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domingo, 2 de junho de 2013

O que é lícito pedir ao Espiritismo

Por Amílcar Del Chiaro Filho

Há pessoas que procuram na religião a satisfação utilitarista. Acreditam que a religião deverá lhes dar a vitória, o sucesso, a felicidade para essa vida, e a salvação eterna para a outra. Hoje, algumas seitas religiosas pregam isso abertamente, e convidam os que querem deixar para traz a infelicidade, o fracasso, a se unirem a elas.

Algumas pessoas chegam a dizer, que resolveram mudar de religião, para serem felizes. No dia a dia dos centros espíritas temos deparados com essa situação. Muitos o procuram no desejo de obter benefícios imediatos, como: curas, enriquecimento, conquistas amorosas, anular um desafeto, e outras coisas mais.

Contudo, a finalidade do Espiritismo não é o de arranjar a vida das pessoas. Os espíritos superiores, embora nos amem e nos auxiliem, não são serviçais à nossa disposição para os pequenos interesses humanos.

Quando as pessoas insistem nesses pedidos, e não percebem o extraordinário novo campo de visão que se lhe abre à frente, acabam por perder a proteção dos bons espíritos, e os maus, os ignorantes tomam conta da situação, pois estão sempre prontos a atender a todos os pedidos, mesmo os injustos. Esses espíritos podem satisfazer certos pedidos, porém cobram muito caro a satisfação concedida.

Quando Jesus de Nazaré ofereceu a Água Viva do Evangelho para a mulher samaritana, afirmando que quem bebesse da água que ele oferecia nunca mais teria sede, a mulher pediu para que o Rabi Galileu lhe desse da tal água, porque assim ela não precisaria buscá-la diariamente. Ela não compreendeu que o Mestre não a isentava do trabalho, das lutas evolutivas, do aperfeiçoamento, mas alargava os seus horizontes espirituais.

O que devemos procurar no Espiritismo? Devemos procurar a elevada compreensão do processo que é a vida. O Espiritismo oferece essa compreensão. Ele é, no dizer de Herculano Pires, a plataforma para as novas conquistas da humanidade.

É proibido, então, à mãe que chora a perda de seu filhinho, buscar notícias que a console? É proibido ao homem que vê a esposa doente, em risco de vida, pedir a cura ou a esperança? Aquele que não consegue um emprego e precisa sustentar a família não pode pedir aos espíritos que o ajude a se empregar? O homem de negócios que está atormentado pelos fracassos sucessivos, não pode ir buscar orientação junto a uma casa espírita? Nada disso é proibido, e é natural que o centro espírita preste esse socorro e vários outros, mas é preciso que ensine a libertação, ou seja, o conhecimento espírita. É preciso que compreendam que os espíritos não fazem pelo homem, aquilo que ao homem compete fazer.

É comum ao ser humano, o desejo de se ver liberto das dores, angústias e dificuldades. É comum procurarem meios mais ou menos mágicos para resolver seus problemas. No Espiritismo não poderia ser diferente. Quase sempre, aqueles que se decepcionam com a Doutrina Espírita e a abandonam, são os que querem soluções mágicas. Não existem soluções sem esforços, luta, trabalho.

Não raro a dor, o problema aparentemente insolúvel, é o chamamento para uma nova postura, um novo caminho, um novo ideal. O fato de sermos espíritas ou médiuns, não nos dá privilégios, e sim responsabilidades. Não feche os olhos para a luz. Não peça o que o Espiritismo não lhe pode dar, e não se decepcionará com ele.

Fonte: http://portalespirito.com/amilcar/o-que-eh-licito.htm

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Dor e Evolução


Por Amilcar Del Chiaro Filho

As religiões classificam a Terra como um lugar de degredo, de expiação. Marcados pelo pecado original, arrastamo-nos pela vida, e sacerdotes e ministros das diversas igrejas, afirmam ter os meios de se alcançar a salvação para o outro mundo, mas as vezes, com a promessa de uma boa cota de felicidade, ainda para esse mundo.

Por outro lado, são muitas as pessoas que ensinam que se pode ser feliz, desde que se queira, bastando pensar positivamente. O pensamento positivo ajuda bastante, contudo, não é o suficiente.

Carregando a culpa de um pecado original, e da fragilidade humana, acrescida por um “deicídio”, ou seja, o assassinato de Deus, pois segundo a teologia cristã, Jesus de Nazaré foi a encarnação de Deus na Terra, ficamos sujeitos a mil sofrimentos, desnecessários, por incapacidade de vencer os condicionamentos com os quais reencarnamos, e que introjetaram em nossa mente desde os primeiros dias da nossa vida aqui na Terra.

Que bom seria se pudéssemos esvaziar a nossa mente de tudo que ali colocaram, desde que éramos pequeninos, e selecionarmos aquilo que seja realmente útil para a nossa evolução. Numa linguagem de hoje, precisaríamos deletar os arquivos inúteis, selecionar e criar novos arquivos, usando um bom antivírus, como o conhecimento espírita, para evitarmos a perda ou distorção do aprendizado.

Os espíritos disseram a Allan Kardec, que a felicidade completa, ou permanente, aqui na Terra, é impossível, mas pode-se ter momentos felizes.

No entanto os momentos felizes, quando se tem sensibilidade, fraternidade, é empanado pela dor de ver o sofrimento do próximo. Nossas vitórias quase sempre eqüivalem a derrota de outrem. Um exemplo simples é uma partida de futebol, basquete ou qualquer jogo esportivo. Enquanto uma torcida delira com a vitória, a outra amarga a derrota.

Para cada cidadão que consegue um título universitário, existem milhares de analfabetos ou cidadãos de segunda classe, que mal aprenderam a escrever o próprio nome.

Quantas vezes, alguém está saudável, forte, pleno de alegria, mas tem em sua própria família, um ente querido doente, paralisado, canceroso, mentalmente obnubilado.

Talvez poucos, ao degustarem um prato sofisticado, caríssimo, com nome estrangeiro complicado, feitos por cozinheiros famosos em elegantes restaurantes, se lembram de que existem milhões de pessoas no mundo, e muitas ali por perto, que não comem o suficiente para manter as energias, ou simplesmente não comem.

Não prezado leitor, esse artigo não é a exaltação do pessimismo. É apenas uma chamada à consciência, um exame do gozar e sofrer, da felicidade e da infelicidade.

O que queremos dizer é que precisamos ser fraternos, e aplicar aquilo que os espíritos codificadores disseram a Kardec: Do supérfluo dos ricos, muitos pobres se sustentariam. Mas as riquezas não são apenas valores amoedadados, mas também, fé, compreensão, amizade, amor, inteligência.

Nascemos para sofrer? Para pagar nossos débitos perante as leis divinas? Somos réprobos neste mundo que foi classificado como penitenciária e hospital? Estamos sujeitos ao pecado original? Afinal, é possível ser feliz aqui na Terra?

Cada uma dessas perguntas suscitariam páginas e mais páginas para análises e respostas. Em síntese, responderíamos que não nascemos para sofrer, mas sofremos! Sofremos porque o nosso mundo é imperfeito. Nós somos imperfeitos. Sofremos porque erramos, mas erramos porque somos ainda ignorantes e temos pouca evolução. As desigualdades são aumentadas pela falta de solidariedade, fraternidade, e pelo império do egoísmo.

A Doutrina Espírita ensina que Deus nos criou simples e ignorantes, e determinou, por meio das suas leis, que o nosso desenvolvimento se faça através de vidas sucessivas em mundos materiais. Logicamente esses mundos obedecem a uma escala evolutiva: mundos primitivos para espíritos primitivos. Mundos angelicais para espíritos angélicos. Mas todos começaram pelo primitivo. Entretanto, porque Deus quis que fosse assim, ninguém poderá responder.

Porém, prezado leitor, o que queremos dizer realmente nesse artigo, é que a dor, em qualquer uma das suas formas, tem uma mensagem para nós. Decodificar essa mensagem é tarefa de cada um. Talvez possamos decodificar aquilo que é comum em todas elas: Evolua! Cresça! Ame incondicionalmente! Confie na providência divina! Partilhe a sua felicidade, os seus momentos felizes com o seu próximo. Examine o seu patrimônio moral e intelectual, os seus direitos adquiridos, e ensine todos a conquistá-los.

Podemos dizer que Deus não castiga, se entendermos as dores do mundo como lições preciosas, aprendizado. Precisamos compreender que a vida num corpo físico é muito importante e devemos valorizá-la, devemos amar e respeitar esse corpo e não culpá-lo pelos nossos deslizes, pois quem pensa, ama e sente é o espírito imortal, e não a matéria.

Se você está passando por grandes sofrimentos, não se revolte, nem desanime. Não se julgue, também, um grande pecador, mas alguém que batalha para evoluir. O peixe, ao lutar para fugir da rede, perde muitas escamas. Portanto, a rede do sofrimento que te aprisiona, não exigirá menores perdas, mas valerá a pena. E como valerá a pena, quando compreendermos o que disse o Rabi Nazareno: hecereis a verdade e ela vos libertará.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

¿Por El Dolor O Por El Amor?

Por Eugenio Lara

Clique aqui para a versão em português.

Siempre cuando voy hacer una conferencia en algún centro espirita de orientación cristiana, o también religiosa me preguntan si yo vine al Espiritismo por el amor o por el dolor, no sé bien que responder. Ya me preguntaron eso varias veces y nunca tengo una respuesta precisa para tal pregunta.

¿Ahora, solamente existen dos posiciones?

Por amor significa ser un misionero, alguien que era espirita antes de ser espirita. Aquel que antes de ser ya era, como en la anécdota del pescado: antes de ser pescada, ya era pescada. .. Antes de tornarse espirita, ya traía en su bagaje misionero el rotulo de espirita.

Por el dolor se aplica a los renitentes, a los espíritus sufridores, a las víctimas de la obsesión, del dolor físico, moral, de los acometidos por las perdidas afectivas y materiales. Algún tipo de pérdida lo llevo distinto al Espiritismo. Más podría también haber dicho a alguna iglesia cristiana, evangélica, católica o a algún culto afro- brasileño. Cada uno tiene su singular historia de conversión.

Como cualquier movimiento social, más aun el espirita, de características bien religiosas, existen los de moda, los juerguistas, las palabras de orden y orientación que las personas siguen sin cuestionar su origen y naturaleza. Esa de dolor y de amor es una de ellas.

Conozco diversos casos de personas que se aproximaron al Espiritismo sin que pudiesen ser encuadradas en ese esquema dolor/amor. Allan Kardec, por ejemplo, que no era espirita y ni podría serlo, pues el aun no había fundado la Doctrina se interesó por los fenómenos medianímicos movido por el espíritu científico, por la curiosidad de alto nivel, propia de aquellos espíritus de mentalidad arrojada, critica.

León Denis se torno espirita a los 18 años después de leer El Libro de los Espíritus y ver allí una serie de respuestas a cuestiones que el proponía para sí mismo. No fue ni el dolor ni el amor, fue la razón lo que lo aproximó al Espiritismo, tornándose gran continuador de la obra del maestro de Lyon. Gabriel Delanne, de familia espirita, siguió las orientaciones doctrinarias desde temprano. No fue la vuelta de Kardec lo que lo torno espirita, fue la educación espirita de sus padres, Alexandre y Alejandrina, muy amigos del fundador del Espiritismo, responsable por su formación espirita. E ahí dos variaciones más: la razón y la educación.

Muchos llegan al espiritismo movidos por la desilusión en relación a las religiones. Tenemos ahí otra opción más: la desilusión. Acrecentaría otro factor más fuerte aun que la desilusión: el desencanto. Del desencanto en relación a las religiones, muchos pasan a adoptar un pensamiento ateísta, agnóstico. Conocí algunos ateos que se tornaron espiritas porque vieron en la concepción Kardeciana de Dios una forma inusitada y diferenciada de percibir la divinidad, sin misticismo, sin ningún tipo de manifestación exterior.

Conocí uno que se torno espirita por vía de la promesa. Si era atendido en su plegaria, se tornaría espirita. Y así sucedió. Otro se torno espirita después de ver un largometraje sobre el médium Chico Xavier. Y otro, después de asistir al filme Nuestro Hogar. No hay conversión mística. Para ser espirita no es necesario “aceptar a Kardec”, como se acepta a “Jesús” en las iglesias evangélicas. El Espiritismo es una cuestión de convicción. Y la convicción no viene de una hora para otra. Ella es siempre el resultado de un proceso “lento” interno, intelectivo, afectivo.

Obviamente que no se trata de algo totalmente racional. La razón es siempre limitada. La actuación nos lleva a lugares donde la razón se muestra tímida, incapaz. Podemos aproximarnos al Espiritismo por la intuición, camino bastante común entre personas humildes, sin formación académica. La razón no es la única puerta para comprenderse el Espiritismo. Más es, sin duda, el elemento fundamental en el proceso de asimilación de los principios doctrinarios. El analfabeto puede tornarse espirita. Allan Kardec dio de cara con mucho de ellos en sus andanzas por Francia, en lo que denomino Viaje Espirita. El espiritismo ya había dejado de ser una doctrina de doctores para diseminarse entre las clases más humildes, entre los más sencillos, sin escolaridad.

Esa faceta del espiritismo es una de sus mayores virtudes. Más también puede ser su perdición, cuando se relega la razón y se coloca el sentimiento como factor primordial de aprehensión de ideas espiritas. Ni tanto el mar, ni tanto la tierra.

Una cosa es cierta: ese binomio dolor amor es extremadamente limitado para definirse el proceso de comprensión de los principios espiritas; es limitado para conceptuar el acto de tornarse espirita. Allan Kardec acostumbraba a decir que el espiritismo es una cuestión de buen sentido. Ora, tenemos un elemento más que huye de aquel binomio esquemático: el buen sentido. ¿Sería exagero decir que podemos tornarnos espiritas por una cuestión de buen sentido, por el recto pensar? No hallo, así, que sea una postura tan arrogante. Y podríamos, por tanto, afirmar que ser espirita no es una cuestión de fe, de conversión, más si simplemente una cuestión de buen sentido, sin que nos limitemos al viejo jerga de la conversión por el dolor o por el amor.

Traducido por Mercedes Cruz Reyes

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pela Dor ou pelo Amor?

Por Eugenio Lara

Todas as vezes que vou fazer palestra em algum centro espírita de orientação cristã, bem religiosa mesmo e me perguntam se eu vim ao Espiritismo pelo amor ou pela dor, não sei bem o que responder. Já me perguntaram isso várias vezes e nunca tenho uma resposta precisa para tal indagação.

Ora, somente existem essas duas opções?

Por amor significa ser um missionário, alguém que era espírita antes de ser espírita. Aquele que antes de ser já era, como na anedota do pescado: antes de ser pescada, já era pescada... Antes de se tornar espírita, já trazia em sua bagagem missioneira o rótulo de espírita.

Pela dor aplica-se aos renitentes, aos espíritos sofredores, às vítimas da obsessão, da dor física, moral, dos acometidos pelas perdas afetivas e materiais. Algum tipo de perda levou o distinto ao Espiritismo. Mas poderia também levar o dito cujo a alguma igreja cristã, evangélica, católica ou então a algum culto afro-brasileiro. Cada um tem a sua singular história de conversão.

Como qualquer movimento social, ainda mais o espírita, de características bem religiosas, existem os chavões, os jargões, as palavras de ordem e orientações que as pessoas seguem sem questionar sua origem e natureza. Essa da dor e do amor é uma delas.

Conheço diversos casos de pessoas que se aproximaram do Espiritismo sem que pudessem ser enquadradas nesse esquemão dor/amor. Allan Kardec, por exemplo, que não era espírita e nem poderia, pois ele ainda não havia fundado a Doutrina, interessou-se pelos fenômenos medianímicos movido pelo espírito científico, pela curiosidade de alto nível, bem própria daqueles espíritos de mentalidade arrojada, crítica.

Léon Denis tornou-se espírita aos 18 anos após ler O Livro dos Espíritos e ver ali uma série de respostas a questões que ele propunha para si mesmo. Não foi nem a dor nem o amor, foi a razão que o aproximou do Espiritismo, tornando-se o grande continuador da obra do mestre de Lyon. Gabriel Delanne, de família espírita, seguiu as orientações doutrinárias desde cedo. Não foi o colo de Kardec que o tornou espírita, foi a educação espírita de seus pais, Alexandre e Alexandrina, muito amigos do fundador do Espiritismo, a responsável pela sua formação espírita. Eis aí mais duas variáveis: a razão e a educação.

Muitos se achegam ao Espiritismo movidos pela desilusão em relação às religiões. Temos aí mais outra opção: a desilusão. Acrescentaria outro fator mais forte ainda do que a desilusão: o desencanto. Do desencanto em relação às religiões, muitos passam a adotar um pensamento ateísta, agnóstico. Conheci alguns ateus que se tornaram espíritas porque viram na concepção kardequiana de Deus uma forma inusitada e diferenciada de se perceber a divindade, sem misticismo, sem nenhum tipo de manifestação exterior.

Conheci um que se tornou espírita pela via da promessa. Se fosse atendido em seu pedido, tornar-se-ia espírita. E assim se sucedeu. Um outro tornou-se espírita depois de ver um longa-metragem sobre o médium Chico Xavier. E outro, após assistir ao filme Nosso Lar. Então, onde está o amor? Que dor haveria nessa decisão? Adentra-se no Espiritismo por motivos culturais, filosóficos, existenciais. Os motivos são vários. Não há a conversão mística. Para ser espírita não é necessário “aceitar Kardec”, como se “aceita Jesus” nas igrejas evangélicas. O Espiritismo é uma questão de convicção. E a convicção não vem de uma hora para outra. Ela é sempre o resultado de um processo “lento”, interno, intelectivo, afetivo.

Obviamente que não se trata de algo totalmente racional. A razão é sempre limitada. A intuição nos leva a lugares onde a razão mostra-se tímida, incapaz. Podemos nos aproximar do Espiritismo pela intuição, caminho bastante comum entre pessoas humildes, sem formação acadêmica. A razão não é a única porta para se compreender o Espiritismo. Mas é, sem dúvida, o elemento fundamental no processo de assimilação dos princípios doutrinários. O analfabeto pode se tornar espírita. Allan Kardec deu de cara com muitos deles em suas andanças pela França, no que denominou de Viagem Espírita. O Espiritismo já havia deixado de ser uma doutrina de doutores para se disseminar entre as classes mais humildes, entre os mais simples, sem escolaridade.

Essa faceta do Espiritismo é uma de suas maiores virtudes. Mas também pode ser a sua perdição, quando se relega a razão e coloca-se o sentimento como fator primordial de apreensão das ideias espíritas. Nem tanto o mar, nem tanto a terra.

Uma coisa é certa: esse binômio dor/amor é extremamente limitado para se definir o processo de compreensão dos princípios espíritas; é limitado para conceituar o ato de se tornar espírita. Allan Kardec costumava dizer que o Espiritismo é uma questão de bom senso. Ora, temos aí mais um elemento que foge daquele binômio esquemático: o bom senso. Seria exagero dizer que podemos nos tornar espíritas por uma questão de bom senso, pelo reto pensar? Não acho que seja uma postura tão arrogante assim. E poderíamos, portanto, afirmar que ser espírita não é uma questão de fé, de conversão, mas simplesmente uma questão de bom senso, sem que nos limitemos ao velho jargão da conversão pela dor ou pelo amor.

Eugenio Lara, arquiteto, jornalista e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade - Ensaio Biográfico; Conceito Espírita de Evolução; Os Quatro Espíritos de Kardec e Os Celtas e o Espiritismo.

Fonte: http://www.viasantos.com/pense/arquivo/1312.html