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terça-feira, 19 de abril de 2011

Como se forma um magnetizador?

Por Randy*

Frequentemente temos dito que não existe o "passe espirita" e somos muito especificos quando dizemos isso.

A codificação não prevê esse tipo de coisa que se vê por aí: gente dançando, estalando dedos, "alisando" o ar e etc. E se criaram diversas teorias para esse tipo de coisa, deram nomes aos passes, deram direções, mas tudo baseado em...

Não sabemos no que se baseia esse tipo de coisa.

A codificação fala em cura mediunica e magnetização. Não vamos falar em cura mediunica, posto que esta é rara. Mas, sobre a magnetização... O que é isso? Seriam os "passistas" magnetizadores? Aliás, qualquer um pode ser um magnetizador?

Vemos nos CE´s que qualquer um pode ser "passista". Mas, em alguns há até "curso de passes", baseados em Jacob de Mello e em Edgar Armond. Isso suplantaria o que seria necessário para tornar alguém um magnetizador?

Não vemos como isso seria possível. O magnetizador, no conceito clássico, também é o hipnotizador. E foi sobre o conceito clássico que Kardec trabalhou, já que ele conheceu Mesmer (o "codificador" da magnetização). Além disso, o problema é que não existem manuais confiáveis de como perceber a capacidade magnetizadora e tampouco como desenvolvê-la.

A maior parte do material sobre o assunto não fala sobre esta questão e sim sobre a confusão que reside com o "passe".

A nossa questão sobre o passe espírita, suposto que seja, mas inexistente enquanto conceito, está no:

- conceito

- método

- treinamento

O conceito é o clássico. O método...

O método, segundo a codificação é unicamente a imposição de mãos.

O treinamento... Bem, para começar, a magnetização só surte efeitos positivos quando realizada por pessoas que possuem elevada moral, posto que a qualidade do magnetismo diz respeito a essa qualidade.

Portanto, NÃO, nem todo mundo pode ser magnetizador espirita e NÃO, o povo que anda por aí dando passes que não conheça os mecanismos de magnetização e elevada moral não poderiam estar aplicando os tais "passes".

Então, o passe, por conta disso, não existe, não é eficaz e não atua sobre sólida estrutura cientifica.

Mas, permanece a pergunta: como se forma um magnetizador espirita?

Vamos à codificaçao para verificar algumas coisas:

32. São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade. Entre os dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.

Observem os destaques. A magnetização pode ser feita sem a imposição de mãos. Nesse caso, por que todos os passistas que conhecemos bailam com suas mãos? Resposta - porque não são magnetizadores - apenas repetem o que lhe foi repassado sem o devido estudo, SELEÇÃO MORAL e treinamento DE MAGNETIZAÇÃO.

Notem ainda que se fala em "fluidos subordinados à qualidade". Então, não há mais uma vez, como imaginar que qualquer um poderia ser um magnetizados (ou passista, como dizem os equivocados).

E finalmente, diz-se de "circunstancias especiais". Mas... oras... Nos CE´s sempre há filas de pessoas que se obrigam a tomar passes e dezenas de "mediuns" misteriosamente escolhidos que aplicam os tais passes indiscriminadamente. Então, onde estão as circunstancias especiais de que fala a codificação?

Vamos ainda a outros conceitos...

33. A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:

1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;

2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;

3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.

Nota-se a questão da "qualidade" sendo insistentemente colocada. Quando não se fala da qualidade de um magnetizador, fala-se da qualidade do espirito. Mas... a qualidade do espirito que se utiliza de um medium também se liga por afinidade MORAL ao medium, salvo, como diz o Livro dos Mediuns, em "casos especiais". Casos especiais não podem ser frequentes, ou não seriam especiais.

Vamos prosseguir:

34. É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional. No entanto, em épocas diversas e no seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse gênero assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não constitui privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência.

Vejam... diversas pessoas entram numa "câmara de passe" com dores aqui, ali e dizem sairem dali curadas. Mas, é evidente que dores de cabeça ou musculares ou em outras partes do corpo não constituem cura, mas amenização de efeitos. E nesse ponto, como diz o trecho acima sobre a excepcionalidade, até onde vai a autenticidade, tanto do passista, quanto do suposto doente?

Porém, o mais importante aqui é o trecho que inspirou este tópico: a faculdade magnétizadora pode se desenvolver por meio do exercicio.

Mas... nao se fala que tipo de exercicio seria esse.

Já captamos que o magnetizador precisa ter moral elevada. Já captamos que nem todos são magnetizadores natos. Mas, não elaboramos como, se fato, de exercita um magnetizador.

Eis a raiz da questão. A magnetização surgiu como ciência e veio ainda conjugada com a hipnose. Quase sempre o magnetizador é um hipnotizador. Sendo assim, não há como dizer que os passistas sejam magnetizadores, nem que o que eles aplicam - o passe - seja magnetização. O passe - essa coisa que se faz por aí - não existe. É um placebo realizado por uma maioria de pessoas que desconhecem conceitos e treinamento.

No entanto, permanece a questão de cunho cientifico para nós:

- Como descobrir e treinar um magnetizador?

* Moderador da comunidade Eu Sou Espírita - Espiritismo do Orkut

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O que é Mesmerismo?

Mesmerismo, também chamado de 'magnetismo animal' (notadamente nos séculos XVIII e XIX) é o estado ou o resultado de alguém, obtido ao ser mesmerizado (ou magnetizado), com um dos significados acima listados. Mesmerizar (

Médico Mesmer criou uma terapia científica, revolucionou a medicina, antecipou conceitos da Doutrina Espírita, elaborou uma fisiologia humana espiritualista, iniciou a psicologia experimental. Mas suas descobertas estão esquecidas aguardando quem as resgate. O homem não é apenas um corpo. A complexidade da fisiologia humana ultrapassa os limites de observação dos sentidos físicos. O homem está imerso numa matéria sutil, que se espalha por todo o Universo e o interliga com todos os seres: é o princípio vital, também chamado fluido vital ou Magnetismo Animal. Essa é a causa da vitalidade orgânica e o princípio que mantém e recupera a saúde. Toda essa estrutura, desconhecida da ciência oficial, tem origem na matéria. Matéria sutil, distante do alcance dos instrumentos científicos atuais. O espírito é uma individualidade imaterial que rege essa complexa composição orgânica. O médico Franz Anton Mesmer (1734-1815) revelou ao mundo essas descobertas que renovam as ciências médicas e abrem as portas para uma medicina que realmente cura e preserva a saúde. Entretanto, a ciência do Magnetismo Animal ainda é completamente desconhecida no meio acadêmico da medicina.

Essa ciência foi considerada irmã do Espiritismo por Allan Kardec, que a estudou profundamente por mais de 35 anos! O termo Magnetismo Animal tem três significados: em primeiro lugar, é um agente natural como eletricidade, magnetismo mineral, gravidade e luz. Em segundo, é uma ciência que estuda esse agente natural e suas relações com a natureza humana. Por fim, o terceiro significado é uma terapia científica destinada a curar o homem e mantê-lo saudável, oferecendo ao médico explicações racionais sobre as causas das doenças e o processo natural de recuperação da saúde. "Ver-se-á, ouso crer, que essas descobertas não são produtos do acaso, mas sim o resultado do estudo e da observação das leis da natureza; que a prática que eu ensino não é um empirismo cego, mas um método racional. (...) Essa doutrina, enfim, colocará o médico em condições de bem julgar o grau de saúde de cada indivíduo, e de preservá-lo das doenças às quais poderá estar exposto. A arte de curar atingirá assim a derradeira perfeição", explicou Mesmer em sua obra Memórias, publicada em 1799.

A medicina oficial não curava

É importante destacar que todas as teorias ocidentais sobre o mecanismo da doença e as práticas terapêuticas da medicina oficial antes de 1800 eram completamente falsas. As perniciosas terapias, mantidas por tradição e empirismo - sangrias, vomitórios, vesicatórios, doses de ópio e outras fórmulas perigosas -, prejudicavam os pacientes e muitas vezes antecipavam sua morte. As cirurgias, procuradas somente pelos pacientes já sem esperança, eram feitas sem anestesia. Os cirurgiões haviam desenvolvido a habilidade de decepar tumores a sangue frio, cauterizando-os rapidamente com um ferro em brasa. A experiência era traumática e poucos sobreviviam, mesmo porque não havia assepsia alguma. "A ignorância dos séculos precedentes sobre este assunto garantiu aos médicos a confiança supersticiosa que eles possuíam e que inspiravam nos seus específicos e suas fórmulas, tornando-os déspotas e presunçosos", esclareceu Mesmer, em suas Memórias de 1779.

Após seus estudos básicos, concluídos antes da idade comum, Mesmer fez os cursos superiores de Música e Artes, Teologia, Filosofia, Medicina e, em parte, de Direito. No entanto, sua formação médica não foi comum. Ele fez seu quarto Doutorado na Universidade de Viena, reformulada por Van Swieten e De Haen, discípulos do famoso Herman Boerhaave (1668-1738), o maior professor de medicina de seu tempo. Esse médico visionário, criador da clínica moderna, propôs uma retomada dos princípios da medicina científica, fruto da observação junto aos pacientes e do uso da razão, recuperando os princípios do pai da Medicina, o grego Hipócrates. Sua proposta renovadora incluía, no currículo de Medicina, o estudo das Ciências Naturais, da Física e da Química, e as então recentes descobertas fisiológicas. Para Boerhaave, uma força vital - vis vitae - era responsável pela manutenção da saúde orgânica. Foi a partir dessas idéias, e da experimentação científica, que Mesmer fez as suas descobertas, chegando a conclusões opostas ao materialismo mecanicista da medicina oficial.

Uma terapia experimental e eficaz

As teses do Magnetismo Animal foram fundamentadas por uma sólida teoria, baseada em fenômenos naturais exaustivamente experimentados por mais de 15 anos antes de serem anunciados. Mesmer, porém, enfrentou muitas dificuldades para explicar aos seus contemporâneos a ciência que descobriu. Ela exigia do interessado conceitos filosóficos e científicos ainda recentes naquela época. Poucos compreendiam a Física de Newton, os livros de Hipócrates, a Fisiologia, a Química e outros temas utilizados por Mesmer em suas teses.

Em 1813, o mais famoso discípulo direto de Mesmer, Armand Marc Jacques de Chastenet de Puységur (1751-1825), o marquês de Puységur, escreveu: "Cumpria que se encontrasse um observador que, somente mais atento que outro aos perpétuos eflúvios do fluido, ou princípio vital dos corpos organizados, reparasse enfim na influência dos seus sobre o princípio ou fluido vital de seus semelhantes; cumpria que aquele homem fosse douto na Física, na Química e na Fisiologia, para que pudesse dirigir as suas observações sobre causas pertencentes àquelas ciências; e ademais cumpria ainda que fosse médico, para logo aplicá-lo ao tratamento e ao alívio dos males da humanidade. Esse homem, em quem se achou reunido tanto mérito e tantas qualidades, é o senhor doutor Mesmer, ancião hoje retirado e quase ignorado em uma pequena aldeia da Suíça, porém cuja imagem e nome transmitir-se-ão com glória à posteridade reconhecida".

As teses do Magnetismo Animal foram fundamentadas por uma sólida teoria, baseada em fenômenos naturais exaustivamente experimentados por mais de 15 anos antes de serem anunciados.

Magnetismo e Espiritismo se completam

Décadas depois, no início de suas pesquisas espíritas, Kardec afirmou que a rápida aceitação do Espiritismo deveu-se exatamente ao Magnetismo Animal, que antecipara a existência do fluido universal, princípio vital, corpo espiritual, dualidade entre alma e corpo, e outros conceitos confirmados pelos Espíritos da Codificação. E disse mais. Garantiu que as duas ciências eram tão próximas que seria impossível conhecer uma sem o auxílio da outra. "Se devêssemos ficar fora da ciência magnética, nosso quadro estaria incompleto, e se poderia nos comparar a um professor de Física que se abstivesse de falar da luz", esclareceu Kardec na Revista Espírita de 1858. A teoria médica do Magnetismo Animal foi confirmada e adotada pela Doutrina Espírita.

A ciência do Magnetismo Animal une-se ao Espiritismo ao recuperar conhecimentos anteriormente classificados como superstição, milagre ou sobrenatural, trazendo-os ao campo da Ciência. "O Espiritismo e o Magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da natureza e o que não passa de ridícula crendice", explicou Kardec em O Livro dos Espíritos, questão 555.

Essas duas ciências acrescentarão - neste terceiro milênio - ao elemento material, estudado em detalhes pela ciência oficial, sua desconhecida face fluídica, positivamente pesquisada, dando início a uma nova era. Hoje, porém, o Magnetismo Animal está praticamente esquecido e aguarda sua necessária recuperação para estender os benefícios da saúde a toda humanidade.

O Magnetismo Animal une-se ao Espiritismo ao recuperar conhecimentos anteriormente classificados como superstição, milagre ou sobrenatural, trazendo-os ao campo da Ciência.

A confusão entre o magnetismo animal e o mineral

Por causa do nome, muitas pessoas acham que o Magnetismo Animal é uma terapia que usa imãs para curar. Mas isso não passa de um grande equívoco. Mesmer compreendia, desde sua tese de Doutorado, que o fluido magnético animal, a eletricidade, o magnetismo mineral e até a luz eram diferentes manifestações do fluido universal. A Doutrina Espírita confirmou essa hipótese. Na questão 427 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questionou os Espíritos: "De que natureza é o agente que se chama fluido magnético?", e eles responderam: "Fluido vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido universal". Mesmer fazia uso do fluido ou princípio vital em sua medicina. O imã poderia servir apenas como condutor de seu efeito, como também o vidro, metais e a água. Mesmer teve a idéia de utilizar a água como meio para os efeitos do fluido vital. Essa técnica, preservada pelos magnetizadores do passado, até hoje é utilizada nos centros espíritas.

Mesmer ensinava a diferença entre os dois magnetismos. "O ímã, seja natural, seja artificial, é, assim como os outros corpos, suscetível do Magnetismo Animal, e mesmo da virtude oposta, sem que, nem num nem noutro caso, sua ação sobre o ferro e a agulha sofra alguma alteração; o que prova que o princípio do Magnetismo Animal difere essencialmente daquele do mineral", explicou em Memórias, de 1779.

A maioria dos médicos de sua época não conheciam essa teoria. Os poucos que a conheciam, não a compreendiam. Na fase experimental de sua pesquisa, Mesmer chegou a fazer experiências associando ímãs, magnetos ou eletricidade como condutores do Magnetismo Animal. "A academia não apenas caiu no erro de confundir o Magnetismo Animal com o mineral, apesar de sempre eu ter me dedicado em meus estudos a estabelecer que o uso do ímã, apesar de útil, era sempre imperfeito sem o apoio de teoria do Magnetismo Animal. Os físicos e médicos com os quais estive me correspondendo, ou que buscaram se intrometer para usurpar essa descoberta, pretenderam e presumiram divulgar, uns que o ímã era o único agente que eu empregava, os outros que eu utilizava a eletricidade. E assim por diante, porque sabiam que eu havia feito uso desses dois meios", explicou Mesmer em Memórias, de 1779.

Quando Mesmer escreveu sua tese de Doutorado em Medicina, no dia 27 de maio de 1766, ele deu a suas descobertas o nome de Gravitação Animal. "Existe uma influência mútua entre os seres, equivalente à que ocorre entre os astros", era uma comparação entre o princípio vital e a teoria da gravitação de Newton. Observando que os efeitos do imã seriam mais adequados para exemplificar as analogias com a vitalidade, Mesmer passou a fazer uso do termo Magnetismo Animal. Ele escreveu uma carta, em 5 de janeiro de 1775, a um médico estrangeiro, na qual dava uma idéia precisa da sua teoria, dos sucessos que havia obtido e suas perspectivas futuras. O médico a quem a carta se destinava era Johann Christoph Unzer, de Altona, editor do jornal de medicina Neuer Gelehteer Merkurius. Nessa carta, pela primeira vez, a expressão Gravitação Animal, usada em sua tese de doutorada, foi substituída por Magnetismo Animal.

Fonte: UNIVERSO ESPÍRITA. A ciência irmã do espiritismo.

O Passe - Origens, aplicações e efeitos

21:50 Posted by Fabiano Vidal , , , ,
Por José Herculano Pires

O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus. Mas há um passado histórico que não podemos esquecer. Desde as origens da vida humana na terra encontramos os ritos de aplicação dos passes, não raro acompanhados de rituais, como sopro, a fricção das mãos, a aplicação de saliva e até mesmo (resíduo do rito do barro), a mistura de saliva e terra para aplicação no doente. No próprio Evangelho vamos a descrição da cura de um cego por Jesus usando essa mistura. Mas Jesus agiu sempre, em seus atos e em suas práticas, de maneira que essas descrições, feitas entre quarenta e oitenta anos após a sua morte, podem ser apenas influência de costumes religiosos da época. Todo o seu ensino visava afastar os homens das superstições vigentes no tempo. Essas incoerências históricas, como advertiu Kardec, não podem provir dele, mas dos evangelistas. Caso, contrário, Jesus teria procedido de maneira incoerente no tocante aos seus ensinos e seus exemplos, o que seria absurdo.

O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado já há muito superado. Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas à prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.

As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.

Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano às formas de atividades materiais. Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer. Queremos dirigir, orientar os fluidos espirituais como se fossem correntes elétricas e manipulá-los como se a sua aplicação dependesse de nós. O passista espírita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluidos espirituais – e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa – limita-se à função mediúnica de intermediário. Se pede a assistência dos Espíritos, com que direito se coloca depois no lugar deles? Muitas vezes os Espíritos recomendam que não se façam movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes. Ou confiamos na ação dos Espíritos ou não confiamos e neste caso é melhor não os incomodarmos com os nossos pedidos.

O passe espírita é prece, concentração e doação. Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a doação dos Espíritos. São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da assistência espiritual.