da verdade, em todos os aspectos, está paralisado pelos interesses comuns das velhas instituições sociais. Vem daí que a evolução, ao ser detida em seu processo normal, se torna violenta até converter-se em revolução agressiva.

A causa do extremismo comunista tem sua origem neste fenômeno repressivo da evolução, já que a transformação das estruturas sociais são necessárias em virtude da própria evolução do indivíduo e também porque o que deveria operar-se insensivelmente se vê na necessidade de ocorrer violentamente. Por tal motivo, em Allan Kardec lê-se a reflexão seguinte:

“Sendo o progresso uma condição da natureza humana, não está no poder do homem opor-se-lhe. É uma força viva, cuja ação pode ser retardada, porém não anulada por leis humanas más. Quando estas se tornam incompatíveis com ele, despedaça-as juntamente com os que se esforcem por mantê-las. Assim será até que o homem tenha posto suas leis em concordância com a justiça divina, que quer que todos participem do bem e não a vigência de leis feitas pelo forte em detrimento do fraco.” (2)

Pois muito bem: todos sabemos que estamos vivendo em uma época de total transformação. Os sistemas e valores seculares deverão ceder ante o novo espírito da humanidade. Entretanto, o mundo atual se aferra às velhas instituições, tratando de convencer o homem que tudo já foi oferecido definitivamente e que as estruturas atuais são inamovíveis e imutáveis. Mas esta atitude dos que assim sentem, ao mundo é antinatural, dando com isso origem à violência revolucionária.

Esta é a causa pela qual o comunismo nega a Deus e a toda ideia transcendente do homem e da história, apresentando-nos um Estado totalmente naturalista, baseado no que se denomina “Materialismo Histórico”. A força revolucionária do comunismo passa por cima de toda concepção ideológica espiritual por considerá-la um sustentáculo da propriedade privada. Mas se os que dizem representar a democracia facilitassem o curso da evolução, esse fenômeno de violência que vemos na tática comunista seria interrompido sem dúvida alguma, uma vez que a modificação das coisas se daria com naturalidade e sem alterações bruscas nem dolorosas.

Pelo que vemos podemos dizer que o comunismo é a consequência da repressão da evolução natural por parte dos que pretendem manter o estado atual do mundo. O próprio Espiritismo, que não emprega a violência para a propagação de seus ideais, sofre também a reação da velha ordem, pois que sua concepção religiosa e filosófica determina modificações radicais nesse aspecto. E aqueles que vivem como altos hierarcas, ocupando suntuosas posições no temporal e espiritual, tão pouco podem aceitar o Espiritismo como uma ideia amiga e como expressão da verdade. A respeito, vejamos o que diz “O Livro dos Espíritos”, na questão 798:

O Espiritismo se tornará crença comum ou ficará sendo partilhado como crença apenas por algumas pessoas?
— Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-los, umas por amor-próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos.

Nos parágrafos transcritos encontra-se a causa da tergiversação que se faz em torno da ideia espírita, desfigurando-a ante a opinião pública, a qual lamentavelmente é guiada e governada pelos que representam a antiga ordem do mundo. Por tal motivo o poder material atual nunca admitirá o Cristo tal como ele era, aceitando, em contrapartida, um Cristo-Deus vinculado a um representante terreno. E este tipo de Cristo-Deus é o único real para o poder oficial; os demais são heréticos ou, quando não, inspirados por Satanás, até mesmo o Cristo de amor e de verdade que a filosofia espírita nos apresenta.

Mas, para que exista um monarca religioso na Terra, é necessário aceitar um tipo de Cristo como o que nos apresenta o dogma. Para que haja involução e imutabilidade espiritual e social, é preciso negar a pluralidade de existências; e para que nosso planeta seja o centro do universo, como ainda o aceitam os escolásticos e ortodoxos, é necessário negar a pluralidade dos mundos habitados. Sem estas duas pluralidades o Universo, o Ser e a História permanecerão fixos e a antiga ordem não correrá o risco de ser alterada em nenhum ponto de vista.

Por esse motivo, o Espiritismo explode como um vulcão, resultando disso como que uma constrição através da qual se manifestam as forças reprimidas da evolução, ainda que desfiguradas pela violência. Daí sucede que toda ideia evolucionista é ocultada e não se lhe dá acesso nas universidades nem nos grandes órgãos de publicidade pois, para a cultura contemporânea só e aceitável aquilo que não afete o dogma nem a sociedade presente, já que estas duas instituições deverão manter-se indefinidamente tal como são, uma vez que representam os grandes interesses dos poderosos, os quais sem solução de continuidade, transmitem de família a família os bens e benefícios que os povos produzem para todos em geral.

A velha ordem do mundo é o fato determinante do estado caótico em que vivem os povos de nossa época. Quando as leis de evolução sofrem reação, alteram-se os cursos naturais do progresso e sobreveem as mais terríveis catástrofes, as guerras e os procedimentos chamados totalitários e imperialistas. Enquanto a velha ordem não se decida a evoluir com o espírito do homem e da humanidade, haverá comoções sociais e revoluções violentas. É necessário que a velha ordem reconheça que deve promover a evolução da religião e da sociedade e, com elas, todas as estruturas materiais e espirituais.

Enquanto existir um organismo mundial que pretenda representar a verdade divina, os valores religiosos e filosóficos do Espiritismo serão considerados ilegais, errôneos e inspirados pelo demônio. A massa de crentes, educada e conduzida por esse organismo eclesiástico mundial, como é lógico, levá-lo-á mais em conta do que a palavra dos que divulgam as verdades espíritas. Dir-se-á o contrário de tudo quanto o Espiritismo é e representa. Dir-se-á que os espíritas conversam com os mortos e que este ato é herético e sacrílego, já que para a Igreja os mortos são intocáveis, pertencem-lhe e são de sua absoluta incumbência. E a massa de crentes acreditará antes em seus pastores religiosos do que nos espíritas, no que respeita à verdadeira situação que ocupam os mortos na vida do mais além.

A Igreja e os agora denominados “irmãos separados” (3) sabem impressionar bem os seus fiéis no que se refere aos mortos. Para eles são seres totalmente distanciados da Terra e recolhidos alhures, na ultratumba. Daí este conceito carente de toda base filosófica: “os mortos não falam nem se comunicam com os vivos” o que é arma indispensável na prédica antiespírita que realizam. Argumentam, ante os fiéis, que os mortos só podem comunicar-se com os vivos no seio da Igreja, pois que fora dela, não têm nenhuma relação com o homem como indivíduo, nem com a sociedade como instituição histórica e espiritual. E, desta forma, o Espiritismo é apresentado como “coisa repugnante” ante os que vivem mental e espiritualmente dentro da velha ordem, supondo que não passa de necromancia praticada por pessoas alienadas e cultores da magia negra.

Eis aqui, pois, onde se situa a origem da resistência que o Espiritismo encontra na cultura contemporânea. Mas não nos esqueçamos de que toda “cultura” só merece aprovação quando não diverge do dogma e da sociedade presente. E também assim ocorre relativamente à democracia: esta é apenas “democrática” quando as liberdades que outorga não afetam o dogma e os interesses do sociedade. Mas, nem bem as liberdades concedidas denunciam os fenômenos contraditórios da ordem imperante, a democracia retira a livre expressão de pensamento por considerá-la atentatória à estabilidade social e religiosa. E passa, então, a ser julgada comunista.

Mas, por que o Espiritismo, como movimento social, goza da liberdade em quase todos os países de caráter cristão? A resposta é fácil: o Espiritismo é tolerado em sua ação porque tende a aliviar a situação das massas trabalhadoras que os referidos países cristãos não se decidem solucionar. Pois, enquanto o Espiritismo secunda o Estado nesta tarefa de auxiliar aos indigentes e trabalhadores, mas sem entrar na análise da origem da miséria social, será bem visto, especialmente nos países chamados subdesenvolvidos. Entretanto, nem bem o Espiritismo inicie uma investigação de visu (4) no que respeita à origem da pobreza e da miséria que sofrem os povos, reclamando uma solução ante tão pavoroso problema, e a ideia espírita passará a ser perseguida, proibida e até mesmo qualificada de comunista. Pois que, ao fazer uma análise dos fenômenos sociais, bem como a do homem e do pauperismo em todos os aspectos, o Espiritismo se colocaria contra o dogma e a sociedade. Se duvidarmos, recordemos o episódio da crucificação de Jesus.

Tenha-se presente que a ideia espírita forma no homem uma nova mentalidade, por meio da mais pura essência cristã da verdade e da justiça. Se bem que seja certo que a escola espírita ensina a tolerância, isto não impede que o homem espírita faça uso do sentido crítico no que respeita ao curso normal ou anormal da evolução e do progresso. E, este sentido crítico, não obstante a prática da tolerância, é o que impulsionará o espírita a refletir sobre os diversos fatos sociais e espirituais, para verificar que fatores favorecem ou não seu desenvolvimento.

De maneira que as condições unilaterais que caracterizam a ordem atual não são as mais adequadas para o conhecimento da verdade, nem para um normal desenvolvimento da evolução e do progresso. Enquanto a cultura contemporânea só considerar como direitos sociais o conhecimento oficial, isto é, o que respeita ao dogma e sociedade antigos, a ideia espírita deverá desenvolver-se à margem da cultura do Estado, pois que, em caso de ser adotada pela Universidade como verdade real e demonstrada, seria recusada e rechaçada pelos interesses do dogma e da sociedade atuais, cujas bases se consideram as únicas reais e válidas.

Não obstante, por que motivo o mundo está em plena comoção espiritual e social? Assim se encontra porque o processo histórico da evolução não pode ser detido pelos interesses terrenos de classes e castas que se arremetem obstinadamente contra a lei do progresso. E o que deveria realizar-se, sobre a base da compreensão e da paz, se realiza por meio de ásperas lutas, entre o passado e o futuro. A cultura oficial, o “realismo católico” e o “realismo socialista”, bem como o “realismo oficial” combatem o Espiritismo e isto tendo em vista a nova dimensão que ele descobre no Ser, na História e no Universo.

Tanto para o “materialismo ateu” como para o “espiritualismo eclesiástico”, o Espiritismo não é uma verdade, já que sua visão difere tanto de um como de outro. E porque não enxergamos como “materialistas ateus” e “espiritualistas dogmáticos”, ambos se unem na negação dos princípios espíritas. Pois tanto em um como em outro setor existe uma mentalidade de classe social que vê neles fatores inadequados para a manutenção de suas respectivas posições ideológicas. Daí, pois, que o Espiritismo, através de seu movimento, deveria organizar-se mediante a união internacional dos espíritas, sobre a base dos postulados kardecistas. Esta união internacional lhe daria um poder espiritual e social, com o que se lhe abriria espaço para caminhar por entre a cultura contemporânea, cujo único interesse consiste em manter de pé o dogma e a sociedade presentes.

Visto que o Espiritismo, por ser a verdade, não se mescla com nenhuma doutrina de nosso tempo; sua visão do mundo é completamente distinta tanto do capitalismo e do comunismo quanto do catolicismo, uma vez que cria um novo tipo humano, isto é, o Novo Homem, sobre a base firme da evolução, a qual dará nascimento ao mesmo tempo a uma nova ordem social onde o amor e a verdade, cristãos, serão seus mais sólidos alicerces.

Buenos Aires, abril de 1968.

NOTAS

(1) O mesmo que ancilose: falta de movimento em alguma articulação, rigidez de ideias.
(2) “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec. Comentário à questão 783.
(3) “Irmãos Separados” é uma frase usada pelos católicos para se referirem aos cristãos adeptos das igrejas reformadas ou protestantes.
(4) “De visu” é uma expressão latina que significa “de vista”. Aplica-se à pessoa que presenciou o fato, à testemunha ocular, denominada testemunha “de visu”.

Fonte: RIE - Revista Internacional de Espiritismo, Matão-SP.

Humberto Mariotti (1905-1982), poeta, escritor, jornalista, conferencista e intelectual espírita argentino. Presidiu a Confederação Espírita Argentina em 1935/1937 e 1963/1967. Esteve, junto com Manuel S. Porteiro, no Congresso Espírita Internacional de Barcelona (1934). Foi também vice-presidente da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA) em duas gestões. Escreveu, dentre outras obras: Dialéctica y Metapsíquica; Parapsicologia y Materialismo Histórico; El Alma de los Animales a Luz de la Filosofia Espírita; En Torno al Pensamiento Filosofico de J. Herculano Pires; Victor Hugo, el Poeta del Más Allá.

Retirado do site PENSE - http://www.viasantos.com/pense/arquivo/1299.html

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cultura Espírita - versão em Espanhol

Por José Herculano Pires

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La Cultura Espirita, como señaló Humberto Mariotti, filosofo y poeta espirita argentino, es una realidad bibliográfica, edificada en el plano de de pesquisas y estudios. Socialmente se reducía a una parte mínima del movimiento espirita mundial, pues la mayoría de los espiritas la desconoce. Se comprende que eso acontece a consecuencia de las campañas deformadoras y difamatorias de las Iglesias y de las Instituciones Científicas, especialmente la Medicina, contra el Espiritismo. Más gran parte de la culpa cabe a los propios espiritas cultos, que, en su mayoría, se muestran displicentes, por la acomodación indebida o prejuicio mental. Por otro lado, la vanidad y el pedantismo intelectual de muchos espiritas los apartan de las pesquisas sobre los más importantes aspectos de la doctrina, para entregarse a elucubraciones personales gratuitas, dispersivas y no es raro absurdas. El deseo vanidoso de brillar a los ojos vacios del mundo llevó a muchos de ellos a querer adaptar el Espiritismo a las conquistas científicas modernas, en vez de mostrar la subordinación de esas conquistas al esquema doctrinario. Otros quisieron atrevidamente actualizar la doctrina y otros aun se aventuraron a corregir a Kardec. Esas actitudes no dieron el provecho personal que deseaban y sirvieron apenas para incentivar las mistificaciones.

Toda nueva cultura nace de la anterior. De las culturas anteriores nació la cultura moderna, cargada de contribuciones antiguas. Más el aceleramiento de la evolución cultural a partir de la II Guerra Mundial hizo eclosionar casi de sorpresa la Era Tecnológica. El materialismo antiguo ha llegado su ápice y estallo para que las entrañas de la materia revelasen su secreto. Y ese secreto confirmó la validad de la Cultura Espirita marginalizada en el plano biográfico. Comenzó así el desabrochar de una Nueva Civilización, que es la Civilización del Espíritu. “La finalidad de la Educación - escribió Hubert - es instalar en la Tierra, por la solidaridad de conciencias, la Republica de los Espíritus”. Esa fue la proclamación de la Nueva Era, hecha en la Francia de Kardec, en París en su batalla por el Espiritismo.

Más para una que civilización se desenvuelva es necesaria la integración de los hombres en sus principios y presupuestos. Unos y otros se encuentran en los libros de Kardec, más si esos libros no fueran realmente estudiados, investigados en la profunda intimidad de los textos y transformados en pensamientos vivo en la realidad social, la civilización no pasará de una utopía o de una deformación de la realidad soñada. Por más frágil y efímero que sea el hombre en su existencia, es él que da vida al presente y al futuro, es el demiurgo que modela los mundos. Para construir la Civilización del Espíritu el hombre espirita necesita que viva en si mismo, en su conciencia y en su carne, pues en esta relación toma conciencia con el mundo que se realiza. Y para eso no bastan los libros, es necesario el concurso de todos los medios de comunicación: la palabra, la imprenta, la radio, la televisión, y más aun, la practica intensiva y colectiva de los principios doctrinarios de manera correcta y fiel. Si el hombre espirita de hoy no comprendiera eso y duerme sobre los laureles literarios, la Civilización Espirita abortará o será transformada en una simple caricatura precisan tomar conciencia con urgencia. O concuerdan con la gravedad del problema o serán aplastados por el avance de los acontecimientos en el tiempo.

La idea cómoda de que Dios hizo y nosotros disfrutamos o soportamos no tiene lugar en el Espiritismo. Por el contrario, en esto se sabe que el hacer de Dios en el mundo humano se realiza a través de los hombres capaces de captar su voluntad y la ejecuta. No hay milagros ni efectos mágicos en la Naturaleza, donde la voluntad de Dios se cumple a través de los Espíritus, desde el control de las formas atómicas hasta el crecimiento de los vegetales. Decía Talles de Mileto, el filosofo vidente, que el mundo está lleno de dioses que trabajan en toda la Naturaleza, y dioses, para los griegos, eran espíritus. Kardec repitió en otros términos y de manera más explícita y minuciosa esa misma verdad. En el mundo humano los Espíritus se encarnan, se hacen hombres para modelarlo. Cada espíritu encarnado trae consigo su tarea y su responsabilidad espiritual e intransferible. El que no cumple su deber, fracasa. No hay otra alternativa. El fracaso de la mayoría de los cristianos resultó en falencia casi total del Cristianismo. El que se salvó fue lo poco que algunos hicieron. Y a partir de ese poco, dos mil años después de la predicación de Cristo y de su ejemplo de abnegación total, fue que Kardec partió para la arrancada espirita. El ejemplo de Francia es una advertencia a los brasileños. La hipnosis materialista observó los franceses en lo inmediato y el Espiritismo casi se apago en todos los campos eructados por Kardec, Denis, Flammarión, Delanne y tantos otros. La intensa y conmovedora batalla de León Denis, en Francia y en toda Europa, en los congresos espiritas y espiritualistas de fines de siglo XIX y primer cuarto de nuestro siglo fue contra las infiltraciones de doctrinas extrañas, de espiritualismos repelentes en el medio espirita. Fue gigantesco el esfuerzo del famoso Druida de Lorena, como Conan Doyle lo llamaba, para mostrar que el Espiritismo era una nueva concepción del hombre y de la vida, que no se podía confundir con las escuelas espiritualistas ancestrales, cargadas de supersticiones y principios individualmente afirmados o provistos de tradiciones distantes, sin ninguna base de criterio científico. Lo mismo acontece hoy entre nosotros, bajo la complacencia de instituciones representativas de la doctrina y el apoyo fanático de líderes carismáticos, ciegos espirituales y alucinados mentales dirigiendo a multitud de ciegos.

Todos los intentos de corregir esa situación peligrosa se chocan con frialdad irresponsable de los que se dicen responsables por el desenvolvimiento doctrinario. Y la pasividad de la masa espirita, anestesiada por el sueño de la salvación personal, del valor mágico de la tolerancia bastarda, de la creencia ingenua del valor sobrenatural de las limosnas patéticas (el óbolo de la viuda dado por las cajas de cuentas comunes en los bancos), va minando en silencio el legado de Kardec. El miedo al pecado que sale de la boca, de la pena o de las teclas – mientras se come y bebe hasta hartar, se asemejan a migajas al pobre y se duerme en la bienaventuranza de las largas digestiones – hace desaparecer del medio espirita el dialogo del pasado reciente, sustituyendo el coro de los debates por el silencio místico de las bocas de serie. Nadie habla para no pecar y peca por no hablar, por no espantar por lo menos con un grito a las aves dañinas y aguaderas que destruyen la siembra.

La prensa espirita, que debía ser una llama, es un foco de infección, sembrando las mistificaciones de Roustaing, Ramatis y otros, o lloviendo en mojado con la repetición cansativa de viejos y golpes de eslogan, mientras las tierras secas se esterilizan abandonadas. El óbolo de la viuda no cae en los cofres del templo, más si en los desvanes del suelo rachado por la mayor sequia en los corazones, como recordó Constancio Vigil.

Al margen de esa prensa parroquial, hecha para alimentar a la familia, los periódicos que surgen en condiciones para mostrar al gran público la grandeza y el resplandor de la Doctrina mueren de inanición, mientras periódicos mistificadores, preparados con los condimentos de la prensa sensacionalista y lisonjera, o temperados con discreción (cuanto más cerradas, más gustosas) son mantenidas por la renta de instituciones comerciales o por intereses marginales.

Las escuelas espiritas marcan el paso en el camino común. Los programas de radio son sofocados por adulteradores y sustituidos por improvisaciones acomodadas. La televisión solo se abre para sensacionalismos destrozados. Los recursos financieros si son empleados en folletos de ahorro de caridad visible, que no invisible rinde intereses y correcciones monetarias. Las iniciativas editoriales valientes mueren asfixiadas por el encaje, ante el desinterés de un público apático. Los hospitales Espiritas se transforman en organizaciones comunes, mantenidos por verbas oficiales de socorro a enfermos que pueden cargarlas a sus cofres, la antigua y legitima caridad espirita de años atrás, sustentada por algunos abnegados que ya pasaron para el Más Allá, marchito como la flor del sida en pastos resecos. Restan apenas, en ese paisaje desolador, algunos pequeños oasis sustentados por los últimos y pobres abencerrajes (*) de una vieja estirpe desaparecida.

Es necesario que se diga todo eso, que se escriba y siembre esa verdad dolorosa, para que toque los corazones, con la esperanza de una reacción que tal vez no se verifique, más que por lo menos intente despertar. En la hora decisiva de la cosecha, helada por la indiferencia y los parásitos del comodismo amenazan las mínimas esperanzas de antiguos y cansados labradores. A pesar de eso, los que aun resisten no pueden abandonar sus puestos. Es necesario luchar, pues lo poco que se pueda salvar podrá ser la garantía de mejores días. El hombre, las generaciones humanas mueren en el tiempo, más el espíritu no. El tiempo es el campo de batalla en el que los vencidos caen para resucitar. ¿Quién podrá detener la evolución del Espíritu en el tiempo? La conciencia humana madura con el tiempo. La esperanza espirita no reposa en la fragilidad humana, más si en las potencialidades del espíritu, que se actualizan en el fuego de las experiencias existenciales. Corta el la vida, largo es el tiempo, y la Verdad intemporal aguarda a todos en impasible Limiar del eterno. El hombre es la centella oculta que nunca se apaga y volverá a encender la llama cuantas veces sea necesario, para que la serenidad, la coherencia y el amor lo rescaten en la duración de los siglos y de los milenios.

Todas las civilizaciones de la Tierra se desenvolverán, en una asombrosa sucesión de sombra y luz, para que un día –el Dia del Señor, del que hablan los antiguos hebreos – la Civilización del espíritu se instale en los planetas martirizados por las travesuras de la insensatez humana. Entonces tendremos el Nuevo Cielo la Nueva Tierra de la profecía milenaria. Los que no se tornen dignos de la promesa continuaran a la espera y a la madurez en las estufas de los mundos inferiores, purgando los residuos de la animalidad. Esa es la ley inviolable de la Antropología Espirita.

(*) Individuos que se muestran en extremada dedicación a una cosa; son los verdaderos paladines de una idea.

Traducido por: Mercedes Cruz Reyes.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cultura Espírita

Por José Herculano Pires

A Cultura Espírita, como observou Humberto Mariotti, filósofo e poeta espírita argentino, é uma realidade bibliográfica, edificada no plano das pesquisas e dos estudos. Socialmente se reduzia uma parte mínima do movi­mento espírita mundial, pois a maioria dos espíritas a desconhece. Compreende-se que isso acontece em conseqüência das campanhas deformadoras e difamatórias das Igrejas e das Instituições Científicas, especialmente as de Medicina, contra o Espiritismo. Mas grande parte da culpa cabe aos próprios espíritas cultos, que, em sua maioria, se mostraram displicentes, por acomodação indébita ou preguiça mental. Por outro lado, a vaidade e o pedantismo intelectual de muitos espíritas os afastaram das pesquisas sobre os mais importantes aspectos da doutrina, para se entregarem a elucubrações pessoais gratuitas, dispersivas e não raro absurdas. O desejo vaidoso de brilhar aos olhos vazios do mundo levou muitos deles a querer adaptar o Espiritismo às conquistas científicas modernas, ao invés de mostrarem a subordinação dessas conquistas ao esquema doutrinário. Outros quiseram atrevidamente atualizar a dou­trina e outros ainda se aventuraram a corrigir Kardec. Essas atitudes não deram o proveito pessoal que desejavam e serviram apenas para incentivar as mistificações.

Toda nova cultura nasce da anterior. Das culturas anteriores nasceu a cultura moderna, carregada de contribuições antigas. Mas o aceleramento da evolução cultural a partir da II Guerra Mundial fez eclodir quase de surpresa a Era Tecnológica. O materialismo atingiu o seu ápice e explodiu para que as entranhas da matéria revelassem o seu segredo. E esse segredo confirmou a validade da Cultura Espírita marginalizada no plano bibliográfico. Começou assim o desabrochar de uma Nova Civilização, que é a Civilização do Espírito. “A finalidade da Educação — escreveu Hubert — é instalar na Terra, pela solidariedade de consciências, a República dos Espíritos”. Essa foi a proclamação da Nova Era, feita na França de Kardec, na Paris da sua batalha pelo Espiritismo.

Mas para que uma civilização se desenvolva é necessária a integração dos homens nos seus princípios e pressupostos. Uns e outros se encontram nos livros de Kardec, mas se esses livros não forem realmente estudados, investigados na intimidade pro­funda dos textos e transformados em pensamento vivo na realidade social, a civilização não passará de uma utopia ou de uma deformação da realidade sonhada. Por mais frágil e efêmero que seja o homem na sua existência, é ele que dá vida ao presente e ao futuro, é ele o demiurgo que modela os mundos. Para o homem espírita construir a Civilização do Espírito é necessário que a viva em si mesmo, na sua consciência e na sua carne, pois é nesta que a relação da consciência com o mundo se realiza. E para isso não bastam os livros, é necessário o concurso de todos os meios de comunicação: a palavra, a imprensa, o rádio, a televisão, e mais ainda, a prática intensiva e coletiva dos princípios doutrinários de maneira correta e fiel. Se o homem espírita de hoje não compreender isso e dormir sobre os louros literários, a Civilização Espírita abortará ou será transformada numa simples caricatura da fórmula proposta, como aconteceu com o Cristianismo. É disto que os espíritas precisam tomar consciência com urgência. Ou acordam para a gravidade do problema ou serão esmagados pelo avanço irrefreável dos acontecimentos no tempo.

A idéia comodista de que Deus faz e nós desfrutamos ou suportamos não tem lugar no Espiritismo. Pelo contrário, neste se sabe que o fazer de Deus no mundo humano se realiza através dos homens capazes de captar a sua vontade e executá-la. Não há milagres nem ações mágicas na Natureza, onde a vontade de Deus se cumpre através dos Espíritos, desde o controle das formações atômicas até o crescimento dos vegetais. Dizia Talles de Mileto, o filósofo vidente, que o mundo está cheio de deuses que trabalham em toda a Natureza, e deuses, para os gregos, eram espíritos. Kardec repetiu em outros termos e de maneira mais explícita e minuciosa essa mesma verdade. No mundo humano os Espíritos se encarnam, fazem-se homens para modelá-lo. Cada espírito encarnado trás consigo sua tarefa e a sua responsabilidade individual e intransferível. O que não cumpre o seu dever, fracassa. Não há outra alternativa. O fracasso da maioria dos cristãos resultou na falência quase total do Cristianismo. O que se salvou foi o pouco que alguns fizeram. E a partir desse pouco, dois mil anos depois da pregação do Cristo e do seu exemplo de abnegação total, foi que Kardec partiu para a arrancada espírita. O exemplo da França é uma advertência aos brasileiros. A hipnose materialista absorveu os franceses no imediato e o Espiritismo quase se apagou de todo nos campos arroteados por Kardec, Denis, Flammarion, Delanne e tantos outros. A intensa e comovente batalha de Léon Denis, na França e em toda a Europa, nos congressos espíritas e espiritualistas de fins do século XIX e primeiro quarto do nosso século foi contra as infiltrações de doutrinas estranhas, de espiritualismos rebarbativos, no meio espírita. Foi gigantesco o esforço do famoso Druida da Lorena, como Conan Doyle o chamava, para mostrar que o Espiritismo era uma nova concepção do homem e da vida, que não se podia confundir com as escolas espiritualistas ancestrais, carregadas de superstições e princípios individualmente afirmados ou provindos de tradições longínquas, sem nenhuma base de critério científico. O mesmo acontece hoje entre nós, sob a complacência de instituições representativas da doutrina e o apoio fanático de lideres carismáticos, piegos espirituais e alucinados mentais a dirigir multidões de cegos.

Todas as tentativas de correção dessa situação perigosa se chocam com a frieza irresponsável dos que se dizem responsáveis pelo desenvolvimento doutrinário. E a passividade da mas­sa espírita, anestesiada pelo sonho da salvação pessoal, do valor mágico da tolerância bastarda, da crença ingênua do valor sobrenatural das esmolas pífias (o óbolo da viúva dado por casais de contas comuns nos bancos), vai minando em silêncio o legado de Kardec. O medo do pecado que saí da boca, da pena ou das teclas — enquanto se come e bebe à farta, semeiam-se migalhas aos pobres e dorme-se na bem-aventurança das longas digestões — faz desaparecer do meio espírita o diálogo do passado recente, substituindo o coro dos debates pelo silêncio místico das bocas-de-siri. Ninguém fala para não pecar e peca por não falar, por não espantar pelo menos com um grito as aves daninhas e agoureiras que destroem a seara.

A imprensa espírita, que devia ser uma labareda, é um foco de infestação, semeando as mistificações de Roustaing, Ramatis e outras, ou chovendo no molhado com a repetição cansativa de velhos e surrados slogans, enquanto as terras secas se esterilizam abandonadas. O óbolo da viúva não cai nos cofres do Templo, mas nos desvãos do chão rachado pela secura maior dos corações, como lembrou Constâncio Vigil.

À margem dessa imprensa paroquial, feita para alimentar a família, os jornais que surgem em condições de mostrar ao grande público a grandeza e o esplendor da Doutrina morrem de inanição, enquanto jornais mistificadores, preparados com os condimentos da imprensa sensacionalista e louvaminheira, ou temperados com bocas-de-siri (quanto mais fechadas, mais gostosas) são mantidos pela renda de instituições comerciais ou por interesses marginais.

As escolas espíritas marcam passo na estrada comum. Os programas de rádio são sufocados por adulteradores e substituí­dos por improvisações acomodatícias. A televisão só se abre para sensacionalismos deturpadores. Os recursos financeiros se são empregados na caderneta de poupança da caridade visível, que no invisível rende juros e correções monetárias. As iniciativas editoriais corajosas morrem asfixiadas pelo encalhe, ante o desinteresse de um público apático. Os hospitais Espíritas trans­formam-se em organizações comuns, mantidos pelas verbas oficiais de socorro a doentes que podem carreá-las aos seus cofres, a antiga e legítima caridade espírita de anos atrás, sustentada por alguns abnegados que já passaram para o Além, murcha como flor de guanxuma em pastos ressequidos. Restam apenas, nessa paisagem desoladora, alguns pequenos oásis sustentados pelos últimos e pobres abencerragens (*) de uma velha estirpe desaparecida.

É necessário que se diga tudo isso, que se escreva e semeie essa verdade dolorosa, para que toque os corações, na esperança de uma reação que talvez não se verifique, mas que pelo menos se tenta despertar. Na hora decisiva da colheita, as geadas da indiferença e as parasitas do comodismo ameaçam as mínimas esperanças de antigos e cansados lavradores. Apesar disso, os que ainda resistem não podem abandonar os seus postos. É necessário lutar, pois o pouco que se possa salvar poderá ser a garantia de melhores dias. O homem, as gerações humanas morrem no tempo, mas o espírito, não. O tempo é o campo de batalha em que os vencidos tombam para ressuscitar. Quem poderia deter a evolução do espírito no tempo? A consciência humana amadure­ce na temporalidade. A esperança espírita não repousa na fragilidade humana, mas nas potencialidades do espírito, que se atualizam no fogo das experiências existenciais. Curta é a vida, longo é o tempo, e a Verdade intemporal aguarda a todos no impassível Limiar do Eterno. O homem é incoerência e paixão, labareda esquiva que se apaga nas cinzas, mas o espírito é a centelha oculta que nunca se apaga e reacenderá a chama quantas vezes for necessário, para que a serenidade, a coerência e o amor o resgatem na duração dos séculos e dos milênios.

Todas as Civilizações da Terra se desenvolveram, numa assombrosa sucessão de sombra e luz, para que um dia — o Dia do Senhor, de que falavam os antigos hebreus — a Civilização do Espírito se instale no planeta martirizado pelas tropelias da insensatez humana. Então teremos o Novo Céu e a Nova Terra da profecia milenar. Os que não se tornarem dignos da promessa continuarão a esperar e a amadurecer nas estufas dos mundos inferiores, purgando os resíduos da animalidade. Essa é a lei inviolável da Antropologia Espírita.

(*) Indivíduos que se mostram de extrema dedicação a uma causa; são os derradeiros paladinos de uma idéia.

O Espírito e o Tempo. 7. ed. Sobradinho: Edicel, 1995.
4.ª Parte. III — Antropologia Espírita.
5. CULTURA ESPÍRITA.

O Espiritismo é Subversivo?

Por Jacques Peccatte

Ao contrário da idéia comum que torna o Espiritismo uma religião, os espíritas do Cercle Spirite Allan Kardec, da França, não aceitam os conceitos demasiado simples, que não permitem refletir sobre a evolução do mundo atual.

O Espiritismo deve integrar-se à vida de nosso tempo, a fim de questionar os eventos culturais, sociais e políticos à luz de nosso conhecimento espírita.

Tudo o que acontece no planeta merece interesse e reflexão por parte de todos os seres humanos, sobretudo hoje, porque vivemos mais ou menos conscientemente, num modo transnacional dentro do qual a situação de cada país é interdependente dos outros. A globalização econômica é uma realidade atual e a exploração dos países pobres pelos ricos segue, como nos tempos da colonização.

O Espiritismo de Allan Kardec nunca aceitou esse processo de injustiça nem a resignação diante das misérias. É essencial que, dentro da atualização do Espiritismo, levemos em conta as evoluções coletivas de nossas sociedades.

Vemos que no neoliberalismo atual, todas as partes da Terra são dependentes desse sistema mundial, incapaz de procurar o bem-estar de todos. As desigualdades se ampliam a cada dia, desigualdades entre os países e entre os indivíduos. A riqueza global aumenta consideravelmente e, paralelamente, a pobreza é cada vez maior.

A filosofia espírita incorpora conceitos de solidariedade e de fraternidade que estão totalmente ausentes das sociedade humanas, apenas na forma de organizações caritativas. Desgraçadamente a caridade é o único meio de solidariedade que deve preencher as deficiências das sociedades fundadas no egoísmo. O objetivo de cada sociedade deve ser o desenvolvimento econômico, o que é perfeitamente normal e evidente, mas os países pobres estão condenados a abastecer os países ricos, sem benefícios nem desenvolvimento. É um intercâmbio de sentido único.

Existe uma estratégia dos países desenvolvidos, em particular dos Estados Unidos, que consiste em dirigir o mundo segundo seus próprios interesses e benefícios. É uma política muito evidente, por exemplo, no tocante ao continente africano.

A geopolítica mundial não é estabelecida ao acaso. Não existe fatalidade, mas vontades muito bem calculadas por parte dos poderes econômicos.

Como espírita, não posso calar-me diante dessas realidades. Se os habitantes da Terra são irmãos, como aceitar tais diferenças? Penso que esses problemas fazem parte da filosofia espírita em seu aspecto moral.

Não podemos nos contentar com uma moral individual dentro da qual cada um se preocupa com sua família e de seu vizinho (que é, sem embargo, muito bom). Mas devemos também, como espíritas, considerar o enfoque espírita dentro de uma moral universal. A famosa evolução intelectual e moral definida por Kardec significa que não devemos esquecer o aspecto intelectual, quer dizer, uma compreensão real do mundo atual, a fim de situar-se moralmente frente a um conjunto humano que sofre de sua inferioridade geral.

Pensamos, aqui na França, que o papel do espírita moderno é refletir, falar, denunciar eventualmente e participar da luta contra o mal, seja qual for a sua forma. Nesse sentido, segundo o título deste artigo, penso que os espíritas podem ser subversivos, não aceitando uma resignação comum e nenhuma fatalidade. Creio que o Espiritismo é uma luta contra todas as injustiças que constatamos na condição humana, participando das mudanças e progresso do mundo.

Nos séculos passados, o poder foi essencialmente das religiões. Depois despertaram-se sistemas laicos, um pouco mais democráticos. No século 19 foi fundado o Espiritismo por Allan Kardec. Mas, lamentavelmente, constatamos que atualmente o Espiritismo não tem uma verdadeira influência cultural intelectual e moral dentro das sociedades.

No conjunto, as religiões mantém uma influência preponderante em certos países. E os sistemas sociais e políticos não avançam no sentido da participação. Qual poderia ser o papel do Espiritismo diante da evolução das sociedades atuais no mundo? É uma pergunta que merece ser considerada e eu a proponho a todos os espíritas preocupados com o futuro do planeta.

Fonte: Jornal de cultura espírita “Abertura”, maio de 2000, ano XIII, nº 148, Santos-SP.

Jacques Peccatte, líder espírita francês, um dos fundadores e dirigentes do Círculo Espírita Allan Kardec, de Nancy, França, é diretor-responsável e redator do periódico trimestral “Le Journal Spirite”.


Retirado do site: http://www.viasantos.com/pense/arquivo/1321.html

Kardec Y Darwin

Por José Reis Chaves*

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Kardec y Darwin fueron dos grandes científicos que vinieron al mundo en el arborecer del Siglo 19. El primero, un médico francés y alumno de Pestalozzi, fue Codificador del espiritismo el segundo era un naturalista y fisiólogo ingles. Kardec pesquisó la evolución de los Espíritus. Darwin la de los cuerpos biológicos.

Nosotros somos espíritus inmortales. Y el Nazareno dijo que nosotros debemos buscar la perfección de Dios. Nosotros somos hoy los espíritus de los hombres de entonces inclusive los de las cavernas. Y después de innumerables reencarnaciones, llegamos a la evolución y perfección en la que nos encontramos actualmente. ¡Si no hubiese evolución y las reencarnaciones que la posibilitan, seriamos forzados a pensar que Dios fue muy injusto con aquellos espíritus de otrora de los hombres de las cavernas, que solo habrían vivido más como bichos que como seres humanos propiamente dicho! La evolución es, pues, una ley natural tan real como lo es la de la Gravedad, y es hasta sagrada.

La Iglesia, como afirma el sabio francés padre Francisco Brune, cree en la vida después de la muerte, o la llamada vida eterna, más en la práctica a actuado como si ella no existiese, pues no la estudia, y es hasta contraria a su estudio. La misma cosa se puede decir de nuestros hermanos protestantes. Eso nos hace recordar de que el Maestro afirmo, al referirse a los sacerdotes judíos de su época: “No entran en el reino de los Cielos, y no dejan a otros entrar!”. Es necesario, pues, que los católicos y protestantes despierten también para el estudio del espíritu, y no solo del cuerpo. “La carne para nada aprovecha, lo que importa es el espíritu que da vida” (Juan 6,63).

Fue revolucionario el libro de Darwin: “Del Origen de las Especies” (1859), principalmente porque el entro en choque con las ideas de la interpretación literal de la Biblia, cuando la exégesis y hermenéutica aun eran muy elementales y tímidas. La Iglesia estaba pues, sin fuerza moral para enfrentar aquel poderoso materialismo efervescente, después de la Revolución Francesa, la que se agravaba más aun por el hecho de ella estar, justamente en aquella época, dejando la Inquisición. Fue cuando surgieron también los no menos revolucionarios libros científicos y espiritualistas de Kardec, entre ellos el “Libro de los Espíritus” (1857), los cuales dieron un verdadero “chega-para-lá” en las ideas materialistas y anti-religiosas de Darwin y de sus contemporáneos Marx y Comte. Por eso decimos con el escritor y pastor presbiterano de Rio de Janeiro, Noemias Marien”: “El mayor reformador del Cristianismo no es Lutero, más si Allan Kardec. “De Hecho, hasta Kardec, no se había hecho aun un estudio racional y científico de la Biblia.

Darwin fue unos de los grandes científicos de la evolución de la vida material, y Kardec lo fue de la evolución de la vida del espíritu en la materia y fuera de la materia!

*Autor del libro “La Cara Oculta de las Religiones” (Ed. Martin Claret)

Traducido por M. C. R.

¿Por El Dolor O Por El Amor?

Por Eugenio Lara

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Siempre cuando voy hacer una conferencia en algún centro espirita de orientación cristiana, o también religiosa me preguntan si yo vine al Espiritismo por el amor o por el dolor, no sé bien que responder. Ya me preguntaron eso varias veces y nunca tengo una respuesta precisa para tal pregunta.

¿Ahora, solamente existen dos posiciones?

Por amor significa ser un misionero, alguien que era espirita antes de ser espirita. Aquel que antes de ser ya era, como en la anécdota del pescado: antes de ser pescada, ya era pescada. .. Antes de tornarse espirita, ya traía en su bagaje misionero el rotulo de espirita.

Por el dolor se aplica a los renitentes, a los espíritus sufridores, a las víctimas de la obsesión, del dolor físico, moral, de los acometidos por las perdidas afectivas y materiales. Algún tipo de pérdida lo llevo distinto al Espiritismo. Más podría también haber dicho a alguna iglesia cristiana, evangélica, católica o a algún culto afro- brasileño. Cada uno tiene su singular historia de conversión.

Como cualquier movimiento social, más aun el espirita, de características bien religiosas, existen los de moda, los juerguistas, las palabras de orden y orientación que las personas siguen sin cuestionar su origen y naturaleza. Esa de dolor y de amor es una de ellas.

Conozco diversos casos de personas que se aproximaron al Espiritismo sin que pudiesen ser encuadradas en ese esquema dolor/amor. Allan Kardec, por ejemplo, que no era espirita y ni podría serlo, pues el aun no había fundado la Doctrina se interesó por los fenómenos medianímicos movido por el espíritu científico, por la curiosidad de alto nivel, propia de aquellos espíritus de mentalidad arrojada, critica.

León Denis se torno espirita a los 18 años después de leer El Libro de los Espíritus y ver allí una serie de respuestas a cuestiones que el proponía para sí mismo. No fue ni el dolor ni el amor, fue la razón lo que lo aproximó al Espiritismo, tornándose gran continuador de la obra del maestro de Lyon. Gabriel Delanne, de familia espirita, siguió las orientaciones doctrinarias desde temprano. No fue la vuelta de Kardec lo que lo torno espirita, fue la educación espirita de sus padres, Alexandre y Alejandrina, muy amigos del fundador del Espiritismo, responsable por su formación espirita. E ahí dos variaciones más: la razón y la educación.

Muchos llegan al espiritismo movidos por la desilusión en relación a las religiones. Tenemos ahí otra opción más: la desilusión. Acrecentaría otro factor más fuerte aun que la desilusión: el desencanto. Del desencanto en relación a las religiones, muchos pasan a adoptar un pensamiento ateísta, agnóstico. Conocí algunos ateos que se tornaron espiritas porque vieron en la concepción Kardeciana de Dios una forma inusitada y diferenciada de percibir la divinidad, sin misticismo, sin ningún tipo de manifestación exterior.

Conocí uno que se torno espirita por vía de la promesa. Si era atendido en su plegaria, se tornaría espirita. Y así sucedió. Otro se torno espirita después de ver un largometraje sobre el médium Chico Xavier. Y otro, después de asistir al filme Nuestro Hogar. No hay conversión mística. Para ser espirita no es necesario “aceptar a Kardec”, como se acepta a “Jesús” en las iglesias evangélicas. El Espiritismo es una cuestión de convicción. Y la convicción no viene de una hora para otra. Ella es siempre el resultado de un proceso “lento” interno, intelectivo, afectivo.

Obviamente que no se trata de algo totalmente racional. La razón es siempre limitada. La actuación nos lleva a lugares donde la razón se muestra tímida, incapaz. Podemos aproximarnos al Espiritismo por la intuición, camino bastante común entre personas humildes, sin formación académica. La razón no es la única puerta para comprenderse el Espiritismo. Más es, sin duda, el elemento fundamental en el proceso de asimilación de los principios doctrinarios. El analfabeto puede tornarse espirita. Allan Kardec dio de cara con mucho de ellos en sus andanzas por Francia, en lo que denomino Viaje Espirita. El espiritismo ya había dejado de ser una doctrina de doctores para diseminarse entre las clases más humildes, entre los más sencillos, sin escolaridad.

Esa faceta del espiritismo es una de sus mayores virtudes. Más también puede ser su perdición, cuando se relega la razón y se coloca el sentimiento como factor primordial de aprehensión de ideas espiritas. Ni tanto el mar, ni tanto la tierra.

Una cosa es cierta: ese binomio dolor amor es extremadamente limitado para definirse el proceso de comprensión de los principios espiritas; es limitado para conceptuar el acto de tornarse espirita. Allan Kardec acostumbraba a decir que el espiritismo es una cuestión de buen sentido. Ora, tenemos un elemento más que huye de aquel binomio esquemático: el buen sentido. ¿Sería exagero decir que podemos tornarnos espiritas por una cuestión de buen sentido, por el recto pensar? No hallo, así, que sea una postura tan arrogante. Y podríamos, por tanto, afirmar que ser espirita no es una cuestión de fe, de conversión, más si simplemente una cuestión de buen sentido, sin que nos limitemos al viejo jerga de la conversión por el dolor o por el amor.

Traducido por Mercedes Cruz Reyes

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

La Dificultad De Aceptar Lo Nuevo

Por Jaci Regis

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La ciencia consiguió en este siglo 20, proezas antes no soñadas. En cualquier aspecto de la vida y del conocimiento, las proposiciones, investigaciones y pesquisas científicas revisaron los conceptos consagrados en el siglo pasado.

A pesar de ese avance científico, quemando etapas y ganando terreno en un tiempo cada vez menor, la repercusión social aparece estar lejos de abalar los viejos conceptos espiritualistas.

Para la gran mayoría de las personas los descubrimientos científicos solo tienen sentido inmediato cuando producen remedios y desenvuelven tecnologías para curar dolencias, resolver problemas físicos o mentales.

Por eso, permanece el espiritualismo difuso en nuestros días. Principalmente en el ámbito de las religiones y creencias, sean del mundo occidental como del oriental.

La fe de las masas no es abalada por esos descubrimientos, a no ser a largo plazo, pues la presión de los hechos modela la cultura, llevada a aceptarlos y cambiar.

Y aunque la creencia en Dios sea oscura y basada en el temor, para la mayoría dejar de creer en un dios, sea Alá del Islamismo o Jehová de los cristianos y judíos, precipita a la persona en un vacio de inseguridad.

En el escenario confuso de la actualidad, coexisten, paralelamente, con los avances jamás soñados de la ciencia, los leedores de manos, los jugadores de buzios, adivinadores, salvadores carismáticos. Las iglesias continúan con sus rituales, personas participan en sesiones de macumbé, vudú, Umbanda, quimbanda y otras formas cinegéticas y animadas creencias, al lado de aparejos de resonancia magnética, viajes interplanetarios, teorías sobre el inicio del Universo y en la era cibernética, de la comunicación por satélites, en fin, como diría el humorista, un verdadero “un loco criollo de samba”

Es preciso actualizar la Doctrina

¿Cómo se posiciona el Espiritismo, ante esa realidad insofismables? ¿Su mensaje, su postura, su forma de actuar es compatible con las nuevas perspectivas no apenas las científicas, más las humanas del mundo actual?

Hablamos de una cantidad de exigencias morales, de valores que fueron dejados de lado, principalmente después de la 2ª Guerra Mundial. ¿Serian esos valores apenas represiones? ¿Todas las doctrinas religiosas han fallado?

¿Es preciso actualizar el Espiritismo?

Esa pregunta, es obvia para quien sigue el pensamiento de Allan Kardec, y es rechazada por el sistema doctrinario. ¿Por qué esa propuesta de Kardec permanece en el limbo de las prohibiciones? ¿Será que el proyecto de un Espiritismo dinámico capaz de evitar el inmovilismo, sujeto al progreso era un sueño irrealizable, una propuesta sin sentido?

Al decir que fue Jesucristo quien elaboró la Doctrina, con el pseudónimo de Espíritu de Verdad, reduciendo el papel del Kardec a un escribiente inteligente, inmovilizó el pensamiento doctrinario, porque, entonces, como afirmó el Consejo Federativo Nacional, nadie puede actualizar lo que vino de lo “alto”

Se enyesó el Espiritismo quedando parecido a los evangelios que se fijaron en las letras sagradas de la Biblia y del Nuevo Testamento y de allí no se separa la raíz. ¿Lo que está escrito no puede ser cambiado, porque los libros bíblicos fueron inspirados por Dios y quien puede desdecir a Dios? Y la Iglesia Católica, que, a pesar de encíclicas y perdones históricos, mantiene su doctrina con persistencia, para justificar su legado de representante de Dios en la Tierra.

la negativa a aceptar que la Doctrina Espirita es capaz de modificar ciertos conceptos sin perder su base, muestra como fue des caracterizada, desviada del sentido que le dio su fundador.

A partir del momento que el Espiritismo fue institucionalizado, comenzó su des caracterización, transformando en una secta ligada al modelo judaico cristiano del pecado y del castigo.

La des caracterización básica del Espiritismo se inició al principio, por la introducción del roustainguismo. Este está mucho más enraizado de lo que se supone, pues hasta los más acérrimo anti-roustanguista, aun mismo que no lo admitan, fueron influenciados por el apelo cristolatra, base del pensamiento de Roustaing, referendado por el Espíritu Emmanuel, un adorador de Jesucristo.

Calcado en esa cristolatria, que Allan Kardec jamás admitió, los egresos del catolicismo encontraron un movimiento espirita, de modo general, tan parecido, en términos, con las características de las iglesias, que no precisaron de mucho esfuerzo para adaptarse.

Esto se puede observar en la práctica. Presidentes de Mocedades y Centros Espiritas se casan en el ritual católico, hacen misa de sétimo día, algunos llegan a bautizar a sus hijos en la Iglesia. No se trata de sectarismos, más si de definición. Y centenas de frecuentadores asiduos, participantes y médiums, a la hora “h” corren para los brazos de la Madre Iglesia, de donde, estructuralmente, nunca saldrán.

El Espiritismo para ellos es una gran capa que los agasaja, más jamás lo aceptaran como un cambio revolucionario en la visión de hombre y del mundo.

La idea de actualizar irrita y amedrenta a los que están sumergidos en esa visión cristiana del Espiritismo.

Traducido por Mercedes Cruz Reyes

Articulo de julio de 2000

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pela Dor ou pelo Amor?

Por Eugenio Lara

Todas as vezes que vou fazer palestra em algum centro espírita de orientação cristã, bem religiosa mesmo e me perguntam se eu vim ao Espiritismo pelo amor ou pela dor, não sei bem o que responder. Já me perguntaram isso várias vezes e nunca tenho uma resposta precisa para tal indagação.

Ora, somente existem essas duas opções?

Por amor significa ser um missionário, alguém que era espírita antes de ser espírita. Aquele que antes de ser já era, como na anedota do pescado: antes de ser pescada, já era pescada... Antes de se tornar espírita, já trazia em sua bagagem missioneira o rótulo de espírita.

Pela dor aplica-se aos renitentes, aos espíritos sofredores, às vítimas da obsessão, da dor física, moral, dos acometidos pelas perdas afetivas e materiais. Algum tipo de perda levou o distinto ao Espiritismo. Mas poderia também levar o dito cujo a alguma igreja cristã, evangélica, católica ou então a algum culto afro-brasileiro. Cada um tem a sua singular história de conversão.

Como qualquer movimento social, ainda mais o espírita, de características bem religiosas, existem os chavões, os jargões, as palavras de ordem e orientações que as pessoas seguem sem questionar sua origem e natureza. Essa da dor e do amor é uma delas.

Conheço diversos casos de pessoas que se aproximaram do Espiritismo sem que pudessem ser enquadradas nesse esquemão dor/amor. Allan Kardec, por exemplo, que não era espírita e nem poderia, pois ele ainda não havia fundado a Doutrina, interessou-se pelos fenômenos medianímicos movido pelo espírito científico, pela curiosidade de alto nível, bem própria daqueles espíritos de mentalidade arrojada, crítica.

Léon Denis tornou-se espírita aos 18 anos após ler O Livro dos Espíritos e ver ali uma série de respostas a questões que ele propunha para si mesmo. Não foi nem a dor nem o amor, foi a razão que o aproximou do Espiritismo, tornando-se o grande continuador da obra do mestre de Lyon. Gabriel Delanne, de família espírita, seguiu as orientações doutrinárias desde cedo. Não foi o colo de Kardec que o tornou espírita, foi a educação espírita de seus pais, Alexandre e Alexandrina, muito amigos do fundador do Espiritismo, a responsável pela sua formação espírita. Eis aí mais duas variáveis: a razão e a educação.

Muitos se achegam ao Espiritismo movidos pela desilusão em relação às religiões. Temos aí mais outra opção: a desilusão. Acrescentaria outro fator mais forte ainda do que a desilusão: o desencanto. Do desencanto em relação às religiões, muitos passam a adotar um pensamento ateísta, agnóstico. Conheci alguns ateus que se tornaram espíritas porque viram na concepção kardequiana de Deus uma forma inusitada e diferenciada de se perceber a divindade, sem misticismo, sem nenhum tipo de manifestação exterior.

Conheci um que se tornou espírita pela via da promessa. Se fosse atendido em seu pedido, tornar-se-ia espírita. E assim se sucedeu. Um outro tornou-se espírita depois de ver um longa-metragem sobre o médium Chico Xavier. E outro, após assistir ao filme Nosso Lar. Então, onde está o amor? Que dor haveria nessa decisão? Adentra-se no Espiritismo por motivos culturais, filosóficos, existenciais. Os motivos são vários. Não há a conversão mística. Para ser espírita não é necessário “aceitar Kardec”, como se “aceita Jesus” nas igrejas evangélicas. O Espiritismo é uma questão de convicção. E a convicção não vem de uma hora para outra. Ela é sempre o resultado de um processo “lento”, interno, intelectivo, afetivo.

Obviamente que não se trata de algo totalmente racional. A razão é sempre limitada. A intuição nos leva a lugares onde a razão mostra-se tímida, incapaz. Podemos nos aproximar do Espiritismo pela intuição, caminho bastante comum entre pessoas humildes, sem formação acadêmica. A razão não é a única porta para se compreender o Espiritismo. Mas é, sem dúvida, o elemento fundamental no processo de assimilação dos princípios doutrinários. O analfabeto pode se tornar espírita. Allan Kardec deu de cara com muitos deles em suas andanças pela França, no que denominou de Viagem Espírita. O Espiritismo já havia deixado de ser uma doutrina de doutores para se disseminar entre as classes mais humildes, entre os mais simples, sem escolaridade.

Essa faceta do Espiritismo é uma de suas maiores virtudes. Mas também pode ser a sua perdição, quando se relega a razão e coloca-se o sentimento como fator primordial de apreensão das ideias espíritas. Nem tanto o mar, nem tanto a terra.

Uma coisa é certa: esse binômio dor/amor é extremamente limitado para se definir o processo de compreensão dos princípios espíritas; é limitado para conceituar o ato de se tornar espírita. Allan Kardec costumava dizer que o Espiritismo é uma questão de bom senso. Ora, temos aí mais um elemento que foge daquele binômio esquemático: o bom senso. Seria exagero dizer que podemos nos tornar espíritas por uma questão de bom senso, pelo reto pensar? Não acho que seja uma postura tão arrogante assim. E poderíamos, portanto, afirmar que ser espírita não é uma questão de fé, de conversão, mas simplesmente uma questão de bom senso, sem que nos limitemos ao velho jargão da conversão pela dor ou pelo amor.

Eugenio Lara, arquiteto, jornalista e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade - Ensaio Biográfico; Conceito Espírita de Evolução; Os Quatro Espíritos de Kardec e Os Celtas e o Espiritismo.

Fonte: http://www.viasantos.com/pense/arquivo/1312.html

Los Efectos De Eclecticismo Y La Heterodoxia En El Movimiento Espírita Francés

Por Artur Felipe Azevedo

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Como bien sabemos, el Espiritismo surgió en Francia en 1857, con la publicación de “El Libro de los Espíritus” por el profesor Hippolyte León Denizard Rivail, que utilizó el seudónimo de “Allan Kardec” para que quedase bien marcada la distinción del trabajo suyo con otros oriundos de su profesión como respetado pedagogo, discípulo de Pestalozzi.

Con el éxito alcanzado con la primera obra de la Codificación Espirita, base de todo el edificio doctrinario, Allan Kardec decidió fundar, en París, el 1 de abril de 1858, la “Sociedad Parisiense de Estudios Espiritas”, cuya existencia justificó de la siguiente manera:

“La extensión por así decir universal que toman diariamente las creencias espiritas hacían desear vivamente la creación de un centro regulador de observaciones. Esta brecha acaba de ser llena. La Sociedad cuya formación tenemos el placer de anunciar, compuesta exclusivamente por personas serias, exentas de prevenciones y animadas por el sincero esclarecimiento, con todo, desde el inicio, entre sus asociados, con hombres eminentes por su saber y por su posición social. Estamos convencidos de que ella está llamada a prestar incontestables servicios para la constatación de la verdad. Su ley orgánica le asegura una homogeneidad sin la cual no habrá vitalidad posible; está basada en la experiencia de los hombres y de las cosas y en el conocimiento de las condiciones necesarias para las observaciones que son objeto de investigación. Viniendo a París, los extraños que se interesan por la doctrina espirita tendrán un centro al cual podrán dirigirse y comunicar sus propias observaciones”.

Según el informe de abril de 1862, publicado en la Revista Espirita, la Sociedad experimentó considerable crecimiento en sus primeros años de funcionamiento, con 87 socios efectivos contribuyentes, contando entre los miembros: científicos, literatos, artistas, médicos, ingenieros, abogados, magistrados, miembros de la nobleza, oficiales del ejército y de la marina, funcionarios civiles, empresarios, profesores y artesanos. El número de visitantes llegaba hasta casi los 1500 personas al año, considerable para la época.

Kardec, que desempeñaba el cargo de presidente desde la creación de la entidad fatigado con el exceso de trabajo y angustiado con las querella administrativas, en varias ocasiones, exteriorizó el deseo de renunciar. Instado, sin embargo, por los Espíritus coordinadores del trabajo, continuó en el ejercicio hasta el día de su desencarnación.

Conforme se puede claramente notar en escritos, documentos y anotaciones de la época, el Codificador era riguroso en el cumplimiento de las disposiciones estatutarias y en la disciplina en la conducción de las actividades ahí realizadas. Exigia de todos los participantes extrema seriedad y eso contribuyó para dar mucha credibilidad a la institución y a los pronunciamientos acerca de los asuntos tratados. Era extremamente prudente y austero en los pareceres exagerados y nunca permitió que la Sociedad se tornase arena de controversias y debates estériles, generalmente fomentados por individuos interesados en desviar el Espiritismo de los rumbos establecidos en las obras de la Codificación.

Con la desencarnación de Allan Kardec en 1869, víctima de un aneurisma, uno de sus colaboradores más directos, Pierre Gaetan Leymarie, pasó a ejercer las funciones de redactor jefe y director de la “Revista Spirite” (1870 a 1901) y gerente de la “Librería Spirite” (1870 a 1897). Sin embargo, sin las mismas credenciales del Codificador y por su excesivo espíritu de tolerancia, no fue capaz de obstruir la acción de (pseudo) adeptos que desvirtuaron la finalidad de la Revista, abriendo sus páginas a la propaganda de filosofías espiritualistas, inclusive a la de Roustaig, que diverge del Espiritismo. Hubo, al mismo tiempo, el des virtuamiento de las finalidades de la Revista Espirita, en la que fue ofrecido “libre territorio a luchadores de todas las corrientes con la condición de que defendiesen causas espiritualistas o de orden esencialmente humanitario y moral, exponiéndose así a ardientes criticas de unos, a las acusaciones o descontento de otros… conforme se cuenta en la obra “Proceso de los Espiritas” (ed. FEB, 1977, pags.22/23 de la 2ª edición). En esos “Luchadores de todas las corrientes” se incluían adeptos del Orientalismo, como teosofistas, budistas, ocultistas, esotéricos, etc., como consta en la obra “Allan Kardec” (FEB, vol.III) de Zeus Wantuil y Francisco Thiensen.

Esta es, por tanto, la causa de la desaparición del Espiritismo en Francia. El sincretismo, la mezcla del Espiritismo con otras corrientes espiritualistas, desfigurando por completo la practica espirita, que hasta hoy es confundida, en Francia y en prácticamente en toda Europa, con toda suerte de supersticiones como la astrología, quiromancia, feticheria, brujería, etc.

En Brasil, en la actualidad, lo que podemos claramente verificar es que la historia se repite, siendo que la táctica de los enemigos velados del Espiritismo continua lo mismo: la de proponer y forzar la subrepticia entrada de cuestionables practicas e ideas en el seno del movimiento espirita brasileño.

Por un lado, tuvimos la adopción de las obras de Roustaig por la Federación Espirita Brasileña, habiendo sus miembros apellidándolas de “Curso Superior de Espiritismo”, “Cuarta Revelación” y “Revelación de la Revelación”. Gracias a eso, hasta hoy sentimos el reflejo de esa política febeana, en la medida en que en el movimiento se instauro una mentalidad cursi, serviles y iglejeira erróneamente confundido con la actitud de caridad y tolerancia, debido a una serie de obras, mediúmnicos o no, que, aunque no mencionasen Roustaig o sus obras, consiguieron inculcar, subrepticiamente, el ideal, neo-decretista en el seno del Movimiento.

Por otro lado, y adoptando ideas diferentes de las rustenismo, los simpatizantes del orientalismo insisten, principalmente en los dictados dl espíritu Ramatis al médium espiritualista Hercilio Maes, en dar al Espiritismo una faceta mística calcada en las religiones orientalistas del pasado y en la Teosofía, juzgadas capaces de enriquecer el Espiritismo. Para tal cosa, no eluden llamar a Kardec (y, consecuentemente, a las Obras de la Codificación Espirita) de ultrapasado, y a la Doctrina carente de remedios , considerando como principal artífice de esa “misión” al propio espíritu Ramatis y sus confusos dictados, bajo la fachada de “universalismo”, termino generalmente utilizado para encubrir ideas sincretistas y practicas fetichistas. La lista de “innovaciones” propugnada por esos reductos seitistas es extensa: la adopción de la astrología, de la apometrias, de rituales, de terminologías extrañas al Espiritismo, creencias en profecías de destrucción del planeta, creencia en extra terrestres con la misión de salvar el planeta, y toda suerte de divagaciones místicas sin el menor contenido lógico o factual, generalmente induciendo a una alineación místico-religiosa que en nada se debe a las religiones dogmaticas tradicionales, solo que con una faceta diferente, de cuño esencialmente esotérico.

Por tanto, mientras encaremos todo eso con los brazos cruzados, victimas por la falsa idea de que estaremos siendo intolerantes y anti fraternos al esclarecernos y al no compactar con esa tentativa de des virtuamiento del entendimiento y de la practica espirita dentro y fuera de los centros espiritas y federaciones, todo quedará como está, con tendencia a empeorar, tal como aconteció con el propio Cristianismo, hoy una autentica colcha de relatos debido a los mismos factores que hoy amenazan al Espiritismo.

La articulista Vanda Simoes, atenta a esa realidad, escribió cierto día un interesante artículo titulado “Nuestros Espiritas Imperfectos”· que nosotros aquí transcribimos y utilizamos para concluir nuestras consideraciones:

“Allan Kardec afirmó cierta vez, que los peores enemigos del Espiritismo estrían entre sus pares. Puede parecer declaración demasiadamente dura y radical, más vino de si mismo y el sabia de lo que estaba hablando. Hoy, en este mundo de tanta confusión, el Movimiento Espirita se ve envuelto en un maremágnum de estupideces que dejan a los espiritas serios preocupados con el destino de la doctrina en el mundo. Cuesta acreditar que una filosofía tan racional y desbravadora pueda haber generado personas con una visión tan estrecha y enyesada de la vida.

Una de dos: o la Doctrina Espirita es defectuosa o los espiritas no comprendieron su alcance moral. Sabiéndose de lo incierto de la primera hipótesis, nos resta curvar a la realidad la segunda. La prueba de eso está en la forma como la Doctrina es practicada en los centros espiritas del país entero, con replicas perfectas al exterior (principalmente en Portugal y en los Estados Unidos), “formando” adeptos que de espiritas solo tienen el nombre. Son espíritas imperfectos, de los que está lleno el movimiento, como por ejemplo, los que afirman en público que Kardec está ultrapasado y que precisa ser reinterpretado, cuando aun ni se conoce a fondo el diez por ciento de su pensamiento. Se consideran doctos en el Espiritismo por haber leído las obras básicas, y toda la literatura accesoria, psicografiado o no. Y leer es una cosa. Estudiar, entender y comprender es otra bien diferente. (…)

(…) Los espiritas “modernos” parecen desconocer tal cosa. Y, si lo conocen, no le dan la menor importancia, pues defienden ideas esdrújulas y contrarias a los fundamentos Kardecianos, basados en escritos dictados por Espíritus engañadores o pseudo-sabios. Esas ideas se infiltran con facilidad en nuestro medio, porque encuentran el terreno fértil de la ingenuidad y de la falta de estudio que hace que todo se acepte sin examen, sin criterio. Es tiempo de cambios. El milenio termina y se inicia una nueva fase para el planeta. Los centros espiritas precisan prepararse para amparar al hombre dentro de una filosofía de vida mejor, más justa y más plena de comprensión de las cosas divinas.

Para eso, necesita de espíritus serios, que comprendan el verdadero sentido del Espiritismo, que puedan traer para dentro de las casas espiritas una nueva orden de prácticas y metas, formando verdaderamente hombres de bien. Que puedan retirar de los centros todo lo que no sirve para la edificación del ser. En fin, mostrar a los fariseos modernos la verdadera cara de la Doctrina Espirita como agente modificador de la humanidad y no como instrumento de glorias, de mera promoción personal y fabrica de fantasías”.

Retirado del blog “Ramatis, Sabio o Seudosabios?” Traducido por Mercedes Cruz Reyes

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cuestiones de la mediúmnidad

Por Amílcar Del Chiaro Filho

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La Doctrina Espirita enseña que todas las personas son médiums, sin embargo, con grados diferentes de sensibilidad y productividad. Todos somos médiums, más médiums ostensivos, capaces de transmitir las comunicaciones de los espíritus, habladas, escritas, o producir fenómenos de orden físico, es un número mucho menor.

Al mismo tiempo que Kardec surgieron algunas teorías sobre señales físicas que indicasen a las personas que poseen mediúmnidad ostensiva. Kardec, después de observar y profundizar en esas teorías, las desmintió, diciendo que no existían ninguna señal física que indique la mediúmnidad en las personas. El afirmo que solamente la experimentación puede determinar si una persona tiene o no facultades mediúmnicos ostensivas, o mediunato, conforme el clasificó en el Libro de los médiums.

El comento, aun, sobre la inestabilidad de las facultades mediúmnicos, que pueden aparecer o ser suspendidas en dado momento, cuando las personas menos lo esperan. Dice el Maestro, que físicamente la facultad mediúmnica depende de la asimilación más o menos fácil, de los fluidos periespirituales del encarnado y del espíritu desencarnado. Moralmente, está en la voluntad del espíritu de comunicarse, y él se comunica cuando le place y no por la voluntad del médium.

Concluimos que, teóricamente, todos los médiums pueden comunicarse con espíritus de todos los órdenes, con todo, es preciso que exista afinidad fluídica y voluntad del espíritu, así como disponibilidad, pues el espíritu puede estar imposibilitado para comunicarse por estar ocupado en otras tareas o impedido por otras causas.

Abordamos este asunto porque algunas veces, espiritas dedicados, nos preguntan por que familiares queridos desencarnados, nunca se comunicaron con ellos, nunca enviaron un mensaje a través de algún médium. Otros quieren saber por qué espiritas que realizan grandes trabajos aquí en la Tierra, que fueron líderes destacados, no se comunican despues de su desencarnación.

Creemos que por la exposición que hicimos ya están respondidas las dos cuestiones. Mientras tanto, nos gustaría resaltar que no vemos motivos para sospechar de espiritas conocidos que no se han comunicado por estar en dificultades en el plano espiritual, por haber tenido una conducta excusable en la Tierra, o duplicidad en el comportamiento, dentro y fuera del centro.

Lógicamente deben existir los que están en esas condiciones, más generalizar es peligroso. Si aquí en la Tierra es difícil enjuiciar sobre la conducta moral de las personas que conocemos, imaginen como será difícil conocer las condiciones morales de quien ya reside en otro plano vibratorio.

Mediúmnidad es herramienta de trabajo para producir en beneficio de todos y no para atender caprichos de este o aquel. Meritos y desméritos es algo muy difícil de ser evaluado por nosotros, más si puede ser evaluado por los espíritus superiores.

Esta materia esta basada en el libro “Que es el Espiritismo” – segundo dialogo- el Esceptico – ítem –Medios de Comunicación -

Tradução de Mercedes Cruz

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Questões da mediunidade

Por Amílcar Del Chiaro Filho

A Doutrina Espírita ensina que todas as pessoas são médiuns, porém, com graus diferentes de sensibilidade e produtividade. Todos somos médiuns, mas médiuns ostensivos, capazes de transmitir as comunicações dos espíritos, faladas, escritas, ou produzir fenômenos de ordem física, é um número bem menor.

Ao tempo de Kardec surgiram algumas teorias sobre sinais físicos que indicassem as pessoas que possuem mediunidade ostensiva. Kardec, depois de observar e se aprofundar nessas teorias, desmentiu-as, dizendo que não existe nenhum sinal físico que indique a mediunidade das pessoas. Afirma ele que somente a experimentação pode determinar se uma pessoa tem ou não faculdades mediúnicas ostensivas, ou mediunato, conforme ele classificou em O Livro dos Médiuns.

Ele comenta, ainda, sobre a instabilidade das faculdades mediúnicas, que podem aparecer ou serem suspensas num dado momento, quando a pessoa menos espera. Diz o Mestre, que fisicamente a faculdade mediúnica depende da assimilação mais ou menos fácil, dos fluidos perispirituais do encarnado e do espírito desencarnado. Moralmente, está na vontade do espírito em se comunicar, e ele se comunica quando lhe apraz, e não pela vontade do médium.

Concluímos que, teoricamente, todos os médiuns podem se comunicar com espíritos de todas as ordens, contudo, é preciso que exista afinidade fluídica e vontade do espírito, assim como disponibilidade, pois o espírito pode estar impossibilitado de se comunicar por estar ocupado em outras tarefas ou impedido por outras causas.

Abordamos este assunto porque as vezes, espíritas dedicados, nos perguntam por que familiares queridos desencarnados, nunca se comunicaram com eles, nunca enviaram uma mensagem por algum médium. Outros querem saber por que espíritas que realizaram grandes trabalhos aqui na Terra, que foram líderes destacados, não se comunicam após a desencarnação.

Acreditamos que pela exposição que fizemos já estão respondidas as duas questões. Entretanto, gostaríamos de salientar que não vemos motivos para suspeitar de espíritas conhecidos não se comunicarem porque estão em dificuldades no plano espiritual, por terem conduta excursa aqui na Terra, ou duplicidade de comportamento, dentro e fora do centro.

Logicamente deve existir os que estão nessas condições, mas generalizar é perigoso. Se aqui na Terra é difícil ajuizarmos sobre a conduta moral das pessoas que conhecemos, imaginem como é muito mais difícil conhecermos as condições morais de quem já reside em outro plano vibratório.

Mediunidade é ferramenta de trabalho para produzir em benefício de todos e não para atender caprichos deste ou daquele. Méritos e deméritos é algo muito difícil de ser avaliado por nós, mas pode ser avaliado pelos espíritos superiores.

Esta matéria está baseada no livro, O Que É O Espiritismo — segundo diálogo — O Céptico — item – Meios de Comunicação – 3ª pergunta.