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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Água Fluidificada e Passes Curadores - O Mito e a Ciência


Por Andressa de Oliveira Dias

Em todos os tempos da história temos relatos os mais diversos sobre curas milagrosas usando a imposição das mãos. A Bíblia talvez seja o livro mais famoso que narra as mais diferentes curas: “E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe dizendo: Quero. Fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo de sua lepra”. (Mateus, Cap. VIII, v. 3). Nos povos indígenas, a figura do Pajé se mostra um grande curador que utiliza suas mãos para tal. As Bezendeiras que fazem parte da cultura popular, também possuem seus métodos de cura, e um grande prestígio, em especial nas cidades interioranas. No oriente, relatos mais antigos que a bíblia nos remete a religiosos que curavam as mais diversas mazelas utilizando-se somente das mãos, inclusive uma prática que se originou no oriente: o Reike, terapia que utiliza principalmente a imposição das mãos, assim como o Karuna. A Cura Prânica, também é uma terapia que utiliza as mãos para curar.

Franz Anton Mesmer foi um dos primeiros a pesquisar cientificamente esta prática. Médico austríaco, criador da teoria do magnetismo animal conhecida pelo nome de Mesmerismo, nasceu a 23 de maio de 1734 em Iznang, em uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena. Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que delas se desprende um fluido que alcança o doente. Declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, estendia o benefício a maior número de pessoas, magnetizando a água, pratos, etc. Cujo contato submetia os enfermos. Inventada a cuba mesmérica (Fig.1), passou a atender 30 pacientes por sessão, 300 diariamente. A cuba consistia num recipiente com água magnetizada, do qual saiam numerosas varas de ferro, em cujos extremos pontiagudos se prendiam os doentes, colocando estas pontas em suas partes enfermas

Produziam-se, então, variadas reações nervosas ou histéricas, com efeitos curativos em muitos casos. Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas ele acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos. Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que esta é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.

Atualmente no Brasil esta prática é muito difundida nos centros espíritas espalhados por todo o país, juntamente com a administração de "água fluidificada"; observam-se várias formas de aplicação de passes, como é chamado o ato nos centros espíritas. O Codificador da Doutrina reflete:

O magnetismo preparou o caminho para o Espiritismo, e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à vulgarização das idéias acerca da primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há senão um passo; sua conexão é tal, que é, por assim dizer, impossível falar de um sem falar de outro. (Kardec, Allan. Revista Espírita, 1858).

Kardec ainda esclarece:

O Espiritismo e o Magnetismo (Animal) nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice (Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos, questão 555).

Certas pessoas têm realmente o dom de curar por simples contato?

– O poder magnético pode chegar até isso, quando é secundado pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos auxiliam. Mas é necessário desconfiar da maneira por que as coisas são contadas, por pessoas muito crédulas ou muito entusiastas, sempre dispostas a ver o maravilhoso nas coisas mais simples e mais naturais. É necessário também desconfiar dos relatos interesseiros, por parte de pessoas que exploram a credulidade em proveito próprio. (Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos, questão 556).

É comum pessoas que assistem às palestras espíritas tomarem o passe e beberem da água ao final das palestras, como em um ritual, mas qual é o conceito da água “fluidificada”? E de onde surgiu esse conceito? A água é capaz de reter campos magnéticos? O fator psicológico altera os resultados? E os passes ditos espíritas, estão de acordo com os conceitos vistos nas obras dos Espíritos? É realmente necessário um curso de passe e qualquer um pode ser passista? O mérito moral realmente influencia no processo de cura? Qual é a visão científica dos dois temas?

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Washington (EUA), com base em cerca de trinta teses de doutoramento, foi atribuído ao Toque Terapêutico, em 1994, a comprovação da sua eficácia como terapia alternativa.

Em 1975, Dolores Krieger demonstrou os efeitos do toque terapêutico através da medição de índices fisiológicos em seres humanos após estudos laboratoriais. Comprovou que após a imposição de mãos ocorrem significativas alterações fisiológicas em doentes hospitalizados em diferenciados casos clínicos. Este estudo foi publicado na Revista Americana de Enfermagem, em 1979, sob o título de “Therapeutic touch: searching for evidence of physiological change” (Toque Terapêutico: busca por evidências de mudanças fisiológicas).

Verifica-se, até os dias de hoje, a existência de cargas magnéticas - de monopolos magnéticos - na natureza. Eis, pois, que surge a questão: qual a causa primária responsável pelos fenômenos magnéticos observados na natureza? A resposta é simples: cargas elétricas em movimento, ou seja, correntes elétricas. Todo magnetismo conhecido atrela-se de alguma forma à presença de cargas elétricas em movimento.

A escolha de sistemas envolvendo apenas cargas em movimento retilíneo uniforme é geralmente assumida quando se estuda o magnetismo, em virtude de que em sistemas envolvendo cargas elétricas aceleradas, haverá ainda um terceiro fenômeno envolvido: a emissão de ondas eletromagnéticas. Tal fenômeno resume-se geralmente na seguinte sentença: "cargas elétricas aceleradas irradiam". A necessidade de se considerar as interações oriundas da radiação presente em tais sistemas certamente torna-os mais complexos, sendo estes estudos no contexto do eletromagnetismo. O estudo dos fenômenos associados à interação magnética em sistemas envolvendo apenas cargas elétricas em movimento retilíneo uniforme - ou em sistemas onde a quantidade total de onda eletromagnética irradiada pode ser desprezada - é geralmente designado por Magnetostática.

Em essência, todo magnetismo conhecido atrela-se de alguma forma à presença de cargas elétricas em movimento. Mesmo em ímãs naturais, materiais onde não se verifica a presença de correntes macroscopicamente mensuráveis em suas estruturas, tal afirmação é valida.

Correntes elétricas é a fonte primária de campos magnéticos. É certamente necessário, pois que, dada uma distribuição de corrente conhecida, se possa calcular o campo magnético por ela produzido em um determinado ponto escolhido do espaço ao seu redor. Células biológicas usam a bioeletricidade para armazenar energia metabólica, fazer trabalho ou desencadear mudanças internas, entre um sinal elétrico e outro. Entramos aqui na Ciência do Bioeletromagnetismo, que é o resultado da ação da corrente elétrica produzida por potenciais de ação, junto com os campos magnéticos gerados pelo fenômeno de indução eletromagnética.

O campo magnético, afeta cada átomo do seu corpo. Os elétrons nos átomos giram em torno do núcleo. Aumentando o campo magnético presente junto do átomo, a velocidade dos elétrons orbitais aumenta e os elétrons de valência começam a pular para órbitas de maior energia. O átomo começa a vibrar com maior intensidade, num movimento chamado de precessão. A precessão resulta no aumento da ação molecular, causada pelo aumento do campo magnético. Isto cria uma órbita cônica para certos elétrons. O resultado líquido desse aumento na atividade molecular é um aumento na transferência de elétrons, que é a base de toda as reações químicas em nosso corpo. Esta é a razão porque uma diminuição no campo magnético leva a uma menor atividade molecular e a um decréscimo de enzimas no nosso corpo.

Em resumo: campo magnético mais elevado aumenta o movimento de elétrons e prótons, o que leva ao aumento da atividade molecular, resultando em reações químicas mais eficientes, o que funciona como um catalisador para melhorar as funções de nosso corpo.

Em 1829, CLOQUET faz o primeiro relato da utilização do mesmerismo como anestesia, procedendo à amputação de uma mama, método já utilizado por DUBOIS (1797) e RECAMIER (1821). James ESDAILLE (1808-1959) tornou-se um dos maiores magnetizadores, inspirado nas técnicas de ELLIOTSON. Cirurgião, trabalhou num hospital mesmérico em Calcutá, Índia, onde realizou milhares de pequenas cirurgias e 300 de grande porte sem dor, pelo magnetismo, com diminuição impressionante dos índices de mortalidade. Não empregava a sugestão verbal, mas o passe e a insuflação magnética, obtendo estados profundos de letargia, catalepsia, sonambulismo e insensibilidade. James, concluiu que: O mesmerismo é uma força natural do organismo humano, que afeta diretamente o sistema nervoso muscular; que a administração crônica do mesmerismo atua como um utilíssimo estimulante da debilidade funcional; que a água pode ser carregada com fluído magnético e tem um poderoso efeito sobre o sistema; que a influência mesmérica pode se transmitida através do ar a considerável distância. - ESDAILLE J. Cirurgia mayor e menor bajo hipnosis. Ed. Crespilil Buenos Aires, 1959.

Nesse trecho de O Livro dos Espíritos, questão 483, temos a resposta que o magnetismo atua no sistema nervoso central: Qual a causa da insensibilidade física que se verifica, seja entre certos convulsionários, seja entre outros indivíduos submetidos às torturas mais atrozes? – Entre alguns é um efeito exclusivamente magnético, que age sobre o sistema nervoso da mesma maneira que certas substâncias. Entre outros, a exaltação do pensamento embota a sensibilidade, pelo que a vida parece haver-se retirado do corpo e se transportado ao Espírito. Não sabeis que, quando o Espírito está fortemente preocupado com uma coisa, o corpo não sente, não ouve e não vê? (Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos).

Segundo LANTIER, em 1892, foi criada por uma espírita eminente uma escola prática de magnetismo e de massagem, admitida pelo governo francês. Frente à reação dos médicos, um novo projeto sobre o exercício da medicina foi discutido pelo Parlamento, levando os espíritas, magnetizadores, curandeiros e massagistas a fundarem um sindicato, conseguindo vinte e cinco mil assinaturas favoráveis à sua petição em defesa de seus interesses. Em função de vários processos contra curandeiros, espíritas e magnetizadores, e particularmente num caso envolvendo Mouroux em 1896, o Congresso Internacional Espírita que se realizou em 1900 em Paris, discutiu e deliberou que o Magnetismo realmente possui propriedades curativas e a eficácia de sua utilização para o tratamento das doenças sem qualquer perigo, e solicitando a alteração da legislação sobre o exercício da medicina.

Os passes ditos espíritas estão de acordo com os conceitos vistos nas obras dos Espíritos? É realmente necessário um curso de passe e qualquer um pode ser passista?

Na Revista Espírita de setembro de 1865, a Sra Maurel, médium vidente e psicógrafa mecânica, na manhã do dia 26 de Maio, fraturou o antebraço direito com distensões no punho e cotovelo, numa queda. Foi tratada através do magnetismo espiritual, e curada em impressionantes nove dias (tempo recorde para a medicina humana) por Bons Espíritos, dentre eles o Dr. Demeure, além de um grupo de amigos encarnados (formando assim, uma espécie de corrente magnética, oferecendo material fluídico que misturado com os dos Espíritos, proporcionaria a cura, neste caso), solicitados pelos Espíritos e um magnetizador que colocava a médium em estado sonambúlico. Os Espíritos poderiam agir sozinhos, mas os fluidos animalizados são mais compatíveis com a necessidade de um órgão físico.

“O fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo. O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, frequentemente, quase instantâneos”, orienta Kardec em outro artigo da mesma Revista.

Existe então, na realidade, esta gradação nos efeitos de acordo com o potencial fluídico, a origem do fluido e a sua maior ou menor qualidade. Qualidade que depende diretamente do nosso estado de saúde física e emocional, além do nosso padrão moral.

Kardec estuda a temática em "A Gênese" (KARDEC, 1989), no tópico "Curas". Esclarece as três formas da ação magnética: Pelo fluido (Bioenergia) do magnetizador (Magnetismo Humano); pelo fluido dos Espíritos atuando diretamente, sem intermediário (Magnetismo Espiritual), e pelo fluido que os Espíritos transmitem ao magnetizador (potencializando e ao qual este serve de condutor (Magnetismo Misto ou humano-espiritual). Conceitos não vistos no MEB.

Muitos acreditam que o efeito curativo dos passes magnéticos nada mais é que efeito placebo. A questão do placebo é um dos assuntos que mais fascinam e, ao mesmo tempo, mais causam controvérsias entre a classe científica.

Conhecer o placebo, suas possibilidades e seus efeitos, é fundamental para a classe científica. E para um leigo, até que ponto é interessante saber que um remédio ao qual ele atribui sua cura não passava, por exemplo, de simples composição de amido com açúcar? O placebo é definido como uma substância inerte ou inativa, a que se atribuem certas propriedades (como as de cura de uma doença) e que, ingerida, pode produzir um efeito que suas propriedades não possuem.

O Dr. Bernard Grad, bioquímico e pesquisador de geriatria no McGill University's Allen Memorial Institute, no Canadá, realizou experiências muito interessantes na Universidade de McGill, Montreal, na década de 1960, a respeito da cura pelo toque das mãos que foi reconhecida, e Grad recebeu um prémio da Fundação CIBA, uma fundação científica fundada por um grande laboratório farmacêutico. Nas suas experiências com sementes de cevada, Grad substituiu humanos por plantas e animais, para evitar o efeito placebo. Num recipiente de água salgada (que retarda o crescimento), Grad colocou as sementes e pediu a um curador psíquico (um passista) que fizesse imposição das mãos sobre a água.

As sementes foram colocadas em água salgada (tratada pelo passista e não tratada).Foram colocadas de seguida numa estufa, onde o processo de germinação e crescimento foi acompanhado. Verificou-se então que as sementes submetidas à água tratada pelo passista germinavam com maior frequência do que as outras.

Depois de germinadas, as sementes foram colocadas em potes e mantidas em condições semelhantes de crescimento. Após várias semanas, e de acordo com uma análise estatística, as plantas regadas com a água tratada eram mais altas e tinham um maior conteúdo de clorofila.

O Fator psicológico altera os resultados da Magnetização? Grad lembrou-se de dar a água para pacientes psiquiátricos segurarem. Essa mesma água foi depois usada para tratar as sementes de cevada. A água energizada pelos pacientes que estavam seriamente deprimidos produziu um efeito inverso ao da água tratada pelo passista: ela diminuiu a taxa de crescimento das plantinhas novas (Jeanne P. Rindge in As Curas Paranormais, George W. Meek, Ed. Pensamento, 10ª edição, 1995, Cap. 13, pp. 158-159).

Bernard Grad efectuou ainda experiências com ratos. Numa delas, Grad produziu a doença do bócio (Bócio, conhecido popularmente como papo, é um aumento do volume da tiróide) em ratos e separou-os em dois grupos. Contatou um famoso curador, o Coronel do Exército Húngaro, aposentado, Oskar Stabany, que pegava nos ratos durante 15 minutos de cada vez, durante 40 dias.

Embora todos os animais apresentassem um aumento da tiróide, os ratos pertencentes ao grupo tratado pelo curador apresentavam uma proporção significativamente mais baixa de casos de bócio, 48 ratos que foram submetidos a uma pequena cirurgia e separados em três grupos, um dos grupos foi tratado pelo curador (“passista”). Nos ratos pertencentes ao grupo tratado pelo curador, o processo de cicatrização das feridas era significativamente mais rápido.

Estes estudos foram comprovados pelos Drs. Remi J. Cadoret e G. I. Paul, na Universidade de Manitoba, em condições de rigoroso critério, que concluíram: os ratos tratados por pessoas dotadas de poderes curativos apresentaram uma velocidade de cicatrização significativamente maior. (Medicina Vibracional, Ed. Cultrix, Richard Gerber, 1997).

Bernard Grad (RINDGE, 1983) mediu a cicatrização de ferimentos provocados na pele de 48 ratos divididos em 3 grupos de 16 unidades e tratados durante 40 dias. O grupo controle não foi tratado pelo "curador" voluntário, Cel. Estebany.

O segundo grupo foi submetido a calor na mesma temperatura das mãos de Estebany. O grupo por ele tratado apresentou velocidade de cicatrização estatisticamente significativa. Deduz-se que a bioenergia sutil emitida não é energia calorífica.

Qual é o conceito da água “fluidificada”? E de onde surgiu esse conceito? Temos de levar em conta o conceito do termo “água fluidificada”, oferecida atualmente nos centros espíritas, que surgiu no MEB- Movimento Espírita Brasileiro. De acordo com o dicionário, “fluido é uma substância que pode escoar (fluir)” e fluidificar significa “Fazer passar ao estado fluido”. Tendo em vista essas informações, podemos considerar que o termo “água fluidificada” está equivocado, pois a água já é um fluido.

Helmholtz em 1847 enunciou o principio da conservação de energia: “A soma da energia do universo é constante”. Isto equivale a dizer que a energia não pode ser criada e nem destruída, mas somente transformada. Se você energiza um copo de água - que não é espírito (e, portanto não guarda a mesma receptividade como num passe) ela teria obrigatoriamente que apresentar mudanças nas propriedades da água.

Em pesquisa, Bernard Grad analisou a água quimicamente para verificar se a energização (através do passe pela imposição das mãos) havia provocado alguma alteração física mensurável. Análises por espectroscopia de infravermelho revelaram a ocorrência de significativas alterações na água tratada pelo passista. O ângulo de ligação atômica da água

havia sido ligeiramente alterado, bem como a diminuição na intensidade das ligações por pontes de hidrogênio entre as moléculas de água e significativa diminuição na tensão superficial. (Medicina Vibracional, Ed. Cultrix, Richard Gerber, 1997).

Konstantin Korotkov (KOROTKOV, 1998), utilizando-se da moderna técnica GDV – Visualização da Descarga de Gás (ionizado) em torno de estruturas orgânicas e inorgânicas identificou alterações significativas, nas imagens da água tratada (Fig.2) bioenergéticamente por Allan Chumak.

Escolheu-se a água como substância de observação, levando-se em conta a tradicional afirmação nas grandes escolas espiritualistas, do seu papel de absorvedora de fluidos curativos, sua fundamental participação nos processos da natureza, principalmente nos ecossistemas orgânicos (NOGUEIRA, 1995), e finalmente pelo fato de podermos extrapolar os resultados das investigações para o sangue, a linfa e outros líquidos biológicos. Dr. Robert N. Miller (MILLER, 1977), e RINDGE, (1983), o qual se utilizou das faculdades da curadora Olga Worrall visando descobrir um processo para medir a energia curativa no que obteve sucesso, através de experiências controladas de medição da sua capacidade de "reduzir a Tensão Superficial da água".

A água é capaz de reter campos magnéticos? Estudando mais a fundo as tipologias da água, destacamos as seguintes para uma análise mais profunda:

Água destilada

A água constituída, exclusivamente, por hidrogênio e oxigênio. Origina-se na natureza quando se forma a chuva, ou é produzida em laboratório. Esta água é imprópria para consumo uma vez que não possui os sais necessários ao organismo humano.

Água mineral

A água que dissolve uma grande quantidade de sais minerais quando do seu percurso pela natureza. Normalmente, adquire cheiros, cores e gostos característicos o que permite classificá-la em vários tipos.

Os sais dissolvidos e ionizados presentes na água transformam-na num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma relação de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade elétrica, pode-se estimar o teor de sais pela medida de condutividade de uma água. Ou seja, quanto mais sais minerais a água conter, maior será sua capacidade de conduzir eletricidade.

Face ao exposto entendemos que a água mineral, sendo um condutor elétrico, pode-se considerar que ela é capaz de produzir campos magnéticos quando induzida, porém somente o recipiente poderia reter o campo magnético - recipientes específicos.

Conclusões:

No ritual, preconizado pelo movimento espírita brasileiro, de receber passes e beber água magnetizada, um dos fatores que se pode levar em consideração é a influência psicológica, que tem o poder de agir do inicio ao fim no processo; do magnetizador ao Espírito, até o paciente. O fator psicológico não é causa nem conseqüência, mas pode ser um elemento alterador dos resultados. Pode-se, ainda, considerar que o termo água fluidificada seja equivocado, pois a água, como definição física, já é um fluido. O termo surgiu no MEB - Movimento Espírita Brasileiro -, e o entendimento é de que água magnetizada seria aceito, porque a água não é capaz de reter campos magnéticos, mas ela pode ser magnetizada, segundo as pesquisas realizadas.

A ação de reter um campo magnético é diferente da ação de magnetizar. Os passes praticados em rituais na maioria das casas espíritas estão em sintonia com técnicas criadas da literatura oriental, afastando-se dos conceitos, experimentos e pareceres emanados nas obras Kardequianas, nas pesquisas de Mesmer e nas orientações dos Espíritos. Assim como todos somos médiuns, mas nem todos têm a capacidade mediúnica nesta encarnação, qualquer indivíduo é um magnetizador, mas nem todos tem a capacidade magnetizadora. Além da capacidade magnetizadora, é desejável que tenha o conhecimento necessário sobre Magnetismo Animal e sobre a influência da saúde física e moral no processo de magnetização, pois são fatores que alteram a qualidade dos efeitos. A Codificação explica que se pode magnetizar somente com o olhar, sem tocar ou até exclusivamente por ato da vontade. Essas são informações importantes e por esse motivo se faz necessário um treinamento da faculdade. Ter maior conhecimento facilita e impede que os magnetizadores sejam condicionados aos rituais, sem o entendimento dos "porquês", realizando práticas desnecessárias.

REFERÊNCIAS

Kardec, Allan ; A Gênese (1868)- Curas, Capítulo XIV.

___________ O Livro dos Espíritos (1857)- Principio Vital, Capítulo IV e Emancipação da Alma, Capitulo VIII.

___________ O Livro dos Médiuns (1861)- Médiuns Curadores, Capítulo XIV.

___________ Revista Espírita Janeiro de 1864- Médiuns Curadores.

___________ Revista Espírita Setembro de 1865- Cura Pela Magnetização Espiritual 

Filme - Magnetismo Selvagem Dr. Mesmer. 

Wikipedia, a Enciclopédia livre:

Bioeletricidade. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioelectricidade

Magnetismo Animal. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnetismo_animal

Magnetostática. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnetost%C3%A1tica

Monografia: Magnetismo, Vitalismo e o Pensamento de Kardec - Ademar Arthur C. dos Reis- CPDoc.

Fonte: Núcleo Espírita de Filosofia e Ciências Aplicadas - NEFCA - http://www.nefca.org.br/artigo/agua-fluidificada-e-passes-curadores-o-mito-e-ciencia

quarta-feira, 21 de março de 2012

El Magnetismo en los tiempos modernos - El Pase


Por Maria Ribeiro

A la medida que el hombre se intelectualiza, su vanidad por el mucho saber  lo torna orgulloso de si mismo; entonces pasa a negar todo y, de la misma forma ciega que antes aceptaba las creencias más absurdas, lo hace repeler ahora ideas sin examen y sin criterios.

Pase es nombre dado al procedimiento de transición energética, que bajo el nombre de magnetismo, fue estudiado por el eminente científico Mesmer, cuyos efectos son conocidos desde tiempos remotos por varias creencias. Es conocido en otras corrientes espiritualistas, no necesariamente obedeciendo a las mismas dinámicas, se dice que el pase es un poderoso método terapéutico.

Esta transmisión energética se da a través de lo que Kardec llamó magnetismo común, donde tanto puede ocurrir un efecto rápido como lento exigiendo algunas aplicaciones durante sesiones continuadas. Esta es la manera comúnmente empleada en las salas de pases. En las entrelineas, Kardec dice  que todos tienen el poder, llamado magnetismo  humano cuya acción depende de la potencia y de la calidad imprimida a los fluidos del magnetizador, o en lenguaje generalmente  utilizado del médium pasista, o simplemente pasista.

La segunda descrita por Kardec es magnetismo espiritual, o sea, fluido de los Espíritus, cuya actuación es “directa y sin intermediarios sobre un encarnado, sea para  curar o calmar un sufrimiento, sea para provocar el sueño sonambúlica espontaneo, sea para ejercer sobre el individuo una influencia física o moral cualquiera”, y las cualidades de estos fluidos dependen de las del Espíritu actuante.

El magnetismo mixto, o semi espiritual se trata de la mezcla de los fluidos de los Espíritus con los de la persona que hace las veces de magnetizador.

Kardec aun esclarece que es posible desenvolver la facultad de curar por la influencia fluídica; y aun acentúa "que estas especies de curas reposan sobre un principio natural”(ítem 34 – cap.XIV) 

En el capitulo siguiente el insigne Maestro lionés trata de los milagros descritos en los Evangelios, y el subtitulo –Curas – se repite, esta vez para ilustrar con ejemplos prácticos que anteriormente describiera teóricamente.

 Sobre la cura de la mujer hemorroisa el concluye:

“La Irradiación fluídica normal fue suficiente para operar la cura “no habiendo ocurrido magnetización, ni imposición  de manos, ósea, la energía  no fue conscientemente  dirigida para aquella mujer, más ella misma la atrajo. “El fluido, siendo dado como materia terapéutica, debe atender al desorden orgánico para reparar, puede ser dirigido sobre el mal por la voluntad del curador o atraído por el deseo ardiente, la confianza, en una palabra, por la fe del enfermo.(…) la fe es una virtud mística, como ciertas personas entienden, más es una verdadera fuerza atractiva…

En otras palabras, el enfermo deseoso de recobrar la salud, crea para sí un campo receptivo para fluidos que lo puedan beneficiar. Los mecanismos por los que esto se opera huyen a la observación, una vez que nos e tiene  una conciencia espirita. Los equipamientos actuales de diagnostico por imagen tal vez pudiesen auxiliar si hubiese grupos interesados en captar procesos como el que se describió, ahí se podría comprobar científicamente lo que apenas por deducciones más o menos  lógicas se arriesga afirmar.

La visión del ciego de Betsaida fue restituida gradualmente, no porque Jesús no pudiese hacerla espontanea, más si tal vez por causa de las circunstancias o porque quisiese hacer observar que no todo ocurre en el tiempo que la criatura quiere, pues precisa aprender a esperar y esperar con paciencia y la misma fe ardiente, sin esmorecer.

Las curas existen, es un hecho comprobado por la Doctrina Espirita en las sabias palabras de su Codificador. Si la Medicina  no reúne objetos que puedan corroborar  con la teoría Espírita, es necesario aguardar que el tiempo  madure las simientes.

Bien, decir que es posible realizar curas a través de las acciones magnéticas es diferente de acreditar que ellas puedan ocurrir en todo momento y con todas las personas.  Si fuese así, la justicia Divina estaría impedida de actuar, ya que independientemente  de las circunstancias, siempre habría cura para cualquier mal físico, desde el resfriado hasta el sida. Solo la ingenuidad  y la superstición, sumadas al desconocimiento del Espiritismo, depositan fe en este frenesí.

Procedimientos como: pedir que la persona que va a recibir el pase extienda las manos (generalmente sobre los ojos); pedir que fije los ojos o que se concentre, o que piense en Jesús; ofrecer indiscriminadamente el agua fluidificada después del pase; realizar maniobras extravagantes como crepitar de dedos; excesivo sincronismo entre los pasistas, solo tornan una medida que es toda natural, en un espectáculo perfectamente dispensable.

Se analiza: las personas que se someten a entrar en la sala de pase deben ser previamente advertidas que el barullo interfiere en la concentración. Se presupone que los que quieran recibir algún beneficio ciertamente van a pensar en Jesús y pedir íntimamente con fervor. Beneficio que vendrá independientemente de la posición en que estén las manos; si no viniera será por otras razones. El hecho de los pasistas iniciar al mismo tiempo hace que algunos de ellos quede esperando que los otros terminen; el objetivo es que las personas sean al mismo tiempo disminuyendo el tumulto.(¿) sacudir los dedos como si expulsase los “malos Fluidos” o “fluidos pesados” es materializar demasiado las cosas. Ofrecer agua fluidificada a todo el mundo después del pase, más allá de banalizar algo muy serio, evidencia que no todos consiguen liberarse fácilmente de los ritualismos.

Se acrecienta a esto, la recomendación de la abstención de alimento animal, con énfasis para la carne, pues, dicen, ella interfiere negativamente en los fluidos del donador. Bien, por ser un entendido en la cuestión del Magnetismo, Kardec reveló más interés en ocuparse con detalles realmente importantes, prefirió optar por la lógica – el fluido es fluido, materia es materia, y dejo  para los Espíritus burlones la tarea de brincar con la fe deslumbrada de los incautos.

Ante lo expuesto, se percibe que el estudio serio  y continuado de la Doctrina de los Espíritus  ha estado ausente en el movimiento espirita. Es posible constatar que pretensiosos estudiosos incurren en errores primarios sobre muchos puntos, inclusive sobre este, y terminan en querer imponer la visión particular desprovista de respaldo  doctrinario, lo que acaba haciendo que adquieran discípulos, tan mal informados como ellos mismos.

Tradução: Mercedes Cruz
Clique aqui para ler a versão em português.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Magnetismo nos tempos modernos - O Passe


Por Maria Ribeiro

À medida que o homem se intelectualiza, sua vaidade pelo muito saber o torna orgulhoso de si mesmo; então passa a negar tudo e, da mesma forma cega que antes aceitava as crenças mais absurdas, o faz repelir agora ideias sem exame e sem critérios.

Passe é nome dado ao procedimento de transmissão energética, que sob o nome de magnetismo, foi estudada pelo eminente cientista Mesmer, cujos efeitos são conhecidos desde tempos remotos por várias crenças. Conhecido em outras correntes espiritualistas, não necessariamente obedecendo às mesmas dinâmicas, diz-se que o passe é um poderoso método terapêutico. 

Esta transmissão energética se dá através do que Kardec chamou de magnetismo comum, onde tanto pode ocorrer um efeito rápido quanto lento exigindo algumas aplicações durante sessões continuadas. Esta é a maneira comumente empregada nas salas de passe. Nas entrelinhas, Kardec diz que todos têm este poder, chama-o magnetismo humano cuja ação depende da potência e da qualidade imprimida aos fluidos do magnetizador, ou na linguagem geralmente utilizada - do médium passista, ou simplesmente passista.

A segunda forma descrita por Kardec é o magnetismo espiritual, ou seja, fluido dos Espíritos, cuja atuação é “direta e sem intermediário sobre um encarnado, seja para curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer” , e as qualidades destes fluidos dependem das do Espírito atuante.

O magnetismo misto, ou semi-espiritual ou humano-espiritual trata-se da mistura dos fluidos dos Espíritos com os da pessoa que faz as vezes de magnetizador.

Kardec ainda esclarece que é possível desenvolver a faculdade de curar pela influência fluídica; e ainda acentua “que estas espécies de curas repousam sobre um princípio natural”( item 34 – cap. XIV)

No capítulo seguinte o insigne Mestre lionês trata dos milagres descritos nos Evangelhos, e o subtítulo - Curas - se repete, desta vez para ilustrar com exemplos práticos o que anteriormente descrevera teoricamente. 

Sobre a cura da mulher hemorroíssa ele conclui: 

“A irradiação fluídica normal foi suficiente para operar a cura”, não tendo ocorrido magnetização nem imposição de mãos, ou seja, a energia não foi conscientemente dirigida para aquela mulher, mas ela mesma a atraiu. “ O fluido, sendo dado como matéria terapêutica, deve atingir a desordem orgânica para reparar, pode ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador ou atraído pelo desejo ardente, a confiança, numa palavra, a fé do doente.(...) a fé não é a virtude mística, como certas pessoas entendem, mas uma verdadeira força atrativa...” 

Em outras palavras, o enfermo desejoso de restaurar a saúde, cria para si um campo receptivo para fluidos que o possam beneficiar. Os mecanismos por que isto se opera fogem à observação, uma vez que não se tem uma ciência espírita. Os equipamentos atuais de diagnóstico por imagem talvez pudessem auxiliar se houvesse grupos interessados em captar processos como o que se descreveu, aí poder-se-ia comprovar cientificamente o que apenas por deduções mais ou menos lógicas se arrisca a afirmar.*

A visão do cego de Betsaida foi restituída gradualmente, não porque Jesus não pudesse fazê-la espontânea, mas talvez por causa das circunstâncias, ou porque quisesse fazer observar que nem tudo ocorre no tempo que a criatura quer, pois precisa aprender a esperar e esperar com paciência e a mesma fé ardente, sem esmorecer. 

Curas existem, é fato comprovado pela Doutrina Espírita nas sábias palavras do seu Codificador. Se a Medicina ainda não reúne objetos que possam corroborar com a teoria Espírita, é necessário aguardar que o tempo lhe amadureça as sementes.

Bem, dizer que é possível realizar curas através das ações magnéticas é diferente de acreditar que elas possam ocorrer a todo o momento e com todas as pessoas. Se assim fosse, a justiça Divina estaria impedida de atuar, já que independentemente das circunstâncias, sempre haveria cura para qualquer mal físico, desde o resfriado até a aids. Só a ingenuidade e a superstição, somadas ao desconhecimento do Espiritismo, depositam fé neste frenesi.

Procedimentos como: pedir que a pessoa que vai receber o passe estenda as mãos (geralmente sobre os joelhos); pedir que feixe os olhos ou que se concentre, ou que pense em Jesus; oferecer indiscriminadamente a água fluida após o passe; realizar manobras extravagantes como crepitar de dedos; excessivo sincronismo entre os passistas, só tornam uma medida que é toda natural, num espetáculo perfeitamente dispensável.

Analise-se: as pessoas que se submetem a entrar na sala de passe devem ser previamente advertidas que o barulho interfere na concentração. Pressupõe-se que os que queiram receber algum benefício certamente vão pensar em Jesus e pedir com fervor intimamente. Benefício que virá independente da posição em que estejam as mãos; se não vier, será por outras razões. O fato de os passistas iniciarem ao mesmo tempo faz com que algum deles fique esperando que os outros terminem; o objetivo é que  as pessoas saiam ao mesmo tempo diminuindo o tumulto.(?) Mexer os dedos como se expulsasse os “maus fluidos” ou “fluidos pesados” é materializar demais a coisa. Oferecer água fluida a todo mundo após o passe, além de banalizar algo muito sério, evidencia que nem todos conseguem se libertar facilmente dos ritualismos. 

Acrescente-se a isto, a recomendação da abstenção de alimento animal, com ênfase para a carne, pois, dizem, ela interfere negativamente nos fluidos do doador. Bem, por ser um entendido na questão do magnetismo, Kardec revelou mais interesse em se ocupar com detalhes realmente importantes, preferiu optar pela lógica – fluido é fluido, matéria é matéria, e deixou para os Espíritos zombeteiros a tarefa de brincar com a fé deslumbrada dos incautos.

Diante do exposto, percebe-se que o estudo sério e continuado da Doutrina dos Espíritos têm estado ausente no movimento espírita. É possível constatar que pretensos estudiosos incorrem em erros primários sobre muitos pontos, inclusive sobre este, e teimam em querer impor visão particular desprovida de respaldo doutrinário, o que acaba fazendo que adquiram discípulos, tão mal informados quanto eles mesmos.


Artigo baseado nos capítulos XIV e XV de A Gênese.

Magnetización en los Tiempos Modernos - El Agua Fluidificada


Por Maria Ribeiro

Nadie puede negar las  dañinas  influencias desde el nacimiento del Espiritismo que quisieron imponerse, siendo muchas de ellas, infelizmente, asimiladas y defendidas, hasta aun mismo por esas personas respetables, dado a la invigilância  en la que muchos se dejan envolver. Además, de que las circunstancias del globo facilitan las interferencias nada deseables y solo a mucho costo se consigue divisar  la maravillosa luz de la Verdad que apunta e invita para nuevas perspectiva.

Se pregunta como de una ciencia perfectamente positiva puede surgir creencias  tan tacañas que insultan a la razón más superficial, que la mínima sensatez es capaz de disuadir.

En contrapartida, la excesiva precaución generó  el extremo opuesto,  y palabras y expresiones de la Codificación son utilizadas para contradecirse a sí mismas, con el torpe propósito de almacenar vanidosas suposiciones  particulares.

Hablando en sí de Espiritismo no se puede despreciar la contribución de otras ciencias, tomando por base el ítem 17  del primer capítulo de La Génesis que dispara:

Todas las ciencias se encadenan y se suceden en un orden racional; ellas nacen unas de las otras a la medida que encuentran un punto de apoyo en las ideas y conocimientos anteriores.”

El conocimiento de la Química auxilia en el entendimiento de algunos puntos que acabaron por tornarse en el medio espirita. Uno de ellos dice respecto a las incomprendidas  acciones del magnetismo. Si bien es cierto que la luz ingenua leve al principio de ls superstición, de los ritualismos y de los dogmatismos, no se puede por eso crear una barrera que niega definitivamente cualquier idea, sin antes haber buscado la refutación. Más allá de eso esta es una recomendación esencialmente doctrinarias, olvidada por los extremistas temerosos en la postura anticientífica.

El desconocimiento de las cosas torna al hombre esclavo de la superstición, y aunque el Espiritismo  de todo hable sin rodeos, hay siempre quien quiere permanecer aun en el  escalón de la  fantasía. Cuando se  trata del asunto en cuestión – el magnetismo – no es diferente, siendo perfectamente  observables hechos inconvenientes para no decir ridículos.

En el movimiento espirita dos procedimientos que envuelven al magnetismo se tornaron  muy comunes: el pase y la fluidificación del agua. Hay los que desconocen  ser el pase un método terapéutico, analizado por Kardec y ahí los que creen  ser algo  meticuloso, y por eso mismo,  lo rodean de formas ritualistas, con dichos extravagantes en número determinado  de veces, Etc. el mismo se da con el agua  fluidificada o magnetizada.  Hay los adeptos que unen ambos, ritual izando el procedimiento: un pequeño vaso de agua fluidificada  y después el pase. 

El asunto en pauta, sin embargo, dice respecto exclusivo al agua. Entonces, se recuerda  de una observación de la Química que esclarece que la molécula de agua  es de los cuerpos más susceptibles de absorber energías dependiendo de la frecuencia ambiente. Ahora, si la molécula  de agua tiene esta propiedad, parece que la  fluidificación, o aun, la energizaciòn de la misma puedan de hecho ocurrir, no teniendo nada de anti-doctrinario, es un hecho químico. A menos que se admita la inexistencia de la energía,  o de los fluidos. Y así también, se derrumbaría una premisa  de una ciencia tan positiva como la propia Doctrina Espirita. De este modo, se está delante de un hecho puramente natural.

Si el agua tiene esta propiedad en el más alto grado, se deduce que otros cuerpos la tengan en menor grado, variando al infinito. Más aquí es necesario observar las circunstancias que podrían ocurrir estas absorciones, pues nadie es tonto lo bastante para no creer en las peculiaridades individuales de cada uno de los cuerpos de la naturaleza, inclusive tratándose de los seres vivos, como el hombre.

Kardec en el capitulo XIV de La Génesis describe los fluidos como sustancia desprovista de cualidades propias, capaces de adquirirlas conforme el medio ambiente, o por otra, conforme aquellas formadas por el tenor de los pensamientos y sentimientos  que dominen.  Siguiendo esta línea de raciocinio, no parece muy irreal que el agua, obedeciendo a una ley natural, absorba los fluidos que puedan proporcionar  un alivio orgánico o un confort moral para aquellos que ansían por este resultado. Una cuestión suscitada: ¿Si el agua absorbe energías, por qué no podría ser esta energía saludable?

De ahí, se sigue que: primero – comprobadamente el agua tiene la propiedad de absorber energía; segundo – esta energía puede ser algo benéfico. Al ser bebida, este líquido entrará en contacto con otros líquidos corpóreos, se indaga: ¿en esta interacción, es o no posible que estos líquidos corpóreos también absorban las energías del líquido que fue ingerido? ¿Si esto es posible, también no sería si, una vez entrando para la circulación, si concentrasen en un órgano enfermo, así como hacen los remedios? Esta es una cuestión, como tantas otras, que precisa de respuesta. No una respuesta basada  en una opinión particular, más si basada  en una positividad científica. ¿Al final, con base aun en el magnetismo, no será creíble que, hasta cierto punto, un órgano enfermo “cree” en a su alrededor  un campo de atracción, obviamente, para todo lo que fuera contrario a su estado de debilidad? En verdad, no el órgano, más si la Mente es la que haría que se “crease” un campo magnético en torno del órgano o de la estructura que precisase reajuste, pues el organismo busca  todo el tiempo su equilibrio, siempre creando mecanismos de defensa, de lucha y de reparo.

Analizando las curas del Maestro Jesús, en el capitulo XV de la  obra anterior, Kardec didácticamente encuadra algunos  casos, según lo que juzgo por  fenómenos parecidos. Se citan dos casos para ilustrar:

A respecto del paralitico de la piscina, Kardec  admite que posiblemente las aguas de aquel pozo tuviesen propiedades curativas.  Así el Maestro francés expone:

“Según la creencia vulgar, ese movimiento era el más favorable de las curas; tal vez , en realidad, en el momento de su emisión, el agua tuviese una propiedad más activa, o que la agitación producida por el agua hiciese venir a la superficie de la vasa beneficiosa para ciertas enfermedades. tales efectos son muy naturales y perfectamente conocidos en la actualidad…

A respecto de la cura del ciego de nacimiento, estudiada en los ítems 24  y 25, Kardec explica:

“En cuanto al medio empleado para curarlo, es evidente que la especie de lama hecha con la saliva y la tierra no podía tener virtud sino por la acción del fluido curador del cual ella estaba impregnada;  es así que las sustancias las más insignificantes, el agua, por ejemplo, pueden adquirir cualidades poderosas y eficientes bajo la acción del fluido espiritual o magnético al cual ellas sirven de vehículo, o s quisieran, de reservatorio.”

Kardec también trata en este mismo capítulo, por la misma vía magnética, sobre la cura de las obsesiones, las resurrecciones y otros hechos que pasaron por milagros. 

“Es también por el bien que practica, que el Espiritismo prueba su misión providencial. El cura los males físicos, más cura sobretodo las molestias morales  y ahí están los mayores prodigios  mediante los cuales el se afirma… “Con este habla, Kardec actualmente advierte a los adeptos para que pongan frenos en sus intentos de querer explicar todo a su propia manera. El estudio del espiritismo hace al hombre conocedor de sus poderes psíquicos, y espera que estos sean puestos al servicio de la causa cristiana, sin los preconceptos que la mente humana es capaz de engendrar. 

El Libro de los espíritus –cometario de la cuestión 70; La génesis – capítulos XIV y XV; el Evangelio Según El Espiritismo- cap. XIX, cap. XCXVII, ítems 9, 10 y 11

Tradução: Mercedes Cruz

Clique aqui para ler a versão em português.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Magnetização nos tempos modernos - A água fluidificada


Por Maria Ribeiro

Ninguém pode negar que danosas influências desde o nascedouro do Espiritismo quiseram se impor, sendo muitas delas, infelizmente, assimiladas e defendidas, até mesmo por pessoas respeitáveis, dada a invigilância em que muitos se deixam envolver. Aliás, as atuais circunstâncias do globo facilitam as interferências nada desejáveis e só a muito custo consegue-se enxergar que a luz maravilhosa da Verdade aponta para novas e convidativas perspectivas.

Pergunta-se como que de uma ciência perfeitamente positiva pôde surgir crenças tão tacanhas que insultam a razão mais superficial, que a mínima sensatez é capaz de dissuadir.

Em contrapartida, a excessiva precaução gerou o extremo oposto, e palavras e expressões da Codificação são utilizadas para contradizerem-se a si mesmas, com o torpe propósito de embasarem vaidosas suposições particulares.

Em se falando de Espiritismo não se pode desprezar a contribuição de outras ciências, tomando por base o item 17 do primeiro capítulo de A Gênese que dispara: 

“Todas as ciências se encadeiam e se sucedem numa ordem racional; elas nascem umas das outras à medida que encontram um ponto de apoio nas idéias e conhecimentos anteriores.”

O conhecimento da Química auxilia no entendimento de alguns pontos que acabaram por se tornar polêmicos no meio espírita. Um deles diz respeito às incompreendidas ações do magnetismo. Embora seja fato que a ingenuidade leve ao precipício da superstição, dos ritualismos e dos dogmatismos, não se pode por isso criar uma barreira que negue definitivamente qualquer ideia, sem antes ter buscado a contraprova. Aliás, esta é uma recomendação essencialmente doutrinária, esquecida pelos extremistas teimosos na postura anti-científica. 

O desconhecimento das coisas torna o homem escravo da superstição, e embora o Espiritismo de tudo fale sem rodeios, há sempre quem queira permanecer ainda no degrau da fantasia. Quando se trata do assunto em questão – o magnetismo – não é diferente, sendo perfeitamente observáveis fatos inconvenientes para não dizer ridículos. 

No movimento espírita dois procedimentos que envolvem o magnetismo se tornaram muito comuns: o passe e a fluidificação da água. Há os que desconhecem ser o passe um método terapêutico, analisado por Kardec* e há os que acreditam ser algo miraculoso, e por isso mesmo, o rodeiam de formas ritualísticas, com dizeres extravagantes em número determinado de vezes, etc. O mesmo se dá com a água fluidificada ou magnetizada. Há os adeptos que unem ambos, ritualizando o procedimento: um copinho de água fluidificada após o passe. 

O assunto em pauta, porém, diz respeito exclusivo à água. Então, recorde-se de uma observação da Química que esclarece que a molécula de água é dos corpos o mais suscetível de absorver energia dependendo da freqüência ambiente. Ora, se a molécula de água tem esta propriedade, infere-se que a fluidificação, ou ainda, a energização da mesma possa de fato ocorrer, nada tendo de anti-doutrinário, é um fato químico. A menos que se admita a inexistência da energia, ou dos fluidos. E também assim, derrubar-se-ia uma premissa de uma ciência tão positiva quanto a própria Doutrina Espírita. Deste modo, está-se diante de um fato puramente natural.

Se a água tem esta propriedade no mais alto grau, deduz-se que outros corpos a tenham em graus menores, variando ao infinito. Mas aqui é necessário observar as circunstâncias que poderiam ocorrer estas absorções, pois ninguém é tolo o bastante para não crer nas peculiaridades individuais de cada um dos corpos da natureza, inclusive em se tratando dos seres vivos, como o homem.

Kardec no capítulo XIV de A Gênese descreve os fluidos como substância desprovida de qualidades próprias, capazes de adquiri-las conforme o meio ambiente, ou por outra, conforme aquelas formadas pelo teor dos pensamentos e sentimentos que dominem. Seguindo esta linha de raciocínio, não parece muito irreal que a água, obedecendo a uma lei natural, absorva os fluidos que possam proporcionar um alívio orgânico ou um conforto moral para aqueles que anseiam por este resultado. Uma questão é suscitada: Se a água absorve energia, porque não poderia ser esta energia algo salutar?l

Daí, segue-se que: primeiro – comprovadamente a água tem propriedade de absorver energia; segundo - esta energia pode ser algo benéfico. Ao ser bebida, este líquido entrará em contato com outros líquidos corpóreos, indaga-se: nesta interação, é ou não é possível que estes líquidos corpóreos também absorvam as energias do líquido que foi ingerido? Se isto é possível, também não seria se, uma vez entrando para a circulação, se concentrassem num órgão doente, assim como o fazem os remédios? Esta é uma questão, como tantas outras, que precisa de resposta. Não uma resposta baseada numa opinião particular, mas baseada na positividade científica. Afinal, com base ainda no magnetismo, não será crível que, até certo ponto, um órgão doente “crie” em torno de si um campo de atração, obviamente, para tudo o que for contrário ao seu estado de debilidade? Na verdade, não o órgão, mas a Mente é que faria que se “criasse” um campo magnético em torno do órgão ou da estrutura que precisasse de reajuste, pois o organismo busca a todo o tempo o seu equilíbrio, sempre criando mecanismos de defesa, de luta e de reparo.

Analisando as curas do Mestre Jesus, no capítulo XV da obra supracitada, Kardec didaticamente enquadra alguns casos, segundo o que julgou por fenômenos parecidos. Citar-se-á dois casos para ilustrar. 

A respeito do paralítico da piscina, Kardec admite que possivelmente as águas daquele poço tivessem propriedades curativas. Assim o Mestre francês se expõe: 

“Segundo a crença vulgar, esse movimento era o mais favorável às curas; talvez, na realidade, no momento de sua emissão, a água tivesse uma propriedade mais ativa, ou que a agitação produzida pela água fizesse vir à tona a vasa salutar para algumas moléstias. Tais efeitos são muito naturais e perfeitamente conhecidos na atualidade...”

A respeito da cura do cego de nascença, estudada nos itens 24 e 25, Kardec explica: 

“Quanto ao meio empregado para o curar, é evidente que a espécie de lama feita com a saliva e a terra não podia ter virtude senão pela ação do fluido curador do qual ela estava impregnada; é assim que as substâncias as mais insignificantes, a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e eficientes sob a ação do fluido espiritual ou magnético ao qual elas servem de veículo, ou se quiserem, de reservatório.”

Kardec também trata neste mesmo capítulo, pela mesma via magnética, sobre a cura das obsessões, as ressurreições e outros fatos que passaram por milagres. 

“É também pelo bem que pratica, que o Espiritismo prova sua missão providencial. Ele cura os males físicos, mas cura sobretudo as moléstias morais e aí estão os maiores prodígios mediante os quais ele se afirma...” Com esta fala, Kardec atualmente adverte os adeptos para que ponham freios em seus intuitos de tudo quererem explicar à própria maneira. O estudo do Espiritismo faz o homem conhecedor dos seus poderes psíquicos, e espera que estes sejam postos a serviço da causa cristã, sem os preconceitos que a mente humana é capaz de engendrar .

*O Livro dos Espíritos – comentário da questão 70; A Gênese – capítulos XIV e XV; O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. XIX item 5, cap. XXVII itens 9,10 e 11.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A cura através da imposição de mãos

Por Giovana Campos - Associação Médico-Espírita do Brasil

A troca de energia através das mãos tem sua eficácia divulgada em várias correntes filosóficas e, nos últimos 40 anos, a ciência traz pesquisas da aplicação e benefícios da mesma na área da saúde

O Toque Terapêutico é uma técnica contemporânea de terapia complementar desenvolvida por Dolores Krieger e Dora Kunz, na década de 70. A expressão “toque terapêutico” corresponde à conhecida técnica de “imposição de mãos”, amplamente estudada pela Doutrina Espírita como fator promotor de benefícios na área da saúde. Por ser um meio não invasivo, pode ser utilizado como complemento da terapia ou tratamento utilizado nos doentes.

O toque terapêutico tem registros antigos: aparece no Papiro de Ebers, um dos tratados médicos mais antigos e importantes que é conhecido. Este tratado foi escrito no Antigo Egito e é datado de 1552 a.C. A confirmação deste achado aparece também no livro “O Espiritismo perante à Ciência”, de Gabriel Delanne no trecho “Os egípcios ... empregavam, no alívio dos sofri¬mentos, os passes e a aposição de mãos, como os executa¬mos ainda em nossos dias”. Esta prática aparece por toda a história da humanidade, como na Bíblia, na época dos romanos, na ascensão da medicina árabe com Aviccena, em épocas medievais, etc.

O médico Paracelso (1493-1541) coloca mais explicitamente a existência de uma força vital magnética e que essa substância sutil possuía notáveis qualidades curativas, pode-se encontrar o principio de bases para o magnetismo que viria a ser descoberto alguns séculos depois. Robert Fludd, médico e místico, atuante no século seguinte a morte de Paracelso, acreditava que os seres humanos possuíam as propriedades magnéticas semelhantes às dos imãs. Esta utilização terapêutica na cura de pessoas começa a ser didaticamente estudada após as descobertas de Franz Mesmer, com o detalhamento do magnetismo animal, em 1779.

No final da década de 60, Dora Kunz estudava a imposição de mãos praticada por Oskar Estebany, um coronel húngaro com a reputação de ter poderes de cura de bócio com seu toque terapêutico. Kunz convidou Krieger a conhecer o trabalho realizado por Estebany. Krieger observava cuidadosamente as sessões onde ele se aproximava do paciente e suavemente movia as mãos para o ponto em que sentia a necessidade de cura. Ao perceber que a prática aliviava e promovia a cura de grande variedade de doenças, Krieger passou a se dedicar a estudar a aplicabilidade deste fenômeno, introduzindo-o no cuidado com o paciente.

Em meados da década de 70, Dolores Krieger, enfermeira e professora na escola de Enfermagem da universidade de Nova Iorque, e a terapeuta Dora Kunz introduziram a prática que denominaram “toque terapêutico”, com a finalidade de promover a melhora da saúde física e emocional.

Os princípios científicos que sustentam esta terapia baseiam-se na concepção de que o ser humano possui um campo de energia que pode estender-se além da pele, é abundante, e flui em determinados padrões que se pretendem equilibrados.

A metodologia deste trabalho é bem semelhante ao passe ministrado em centros espíritas: a pessoa que aplica o toque terapêutico entra em estado meditativo objetivando a cura do paciente. Com compaixão e motivação, o curador foca o desejo de ajudar e até mesmo curar o individuo. Esta vontade é parte importante do processo. Com este pensamento, o campo de energia individual é acessado e a troca de energia faz-se real. As mãos podem agir como um instrumento onde a sensibilidade e a intuição ficam mais vulneráveis a sensações que indicam onde a energia do paciente possa apresentar algum bloqueio. Após a determinação onde das áreas que possam estar em desequilíbrio, o curador começa a mover ou distribuir a energia pelo corpo, aliviando partes doloridas ou congestionadas e melhorando aquelas que estão sem tanta energia.

Comprovações científicas do toque terapêutico

Desde a década de 60, pesquisas acadêmicas mostram a eficácia da utilização do toque terapêutico, ou imposição de mãos. Inicialmente realizada com animais, as pesquisas logo foram direcionadas a pessoas com diferentes tipos de patologias. Em 1975, Dolores Krieger demonstrou os efeitos do toque terapêutico através da medição de índices fisiológicos em seres humanos após estudos laboratoriais. Comprovou que após a imposição de mãos ocorrem significativas alterações fisiológicas em doentes hospitalizados em diferenciados casos clínicos. Este estudo foi publicado na Revista Americana de Enfermagem, em 1979, sob o título de “Therapeutic touch: searching for evidence of physiological change” (Toque Terapêutico: busca por evidências de mudanças fisiológicas).

A maioria dos estudos foi realizada em ambiente hospitalar com grupos de controle. Procedeu a uma investigação com a colaboração de profissionais de saúde em que participaram vários doentes divididos em dois grupos, foram seguidos ao longo de três anos. Um grupo recebeu o tratamento convencional, o outro recebeu além do tratamento instituído a imposição de mãos. Conforme a própria Dolores Krieger escreveu após detalhado estudo dos benefícios desta prática em pacientes oncológicos, os níveis da hemoglobina nos doentes com neoplasia submetidos ao toque terapêutico aumentaram significativamente, apesar de estarem a ser submetidos à quimioterapia.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Washington (EUA), com base em cerca de trinta teses de doutoramento foi atribuído ao Toque Terapêutico, em 1994, a comprovação da sua eficácia como terapia alternativa. A maioria dos estudos da evidência científica relaciona-se com a diminuição da intensidade da dor e do estresse e aumenta a resposta em tratamentos, incluindo a cicatrização de cortes e feridas. A diminuição da ansiedade e indução de relaxamento também aparecem com significância em diversos estudos.

Em fevereiro de 2005, o “Australian Nursing Journal” traz um artigo acerca da aplicação do toque terapêutico em idosos com diversas patologias. Foram selecionados 121 doentes de acordo com os critérios de inclusão definidos pelas autoras (Sue Gregory e Julie Verdouw), tendo sido reagrupados conforme as diversas patologias. Relativamente ao total de doentes que referiam dor (53), após a aplicação da imposição de mãos, os mesmos referiram que a intensidade da dor diminuiu em aproximadamente 40%.

O trabalho desenvolvido pela enfermeira Dolores Krieger tem crescido e angariou muitos adeptos em vários países. O toque terapêutico assumiu a condição de curso, e passou a ser ministrado para os alunos do Mestrado e Doutoramento em Enfermagem, na Universidade de Nova Iorque e também pela ordem dos enfermeiros da província de Quebec, no Canadá e por muitos hospitais americanos, sendo incluído no currículo escolar como disciplina na oncologia, saúde materna e nos pacientes com transplante dos órgãos.

Desde a introdução do toque terapêutico, Krieger já divulgou e realizou treinamentos para enfermeiras em várias universidades. Estima-se que mais de 70 mil enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares e terapeutas ocupacionais tenham participado de treinamentos conduzidos por Krieger e sua colega Kunz..

Em 1981, Dolores Krieger publicou “Foundations for Holistic Health Nursing Practices” e o manual, As Mãos: Como usá-las para ajudar ou curar, em 1992. Seu livro mais recente é Toque Terapêutico: Novos Caminhos da Cura Transpessoal, de 2002.

Neste ano, a enfermeira Dolores Krieger participa do 2º Congresso Espírita dos Estados Unidos trazendo um pouco mais sobre as descobertas e pesquisas acerca do toque terapêutico e dos benefícios que esta técnica não-invasiva traz à melhora e até mesmo cura de diversos quadros patológicos.