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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Água Fluidificada e Passes Curadores - O Mito e a Ciência


Por Andressa de Oliveira Dias

Em todos os tempos da história temos relatos os mais diversos sobre curas milagrosas usando a imposição das mãos. A Bíblia talvez seja o livro mais famoso que narra as mais diferentes curas: “E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe dizendo: Quero. Fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo de sua lepra”. (Mateus, Cap. VIII, v. 3). Nos povos indígenas, a figura do Pajé se mostra um grande curador que utiliza suas mãos para tal. As Bezendeiras que fazem parte da cultura popular, também possuem seus métodos de cura, e um grande prestígio, em especial nas cidades interioranas. No oriente, relatos mais antigos que a bíblia nos remete a religiosos que curavam as mais diversas mazelas utilizando-se somente das mãos, inclusive uma prática que se originou no oriente: o Reike, terapia que utiliza principalmente a imposição das mãos, assim como o Karuna. A Cura Prânica, também é uma terapia que utiliza as mãos para curar.

Franz Anton Mesmer foi um dos primeiros a pesquisar cientificamente esta prática. Médico austríaco, criador da teoria do magnetismo animal conhecida pelo nome de Mesmerismo, nasceu a 23 de maio de 1734 em Iznang, em uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena. Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que delas se desprende um fluido que alcança o doente. Declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, estendia o benefício a maior número de pessoas, magnetizando a água, pratos, etc. Cujo contato submetia os enfermos. Inventada a cuba mesmérica (Fig.1), passou a atender 30 pacientes por sessão, 300 diariamente. A cuba consistia num recipiente com água magnetizada, do qual saiam numerosas varas de ferro, em cujos extremos pontiagudos se prendiam os doentes, colocando estas pontas em suas partes enfermas

Produziam-se, então, variadas reações nervosas ou histéricas, com efeitos curativos em muitos casos. Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas ele acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos. Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que esta é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.

Atualmente no Brasil esta prática é muito difundida nos centros espíritas espalhados por todo o país, juntamente com a administração de "água fluidificada"; observam-se várias formas de aplicação de passes, como é chamado o ato nos centros espíritas. O Codificador da Doutrina reflete:

O magnetismo preparou o caminho para o Espiritismo, e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à vulgarização das idéias acerca da primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há senão um passo; sua conexão é tal, que é, por assim dizer, impossível falar de um sem falar de outro. (Kardec, Allan. Revista Espírita, 1858).

Kardec ainda esclarece:

O Espiritismo e o Magnetismo (Animal) nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice (Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos, questão 555).

Certas pessoas têm realmente o dom de curar por simples contato?

– O poder magnético pode chegar até isso, quando é secundado pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos auxiliam. Mas é necessário desconfiar da maneira por que as coisas são contadas, por pessoas muito crédulas ou muito entusiastas, sempre dispostas a ver o maravilhoso nas coisas mais simples e mais naturais. É necessário também desconfiar dos relatos interesseiros, por parte de pessoas que exploram a credulidade em proveito próprio. (Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos, questão 556).

É comum pessoas que assistem às palestras espíritas tomarem o passe e beberem da água ao final das palestras, como em um ritual, mas qual é o conceito da água “fluidificada”? E de onde surgiu esse conceito? A água é capaz de reter campos magnéticos? O fator psicológico altera os resultados? E os passes ditos espíritas, estão de acordo com os conceitos vistos nas obras dos Espíritos? É realmente necessário um curso de passe e qualquer um pode ser passista? O mérito moral realmente influencia no processo de cura? Qual é a visão científica dos dois temas?

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Washington (EUA), com base em cerca de trinta teses de doutoramento, foi atribuído ao Toque Terapêutico, em 1994, a comprovação da sua eficácia como terapia alternativa.

Em 1975, Dolores Krieger demonstrou os efeitos do toque terapêutico através da medição de índices fisiológicos em seres humanos após estudos laboratoriais. Comprovou que após a imposição de mãos ocorrem significativas alterações fisiológicas em doentes hospitalizados em diferenciados casos clínicos. Este estudo foi publicado na Revista Americana de Enfermagem, em 1979, sob o título de “Therapeutic touch: searching for evidence of physiological change” (Toque Terapêutico: busca por evidências de mudanças fisiológicas).

Verifica-se, até os dias de hoje, a existência de cargas magnéticas - de monopolos magnéticos - na natureza. Eis, pois, que surge a questão: qual a causa primária responsável pelos fenômenos magnéticos observados na natureza? A resposta é simples: cargas elétricas em movimento, ou seja, correntes elétricas. Todo magnetismo conhecido atrela-se de alguma forma à presença de cargas elétricas em movimento.

A escolha de sistemas envolvendo apenas cargas em movimento retilíneo uniforme é geralmente assumida quando se estuda o magnetismo, em virtude de que em sistemas envolvendo cargas elétricas aceleradas, haverá ainda um terceiro fenômeno envolvido: a emissão de ondas eletromagnéticas. Tal fenômeno resume-se geralmente na seguinte sentença: "cargas elétricas aceleradas irradiam". A necessidade de se considerar as interações oriundas da radiação presente em tais sistemas certamente torna-os mais complexos, sendo estes estudos no contexto do eletromagnetismo. O estudo dos fenômenos associados à interação magnética em sistemas envolvendo apenas cargas elétricas em movimento retilíneo uniforme - ou em sistemas onde a quantidade total de onda eletromagnética irradiada pode ser desprezada - é geralmente designado por Magnetostática.

Em essência, todo magnetismo conhecido atrela-se de alguma forma à presença de cargas elétricas em movimento. Mesmo em ímãs naturais, materiais onde não se verifica a presença de correntes macroscopicamente mensuráveis em suas estruturas, tal afirmação é valida.

Correntes elétricas é a fonte primária de campos magnéticos. É certamente necessário, pois que, dada uma distribuição de corrente conhecida, se possa calcular o campo magnético por ela produzido em um determinado ponto escolhido do espaço ao seu redor. Células biológicas usam a bioeletricidade para armazenar energia metabólica, fazer trabalho ou desencadear mudanças internas, entre um sinal elétrico e outro. Entramos aqui na Ciência do Bioeletromagnetismo, que é o resultado da ação da corrente elétrica produzida por potenciais de ação, junto com os campos magnéticos gerados pelo fenômeno de indução eletromagnética.

O campo magnético, afeta cada átomo do seu corpo. Os elétrons nos átomos giram em torno do núcleo. Aumentando o campo magnético presente junto do átomo, a velocidade dos elétrons orbitais aumenta e os elétrons de valência começam a pular para órbitas de maior energia. O átomo começa a vibrar com maior intensidade, num movimento chamado de precessão. A precessão resulta no aumento da ação molecular, causada pelo aumento do campo magnético. Isto cria uma órbita cônica para certos elétrons. O resultado líquido desse aumento na atividade molecular é um aumento na transferência de elétrons, que é a base de toda as reações químicas em nosso corpo. Esta é a razão porque uma diminuição no campo magnético leva a uma menor atividade molecular e a um decréscimo de enzimas no nosso corpo.

Em resumo: campo magnético mais elevado aumenta o movimento de elétrons e prótons, o que leva ao aumento da atividade molecular, resultando em reações químicas mais eficientes, o que funciona como um catalisador para melhorar as funções de nosso corpo.

Em 1829, CLOQUET faz o primeiro relato da utilização do mesmerismo como anestesia, procedendo à amputação de uma mama, método já utilizado por DUBOIS (1797) e RECAMIER (1821). James ESDAILLE (1808-1959) tornou-se um dos maiores magnetizadores, inspirado nas técnicas de ELLIOTSON. Cirurgião, trabalhou num hospital mesmérico em Calcutá, Índia, onde realizou milhares de pequenas cirurgias e 300 de grande porte sem dor, pelo magnetismo, com diminuição impressionante dos índices de mortalidade. Não empregava a sugestão verbal, mas o passe e a insuflação magnética, obtendo estados profundos de letargia, catalepsia, sonambulismo e insensibilidade. James, concluiu que: O mesmerismo é uma força natural do organismo humano, que afeta diretamente o sistema nervoso muscular; que a administração crônica do mesmerismo atua como um utilíssimo estimulante da debilidade funcional; que a água pode ser carregada com fluído magnético e tem um poderoso efeito sobre o sistema; que a influência mesmérica pode se transmitida através do ar a considerável distância. - ESDAILLE J. Cirurgia mayor e menor bajo hipnosis. Ed. Crespilil Buenos Aires, 1959.

Nesse trecho de O Livro dos Espíritos, questão 483, temos a resposta que o magnetismo atua no sistema nervoso central: Qual a causa da insensibilidade física que se verifica, seja entre certos convulsionários, seja entre outros indivíduos submetidos às torturas mais atrozes? – Entre alguns é um efeito exclusivamente magnético, que age sobre o sistema nervoso da mesma maneira que certas substâncias. Entre outros, a exaltação do pensamento embota a sensibilidade, pelo que a vida parece haver-se retirado do corpo e se transportado ao Espírito. Não sabeis que, quando o Espírito está fortemente preocupado com uma coisa, o corpo não sente, não ouve e não vê? (Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos).

Segundo LANTIER, em 1892, foi criada por uma espírita eminente uma escola prática de magnetismo e de massagem, admitida pelo governo francês. Frente à reação dos médicos, um novo projeto sobre o exercício da medicina foi discutido pelo Parlamento, levando os espíritas, magnetizadores, curandeiros e massagistas a fundarem um sindicato, conseguindo vinte e cinco mil assinaturas favoráveis à sua petição em defesa de seus interesses. Em função de vários processos contra curandeiros, espíritas e magnetizadores, e particularmente num caso envolvendo Mouroux em 1896, o Congresso Internacional Espírita que se realizou em 1900 em Paris, discutiu e deliberou que o Magnetismo realmente possui propriedades curativas e a eficácia de sua utilização para o tratamento das doenças sem qualquer perigo, e solicitando a alteração da legislação sobre o exercício da medicina.

Os passes ditos espíritas estão de acordo com os conceitos vistos nas obras dos Espíritos? É realmente necessário um curso de passe e qualquer um pode ser passista?

Na Revista Espírita de setembro de 1865, a Sra Maurel, médium vidente e psicógrafa mecânica, na manhã do dia 26 de Maio, fraturou o antebraço direito com distensões no punho e cotovelo, numa queda. Foi tratada através do magnetismo espiritual, e curada em impressionantes nove dias (tempo recorde para a medicina humana) por Bons Espíritos, dentre eles o Dr. Demeure, além de um grupo de amigos encarnados (formando assim, uma espécie de corrente magnética, oferecendo material fluídico que misturado com os dos Espíritos, proporcionaria a cura, neste caso), solicitados pelos Espíritos e um magnetizador que colocava a médium em estado sonambúlico. Os Espíritos poderiam agir sozinhos, mas os fluidos animalizados são mais compatíveis com a necessidade de um órgão físico.

“O fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo. O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, frequentemente, quase instantâneos”, orienta Kardec em outro artigo da mesma Revista.

Existe então, na realidade, esta gradação nos efeitos de acordo com o potencial fluídico, a origem do fluido e a sua maior ou menor qualidade. Qualidade que depende diretamente do nosso estado de saúde física e emocional, além do nosso padrão moral.

Kardec estuda a temática em "A Gênese" (KARDEC, 1989), no tópico "Curas". Esclarece as três formas da ação magnética: Pelo fluido (Bioenergia) do magnetizador (Magnetismo Humano); pelo fluido dos Espíritos atuando diretamente, sem intermediário (Magnetismo Espiritual), e pelo fluido que os Espíritos transmitem ao magnetizador (potencializando e ao qual este serve de condutor (Magnetismo Misto ou humano-espiritual). Conceitos não vistos no MEB.

Muitos acreditam que o efeito curativo dos passes magnéticos nada mais é que efeito placebo. A questão do placebo é um dos assuntos que mais fascinam e, ao mesmo tempo, mais causam controvérsias entre a classe científica.

Conhecer o placebo, suas possibilidades e seus efeitos, é fundamental para a classe científica. E para um leigo, até que ponto é interessante saber que um remédio ao qual ele atribui sua cura não passava, por exemplo, de simples composição de amido com açúcar? O placebo é definido como uma substância inerte ou inativa, a que se atribuem certas propriedades (como as de cura de uma doença) e que, ingerida, pode produzir um efeito que suas propriedades não possuem.

O Dr. Bernard Grad, bioquímico e pesquisador de geriatria no McGill University's Allen Memorial Institute, no Canadá, realizou experiências muito interessantes na Universidade de McGill, Montreal, na década de 1960, a respeito da cura pelo toque das mãos que foi reconhecida, e Grad recebeu um prémio da Fundação CIBA, uma fundação científica fundada por um grande laboratório farmacêutico. Nas suas experiências com sementes de cevada, Grad substituiu humanos por plantas e animais, para evitar o efeito placebo. Num recipiente de água salgada (que retarda o crescimento), Grad colocou as sementes e pediu a um curador psíquico (um passista) que fizesse imposição das mãos sobre a água.

As sementes foram colocadas em água salgada (tratada pelo passista e não tratada).Foram colocadas de seguida numa estufa, onde o processo de germinação e crescimento foi acompanhado. Verificou-se então que as sementes submetidas à água tratada pelo passista germinavam com maior frequência do que as outras.

Depois de germinadas, as sementes foram colocadas em potes e mantidas em condições semelhantes de crescimento. Após várias semanas, e de acordo com uma análise estatística, as plantas regadas com a água tratada eram mais altas e tinham um maior conteúdo de clorofila.

O Fator psicológico altera os resultados da Magnetização? Grad lembrou-se de dar a água para pacientes psiquiátricos segurarem. Essa mesma água foi depois usada para tratar as sementes de cevada. A água energizada pelos pacientes que estavam seriamente deprimidos produziu um efeito inverso ao da água tratada pelo passista: ela diminuiu a taxa de crescimento das plantinhas novas (Jeanne P. Rindge in As Curas Paranormais, George W. Meek, Ed. Pensamento, 10ª edição, 1995, Cap. 13, pp. 158-159).

Bernard Grad efectuou ainda experiências com ratos. Numa delas, Grad produziu a doença do bócio (Bócio, conhecido popularmente como papo, é um aumento do volume da tiróide) em ratos e separou-os em dois grupos. Contatou um famoso curador, o Coronel do Exército Húngaro, aposentado, Oskar Stabany, que pegava nos ratos durante 15 minutos de cada vez, durante 40 dias.

Embora todos os animais apresentassem um aumento da tiróide, os ratos pertencentes ao grupo tratado pelo curador apresentavam uma proporção significativamente mais baixa de casos de bócio, 48 ratos que foram submetidos a uma pequena cirurgia e separados em três grupos, um dos grupos foi tratado pelo curador (“passista”). Nos ratos pertencentes ao grupo tratado pelo curador, o processo de cicatrização das feridas era significativamente mais rápido.

Estes estudos foram comprovados pelos Drs. Remi J. Cadoret e G. I. Paul, na Universidade de Manitoba, em condições de rigoroso critério, que concluíram: os ratos tratados por pessoas dotadas de poderes curativos apresentaram uma velocidade de cicatrização significativamente maior. (Medicina Vibracional, Ed. Cultrix, Richard Gerber, 1997).

Bernard Grad (RINDGE, 1983) mediu a cicatrização de ferimentos provocados na pele de 48 ratos divididos em 3 grupos de 16 unidades e tratados durante 40 dias. O grupo controle não foi tratado pelo "curador" voluntário, Cel. Estebany.

O segundo grupo foi submetido a calor na mesma temperatura das mãos de Estebany. O grupo por ele tratado apresentou velocidade de cicatrização estatisticamente significativa. Deduz-se que a bioenergia sutil emitida não é energia calorífica.

Qual é o conceito da água “fluidificada”? E de onde surgiu esse conceito? Temos de levar em conta o conceito do termo “água fluidificada”, oferecida atualmente nos centros espíritas, que surgiu no MEB- Movimento Espírita Brasileiro. De acordo com o dicionário, “fluido é uma substância que pode escoar (fluir)” e fluidificar significa “Fazer passar ao estado fluido”. Tendo em vista essas informações, podemos considerar que o termo “água fluidificada” está equivocado, pois a água já é um fluido.

Helmholtz em 1847 enunciou o principio da conservação de energia: “A soma da energia do universo é constante”. Isto equivale a dizer que a energia não pode ser criada e nem destruída, mas somente transformada. Se você energiza um copo de água - que não é espírito (e, portanto não guarda a mesma receptividade como num passe) ela teria obrigatoriamente que apresentar mudanças nas propriedades da água.

Em pesquisa, Bernard Grad analisou a água quimicamente para verificar se a energização (através do passe pela imposição das mãos) havia provocado alguma alteração física mensurável. Análises por espectroscopia de infravermelho revelaram a ocorrência de significativas alterações na água tratada pelo passista. O ângulo de ligação atômica da água

havia sido ligeiramente alterado, bem como a diminuição na intensidade das ligações por pontes de hidrogênio entre as moléculas de água e significativa diminuição na tensão superficial. (Medicina Vibracional, Ed. Cultrix, Richard Gerber, 1997).

Konstantin Korotkov (KOROTKOV, 1998), utilizando-se da moderna técnica GDV – Visualização da Descarga de Gás (ionizado) em torno de estruturas orgânicas e inorgânicas identificou alterações significativas, nas imagens da água tratada (Fig.2) bioenergéticamente por Allan Chumak.

Escolheu-se a água como substância de observação, levando-se em conta a tradicional afirmação nas grandes escolas espiritualistas, do seu papel de absorvedora de fluidos curativos, sua fundamental participação nos processos da natureza, principalmente nos ecossistemas orgânicos (NOGUEIRA, 1995), e finalmente pelo fato de podermos extrapolar os resultados das investigações para o sangue, a linfa e outros líquidos biológicos. Dr. Robert N. Miller (MILLER, 1977), e RINDGE, (1983), o qual se utilizou das faculdades da curadora Olga Worrall visando descobrir um processo para medir a energia curativa no que obteve sucesso, através de experiências controladas de medição da sua capacidade de "reduzir a Tensão Superficial da água".

A água é capaz de reter campos magnéticos? Estudando mais a fundo as tipologias da água, destacamos as seguintes para uma análise mais profunda:

Água destilada

A água constituída, exclusivamente, por hidrogênio e oxigênio. Origina-se na natureza quando se forma a chuva, ou é produzida em laboratório. Esta água é imprópria para consumo uma vez que não possui os sais necessários ao organismo humano.

Água mineral

A água que dissolve uma grande quantidade de sais minerais quando do seu percurso pela natureza. Normalmente, adquire cheiros, cores e gostos característicos o que permite classificá-la em vários tipos.

Os sais dissolvidos e ionizados presentes na água transformam-na num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma relação de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade elétrica, pode-se estimar o teor de sais pela medida de condutividade de uma água. Ou seja, quanto mais sais minerais a água conter, maior será sua capacidade de conduzir eletricidade.

Face ao exposto entendemos que a água mineral, sendo um condutor elétrico, pode-se considerar que ela é capaz de produzir campos magnéticos quando induzida, porém somente o recipiente poderia reter o campo magnético - recipientes específicos.

Conclusões:

No ritual, preconizado pelo movimento espírita brasileiro, de receber passes e beber água magnetizada, um dos fatores que se pode levar em consideração é a influência psicológica, que tem o poder de agir do inicio ao fim no processo; do magnetizador ao Espírito, até o paciente. O fator psicológico não é causa nem conseqüência, mas pode ser um elemento alterador dos resultados. Pode-se, ainda, considerar que o termo água fluidificada seja equivocado, pois a água, como definição física, já é um fluido. O termo surgiu no MEB - Movimento Espírita Brasileiro -, e o entendimento é de que água magnetizada seria aceito, porque a água não é capaz de reter campos magnéticos, mas ela pode ser magnetizada, segundo as pesquisas realizadas.

A ação de reter um campo magnético é diferente da ação de magnetizar. Os passes praticados em rituais na maioria das casas espíritas estão em sintonia com técnicas criadas da literatura oriental, afastando-se dos conceitos, experimentos e pareceres emanados nas obras Kardequianas, nas pesquisas de Mesmer e nas orientações dos Espíritos. Assim como todos somos médiuns, mas nem todos têm a capacidade mediúnica nesta encarnação, qualquer indivíduo é um magnetizador, mas nem todos tem a capacidade magnetizadora. Além da capacidade magnetizadora, é desejável que tenha o conhecimento necessário sobre Magnetismo Animal e sobre a influência da saúde física e moral no processo de magnetização, pois são fatores que alteram a qualidade dos efeitos. A Codificação explica que se pode magnetizar somente com o olhar, sem tocar ou até exclusivamente por ato da vontade. Essas são informações importantes e por esse motivo se faz necessário um treinamento da faculdade. Ter maior conhecimento facilita e impede que os magnetizadores sejam condicionados aos rituais, sem o entendimento dos "porquês", realizando práticas desnecessárias.

REFERÊNCIAS

Kardec, Allan ; A Gênese (1868)- Curas, Capítulo XIV.

___________ O Livro dos Espíritos (1857)- Principio Vital, Capítulo IV e Emancipação da Alma, Capitulo VIII.

___________ O Livro dos Médiuns (1861)- Médiuns Curadores, Capítulo XIV.

___________ Revista Espírita Janeiro de 1864- Médiuns Curadores.

___________ Revista Espírita Setembro de 1865- Cura Pela Magnetização Espiritual 

Filme - Magnetismo Selvagem Dr. Mesmer. 

Wikipedia, a Enciclopédia livre:

Bioeletricidade. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioelectricidade

Magnetismo Animal. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnetismo_animal

Magnetostática. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnetost%C3%A1tica

Monografia: Magnetismo, Vitalismo e o Pensamento de Kardec - Ademar Arthur C. dos Reis- CPDoc.

Fonte: Núcleo Espírita de Filosofia e Ciências Aplicadas - NEFCA - http://www.nefca.org.br/artigo/agua-fluidificada-e-passes-curadores-o-mito-e-ciencia

segunda-feira, 19 de março de 2012

Magnetización en los Tiempos Modernos - El Agua Fluidificada


Por Maria Ribeiro

Nadie puede negar las  dañinas  influencias desde el nacimiento del Espiritismo que quisieron imponerse, siendo muchas de ellas, infelizmente, asimiladas y defendidas, hasta aun mismo por esas personas respetables, dado a la invigilância  en la que muchos se dejan envolver. Además, de que las circunstancias del globo facilitan las interferencias nada deseables y solo a mucho costo se consigue divisar  la maravillosa luz de la Verdad que apunta e invita para nuevas perspectiva.

Se pregunta como de una ciencia perfectamente positiva puede surgir creencias  tan tacañas que insultan a la razón más superficial, que la mínima sensatez es capaz de disuadir.

En contrapartida, la excesiva precaución generó  el extremo opuesto,  y palabras y expresiones de la Codificación son utilizadas para contradecirse a sí mismas, con el torpe propósito de almacenar vanidosas suposiciones  particulares.

Hablando en sí de Espiritismo no se puede despreciar la contribución de otras ciencias, tomando por base el ítem 17  del primer capítulo de La Génesis que dispara:

Todas las ciencias se encadenan y se suceden en un orden racional; ellas nacen unas de las otras a la medida que encuentran un punto de apoyo en las ideas y conocimientos anteriores.”

El conocimiento de la Química auxilia en el entendimiento de algunos puntos que acabaron por tornarse en el medio espirita. Uno de ellos dice respecto a las incomprendidas  acciones del magnetismo. Si bien es cierto que la luz ingenua leve al principio de ls superstición, de los ritualismos y de los dogmatismos, no se puede por eso crear una barrera que niega definitivamente cualquier idea, sin antes haber buscado la refutación. Más allá de eso esta es una recomendación esencialmente doctrinarias, olvidada por los extremistas temerosos en la postura anticientífica.

El desconocimiento de las cosas torna al hombre esclavo de la superstición, y aunque el Espiritismo  de todo hable sin rodeos, hay siempre quien quiere permanecer aun en el  escalón de la  fantasía. Cuando se  trata del asunto en cuestión – el magnetismo – no es diferente, siendo perfectamente  observables hechos inconvenientes para no decir ridículos.

En el movimiento espirita dos procedimientos que envuelven al magnetismo se tornaron  muy comunes: el pase y la fluidificación del agua. Hay los que desconocen  ser el pase un método terapéutico, analizado por Kardec y ahí los que creen  ser algo  meticuloso, y por eso mismo,  lo rodean de formas ritualistas, con dichos extravagantes en número determinado  de veces, Etc. el mismo se da con el agua  fluidificada o magnetizada.  Hay los adeptos que unen ambos, ritual izando el procedimiento: un pequeño vaso de agua fluidificada  y después el pase. 

El asunto en pauta, sin embargo, dice respecto exclusivo al agua. Entonces, se recuerda  de una observación de la Química que esclarece que la molécula de agua  es de los cuerpos más susceptibles de absorber energías dependiendo de la frecuencia ambiente. Ahora, si la molécula  de agua tiene esta propiedad, parece que la  fluidificación, o aun, la energizaciòn de la misma puedan de hecho ocurrir, no teniendo nada de anti-doctrinario, es un hecho químico. A menos que se admita la inexistencia de la energía,  o de los fluidos. Y así también, se derrumbaría una premisa  de una ciencia tan positiva como la propia Doctrina Espirita. De este modo, se está delante de un hecho puramente natural.

Si el agua tiene esta propiedad en el más alto grado, se deduce que otros cuerpos la tengan en menor grado, variando al infinito. Más aquí es necesario observar las circunstancias que podrían ocurrir estas absorciones, pues nadie es tonto lo bastante para no creer en las peculiaridades individuales de cada uno de los cuerpos de la naturaleza, inclusive tratándose de los seres vivos, como el hombre.

Kardec en el capitulo XIV de La Génesis describe los fluidos como sustancia desprovista de cualidades propias, capaces de adquirirlas conforme el medio ambiente, o por otra, conforme aquellas formadas por el tenor de los pensamientos y sentimientos  que dominen.  Siguiendo esta línea de raciocinio, no parece muy irreal que el agua, obedeciendo a una ley natural, absorba los fluidos que puedan proporcionar  un alivio orgánico o un confort moral para aquellos que ansían por este resultado. Una cuestión suscitada: ¿Si el agua absorbe energías, por qué no podría ser esta energía saludable?

De ahí, se sigue que: primero – comprobadamente el agua tiene la propiedad de absorber energía; segundo – esta energía puede ser algo benéfico. Al ser bebida, este líquido entrará en contacto con otros líquidos corpóreos, se indaga: ¿en esta interacción, es o no posible que estos líquidos corpóreos también absorban las energías del líquido que fue ingerido? ¿Si esto es posible, también no sería si, una vez entrando para la circulación, si concentrasen en un órgano enfermo, así como hacen los remedios? Esta es una cuestión, como tantas otras, que precisa de respuesta. No una respuesta basada  en una opinión particular, más si basada  en una positividad científica. ¿Al final, con base aun en el magnetismo, no será creíble que, hasta cierto punto, un órgano enfermo “cree” en a su alrededor  un campo de atracción, obviamente, para todo lo que fuera contrario a su estado de debilidad? En verdad, no el órgano, más si la Mente es la que haría que se “crease” un campo magnético en torno del órgano o de la estructura que precisase reajuste, pues el organismo busca  todo el tiempo su equilibrio, siempre creando mecanismos de defensa, de lucha y de reparo.

Analizando las curas del Maestro Jesús, en el capitulo XV de la  obra anterior, Kardec didácticamente encuadra algunos  casos, según lo que juzgo por  fenómenos parecidos. Se citan dos casos para ilustrar:

A respecto del paralitico de la piscina, Kardec  admite que posiblemente las aguas de aquel pozo tuviesen propiedades curativas.  Así el Maestro francés expone:

“Según la creencia vulgar, ese movimiento era el más favorable de las curas; tal vez , en realidad, en el momento de su emisión, el agua tuviese una propiedad más activa, o que la agitación producida por el agua hiciese venir a la superficie de la vasa beneficiosa para ciertas enfermedades. tales efectos son muy naturales y perfectamente conocidos en la actualidad…

A respecto de la cura del ciego de nacimiento, estudiada en los ítems 24  y 25, Kardec explica:

“En cuanto al medio empleado para curarlo, es evidente que la especie de lama hecha con la saliva y la tierra no podía tener virtud sino por la acción del fluido curador del cual ella estaba impregnada;  es así que las sustancias las más insignificantes, el agua, por ejemplo, pueden adquirir cualidades poderosas y eficientes bajo la acción del fluido espiritual o magnético al cual ellas sirven de vehículo, o s quisieran, de reservatorio.”

Kardec también trata en este mismo capítulo, por la misma vía magnética, sobre la cura de las obsesiones, las resurrecciones y otros hechos que pasaron por milagros. 

“Es también por el bien que practica, que el Espiritismo prueba su misión providencial. El cura los males físicos, más cura sobretodo las molestias morales  y ahí están los mayores prodigios  mediante los cuales el se afirma… “Con este habla, Kardec actualmente advierte a los adeptos para que pongan frenos en sus intentos de querer explicar todo a su propia manera. El estudio del espiritismo hace al hombre conocedor de sus poderes psíquicos, y espera que estos sean puestos al servicio de la causa cristiana, sin los preconceptos que la mente humana es capaz de engendrar. 

El Libro de los espíritus –cometario de la cuestión 70; La génesis – capítulos XIV y XV; el Evangelio Según El Espiritismo- cap. XIX, cap. XCXVII, ítems 9, 10 y 11

Tradução: Mercedes Cruz

Clique aqui para ler a versão em português.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Magnetização nos tempos modernos - A água fluidificada


Por Maria Ribeiro

Ninguém pode negar que danosas influências desde o nascedouro do Espiritismo quiseram se impor, sendo muitas delas, infelizmente, assimiladas e defendidas, até mesmo por pessoas respeitáveis, dada a invigilância em que muitos se deixam envolver. Aliás, as atuais circunstâncias do globo facilitam as interferências nada desejáveis e só a muito custo consegue-se enxergar que a luz maravilhosa da Verdade aponta para novas e convidativas perspectivas.

Pergunta-se como que de uma ciência perfeitamente positiva pôde surgir crenças tão tacanhas que insultam a razão mais superficial, que a mínima sensatez é capaz de dissuadir.

Em contrapartida, a excessiva precaução gerou o extremo oposto, e palavras e expressões da Codificação são utilizadas para contradizerem-se a si mesmas, com o torpe propósito de embasarem vaidosas suposições particulares.

Em se falando de Espiritismo não se pode desprezar a contribuição de outras ciências, tomando por base o item 17 do primeiro capítulo de A Gênese que dispara: 

“Todas as ciências se encadeiam e se sucedem numa ordem racional; elas nascem umas das outras à medida que encontram um ponto de apoio nas idéias e conhecimentos anteriores.”

O conhecimento da Química auxilia no entendimento de alguns pontos que acabaram por se tornar polêmicos no meio espírita. Um deles diz respeito às incompreendidas ações do magnetismo. Embora seja fato que a ingenuidade leve ao precipício da superstição, dos ritualismos e dos dogmatismos, não se pode por isso criar uma barreira que negue definitivamente qualquer ideia, sem antes ter buscado a contraprova. Aliás, esta é uma recomendação essencialmente doutrinária, esquecida pelos extremistas teimosos na postura anti-científica. 

O desconhecimento das coisas torna o homem escravo da superstição, e embora o Espiritismo de tudo fale sem rodeios, há sempre quem queira permanecer ainda no degrau da fantasia. Quando se trata do assunto em questão – o magnetismo – não é diferente, sendo perfeitamente observáveis fatos inconvenientes para não dizer ridículos. 

No movimento espírita dois procedimentos que envolvem o magnetismo se tornaram muito comuns: o passe e a fluidificação da água. Há os que desconhecem ser o passe um método terapêutico, analisado por Kardec* e há os que acreditam ser algo miraculoso, e por isso mesmo, o rodeiam de formas ritualísticas, com dizeres extravagantes em número determinado de vezes, etc. O mesmo se dá com a água fluidificada ou magnetizada. Há os adeptos que unem ambos, ritualizando o procedimento: um copinho de água fluidificada após o passe. 

O assunto em pauta, porém, diz respeito exclusivo à água. Então, recorde-se de uma observação da Química que esclarece que a molécula de água é dos corpos o mais suscetível de absorver energia dependendo da freqüência ambiente. Ora, se a molécula de água tem esta propriedade, infere-se que a fluidificação, ou ainda, a energização da mesma possa de fato ocorrer, nada tendo de anti-doutrinário, é um fato químico. A menos que se admita a inexistência da energia, ou dos fluidos. E também assim, derrubar-se-ia uma premissa de uma ciência tão positiva quanto a própria Doutrina Espírita. Deste modo, está-se diante de um fato puramente natural.

Se a água tem esta propriedade no mais alto grau, deduz-se que outros corpos a tenham em graus menores, variando ao infinito. Mas aqui é necessário observar as circunstâncias que poderiam ocorrer estas absorções, pois ninguém é tolo o bastante para não crer nas peculiaridades individuais de cada um dos corpos da natureza, inclusive em se tratando dos seres vivos, como o homem.

Kardec no capítulo XIV de A Gênese descreve os fluidos como substância desprovida de qualidades próprias, capazes de adquiri-las conforme o meio ambiente, ou por outra, conforme aquelas formadas pelo teor dos pensamentos e sentimentos que dominem. Seguindo esta linha de raciocínio, não parece muito irreal que a água, obedecendo a uma lei natural, absorva os fluidos que possam proporcionar um alívio orgânico ou um conforto moral para aqueles que anseiam por este resultado. Uma questão é suscitada: Se a água absorve energia, porque não poderia ser esta energia algo salutar?l

Daí, segue-se que: primeiro – comprovadamente a água tem propriedade de absorver energia; segundo - esta energia pode ser algo benéfico. Ao ser bebida, este líquido entrará em contato com outros líquidos corpóreos, indaga-se: nesta interação, é ou não é possível que estes líquidos corpóreos também absorvam as energias do líquido que foi ingerido? Se isto é possível, também não seria se, uma vez entrando para a circulação, se concentrassem num órgão doente, assim como o fazem os remédios? Esta é uma questão, como tantas outras, que precisa de resposta. Não uma resposta baseada numa opinião particular, mas baseada na positividade científica. Afinal, com base ainda no magnetismo, não será crível que, até certo ponto, um órgão doente “crie” em torno de si um campo de atração, obviamente, para tudo o que for contrário ao seu estado de debilidade? Na verdade, não o órgão, mas a Mente é que faria que se “criasse” um campo magnético em torno do órgão ou da estrutura que precisasse de reajuste, pois o organismo busca a todo o tempo o seu equilíbrio, sempre criando mecanismos de defesa, de luta e de reparo.

Analisando as curas do Mestre Jesus, no capítulo XV da obra supracitada, Kardec didaticamente enquadra alguns casos, segundo o que julgou por fenômenos parecidos. Citar-se-á dois casos para ilustrar. 

A respeito do paralítico da piscina, Kardec admite que possivelmente as águas daquele poço tivessem propriedades curativas. Assim o Mestre francês se expõe: 

“Segundo a crença vulgar, esse movimento era o mais favorável às curas; talvez, na realidade, no momento de sua emissão, a água tivesse uma propriedade mais ativa, ou que a agitação produzida pela água fizesse vir à tona a vasa salutar para algumas moléstias. Tais efeitos são muito naturais e perfeitamente conhecidos na atualidade...”

A respeito da cura do cego de nascença, estudada nos itens 24 e 25, Kardec explica: 

“Quanto ao meio empregado para o curar, é evidente que a espécie de lama feita com a saliva e a terra não podia ter virtude senão pela ação do fluido curador do qual ela estava impregnada; é assim que as substâncias as mais insignificantes, a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e eficientes sob a ação do fluido espiritual ou magnético ao qual elas servem de veículo, ou se quiserem, de reservatório.”

Kardec também trata neste mesmo capítulo, pela mesma via magnética, sobre a cura das obsessões, as ressurreições e outros fatos que passaram por milagres. 

“É também pelo bem que pratica, que o Espiritismo prova sua missão providencial. Ele cura os males físicos, mas cura sobretudo as moléstias morais e aí estão os maiores prodígios mediante os quais ele se afirma...” Com esta fala, Kardec atualmente adverte os adeptos para que ponham freios em seus intuitos de tudo quererem explicar à própria maneira. O estudo do Espiritismo faz o homem conhecedor dos seus poderes psíquicos, e espera que estes sejam postos a serviço da causa cristã, sem os preconceitos que a mente humana é capaz de engendrar .

*O Livro dos Espíritos – comentário da questão 70; A Gênese – capítulos XIV e XV; O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. XIX item 5, cap. XXVII itens 9,10 e 11.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Questões sobre a Água Fluidificada

Por Alexandre Fontes da Fonseca

A água fluidificada é um recurso freqüentemente utilizado em diversas casas espíritas para complementar o tratamento através dos passes. Embora muitos centros espíritas ofereçam um copinho de água ao público após o passe, a utilidade da água fluidificada se verifica em casos de maior necessidade onde, por exemplo, o assistido é incapaz de se manter em equilíbrio espiritual pelo tempo necessário até a próxima sessão de passes. Via de regra, as pessoas não precisam tomar água fluidificada, pois os fluidos recebidos através do passe e das vibrações, ou simplesmente pelo próprio fato de estarem presentes em um ambiente harmonioso, são suficientes para ajudá-las a se manterem em equilíbrio [1]. Apesar de ser inofensiva e benéfica, a distribuição indiscriminada de água fluidificada para o público pode acarretar alguns inconvenientes. Por exemplo [1], criar nos assistidos uma dependência pela água fluídica; começarem os assistidos a trazer grande número de vasilhames para fluidificação; fazer supor que se esteja ministrando algum tipo de substância à água, podendo alguns atribuírem, indevidamente, à água fluidificada que receberam no centro, alguma indisposição que possam vir a ter posteriormente, devido a outras causas particulares. Nunca é demais lembrar que o corpo humano é aproximadamente 70% composto por água que, naturalmente, é suscetível de ser fluidificada pelo contato com os bons fluidos do passe ou de um ambiente harmonioso. Um copinho d’água acrescentaria menos de 1% ao volume de água de nosso organismo.

Aqui, estamos interessados em discutir questões de ordem científica a respeito da fluidificação da água. Encontramos em Kardec várias menções ao fato da água ser uma substância suscetível de se impregnar com fluidos espirituais. Por exemplo, ao analisar a passagem do Evangelho de São João (Cap. IX, vv. 1-34) em que Jesus cura um cego de nascença usando lama formada com sua saliva, Kardec diz (item 25, Cap. XV de A Gênese [2]) que “as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório.”

Esse tipo de argumento feito por Kardec é de grande valor científico, porque se baseia nas informações oriundas dos espíritos superiores que trabalharam na Codificação, tendo sido satisfeito o critério do consenso universal. Portanto, não está em questão a nossa certeza de que a água tem a propriedade de absorver os fluidos espirituais ambientes ou conscientemente direcionados a ela. Também não questionaremos a eficácia do uso da água fluidificada no tratamento de determinados tipos de desequilíbrios já que alguns livros como o de Michaelus [3] traz substanciosos exemplos. Desejamos aqui, apresentar, com base em conceitos científicos atuais, algumas questões importantes que possam orientar futuros trabalhos de pesquisa sobre o processo de fluidificação da água. Logicamente, não esgotaremos o assunto, mas os exemplos que apresentaremos servirão de modelo para outros tipos de questionamento. Aproveitaremos, ainda, para comentar sobre a equivocada conclusão de que “o fenômeno de absorção de fluidos pela água foi provado cientificamente” com base nos trabalhos de pesquisa do Dr. Masaru Emoto [4] sobre a formação de cristais de água.

Como ponto de partida para nossa discussão, utilizaremos a seguinte afirmativa de Bezerra de Menezes no livro da referência [5]: “A água, em face da constituição molecular, é elemento que absorve e conduz a bioenergia que lhe é ministrada. ” (Cap. 3, p. 40).

A água é formada por moléculas de H­­­2O que possuem uma estrutura cujo formato depende de uma série de fatores. Quando se lê na afirmativa de Bezerra, a expressão “constituição molecular” o cientista não percebe apenas o fato da molécula de água ser formada por dois átomos de Hidrogênio e um de Oxigênio. O cientista, químico ou físico, levará em conta as diversas propriedades dessa molécula. Por exemplo, as duas ligações O-H formam um ângulo de aproximadamente 104,5º entre si. A distância entre os átomos de Oxigênio e Hidrogênio é da ordem de 10-9m (essa distância é igual a 1 metro dividido por 1 bilhão). Essas características e outras propriedades fazem com que a molécula de água seja polar, isto é, ela possui uma polaridade elétrica. Como conseqüência, as moléculas de água são atraídas umas pelas outras assim como outras moléculas polares são também atraídas ou repelidas pela água. Acrescenta-se a isso o efeito de determinados tipos de condições físicas como a temperatura e pressão, e veremos como um simples copo d’água pode se tornar um sistema bastante complexo. Um dos primeiros questionamentos que um cientista espírita pode fazer é: que fatores relativos à constituição molecular da água são os mais importantes para o processo de fluidificação da mesma?

Antes de pensar em respostas, o cientista buscará mais pistas para o seu trabalho de pesquisa. Encontramo-las na afirmativa citada de Bezerra de Menezes “... é elemento que absorve e conduz a bioenergia que lhe é ministrada”, e que isso ocorre devido à “constituição molecular da água”. Isso nos leva a uma nova pergunta: que fatores relativos à constituição molecular da água permitem que ela possa absorver, armazenar e conduzir algum tipo de energia? Essa pergunta, agora, possui uma orientação para o trabalho de pesquisa.

O físico, por exemplo, lembrará que a teoria quântica prevê que as trocas de energia entre os objetos microscópicos ocorrem através dos quanta, isto é, de pequenos pacotes finitos de energia. Além disso, a energia fica armazenada em cada sistema de acordo com os graus de liberdade que possui. No caso da molécula de água, temos diversos tipos de graus de liberdade. Por exemplo, energia pode ser armazenada através da mudança do ângulo entre as ligações de O-H; através da mudança da distância entre os átomos de Oxigênio e Hidrogênio; através de oscilações diversas entre os átomos que compõem a molécula; através de movimentos de rotação da molécula ou entre partes dela; através de movimentos entre diferentes moléculas; etc.

Todo esse raciocínio decorre de conhecimentos de ordem científica material. Como espíritas, sabemos que os fluidos espirituais estão envolvidos no processo de fluidificação da água. Assim, questões extras surgem à mente do cientista espírita pois a afirmativa de Bezerra é constituída de conceitos científicos de ordem material. Por exemplo, seriam os fluidos espirituais outras formas de energia que podem ser transformadas em energias materiais conhecidas ? Pode o perispírito absorver os quanta de energia materiais armazenadas nos graus de liberdade da molécula de água ? Se os fluidos espirituais são formas de energia que não podem ser transformadas em energias materiais, por que a constituição molecular da água, que é uma característica material, favorece a absorção e condução de bioenergia ? Por que Bezerra usou a expressão “bioenergia” já que essa palavra possui múltiplos significados ? Não é nosso objetivo aqui responder essas questões, pois elas requerem um amplo e minucioso trabalho de estudo, pesquisa e meditação. Em ciência, as respostas jamais são apresentadas com base, apenas, em opinião própria ou intuição. Uma completa explicação de cada resposta precisa ser apresentada.

Cabe aqui um comentário sobre algumas teses baseadas na existência de átomos fluídicos ou do tipo psi. Andrade [6] e Mello [7] defendem a idéia de que as moléculas materiais possuem uma versão psi que existiria em alguma dimensão diferente não acessível aos instrumentos dos cientistas. Existe uma boa lógica em tais propostas, mas devido à dificuldade em verificá-las experimentalmente, o cientista espírita deve tomar cuidado em não considerar esses modelos como base para suas respostas, pois em ciência nunca se utiliza algo ainda desconhecido para explicar uma coisa que ainda é desconhecida.

A seguir, apresentaremos um pequeno comentário originalmente publicado por nós no Jornal Alavanca de Campinas [8] (reproduzido em site) [9]), sobre o valor científico do trabalho de pesquisa do Dr. Masaru Emoto a respeito da formação de cristais de água.

Cristais de água fluidificada: sem valor científico

Um pesquisador japonês, Dr. Masaru Emoto, afirma ter provado que pensamentos e sentimentos interferem no processo de cristalização da água. Ele afirma que a estrutura cristalina da água é afetada pela “energia de vibração” de pensamentos, atos, e até mesmo de palavras e músicas [4,10]. No artigo da referência [8], discutimos a falta de valor científico do trabalho do Dr. Masaru Emoto. Nos baseamos em argumentos de ordem científica e espírita.

Questionamos o fato do Dr. Emoto não ter publicado em revista científica nenhum trabalho sobre processos de cristalização da água, mesmo sem nenhuma relação a aspectos místicos ou religiosos. Emoto divulga seu trabalho através de livros particulares e através de “homepages” próprias [10]. Um artigo publicado em revista científica internacional, mesmo que de parâmetro de impacto relativamente baixo, permitiria que outros pesquisadores e cientistas que trabalham com o estudo das propriedades da água e com processos de cristalização ou congelamento da água, pudessem analisar os resultados do Dr. Emoto e repetir suas experiências para confirmar ou não seus resultados. Um resultado somente é considerado como cientificamente aceito ou comprovado quando outros cientistas obtêm os mesmos resultados através de experimentos iguais ou diferentes.

Questionamos, também, a inconsistência de alguns resultados divulgados pelo Dr. Emoto à luz dos conhecimentos espíritas. Por exemplo, Emoto diz que uma amostra de água cujo recipiente possui uma etiqueta com a palavra HITLER, produzirá cristais com estrutura amorfa, sem padrões de simetria e com aspecto desagradável ao olhar. Se, ao contrário, a palavra for AMOR ou o nome de alguma personalidade boa, como JESUS por exemplo, os cristais que se formam são simétricos e bonitos [10]. Nosso argumento se baseia no fato de que: i) existem pessoas com nome ou sobrenome Hitler; ii) essas pessoas não são más só por causa do nome; iii) as mães dessas pessoas vibram amor por elas. Um frasco contendo água com um rótulo escrito HITLER, se colocado em presença da mãe de uma pessoa chamada Hitler, por exemplo, vai receber dela vibrações de amor. Se esse frasco for colocado na frente de uma pessoa de origem judia, a carga fluídica será negativa. Portanto, o nome HITLER escrito no rótulo de uma amostra de água não terá efeito sobre a sua cristalização porque esse conjunto de letras não tem valor, se uma mente não lê-las e não houver uma “vibração” direcionada para a amostra de água. Assim, a conclusão de que uma palavra estampada num rótulo tem o poder de influenciar as moléculas de água é ilógica, segundo os princípios espíritas.

Referências

[1] Terezinha Oliveira, Fluidos & Passes, Editora EME (1995).

[2] A. Kardec, A Gênese, FEB, 36ª Edição (1995).

[3] Michaelus, Magnetismo Espiritual, FEB, 2ª Edição (1967).

[4] M. Emoto, The Message from Water, Vol. I, Ed. Hado Kyoiku Sha (1999).

[5] D. P. Franco, pelo espírito de M. P. de Miranda, Loucura e Obsessão, FEB (1990).

[6] H. G. Andrade, Psi Quântico, Uma Extensão dos Conceitos Quânticos Atômicos à Idéia do Espírito, Ed. Pensamento, 9ª Edição (1993).

[7] J. Mello, O Passe, Seu Estudo, Suas Técnicas, Sua Prática, FEB, 2ª Edição (1992).

[8] A. F. da Fonseca, “Mensagem” dos cristais de água: cientificamente NÃO comprovado!, Jornal Alavanca 489, Janeiro (2004).

[9] http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo172.html

[10] http://www.hado.net e http://thank-water.net

Fonte: Publicado no Jornal Espírita 354, Fevereiro, p. 9, 2005.