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segunda-feira, 18 de junho de 2012

A Reorganização do Espiritismo

Por Maria das Graças Cabral

A Doutrina dos Espíritos foi codificada e positivada por Allan Kardec em meados do século XIX. À época com grande satisfação asseverava o Codificador em várias oportunidades, que eram numerosos os espíritas disseminados por todos os países. O espiritismo avançava a passos largos!

Passados mais de um século do desencarne do Codificador, e vivenciando a primeira década do século XXI, pode-se lançar as seguintes indagações: - Afinal, o Espiritismo se propagou e se consolidou no mundo contemporâneo e globalizado? Seus princípios foram difundidos de forma célere e efetiva? Temos um grande número de escolas, e universidades espíritas ensinando espiritismo mundo afora? O Brasil, estatisticamente considerado o maior reduto de espíritas do mundo, cumpre seu papel de divulgador fiel do Espiritismo?

Para tais questionamentos podemos afirmar de pronto e objetivamente, que a Doutrina Espírita, não se propagou nem se consolidou pós desencarne de Allan Kardec. Na França, berço da Sociedade de Paris, segundo narrativa de Gélio Lacerda da Silva “a Revista Espírita, caiu nas mãos do seu gerente Pierre Gaëtan Leymarie, que por seu excessivo espírito de tolerância, desvirtuou a finalidade da Revista, abrindo suas páginas à propaganda de filosofias espiritualistas, inclusive à de Roustaing, que diverge do Espiritismo. Além disso, lamentavelmente, o Sr. Leymarie se deixou enganar por um fotógrafo fraudulento, que lhe custou um ano de prisão, com danosas conseqüências para o Espiritismo, na França, tanto que, com esse triste episódio, espírita na França, passou a ser sinônimo de "escroque" (trapaceiro, vigarista, velhaco, caloteiro...)" citando o autor como fonte de consulta o livro "Allan Kardec" de autoria de Zeus Wantuil e Francisco Thiesen, 1ª edição da FEB, vol. III, pág. 225.

Nos demais países europeus, o espiritismo tomou rumos diversos, até seu total desaparecimento na poeira dos tempos. Da mesma forma aconteceu na América do Norte, reduto dos fenômenos de Hydesville, dentre muitos outros.

No que concerne ao Brasil, segundo as palavras de Gélio temos “um sincretismo religioso de ideologias conflitantes, um misto, ou melhor, uma miscelânea de espiritismo, roustainguismo, ubaldismo, umbandismo. Sim, até umbandismo, porque, para a Diretoria da FEB, onde há mediunismo, há também espiritismo (Reformador, 16/10/26), enfim, um saco de gatos..." (Gélio Lacerda da Silva, "Conscientização Espírita", págs. 108 a 114).

Não obstante, Allan Kardec muito prezou em evitar que o espiritismo se transformasse em mais uma religião dogmática e mística, por ser segundo suas palavras uma doutrina filosófica e moral, que tem por objetivo emancipar o espírito humano de tudo o que foi posto e imposto pelas religiões tradicionais. À esse respeito, assim se expressou o Mestre: 
“Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.” (Revista Espírita, dezembro de 1868)
Entretanto, a despeito da vontade do Codificador, o espiritismo brasileiro tomou um formato religioso igrejeiro, com centros espíritas que adotam práticas ritualísticas, místicas e anti-espíritas, que vão desde os cantos religiosos, rezas (Pai-Nosso, Ave-Maria, A Prece de Cáritas), exercícios de meditação com o canto de mantras, filas para o recebimento de passes, assemelhando-se às filas de comunhão católica; águas fluidificadas que se assemelham às “águas bentas”; o funcionamento de salas de cromoterapia, de cirurgias espirituais, até a substituição das imagens dos santos católicos, pelas fotografias emolduradas de Jesus, Maria de Nazaré, Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de Menezes, Emmanuel, André Luiz, Chico Xavier, dentre outros, afixadas em suas paredes e fixadas pelos olhar devoto de seus freqüentadores.

Não obstante, além das questões de “forma”, temos as questões de “fundo”, sendo estas últimas também deturpadoras dos princípios doutrinários espíritas. A corrupção doutrinária é disseminada pela literatura e pelos palestrantes. Entretanto, considero o grande adulterador do espiritismo, os livros catalogados, editados, e distribuídos como “obras complementares” da doutrina espírita, pela Federação Espírita Brasileira (FEB) - que também utilizando-se do modelo católico se auto intitula a “Casa Mater” do Espiritismo.

Faz-se por oportuno observar, que os centros espíritas espalhados por todo o território nacional, têm a cultura de instalar em suas dependências, um local para venda ou empréstimo de livros espíritas. Por conseguinte, qualquer visitante ou novo freqüentador que adentrar às dependências do centro, vai se deparar com uma pequena ou grande livraria oferecendo os mais diversos títulos, tidos como “obras espíritas“, que vão desde os livros de auto-ajuda, até os exemplares anti-doutrinários de autores encarnados e/ou desencarnados, que se contrapõem frontalmente aos princípios espíritas.

Assim, aquele que nada sabe de espiritismo, encontrará nas prateleiras da ditas livrarias, desde Os Quatro Evangelhos de Roustaing, um grande opositor de Allan Kardec, ao místico Ramatís, passando pela coleção André Luiz/Emmanuel, psicografadas pelo famoso médium Chico Xavier, trazendo toda uma gama de informações questionáveis e em total desacordo com os preceitos espíritas.
Na linha romanesca, obterá os romances de Zíbia Gaspareto, as famosas Violetas na Janela, a miscelânea do Espírito Luis Sérgio, O Vale dos Suicidas, de Yvone Pereira do Amaral, além da coleção Joanna de Angelis e Manoel Philomeno de Miranda psicografados por Divaldo Pereira Franco.

E neste mundo literário confuso e contraditório, o visitante ou novo freqüentador poderá achar uma estante perdida ao fundo da esfuziante livraria e/ou biblioteca, com uma exposição muito comumente incompleta, de O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Gênese, O que é o Espiritismo, Obras Póstumas, e talvez alguns poucos volumes da Revista Espírita!

Diante desta realidade, explica-se a assustadora quantidade de pessoas que se dizem espíritas e NUNCA leram sequer uma obra fundamental da doutrina Espírita, entendendo-se que o neófito ao se deparar com toda essa diversidade de livros ofertados pela instituição Espírita, acreditará por óbvio encontrar naquelas páginas o repositório de informações, e conhecimentos formalmente espíritas!

Agravando a situação de “fundo” da doutrina, o iniciante terá provavelmente na instituição que passa a freqüentar, como monitores, facilitadores, doutrinadores, ou expositores, pessoas despreparadas e desconhecedoras das Obras Fundamentais da Doutrina Espírita, sendo estes na sua grande maioria leitores contumazes das psicografias de Chico e Divaldo, de Ramatis, dos Tambores de Angola, do Aconteceu na Casa Espírita, e obviamente de Violetas na Janela!

Vale ressaltar, que na sua grande maioria, o critério de admissão para os trabalhos de dirigente de grupo, de médium ou doutrinador nas reuniões mediúnicas, é que tenha “boa vontade”, e quando muito, se arvore como leitor das famosas obras complementares - leia-se coleção André Luiz/Emmanuel! Por conseguinte, o neófito do espiritismo estará sendo formado para tornar-se o próximo divulgador mistificado e mistificador da Doutrina Espírita, levando adiante a “corrente do mal”.

Portanto, face ao exposto que é a constatação real do que são os centros espíritas de norte a sul do Brasil, entendo ser uma temeridade indicar em sã consciência uma instituição espírita para alguém que busque conhecer e estudar o espiritismo... E então, o que fazer?!

Diante do total desvirtuamento da Doutrina dos Espíritos, é fato que precisa-se urgentemente reorganizá-La, e Kardec com toda a competência quando trata do assunto, começa se reportando aos adeptos “ainda isolados sob meio a uma população hostil ou ignorante das idéias novas”. Esta é a realidade dos espíritas contemporâneos não submersos no misticismo espírita. Encontram-se isolados no meio de uma população hostil e ignorante das idéias espíritas, sendo considerados por toda a falange mística, como ortodoxos obsidiados e inimigos contumazes do espiritismo.

Entretanto, o Codificador orienta que tais espíritas “para começar, podem trabalhar por conta própria, impregnando-se da doutrina pela leitura e meditação das obras especiais”, ou seja, as obras fundamentais da doutrina espírita, ressalvando que “se se limitassem a colher na doutrina uma satisfação pessoal, seria uma espécie de egoísmo”. Acrescenta que “em razão de sua própria posição, têm uma bela e importante missão de espalhar a luz em seu redor”. Adverte ainda que não devemos nos deixar deter pelas dificuldades, posto que “sem dúvida encontrarão oposição, serão alvo de zombarias e dos sarcasmos dos incrédulos, da própria malevolência das pessoas interessadas em combater a doutrina; mas, onde estaria o mérito, se não houvesse nenhum obstáculo a vencer?” E assevera que “aos que forem detidos pelo medo pueril do que os outros pensariam deles, nada temos a dizer, nenhum conselho a dar.” (Revista Espírita, dezembro de 1861, Organização do Espiritismo)

Daí, estabelece Kardec algumas questões importantes para a formação dos grupos, dispondo que a primeira questão a ser considerada é a “uniformidade na doutrina”, significando que todos deverão seguir “a linha traçada em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns, posto que, “um contém os princípios da filosofia da ciência; o outro, as regras da parte experimental e prática“. Complementa afirmando que “estas obras estão escritas com bastante clareza, de modo a não ensejar interpretações divergentes, condição essencial de toda doutrina nova.” (Revista Espírita, dezembro de 1861, Organização do Espiritismo)

O segundo ponto abordado pelo Codificador diz respeito à constituição dos grupos, estabelecendo como uma das primeiras condições a homogeneidade, que segundo suas palavras, “sem a qual não haveria comunhão de pensamentos”, e acrescentando que “uma reunião não pode ser estável, nem séria, se não há simpatia entre os que a compõem; e não pode haver simpatia entre pessoas que têm idéias divergentes e que fazem oposição surda, quando não aberta.” Esclarece o mestre que “cada um pode e deve externar sua opinião; mas há pessoas que discutem para impor a sua, e não para se esclarecer.”

No que concerne às perturbações advindas das discussões por divergência e imposição de opiniões, diz Kardec que “as reuniões espíritas estão em condições excepcionais”, requerendo acima de tudo recolhimento. “Ora, como estar recolhido se, a cada momento, somos distraídos por uma polêmica acrimoniosa? Se, entre os assistentes, reina um sentimento de azedume e quando sentimos à nossa volta seres que sabemos hostis e em cuja fisionomia se lê o sarcasmo e o desdém por tudo quanto não concorde inteiramente com eles?” (Revista Espírita, dezembro de 1861, Organização do Espiritismo)

Em seguida preceitua que “num grupo sempre há elementos estáveis e flutuantes. O primeiro é composto de pessoas assíduas, que formam a base; o segundo, das que são admitidas temporária e acidentalmente. É essencial prestar escrupulosa atenção no que respeita à composição do elemento estável; neste caso, não se deve hesitar em sacrificar a quantidade pela qualidade, porque é ele que dá impulso e serve de regulador.” ( ) “Não se deve perder de vista que as reuniões espíritas, como, aliás, todas as reuniões em geral, haurem as forças de sua vitalidade na base sobre a qual se assentam; neste particular, tudo depende do ponto de partida.” (Revista Espírita, dezembro de 1861, Organização do Espiritismo)

Pontua Kardec que “formado esse núcleo, ainda que de três ou quatro pessoas, estabelecer-se-ão regras precisas, seja para as admissões, seja para a realização das sessões e para a ordem dos trabalhos, regras às quais os recém-vindos terão de se conformar.” (Revista Espírita, dezembro de 1861, Organização do Espiritismo)

Adiante adverte que a “ordem e a regularidade dos trabalhos são coisas igualmente essenciais, considerando de grande utilidade abrir cada sessão pela leitura de algumas passagens de O Livro dos Médiuns e de O Livro dos Espíritos.Segundo Kardec por esse meio, “ter-se-ão sempre presentes na memória os princípios da ciência e os meios de evitar os escolhos encontrados a cada passo na prática. Assim, a atenção será fixada sobre uma porção de pontos, que muitas vezes escapam numa leitura particular e poderão ensejar comentários e discussões instrutivas, das quais os próprios Espíritos poderão participar.” (Revista Espírita, dezembro de 1861, Organização do Espiritismo)

Por fim, faz-se por oportuno ressaltar as seguintes considerações feitas pelo Codificador: “Como se vê, nossas instruções se destinam exclusivamente aos grupos formados de elementos sérios e homogêneos; aos que querem seguir a rota do Espiritismo moral, visando o progresso de cada um, fim essencial e único da doutrina; enfim, aos que nos querem aceitar por guia e levar em conta os conselhos de nossa experiência. É incontestável que um grupo formado nas condições que indicamos funcionará em regularidade, sem entraves e de maneira proveitosa. O que um grupo pode fazer, outros também podem. Suponhamos, então, numa cidade, um número qualquer de grupos, constituídos sobre as mesmas bases; necessariamente haverá entre eles unidade de princípios, desde que seguem a mesma bandeira; união simpática, desde que têm por máxima amor e caridade. Numa palavra, são os membros de um a família, entre os quais não haveria concorrência, nem rivalidade de amor-próprio, já que todos estão animados dos mesmos sentimentos para o bem.” (Revista Espírita, dezembro de 1861, Organização do Espiritismo)

Diante do exposto, entendo que a reorganização do espiritismo passará pelo mesmo processo inicial que se deu à época de Kardec, ou seja, com a formação de pequenos grupos, livres do personalismo e do misticismo implantado no que está posto.

Serão esses novos grupos que estudarão a doutrina espírita tendo como fonte as obras fundamentais, e resgatarão o pensamento espírita, rechaçando os rituais, e a necessidade infantil de se eleger alguém para reverenciar e seguir!

Aquele que estuda a doutrina espírita, entende porque ela é libertadora. A liberdade está justamente na responsabilidade trazida pelo conhecimento. Passa-se a entender que não serão os passes, a água fluidificada, as rezas, as velas, o evangelho no lar, nem os Espíritos que nos “salvarão”! Será o trabalho solitário e árduo do nosso Espírito imortal, buscando aparar as arestas da nossa personalidade infantil, depois de compreendermos e assimilamos a dinâmica da vida ora no plano material, ora no plano espiritual.

Finalizando, reitero o entendimento de que será através de um movimento que estimule e propague a formação de pequenos grupos espíritas, organizados nos moldes kardecianos, tendo como componentes companheiros unidos pelo mesmo ideal, dedicados ao estudo e à divulgação do espiritismo, que teremos um novo recomeço. Precisamos acreditar como Kardec acreditou, que a doutrina espírita avançará! Para tanto, faz-se necessário exercitarmos a comunhão de pensamentos, amadurecendo e dando vida a essa idéia. Como asseverava o Codificador, o pensamento é uma força ativa que se tornará mais forte e eficiente quanto maior o número de homens e Espíritos unidos num mesmo objetivo. Esta será a “corrente do bem!”

Fonte: Blog Um Olhar Espírita - http://umolharespirita1.blogspot.com.br/2012/06/reorganizacao-do-espiritismo.html

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

¿Las obras básicas de la Doctrina Espirita están ya ultrapasadas?

Por Maria das Graças Cabral

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Es muy común oír en estos nuevos tiempos por parte de una legión de espiritas, que las Obras Básicas están ultrapasadas, por no haber acompañado a los avances de la humanidad.

En contrapartida, las denominadas “obras complementarias”  se tornan dignas de toda  la credibilidad, merecedoras de todo el respeto, formando una verdadera legión de seguidores, en detrimento de las “ultrapasadas” Obras Básicas.

Vale recordar que las referidas obras “complementarias”, son comunicaciones de origen mediúmnico, advenidas de un único Espíritu, bajo la supervisión de otro Espíritu (mentor del médium), a  través de un único médium. Tal análisis se extiende  a todas las otras millares de obras literarias que abarrotan las carteleras de las librerías de Brasil y del mundo, y que se titulan espiritas.

Ya la Obra considerada por los compañeros como “ultrapasada”, al contrario de las “complementarias”, fue dictada por una pleya de Espíritus de alta evolución moral e intelectual, del porte de San Juan Evangelista, San Agustín, San Vicente de Paul, San Luis, Sócrates, Platón, Fenelon, Franklin, Swedenborg, entre otros, bajo el comando nada más y nada menos de  El Espíritu de Verdad.

Es oportuno resaltar, que las comunicaciones de los Espíritu superiores que dieron origen a la Codificación Espirita, acontecieron a través de millares de médiums, en los más diversos grupos espiritas esparcidos por el mundo, sometidas todas al Control  Universal de las Comunicaciones Espiritas, conforme palabras de Allan Kardec , el Codificador, en la Introducción del Evangelio Según el Espiritismo.

Se debe también tomar en cuenta,  en lo que concierne a las “ultrapasadas” Obras Básicas, que el referido Codificador (Allan Kardec), se trataba de un hombre de elevada intelectualidad y moralidad, que no teniendo el don  mediúmnico, se  serbia  de todo su intelecto, conocimiento, racionalidad y buen sentido, para analizar, evaluar y organizar las comunicaciones recibidas a través de los médiums, bajo la fiscalización de los Espíritus  Superiores, las cuales vinieron  a componer  el “Cuerpo doctrinario” de la Codificación Espirita. 

Más volvamos a la cuestión  de las emblemáticas “obras complementarias”. Se percibe  la confusión que se hace entre, avance tecnológico del mundo contemporáneo, y evolución moral del espíritu humano.

¿En lo que concierne a las ya “ultrapasadas” Obras Básicas, podemos preguntar a los que así la consideran, en cuales de sus aspectos  las mismas ya fueron ultrapasadas o están incompletas?

¿Será en su aspecto Filosófico, debidamente organizado en “El Libro de los Espíritus?

Según Allan Kardec “El libro de los Espíritus es el compendio de las enseñanzas de los Espíritus  Superiores. Fue escrito por orden  y bajo el distado de los Espíritus Superiores para establecer los fundamentos de una filosofía racional, libre  de los prejuicios del espíritu de sistema. Nada contiene que no sea la expresión de su pensamiento, y no haya sufrido el control de los mismos. El orden y la distribución metódica de las materias así como las notas y la forma de algunas partes de la redacción constituyen la única obra de aquel que recibió la misión de publicar, o sea, de Allan Kardec. (L.E, p.52)

Se pregunta: ¿Qué áreas del conocimiento tratadas en el Libro de los Espíritus, que ya está ultrapasado, precisando  de complementación? -  ¿Cuáles  de los más variados y vastos asuntos tratados en la referida obra, que va de la “Teología Espirita” a las  de “Esperanzas y Consuelos”,  ya  no atienden a los “avances” del Espíritu humano?

En lo que concierne a la importancia de la obra, oportunamente  trascribimos  a Herculano Pires, cuando así se expresa: - “El Libro de los Espíritus no es, apenas, la piedra fundamental  o el marco inicial de la nueva codificación. Porque es el propio delineamiento, su núcleo central y al mismo tiempo el marco general de la doctrina. Examinándolo, en relación a las demás obras de Kardec, que complementan la codificación, verificamos que todas esas obras parten de su contenido”. (L.E, p. 12)

En una nota al pie de El Libro de los Espíritus, asevera el referido autor: “Los Espíritus aluden  a la eternidad espiritual de la doctrina, de su permanente proyección en la Tierra. Más debemos distinguir entre  sus manifestaciones falseadas, en el pasado, y la manifestación pura  que se encuentra en este libro. Los trazos de la Doctrina  espirita marcan el  camino de la evolución humana en la Tierra, más solo con este libro ella se presentó  definida y completa. Por eso, el Espiritismo es, una doctrina moderna”. (L. E. p. 116)

En realidad, se puede constatar que a cada momento, cuando retomamos el estudio de El Libro de los Espíritus, nos deparamos con nuevas enseñanzas y cuestiones que nos pasaron desapercibidos en lecturas anteriores. Se entiende por tanto  improbable  e inadmisible, que en una única encarnación, consigamos alcanzar  y aprender con profundidad, toda la grandiosidad de las enseñanzas de los Espíritus Superiores, aplicándolos por consiguiente en nuestras vidas. Más allá, tal constatación y hecha por varios y respetados estudiosos de la Doctrina Espirita, tales  como J. Herculano Pires, Divaldo Pereira Franco, Raúl Texeira, entre otros.

¿Bien, entonces sería la Ciencia  la que demostró la superación de la Doctrina Espirita? Ósea, consiguió probar la inexistencia de los Espíritus o de los fenómenos Espiritas? A ese respecto nadie mejor que Kardec cuando así se expresa:

“Las ciencias comunes se apoyan en las propiedades de la materia, que pueden ser experimentadas y manipuladas a  voluntad; los fenómenos espiritas se apoyan en la acción de   inteligencias que tienen voluntad propia y nos prueban a todo instante  no estar sometidas a nuestro capricho.

Las observaciones, por tanto, no pueden ser hechas de la misma manera, en uno u otro caso”. (L. E. p. 36)
Más adelante asevera el codificador: “La ciencia propiamente dicha,  como ciencia incompetente, para pronunciarse sobre la cuestión del espiritismo: no le cabe ocuparse del asunto y su pronunciamiento, al respecto, cualquiera que sea, favorable o no, no tiene ningún peso” (L. E. p, 36) 

¿Si la ciencia  tradicional no tiene “competencia” para considerar “ultrapasada” la Doctrina Espirita – seria entonces su  aspecto religioso el que estaría ultrapasado, precisando de “obras complementarias”?
¿Más el aspecto religioso de la Doctrina  Espirita está amparada en la moral de Cristo! ¿Entonces esta moral  está ultrapasada? A ese respecto, vale resaltar, que aunque  transcurridos dos milenios del paso de Jesús por el planeta Tierra, sus enseñanzas  basadas en la Ley de Amor, aun están por acontecer.

¿Entonces,  cual es  el gran problema que viene causando la  cizaña en el Movimiento Espirita? Por un lado, aquellos que defienden el “rescate” del estudio de las Obras Básicas de la Codificación, siendo considerados por parte de los defensores de las “obras complementarias” de “ortodoxos” o “puristas”.

De otro lado, los que consideran “avanzados”, o “evolucionistas” los cuales entienden que realmente la Doctrina espirita está “ultrapasada” y precisa de “obras complementarias” con más informaciones “avanzadas” que acompañan  la evolución científica (¿) , y la evolución del pensamiento humano (¿)

Estos compañeros que se consideran “libres” y “avanzados” entienden que la humanidad ahora ya está preparada para recibir las nuevas “revelaciones” traídas en las “obras complementarias”.

Entretanto es sabido que una obra filosófica o científica o religiosa, solo podría ser considerada “ultrapasada” , cuando sus conceptos y principios estuviesen en total desacuerdo con las pruebas científicas, o que ultrapasasen los límites de la razón y del buen sentido. Fue lo que ocurrió por ejemplo, con ciertas creencias del catolicismo que fueron  contestados y comprobados  por la ciencia tradicional, y se tornaron para sus seguidores dogmas de fe, (por tanto incuestionable).

En lo que concierne a  la Doctrina Espirita esto no acontece, por ser una doctrina evolucionista, racional y no dogmatica. Por otro lado, debemos poner en pauta que las nuevas revelaciones traídas por compañeros del plano espiritual, objetivando “complementar” las “ya ultrapasadas” Obras Básicas, no podrían en hipótesis alguna  estar en desacuerdo con cualquiera de los principios doctrinarios de las obras las cuales se proponen “complementar”!

Entretanto, en lo que concierne a lo por encima expuesto, basta que  nosotros propongamos  con la mente  y el corazón abiertos a un estudio serio y efectivo de las Obras Básicas, para que fácilmente identifiquemos en las dichas “obras complementarias”, varios aspectos contradictorios a los principios  doctrinarios espiritas. Por tanto, tales novedades no podrían ser consideradas “enseñanzas complementarias”.

Para una mejor comprensión, hagamos una analogía con la Constitución Federal que es la Ley Mayor de un país. Esta Ley  Mayor establece los principios fundamentales sobre los cuales se erguirá  todo el ordenamiento jurídico de una nación. Las leyes “complementarias” advenidas, deberán obligatoriamente para efectos de validez  estar plenamente de acorde con los principios constitucionales.
¡De la misma forma, las Obras Básicas como el propio nombre sugiere, trazan los principios fundamentales, o sea, la base de la Doctrina de los Espíritus, debiendo por tanto ser respetados por cualquier obra posterior que se quiera considerar espirita!

Expuesto esto, nos gustaría dejar claro que no defendemos una ortodoxia reaccionaria, objetivando la creación de un INDEX de obras a ser quemadas por no ser las Obras Básicas, o por estar en desacuerdo con estas.

Defendemos si, el estudio serio de las Obras de la Codificación, objetivando el conocimiento y discernimiento, para una segura evaluación e identificación de lo que no puede y no debe ser considerado obra espirita. Y lo más temerario que es la atribución  y titulación de “obra complementaria” de la Doctrina Espirita.

Es un hecho que el Espiritismo viene vivenciando una ortodoxia y un gran dogmatismo. Más no por parte de una minoría que busca rescatar el estudio de los principios doctrinarios postulados en las Obras Básicas, puesto que, estas están relegadas al total descaso  por la gran mayoría de los espiritas, bajo la alegación de estar  las mismas ultrapasadas; o por ser consideradas de lectura difícil, cansativa y aburrida.

Entiendo que la gran ortodoxia y dogmatismo que despierta las más exacerbadas reacciones, vienen siendo practicada por parte de una verdadera legión de espiritas de comportamiento intolerante y agresivo, que de forma enceguecida defienden ferozmente  no solo a las llamadas “obras complementarias”, más principalmente las figuras que las representan, en detrimento de los espíritus Superiores que nos trajeron los Principios Espiritas  y del propio Codificador, Allan Kardec.

Más allá, en lo que dice al respecto a Kardec, ya oí por  parte de espiritas defensores de las “obras complementarias”  referencias de profundo desprecio, como -¿Quién es Kardec? Por acaso es el “dueño” del Espiritismo? ¿No es “apenas” el Codificador?

Bien para finalizar, es un hecho que realmente ocurrió una “división” en el Movimiento Espirita, donde los seguidores de las “obras complementarias”, infelizmente formaron una verdadera “secta” salida de las huestes espiritas, adoptando como verdades incuestionables y absolutas todo lo que preconiza las referidas obras. ¡Es una pena!

Más, como todos acreditamos que el Espiritismo es inmortal, sabemos que todo es una cuestión de tiempo… Desencarnaremos y estaremos ante  nosotros mismos, bajo las Leyes inmutables de Dios. Vamos entonces a confirmar por nosotros mismos todo lo que nos dicen las Obras Básicas de la Doctrina espirita.

Al final, nos dicen los Espíritus que una encarnación es menos que un minuto ante la eternidad. ¡Paz!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

As obras básicas da Doutrina Espírita já estão ultrapassadas?

Por Maria das Graças Cabral

É muito comum ouvirmos nestes novos tempos por parte de uma legião de espíritas, que as Obras Básicas estão ultrapassadas, por não haverem acompanhado aos avanços da humanidade.

Em contrapartida, as denominadas '"obras complementares", tornaram-se dignas de toda a credibilidade, merecedoras de todo o respeito, formando uma verdadeira legião de seguidores, em detrimento das 'ultrapassadas' Obras Básicas.

Vale lembrar que as referidas obras 'complementares', são comunicações de origem mediúnica, advindas de um único Espírito, sob a supervisão de um outro Espírito (mentor do médium), através de um único médium. Tal análise se estende a todas as outras milhares de obras literárias que abarrotam as prateleiras das livrarias do Brasil e do mundo, e que se auto intitulam espíritas.

Já a Obra considerada pelos companheiros como "ultrapassada", ao contrário das "complementares", foi ditada por uma plêiade de Espíritos de alta evolução moral e intelectual, do porte de São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, dentre outros, sob o comando nada mais nada menos de O Espírito da Verdade.

Oportuno ressaltar, que as comunicações dos Espíritos Superiores que deram origem à Codificação Espírita, aconteceram através de milhares de médiuns, nos mais diversos grupos espíritas espalhados pelo mundo, submetidas todas ao Controle Universal das Comunicações Espíritas, conforme palavras de Allan  Kardec, o Codificador, na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Deve-se também levar em conta, no que concerne às 'ultrapassadas' Obras  Básicas, que o referido Codificador (Allan Kardec), tratava-se de um homem de elevada intelectualidade e moralidade, que não tendo o dom mediúnico, utilizava-se de todo o seu intelecto, conhecimento, racionalidade e bom senso, para analisar, avaliar e organizar as comunicações recebidas através dos médiuns, sob a fiscalização dos Espíritos Superiores, as quais vieram compor o "corpo doutrinário" da Codificação Espírita.

Mas voltemos à questão das emblemáticas 'obras complementares'. Percebe-se a confusão que se faz entre, avanço tecnológico do mundo contemporâneo, e evolução moral do espírito humano.

No que concerne às já "ultrapassadas" Obras Básicas, podemos indagar aos que assim a consideram, em quais dos seus aspectos as mesmas já foram ultrapassadas ou estão incompletas?

Seria em seu aspecto Filosófico, devidamente organizado em "O Livro dos  Espíritos"?

Segundo Allan Kardec "O Livro dos Espíritos é o compêndio dos ensinamentos dos Espíritos Superiores. Foi escrito por ordem e sob ditado dos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do seu pensamento, e não tenha sofrido o controle dos mesmos. A ordem e a distribuição metódica das matérias assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem a única obra daquele que recebeu a missão de o publicar" , ou seja, de Allan Kardec. (L.E, p. 52) 

Pergunta-se: - Quais as áreas do conhecimento tratadas em O Livro dos Espíritos, que já está ultrapassada, precisando de complementação? - Quais dos mais variados e vastos assuntos tratados na referida obra, que vai da "Teologia Espírita" às "Esperanças e Consolações", já não atendem aos "avanços" do Espírito humano?

No que concerne à importância da obra, oportuno transcrevermos Herculano Pires, quando assim se expressa: - "O Livro dos Espíritos não é, apenas, a pedra  fundamental ou o marco inicial da nova codificação. Porque é o próprio delineamento, o seu núcleo central e ao mesmo tempo o arcabouço geral da doutrina. Examinando-o, em relação às demais obras de Kardec, que completam a codificação, verificamos que todas essas obras partem do seu conteúdo". (L.E, p. 12)

Em nota de rodapé de O Livro dos Espíritos, assevera o referido autor: "Os Espíritos aludem à eternidade espiritual da doutrina, de sua permanente projeção na Terra. Mas devemos distinguir entre as suas manifestações falseadas, no passado, e a manifestação pura que se encontra neste livro. Os traços da doutrina espírita marcam o roteiro da evolução humana na Terra, mas só com este livro ela se apresentou definida e completa. Por isso, o Espiritismo é, na Terra, uma doutrina moderna". (L.E, p. 116) 

Na realidade, pode-se constatar que a cada momento, quando retomamos o estudo de O Livro dos Espíritos, nos deparamos com novos ensinamentos e questionamentos que nos passaram despercebidos em leituras anteriores. Entende-se portanto improvável e inadmissível, que em uma única encarnação, consigamos alcançar e apreender em profundidade, toda a grandiosidade dos ensinamentos dos Espíritos Superiores, aplicando-os por conseguinte em nossas vidas.  Aliás, tal constatação é feita por vários e respeitados estudiosos da Doutrina Espírita, tais como J. Herculano Pires, Divaldo Pereira Franco, Raul Teixeira, dentre outros. 

Bem, então seria a Ciência que demonstrou a superação da Doutrina Espírita? Ou seja, conseguiu provar a inexistência dos Espíritos ou dos fenômenos Espíritas?  A esse respeito ninguém melhor que Kardec quando assim se expressa:

"As ciências comuns se apóiam nas propriedades da matéria, que podem ser experimentadas e manipuladas à vontade; os fenômenos espíritas se apóiam na ação de inteligências que têm vontade própria e nos provam a todo instante não estarem submetidas ao nosso capricho. As observações, portanto, não podem ser feitas da mesma maneira, num e noutro caso". (L.E, p. 36)

Adiante assevera o codificador: "A ciência propriamente dita, como ciência é incompetente, para se pronunciar sobre a questão do Espiritismo: não lhe cabe ocupar-se do assunto e seu pronunciamento a respeito, qualquer que seja, favorável ou não, nenhum peso teria". (L.E, p. 36)

Se a ciência tradicional não tem "competência" para considerar "ultrapassada" a Doutrina Espírita - seria então o seu aspecto religioso que estaria ultrapassado, precisando de "obras complementares"?

Mas o aspecto religioso da Doutrina Espírita está amparada na moral do Cristo! Então esta moral está ultrapassada? A esse respeito, vale ressaltar, que embora transcorridos dois milênios da passagem de Jesus pelo planeta Terra, seus ensinamentos embasados na Lei de Amor, ainda estão por acontecer.

Então, qual o grande problema que vem causando a cizânia no Movimento Espírita? De um lado, aqueles que defendem o "resgate" do estudo das Obras Básicas da Codificação, sendo considerados por parte dos defensores das "obras complementares" de "ortodoxos" ou "puristas".

De outro lado, os que se consideram "avançados", ou "evolucionistas" os quais entendem que realmente a Doutrina Espírita está "ultrapassada" e precisa de "obras complementares" com informações mais "avançadas" que acompanham a evolução científica (?), e a evolução do pensamento humano (?).

Estes companheiros que se consideram "livres" e "avançados', não sujeitos ao "dogmatismo" dos "ortodoxos" entendem que a humanidade agora já está preparada para receber as novas "revelações" trazidas nas "obras complementares"!

Entretanto é sabido que uma obra filosófica e/ou científica e/ou religiosa, só poderia ser considerada "ultrapassada", quando seus conceitos e princípios estivessem em total desacordo com as provas científicas, ou que ultrapassassem os limites da razão e do bom senso. Foi o que ocorreu por exemplo, com certas crenças do catolicismo que foram contestados e comprovados pela ciência tradicional, e tornaram-se para os seus seguidores dogmas de fé, (portanto inquestionáveis).

No que concerne à Doutrina Espírita isto não acontece, por ser uma doutrina evolucionista, racional e não dogmática. Por outro lado, devemos por em pauta que as novas revelações trazidas por companheiros do plano espiritual, objetivando "complementar" as " já ultrapassadas" Obras Básicas, não poderiam em hipótese alguma estar em desacordo com qualquer dos princípios doutrinários das obras às quais se propõem  "complementar"!

Entretanto, no que concerne ao acima exposto, basta que nos proponhamos com a mente e o coração abertos a um estudo sério e efetivo das Obras Básicas, para que facilmente identifiquemos nas ditas "obras complementares", vários aspectos contraditórios aos princípios doutrinários espíritas. Portanto, tais novidades não poderiam ser considerados "ensinos complementares".

Para uma melhor compreensão, façamos uma analogia com a Constituição Federal que é a Lei Maior de um país. Esta Lei Maior estabelece os princípios fundamentais sobre os quais se erguerá todo o ordenamento jurídico de uma nação. As leis "complementares" advindas, deverão obrigatoriamente para efeitos de validade estarem plenamente acordes com os princípios constitucionais.

Da mesma forma, as Obras Básicas como o próprio nome sugere, trazem os princípios fundamentais, ou seja, a base da Doutrina dos Espíritos, devendo portanto serem respeitados por qualquer obra posterior que se queira considerar espírita!

Isto posto, gostaria de deixar claro que não defendemos uma ortodoxia reacionária, objetivando a criação de um INDEX de obras a serem queimadas por não serem as Obras Básicas, ou por estarem em desacordo com estas.

Defendemos sim, o estudo sério das Obras da Codificação, objetivando o conhecimento e discernimento, para uma segura avaliação e identificação do que não pode e nem deve ser considerado obra espírita. E o mais temerário - que é a atribuição e titulação de "obra complementar" da Doutrina Espírita!

É fato que o Espiritismo vem vivenciando uma ortodoxia e um grande dogmatismo. Mas não por parte de uma minoria que busca resgatar o estudo dos princípios doutrinários postulados nas Obras Básicas, posto que, estas estão relegadas ao total descaso pela grande maioria dos espíritas, sob alegativa de estarem as mesmas ultrapassadas; ou por serem consideradas de leitura difícil, cansativa e chata.

Entendo que a grande ortodoxia e dogmatismo que desperta as mais exacerbadas reações, vem sendo praticada por parte de uma verdadeira legião de espíritas de comportamento intolerante e agressivo, que de forma enceguecida defendem ferozmente não só as chamadas "obras complementares", mas principalmente as figuras que as representam, em detrimento dos Espíritos Superiores que nos trouxeram os Princípios Espíritas, e do próprio Codificador, Allan Kardec.

Aliás, no que diz respeito a Kardec, já ouvi por parte de espíritas defensores das "obras complementares", referências de profundo desprezo, como - Quem é Kardec? Por acaso é o "dono" do Espiritismo? Não é "apenas" o Codificador?

Bem, para finalizar, é fato que realmente ocorreu um "racha" no Movimento Espírita, onde os seguidores das "obras complementares", infelizmente formaram uma verdadeira "seita" saída das hostes espíritas, adotando como verdades inquestionáveis e absolutas tudo o que preconiza as referidas obras. É uma pena!

Mas, como todos acreditamos que o Espírito é imortal, sabemos que tudo é uma questão de tempo... Desencarnaremos e estaremos diante de nós mesmos, sob as Lei imutáveis de Deus. Vamos então confirmar por nós mesmos tudo o que nos dizem as Obras Básicas da Doutrina Espírita!

Afinal, nos dizem os Espíritos que uma encarnação é menos que um minuto diante da eternidade. Paz!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O porvir e o nada

Por Allan Kardec

(Fonte: O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo)

1. - Vivemos, pensamos e operamos - eis o que é positivo. E que morremos, não é menos certo.

Mas, deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada: Viveremos eternamente, ou tudo se aniquilara de vez? É uma tese, essa, que se impõe.

Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará.

Mas, de que serviriam essas aspirações de felicidade, se um leve sopro pudesse dissipá-las?

Haverá algo de mais desesperador do que esse pensamento da destruição absoluta? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido! De nada nos serviria, portanto, qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos, de devotamento à causa do progresso, desde que de tudo isso nada aproveitássemos, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de nada nos serviria tudo isso. Se assim fora, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos seus apetites materiais, sem aspiração para o futuro. Diz-nos uma secreta intuição, porém, que isso não é possível.

2. - Pela crença em o nada, o homem concentra todos os seus pensamentos, forçosamente, na vida presente.

Logicamente não se explicaria a preocupação de um futuro que se não espera.

Esta preocupação exclusiva do presente conduz o homem a pensar em si, de preferência a tudo: é, pois, o mais poderoso estimulo ao egoísmo, e o incrédulo é conseqüente quando chega à seguinte conclusão: Gozemos enquanto aqui estamos; gozemos o mais possível, pois que conosco tudo se acaba; gozemos depressa, porque não sabemos quanto tempo existiremos

Ainda conseqüente é esta outra conclusão, aliás mais grave para a sociedade: Gozemos apesar de tudo, gozemos de qualquer modo, cada qual por si: a felicidade neste mundo é do mais astuto.

E se o respeito humano contém a alguns seres, que freio haverá para os que nada temem?

Acreditam estes últimos que as leis humanas não atingem senão os ineptos e assim empregam todo o seu engenho no melhor meio de a elas se esquivarem.

Se há doutrina insensata e anti-social, é, seguramente, o niilismo que rompe os verdadeiros laços de solidariedade e fraternidade, em que se fundam as relações sociais.

3. - Suponhamos que, por uma circunstância qualquer, todo um povo adquire a certeza de que em oito dias, num mês, ou num ano será aniquilado; que nem um só indivíduo lhe sobreviverá, como de sua existência não sobreviverá nem um só traço: Que fará esse povo condenado, aguardando o extermínio?

Trabalhará pela causa do seu progresso, da sua instrução? Entregar-se-á ao trabalho para viver? Respeitará os direitos, os bens, a vida do seu semelhante? Submeter-se-á a qualquer lei ou autoridade por mais legitima que seja, mesmo a paterna?

Haverá para ele, nessa emergência, qualquer dever?

Certo que não. Pois bem! O que se não dá coletivamente, a doutrina do niilismo realiza todos os dias isoladamente, individualmente.

E se as conseqüências não são desastrosas tanto quanto poderiam ser, é, em primeiro lugar, porque na maioria dos incrédulos há mais jactância que verdadeira incredulidade, mais dúvida que convicção - possuindo eles mais medo do nada do que pretendem aparentar - o qualificativo de espíritos fortes lisonjeia-lhes a vaidade e o amor-próprio; em segundo lugar, porque os incrédulos absolutos se contam por ínfima minoria, e sentem a seu pesar os ascendentes da opinião contrária, mantidos por uma força material.

Torne-se, não obstante, absoluta a incredulidade da maioria, e a sociedade entrará em dissolução.

Eis ao que tende a propagação da doutrina niilista. (1)

Fossem, porém, quais fossem as suas conseqüências, uma vez que se impusesse como verdadeira, seria preciso aceitá-la, e nem sistemas contrários, nem a idéia dos males resultantes poderiam obstar-lhe a existência. Forçoso é dizer que, a despeito dos melhores esforços da religião, o cepticismo, a dúvida, a indiferença ganham terreno dia a dia.

Mas, se a religião se mostra impotente para sustar a incredulidade, é que lhe falta alguma coisa na luta. Se por outro lado a religião se condenasse à imobilidade, estaria, em dado tempo, dissolvida.

O que lhe falta neste século de positivismo, em que se procura compreender antes de crer, é, sem dúvida, a sanção de suas doutrinas por fatos positivos, assim como a concordância das mesmas com os dados positivos da Ciência. Dizendo ela ser branco o que os fatos dizem ser negro, é preciso optar entre a evidência e a fé cega.

(1) Um moço de dezoito anos, afetado de uma enfermidade do coração, foi declarado incurável. A Ciência havia dito: Pode morrer dentro de oito dias ou de dois anos, mas não irá além. Sabendo-o, o moço para logo abandonou os estudos e entregou-se a excessos de todo o gênero.

Quando se lhe ponderava o perigo de uma vida desregrada, respondia: Que me importa, se não tenho mais de dois anos de vida? De que me serviria fatigar o espírito? Gozo o pouco que me resta e quero divertir-me até ao fim. Eis a conseqüência lógica do niilismo.

Se este moço fora espírita, teria dito: A morte só destruirá o corpo, que deixarei como fato usado, mas o meu Espírito viverá. Serei na vida futura aquilo que eu próprio houver feito de mim nesta vida; do que nela puder adquirir em qualidades morais e intelectuais nada perderei, porque será outro tanto de ganho para o meu adiantamento; toda a imperfeição de que me livrar será um passo a mais para a felicidade. A minha felicidade ou infelicidade depende da utilidade ou inutilidade da presente existência. É portanto de meu interesse aproveitar o pouco tempo que me resta, e evitar tudo que possa diminuir-me as forças. Qual destas doutrinas é preferível?

4. - É nestas circunstâncias que o Espiritismo vem opor um dique à difusão da incredulidade, não somente pelo raciocínio, não somente pela perspectiva dos perigos que ela acarreta, mas pelos fatos materiais, tornando visíveis e tangíveis a alma e a vida futura.

Todos somos livres na escolha das nossas crenças; podemos crer em alguma coisa ou em nada crer, mas aqueles que procuram fazer prevalecer no espírito das massas, da juventude principalmente, a negação do futuro, apoiando-se na autoridade do seu saber e no ascendente da sua posição, semeiam na sociedade germens de perturbação e dissolução, incorrendo em grande responsabilidade.

5. - Há uma doutrina que se defende da pecha de materialista porque admite a existência de um princípio inteligente fora da matéria: é a da absorção no Todo Universal.

Segundo esta doutrina, cada indivíduo assimila ao nascer uma parcela desse princípio, que constitui sua alma, e dá-lhe vida, inteligência e sentimento.

Pela morte, esta alma volta ao foco comum e perde-se no infinito, qual gota dágua no oceano.

Incontestavelmente esta doutrina é um passo adiantado sobre o puro materialismo, visto como admite alguma coisa, quando este nada admite. As conseqüências, porém, são exatamente as mesmas.

Ser o homem imerso em o nada ou no reservatório comum, é para ele a mesma coisa; aniquilado ou perdendo a sua individualidade, é como se não existisse; as relações sociais nem por isso deixam de romper-se, e para sempre.

O que lhe é essencial é a conservação do seu eu; sem este, que lhe importa ou não subsistir?

O futuro afigura-se-lhe sempre nulo, e a vida presente é a única coisa que o interessa e preocupa.

Sob o ponto de vista das conseqüências morais, esta doutrina é, pois, tão insensata, tão desesperadora, tão subversiva como o materialismo propriamente dito.

6. - Pode-se, além disso, fazer esta objeção: todas as gotas d'água tomadas ao oceano se assemelham e possuem idênticas propriedades como partes de um mesmo todo; por que, pois, as almas tomadas ao grande oceano da inteligência universal tão pouco se assemelham? Por que o gênio e a estupidez, as mais sublimes virtudes e os vícios mais ignóbeis? Por que a bondade, a doçura, a mansuetude ao lado da maldade, da crueldade, da barbaria? Como podem ser tão diferentes entre si as partes de um mesmo todo homogêneo? Dir-se-á que é a educação que a modifica? Neste caso donde vêm as qualidades inatas, as inteligências precoces, os bons e maus instintos independentes de toda a educação e tantas vezes em desarmonia com o meio no qual se desenvolvem?

Não resta dúvida de que a educação modifica as qualidades intelectuais e morais da alma; mas aqui ocorre uma outra dificuldade: Quem dá a esta a educação para fazê-la progredir? Outras almas que por sua origem comum não devem ser mais adiantadas. Além disso, reentrando a alma no Todo Universal donde saiu, e havendo progredido durante a vida, leva-lhe um elemento mais perfeito. Dai se infere que esse Todo se encontraria, pela continuação, profundamente modificado e melhorado. Assim, como se explica saírem incessantemente desse Todo almas ignorantes e perversas?

7. - Nesta doutrina, a fonte universal de inteligência que abastece as almas humanas é independente da Divindade; não é precisamente o panteísmo.

O panteísmo propriamente dito considera o principio universal de vida e de inteligência como constituindo a Divindade. Deus é concomitantemente Espírito e matéria; todos os seres, todos os corpos da Natureza compõem a Divindade, da qual são as moléculas e os elementos constitutivos; Deus é o conjunto de todas as inteligências reunidas; cada indivíduo, sendo uma parte do todo, é Deus ele próprio; nenhum ser superior e independente rege o conjunto; o Universo é uma imensa república sem chefe, ou antes, onde cada qual é chefe com poder absoluto.

8. - A este sistema podem opor-se inumeráveis objeções, das quais são estas as principais: não se podendo conceber divindade sem infinita perfeição, pergunta-se como um todo perfeito pode ser formado de partes tão imperfeitas, tendo necessidade de progredir? Devendo cada parte ser submetida à lei do progresso, força é convir que o próprio Deus deve progredir; e se Ele progride constantemente, deveria ter sido, na origem dos tempos, muito imperfeito.

E como pôde um ser imperfeito, formado de idéias tão divergentes, conceber leis tão harmônicas, tão admiráveis de unidade, de sabedoria e previdência quais as que regem o Universo? Se todas as almas são porções da Divindade, todos concorreram para as leis da Natureza; como sucede, pois, que elas murmurem sem cessar contra essas leis que são obra sua? Uma teoria não pode ser aceita como verdadeira senão com a cláusula de satisfazer a razão e dar conta de todos os fatos que abrange; se um só fato lhe trouxer um desmentido, é que não contém a verdade absoluta.

9. - Sob o ponto de vista moral, as conseqüências são igualmente ilógicas. Em primeiro lugar é para as almas, tal como no sistema precedente, a absorção num todo e a perda da individualidade. Dado que se admita, consoante a opinião de alguns panteístas, que as almas conservem essa individualidade, Deus deixaria de ter vontade única para ser um composto de miríades de vontades divergentes.

Além disso, sendo cada alma parte integrante da Divindade, deixa de ser dominada por um poder superior; não incorre em responsabilidade por seus atos bons ou maus; soberana, não tendo interesse algum na prática do bem, ela pode praticar o mal impunemente.

10. - Demais, estes sistemas não satisfazem nem a razão nem a aspiração humanas; deles decorrem dificuldades insuperáveis, pois são impotentes para resolver todas as questões de fato que suscitam. O homem tem, pois, três alternativas: o nada, a absorção ou a individualidade da alma antes e depois da morte

É para esta última crença que a lógica nos impele irresistivelmente, crença que tem formado a base de todas as religiões desde que o mundo existe.

E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta esta outra conseqüência: a sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais, pois seria irracional admitir que a alma atrasada do selvagem, como a do homem perverso, estivesse no nível da do sábio, do homem de bem. Segundo os princípios de justiça, as almas devem ter a responsabilidade dos seus atos, mas para haver essa responsabilidade, preciso é que elas sejam livres na escolha do bem e do mal; sem o livre-arbítrio há fatalidade, e com a fatalidade não coexistiria a responsabilidade.

11. - Todas as religiões admitiram igualmente o principio da felicidade ou infelicidade da alma após a morte, ou, por outra, as penas e gozos futuros, que se resumem na doutrina do céu e do inferno encontrada em toda parte.

No que elas diferem essencialmente, é quanto à natureza dessas penas e gozos, principalmente sobre as condições determinantes de umas e de outras.

Daí os pontos de fé contraditórios dando origem a cultos diferentes, e os deveres impostos por estes, consecutivamente, para honrar a Deus e alcançar por esse meio o céu, evitando o inferno.

12. - Todas as religiões houveram de ser em sua origem relativas ao grau de adiantamento moral e intelectual dos homens: estes, assaz materializados para compreenderem o mérito das coisas puramente espirituais, fizeram consistir a maior parte dos deveres religiosos no cumprimento de fórmulas exteriores.

Por muito tempo essas fórmulas lhes satisfizeram a razão; porém, mais tarde, porque se fizesse a luz em seu espírito, sentindo o vácuo dessas fórmulas, uma vez que a religião não o preenchia, abandonaram-na e tornaram-se filósofos.

13. - Se a religião, apropriada em começo aos conhecimentos limitados do homem, tivesse acompanhado sempre o movimento progressivo do espírito humano, não haveria incrédulos, porque está na própria natureza do homem a necessidade de crer, e ele crerá desde que se lhe dê o pábulo espiritual de harmonia com as suas necessidades intelectuais.

O homem quer saber donde velo e para onde vai. Mostrando-se-lhe um fim que não corresponde às suas aspirações nem à idéia que ele faz de Deus, tampouco aos dados positivos que lhe fornece a Ciência; impondo-se-lhe, ademais, para atingir o seu desiderato, condições cuja utilidade sua razão contesta, ele tudo rejeita; o materialismo e o panteísmo parecem-lhe mais racionais, porque com eles ao menos se raciocina e se discute, falsamente embora. E há razão, porque antes raciocinar em falso do que não raciocinar absolutamente.

Apresente-se-lhe, porém, um futuro condicionalmente lógico, digno em tudo da grandeza, da justiça e da infinita bondade de Deus, e ele repudiará o materialismo e o panteísmo, cujo vácuo sente em seu foro intimo, e que aceitará à falta de melhor crença.

O Espiritismo dá coisa melhor; eis por que é acolhido pressurosamente por todos os atormentados da dúvida, os que não encontram nem nas crenças nem nas filosofias vulgares o que procuram. O Espiritismo tem por si a lógica do raciocínio e a sanção dos fatos, e é por isso que inutilmente o têm combatido.

14. - Instintivamente tem o homem a crença no futuro, mas não possuindo até agora nenhuma base certa para defini-lo, a sua imaginação fantasiou os sistemas que originaram a diversidade de crenças. A Doutrina Espírita sobre o futuro - não sendo uma obra de imaginação mais ou menos arquitetada engenhosamente, porém o resultado da observação de fatos materiais que se desdobram hoje à nossa vista -congraçará, como já está acontecendo, as opiniões divergentes ou flutuantes e trará gradualmente, pela força das coisas, a unidade de crenças sobre esse ponto, não já baseada em simples hipótese, mas na certeza. A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro ponto de contacto dos diversos cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Afinal, que obras são ou não Espíritas?

Redação O Blog dos Espíritas

"O Blog dos Espíritas" tem recebido muitos e-mails de pessoas estudiosas ou simpatizantes da Doutrina Espírita, querendo saber que livros podem ou não serem considerados como Espíritas.

Invariavelmente, nossa resposta tem sido a mesma: a necessidade de estudar as obras de Allan Kardec. Através do conhecimento dos pilares basilares da Doutrina Espírita, será fácil separar o joio do trigo.

Em resumo: para que uma obra seja considerada Espírita, deve estar de acordo com os ensinamentos da Codificação.

Observação: Tenham sempre em mente os alertas feitos por Kardec:

"Segue-se que a opinião de um Espírito sobre um princípio qualquer não é considerada pelos espíritas senão como uma opinião individual, que pode ser justa ou falsa, e não tem valor senão quando é sancionada pelo ensino da maioria, dado sobre os diversos pontos do globo". (Allan Kardec, Revista Espírita, 1865)

"Mas nunca será demasiado repetir: não aceiteis nada cegamente. Que cada fato seja submetido a um exame minucioso, aprofundado e severo.” (O Livro dos Médiuns – Kardec – item 98)


“(...)
Todas precauções são poucas para evitar as publicações lamentáveis. Em tais casos, mais vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa”. (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio) “Aplicando esses princípios de ecletismo às comunicações que nos enviaram, diremos que em 3.600 há mais de 3.000 que são de uma moralidade irreprochável, e excelentes como fundo; mas que desse número não há 300 para publicidade, e apenas 100 de um mérito inconteste. Essas comunicações vieram de muitos pontos diferentes".

"Os maus Espíritos temem o exame; eles dizem: 'Aceitai nossas palavras e não as julgueis.' Se tivessem a consciência de estar com a verdade, não temeriam a luz. O hábito de escrutar as menores palavras dos Espíritos, de pesar-lhes o valor, distancia forçosamente os Espíritos mal intencionados, que não vêm, então, perder inutilmente seu tempo, uma vez que se rejeite tudo o que é mau ou de origem suspeita. Mas quando se aceita cegamente tudo o que dizem, que se coloca, por assim dizer, de joelhos diante de sua pretensa sabedoria, fazem o que fariam os homens - disso abusam." (Allan Kardec, Escolhos dos Médiuns, Revista Espírita, fevereiro de 1859)

“Inferimos que a proporção deve ser mais ou menos geral. Por aí pode julgar-se da necessidade de não publicar inconsideradamente tudo quanto vem dos Espíritos, se quiser atingir o objetivo a que nos propomos, tanto do ponto de vista material quanto do efeito moral e da opinião que os indiferentes possam fazer do Espiritismo”. (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.)

"Diante desse poderoso critério (da Universalidade) caem necessariamente todas as teorias particulares que sejam o produto de idéias sistemáticas, seja de um homem, seja de um Espírito isolado. Uma idéia falsa pode, sem dúvida, agrupar ao seu redor alguns partidários, mas não prevalecerá jamais contra aquela que é ensinada por toda a parte." (Allan Kardec, Revista Espírita, 1865)

Vídeo aonde Allan Kardec demonstra um estudo crítico de comunicação recebida: