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terça-feira, 13 de maio de 2014
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Kardec - Defensor do Espiritismo
21:19
Posted by Fabiano Vidal
Allan Kardec, auto de fé, detratores do Espiritismo, Doutrina Espírita, espiritismo, revelação espírita, Revista Espírita
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Por Eurípedes Kühl
Nosso objetivo aqui não é remoer o passado infeliz, mas sim pôr a descoberto para os espíritas de hoje como Kardec é para nós um modelo-defensor, a toda vez que o Espiritismo seja alvo de aleivosias que, infelizmente, ainda ocorrem com freqüência.
Será sempre útil conhecermos o amor puro que ele dedicou à Doutrina dos Espíritos e as lutas que teve que enfrentar em sua defesa.
Seu exemplo não pode, de maneira alguma, deixar de ser seguido sempre que idênticas ocasiões se apresentem para nós. Esse é um dever e mesmo um compromisso a que não deveremos jamais nos recusar ou omitir.
A data de nascimento do Espiritismo é a mesma da de Allan Kardec: 18 de abril de 1857. Certidão de ambos inexistem, em termos cartorários. Com efeito, ninguém jamais encontrará nos registros cíveis da França o nome de Allan Kardec, e entretanto esse personagem francês é bem conhecido pela história mundial.
Explica-se: em 3 de outubro de 1804, na cidade de Lyon (França), nasceu Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, descendente de antiga família lionesa, católica, de nobres e dignas tradições. Ele se tornaria famoso por seus invulgares dotes morais e intelectuais, inteiramente voltados para a educação, como professor e tradutor, além de autor de inúmeras obras pedagógicas destinadas à instrução primária, secundária e até mesmo superior, algumas com aplicação até hoje na França.
Aos 50 anos de idade, o professor Hippolyte era membro efetivo de doze associações culturais francesas. Foi por essa época que teve a atenção voltada para os espetáculos públicos das chamadas “mesas girantes e dançantes” (mesas que se erguiam nos ares, desenhavam movimentos e respondiam, por pancadas, às perguntas dos circunstantes). Tais espetáculos eram então verdadeira epidemia no mundo.
Investigando o insólito fenômeno, seu cérebro privilegiado detectou que só por forças desconhecidas aquilo poderia acontecer: forças pensantes. Daí a atinar serem espíritos que, através de intermediação com encarnados, “davam vida e inteligência” à matéria, foi uma brilhante dedução, tão desapercebida à maioria das pessoas quanto simples, qual o “ovo de Colombo”.
DECIDIDO A “PÔR EM PRATOS LIMPOS” TAIS FENÔMENOS, valendo-se do invulgar tirocínio que abrilhantava sua mente e trilhando metodologia científica, não tardou a comprovar que os chamados “mortos” viviam além-túmulo. E mais, que esses tais, em circunstâncias naturais, com intermediação de encarnados (médiuns), podiam dialogar com aqueles que ainda não tinham ido para o reino “das sombras”.
A esse intercâmbio entre o plano material e o espiritual, denominou mediunidade. Descobriu logo que “do lado de lá” não existiam apenas “sombras”, bem ao contrário: de lá se originavam muitas luzes, permanentemente disponíveis àqueles que concedessem à razão uma chance de comprová-lo. Ele concedeu!
Num trabalho altamente didático, valendo-se de vários médiuns desconhecidos entre si, formulou centenas de perguntas “aos mortos” e deles obteve resposta para todas, paralelas no conteúdo, consentâneas com a lógica.
Com impecável pedagogia, garimpou esse farto material e catalogou-o em código, daí resultando as chamadas cinco “obras básicas”.
Não querendo comprometer a Doutrina dos Espíritos à sua já enaltecida carreira de homem público, houve por bem adotar o pseudônimo de Allan Kardec. Porém, ali se inaugurava um ciclo de grandes dificuldades para ele e esposa.
Em todos os campos da atividade humana, em todos os tempos, sempre ocorre de idéias novas não serem aceitas “a priori”, mas apenas após duros embates daqueles que as formulam, ou após a vida diplomá-las com o selo da verdade. O Espiritismo não ficou indene a tais investidas.
Mas, como não existe força no universo superior à “força da razão”, que será sempre vitoriosa nos embates contra aqueles que querem ter “razão à força”, também as multiplicadas críticas ao Espiritismo, eivadas de injúrias e controvérsias, não resistiram. Como jamais resistirão!
Allan Kardec codificou o Espiritismo e nele palmilhou por 12 anos. Foram anos difíceis, de permanentes ataques à nova ordem filosófica, bem como a ele próprio, “que não foi poupado, sequer, nos assuntos de sua vida pessoal, privada. Um escândalo que envolvesse dinheiro, riquezas, bem que serviria para ferir fundo os propósitos que o animavam, da implantação por tantos indesejada de uma Doutrina como a do Consolador prometido por Jesus. As acusações partiram de toda parte, de sacerdotes e de vários indivíduos e organizações (...) Houve até verdadeiros traidores, criaturas perturbadas e de intenções as mais sórdidas e torpes no movimento nascente, na própria Sociedade de Paris” (as notas foram extraídas da coleção Revista Espírita, 1858-69, e da obra Allan Kardec — Pesquisa Biobibliográfica e Ensaios de Interpretação, 11 Volume, de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen. Ed. FEB, 1973).
SENTINDO QUE O ALTO O CREDENCIARA para tão glorioso cometimento, Kardec manteve-se destemido, atento, “o capitão e o alferes”, como ele próprio o diria, uma vez, num desabafo.
Kardec rebateu às inúmeras ofensas ao Espiritismo (e a ele próprio), a todas, apelando sempre para o bom senso e para a lógica, clareando as mentes agressoras com o ensino dos Espíritos. Aqui, vamos apresentar de forma sintética apenas alguns desagravos, mostrando como a inteligência e a evolução espiritual do Codificador o tornaram inigualável defensor do Espiritismo.
Na Revista Espírita de dezembro de 1859, responde a um articulista que lançara o ridículo sobre a ação dos espíritos que giravam mesas, sobre a “nova doutrina” (o Espiritismo), bem como aos seus partidários dizendo-lhe:
“(..) parece que não amais as doutrinas; cada um com seu gosto; todo o mundo não gosta da mesma coisa: somente direi que não sei muito a qual papel intelectual o homem seria reduzido se, desde que está sobre a Terra, não tivesse doutrinas que, fazendo-o refletir, o tirasse do estado passivo da brutalidade”.
Ainda na mesma revista, Kardec assim respondeu a um sacerdote que, discorrendo sobre o Espiritismo por volta de 1859, dissera que há os que em nada crêem: “(..) é prudente não nos pronunciarmos com muita leviandade a respeito de coisas que não conhecemos”. Na Revista Espírita de 1860, Kardec se expressou: “(...) deixando aos nossos contraditores o triste privilégio das injúrias e das alusões ofensivas, não os seguiremos no terreno de uma controvérsia sem objetivo (...) Estudai primeiro e veremos em seguida. Temos outras coisas a fazer do que falar àqueles que não querem ouvir”.
Na Revista Espírita de dezembro de 1861, há a narração do tenebroso “Auto-de-fé de Barcelona” (Espanha), pelo qual, em 9 de outubro de 1861, justamente no local onde eram executados os criminosos condenados à pena de morte, a Inquisição espanhola, representada por um padre revestido dos trajes sacerdotais próprios para o ato, tendo numa das mãos uma cruz, e na outra uma tocha, queimou em praça pública centenas de livros espíritas, dentre os quais O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O que é o Espiritismo, todos de Allan Kardec; coleções da Revue Spiritualiste, redigida por Piérat; Fragmento de Sonata, ditado pelo espírito de Mozart ao médium Sr. Bryon-Dorgeval; Carta de um Católico Sobre o Espiritismo, pelo Dr. Grand, antigo vice-cônsul de França; História de Joana D’Arc, ditada por ela mesma a Srta. Ermance Dufaux, de 14 anos de idade; e por fim A Realidade dos Espíritos Demonstrada pela Escrita Direta, do barão de Guldenstubbé.
O século não mais comportava aquela cena tão bizarra quanto ridícula, mas a praça estava atravancada por uma multidão que a tudo assistia, espantada.
Para não nos alongarmos, apenas uma frase de Kardec sobre o assunto: “Se examinarmos este processo sob o ponto de vista de suas conseqüências, desde logo vemos que todos são unânimes em dizer que nada podia ter sido mais útil para o Espiritismo”.
E como foi! No mundo todo, mentes se agitaram e buscaram avidamente conhecer o conteúdo de tão “pernicioso material” destruído naquelas “chamas salvadoras”.
Na Revista Espírita de 1862, nas páginas 179/183, num artigo intitulado Eis Como Escrevem a História!, e sub intitulado Os Milhões de Allan Kardec, o mestre responde a um eclesiástico de grande cidade comercial (Lyon, provavelmente), o qual propalava existir uma fabulosa fortuna amealhada por Allan Kardec, mediante o Espiritismo. Chegava o padre V...ao disparate de dizer que Kardec pisava, em sua casa, os mais belos tapetes de Aubusson, tinha carruagem puxada por quatro cavalos e gastava principescamente em Paris. O padre dizia que toda a fortuna de Kardec vinha da Inglaterra (?), e que ele vendia caro os manuscritos de suas obras, cobrando ainda, sobre elas, uma percentagem. E outras coisas mais, absurdas, verdadeiras sandices.
Respondendo à história ultra-leviana dos “milhões” registrou Kardec: “(...) carruagem de quatro cavalos: minhas viagens, faço-as por trem; vida principesca: (...) minhas refeições são bem mais magras que a magra de certos dignitários da Igreja; venda de seus manuscritos: isto entra no domínio privado, onde não reconheço a quem quer que seja o direito de se imiscuir (...) se tivesse vendido meus manuscritos nada mais faria que usar do direito que todo trabalhador tem de vender o produto do seu trabalho: mas, não vendi nenhum: há mesmo os que dei pura e simplesmente no interesse da causa, e que vendem como querem sem que me caiba um soldo”.
Revela, ainda: “A primeira edição de O Livro dos Espíritos foi feita por minha conta e risco total, pois não encontrei editor que dela quisesse encarregar-se”. Na Revista Espírita de junho de 1863 encontramos dois ataques. O primeiro de um padre considerando que “nada mais é abjeto, mais degradante, mais vazias de fundo e de atrativo na forma do que essas publicações (espíritas)”, logo bradando o padre: “destruí-os, pois, com isso não perdereis nada. Com o dinheiro que se dispensa em Lyon por essas inépcias, ter-se-iam facilmente fundado alguns lugares a mais nos hospícios de alienados, atravancados depois da invasão do Espiritismo”. Em magistral resposta, eis Kardec, enérgico, mas pacificador: “Lede, e se isto vos convém, retomais a nós; fazemos mais, dizemos: lede o pró e o contra e comparai. Respondemos aos vossos ataques sem fel, sem animosidade, sem amargor, porque não temos cóleras”.
O SEGUNDO FOI UM TEXTO DE ANTIGO OFICIAL REFORMADO, ex-representante do povo na Assembléia Constituinte de 1848, que publicou em Argel uma brochura de calúnias, injúrias, invenções e ofensas pessoais, dirigidas ao Espiritismo e ao mestre lionês. Sobre a Revista Espírita, assacou: “Existe uma revista mensal espírita, publicada pelo Sr. Allan Kardec, coletânea indigesta que ultrapassa de longe as lendas maravilhosas da antiguidade e da Idade Média”.
Procurava o difamador provar que a finalidade do Espiritismo era uma gigantesca especulação. Para tanto, alinhavou uma série de cálculos absurdos de que resultaram, para Kardec, rendimentos fabulosos que “deixavam bem para trás os “milhões” com que certo padre de Lyon (item acima) generosamente o gratificara”.
Arrematou o indigitado oficial, expondo quantias absurdas coletadas por Kardec: “Se a Europa se deixar infestar, não será mais por milhões que a renda (do proprietário da Reme e soberano pontífice) se avaliará, mas sim por bilhões”.
Sem se abalar, Kardec demonstra que do balanço anual da Sociedade de Paris, apenas restaram 429 francos e 40 centavos, sendo que de tudo ali jamais fora cobrado algo a quem quer que fosse. E que, ao invés dos 3.000 membros, o número não chegava a 100, dos quais apenas alguns eram pagantes (voluntários); que o que ali se arrecadava era gerido por uma comissão de despesas, sem jamais qualquer valor passar pelas mãos do presidente (ele, Kardec).
Na Revista Espírita de junho de 1864, há a notícia de que a Sagrada Congregação do Index, da corte de Roma, voltara suas vistas às obras de Kardec sobre Espiritismo. Assinalou Kardec: “Se uma coisa surpreendeu os espíritas, é que tal decisão não tenha sido tomada mais cedo, sendo que essa medida da Igreja, uma das que já esperava, só traria bons efeitos, e, segundo notícias por ele recebidas, a maioria das livrarias se apressou em dar maior evidência às obras proibidas”.
Na Revista Espírita de 1869, lendo num jornal a frase “Na França o ridículo sempre mata”, faz várias considerações a respeito e arremata: “Na França, ridículo sempre mata o que é ridículo. Isto explica porque o ridículo, derramado em profusão sobre o Espiritismo, não matou”.
Há muito mais, porém o espaço e a própria valia não o aconselham. E também, apresentar outras diatribes... para quê?
Contudo, se algum pesquisador quiser se inteirar das incontáveis atribulações por que passou Allan Kardec, sendo ferozmente atacado por todo tipo de calúnia, há mais notas na obra já citada Allan Kardec - Pesquisa Biobibliográfica e Ensaios de Interpretação, ainda que a obra também não se alongue em tais disparates.
QUEM TIVER O CUIDADO DE PERCORRER A COLEÇÃO DA REVISTA ESPÍRITA se espantará diante de outros tantos absurdos e cruéis ataques desferidos contra Kardec, que a todos ripostou valente e doutrinariamente, esgrimindo sabedoria e amor, sobretudo.
A certa altura da sua vida, ele disse, na Revista Espírita de 1865, na página 163: “(...) jamais pedi nada a ninguém, ninguém jamais me deu algo para mim pessoalmente; nenhuma coleta de um ‘ceitil sequer’ veio prover minhas necessidades; numa palavra, não vivo a expensas de ninguém, pois, quanto às quantias que voluntariamente me foram confiadas no interesse do Espiritismo, nenhuma parcela foi desviada em meu proveito. (...) O Espiritismo foi a obra de minha vida. Dei-lhe todo o meu tempo, sacrifiquei-lhe meu repouso, minha saúde, porque diante de mim o futuro estava escrito em caracteres irrecusáveis. Eu o fiz de motu próprio, e minha mulher, que não é nem mais ambiciosa nem mais interessada do que eu, aderiu plenamente aos meus intentos e me secundou na minha laboriosa tarefa”.
Amélie Gabrielle Boudet (1795-1883), esposa de Kardec, nos 40 anos em que esteve com Kardec e mesmo após a morte do marido, nos 14 anos em que esteve encarnada prosseguiu corajosamente sustentando “a obra Espiritismo”, em todas as frentes de trabalho, particularmente na publicação da Revue Spirite.
Nós, os espíritas do mundo todo, muito devemos a ela! E apenas como breve registro, vejam a barbaridade perpetrada contra a viúva de Allan Kardec, já bem idosa: teve de enfrentar a tempestade de um processo contra a Revista Espírita, devido Pierre-Gaëtan Leymarie (editor das obras de Kardec) ter acolhido o trabalho de um fotógrafo, que dizia produzir fotografias transcendentais, ou seja, ao fotografar uma pessoa, parentes e amigos desencarnados do fotografado apareciam na foto.
O fotógrafo fez um acordo com o juiz, assinou uma confissão de fraude, escapando assim da prisão. Contudo, Leymarie foi condenado e cumpriu um ano de prisão na Penitenciária de Paris.
Intimada como testemunha, a velha senhora foi desrespeitada pelo juiz, aviltando a memória de Allan Kardec, o que provocou viva reação da viúva do Codificador, exigindo respeito à memória de seu esposo.
Sendo o Espiritismo verdadeira bússola para nossas rotas e farol a dissipar as brumas dos nossos limites, relembrando das lutas íntimas e das defesas intransigentes daquele que o codificou, certamente nosso coração, de par com a mente, estará murmurando: Kardec, Kardec, Deus lhe pague!
Notas: (Extraído da revista Espiritismo e Ciência número 20, páginas 14-20)
segunda-feira, 13 de julho de 2009
A GÊNESE - Caráter da Revelação Espírita
21:10
Posted by Fabiano Vidal
a gênese, Allan Kardec, Doutrina Espírita, espiritismo, revelação espírita
REVELAR = "sair de sob o véu"; descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. Assim pode-se considerar que:
- A Astronomia revelou o mundo astral;
- A Geologia revelou a formação da Terra;
- A Química, a lei das afinidades;
- A Fisiologia, as funções do organismo, etc.
A REVELAÇÃO tem por característica a VERDADE. Se for desmentida por fatos, deixa de ter origem Divina, pois Deus não se engana nem mente.
O Professor, ao ensinar seus alunos, é um revelador de fatos não conhecidos por eles. Ensina o que aprendeu; por isso é revelador de SEGUNDA ORDEM. O homem de gênio ensina o que descobriu por esforço próprio; é o revelador de PRIMEIRA ORDEM. O homem de gênio não é mais do que um espírito mais experiente, adiantado, missionário, por ter vivido muitas vidas e adquirido mais conhecimentos do que o comum dos homens. A preexistência da alma e a pluralidade das vidas é a explicação racional para a existência de homens de gênio, pois caso contrário ter-se-ia que admitir que Deus é parcial. São como professores ou messias, que, através de suas revelações, auxiliam os homens em seu adiantamento científico como também moral, que seria muito lento se ficassem entregues às próprias forças.
Todas as religiões tiveram seus reveladores; semearam germens do progresso, que acabariam por se desenvolver à luz brilhante do Cristianismo, apesar da existência dos pretensos messias, que exploram a credulidade em proveito de sua ganância, de seu orgulho.
Os espíritos adiantados, quando encarnados, podem ministrar conhecimentos próprios ou recebê-los mesmo dos mensageiros de Deus que falam em Seu nome, através da Inspiração, audição das palavras, tornam-se visíveis durante as visões e aparições, durante a vigília ou sonho do revelador que é sempre um médium inspirado, audiente ou vidente.
A revelação pode ser SÉRIA, VERDADEIRA ou apócrifa, mentirosa. "O caráter essencial da revelação divina é o da eterna verdade".
O DECÁLOGO tem característica de revelação DIVINA: permaneceu inalterado ao longo dos séculos, tendo servido de base para os ensinamentos de CRISTO que aboliu outras leis mosaicas por não serem mais apropriadas ao desenvolvimento do povo.
O ESPIRITISMO é uma verdadeira revelação, pois dá a conhecer: o mundo invisível que nos cerca; as Leis que regem suas relações com o mundo visível; o destino do homem depois da morte.
Tem caráter de revelação divina por ter origem nos ensinamentos dos ESPÍRITOS SUPERIORES.
Participa do caráter de revelação científica por ser seu ensino acessível a todos os homens, não de maneira passiva, mas sendo-lhes recomendado o exame, pesquisa, raciocínio, respeitando-lhes o livre-arbítrio. Não pretende ser completa nem imposta à fé cega.
A revelação espírita é portanto: de origem divina, de iniciativa dos espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.
Utiliza o método experimental, observando fatos novos inexplicados pelas leis conhecidas, comparando, analisando-os; dirigindo-se dos efeitos para as CAUSAS, chega à LEI que os rege. Através do processo DEDUTIVO chega às suas conseqüências buscando as aplicações úteis.
Observando os fatos concluiu pela existência dos espíritos, deduzindo da mesma forma todos os demais princípios, não partindo portanto de nenhuma teoria preconcebida.
Um exemplo: Observou-se várias manifestações de espíritos que não tinham conhecimento de seu estado de desencarnados, o que permitiu deduzir tratar-se de uma fase da vida do espírito pouco adiantado moralmente, peculiar a certos gêneros de morte, podendo durar de horas a anos. Pois bem, os espíritos superiores não revelaram tais fatos; permitiram tais manifestações submetendo-as à observação a fim de deduzir-se a regra.
O objeto da CIÊNCIA é o estudo das leis do princípio material, assim como o objeto do ESPIRITISMO é o conhecimento do princípio espiritual. Como os dois princípios reagem um sobre o outro, o ESPIRITISMO e a CIÊNCIA completam-se reciprocamente.
A Ciência evoluiu ao longo dos séculos, tendo abandonado os quatro princípios constitutivos da matéria (terra, água, fogo, ar), concebendo um único elemento gerador. O Espiritismo demonstrou-lhe a existência acrescentando a ele o elemento espiritual.
Assim como a Alquimia gerou a Química, a Astrologia gerou a Astronomia, o ESPIRITISMO, através da experimentação, observação, demonstrando as leis que regem o mundo espiritual, seguiu-se à magia e feitiçaria, as quais, embora aceitassem a manifestação dos espíritos, misturavam crenças ridículas, por desconhecerem as verdadeiras leis das manifestações.
A primeira grande revelação veio com MOISÉS:
- Um DEUS ÚNICO, Soberano Senhor e Orientador de tudo que existe.
- Promulgou a Lei do Sinai;
- Lançou as bases da verdadeira FÉ.
Entretanto o DEUS revelado era cruel, implacável, vingativo, injusto, pois, era tido por ferir o filho pela culpa dos pais, ordenava guerras, escravizando os povos, matando mulheres e crianças.
Com JESUS CRISTO veio a segunda revelação, exemplificando um DEUS clemente, soberanamente justo, bom e misericordioso. Revelou que a verdadeira pátria não é deste mundo, mas no REINO CELESTIAL, onde os humildes serão elevados e os orgulhosos serão humilhados. Ensinou a necessidade do PERDÃO e da CARIDADE para que sejamos perdoados, retribuir o mal com o BEM.
Com Moisés os homens aprenderam a TEMER A DEUS, enquanto que através de Cristo foram levados a AMAR A DEUS.
Cristo ensinava por meio de parábolas, pois, o povo da época não tinha condições de entendê-lo completamente. Prometeu a vinda do Espírito de Verdade - "que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas".
O ESPIRITISMO é a terceira revelação, o Consolador prometido por Jesus, acrescentando à idéia da vida futura, a existência do mundo invisível, definiu os laços que unem a alma ao corpo, desvendou os mistérios do nascimento e da morte. Demonstra a Lei do Progresso manifestada através da Reencarnação dos espíritos até atingir a Perfeição.
O sofrimento passa a ser visto como mola do progresso, quando do mau uso do livre-arbítrio. Todos têm as mesmas oportunidades de progredir através do trabalho. Os "demônios" são espíritos imperfeitos que no futuro se transformarão em "anjos": espíritos puros. "TODOS OS SERES SÃO CRIADOS SIMPLES E IGNORANTES E GRAVITAM PARA UM FIM COMUM QUE É A PERFEIÇÃO".
É a grande Lei de Unidade que rege o Universo.
Pela lei de Causa e Efeito constata-se que a desdita é resultado da prática do mal. Entretanto, o sofrimento cessa com o arrependimento e a reparação, inexistindo portanto o "sofrimento eterno - o inferno" conceitos estes contrários à suprema Bondade e Justiça divinas.
A pluralidade das existências foi ensinada por Cristo e demonstrada pelo Espiritismo, explicando as aparentes anomalias da vida, mortes prematuras, diferenças sociais, mentais e intelectuais; justifica os laços de família, mostrando a inutilidade dos preconceitos de raças, castas, posição social, etc, incentivando o exercício da fraternidade universal.
O princípio da sobrevivência da alma dá ao homem a certeza de que, mais que uma máquina organizada sem responsabilidade, tem um destino maior - a perfeição.
A preexistência da alma concilia a doutrina do pecado original com a Justiça Divina, na medida em que cada espírito é responsabilizado pelas suas faltas e não as de outrem, podendo em cada existência redimir-se e progredir, despojando-se de suas imperfeições.
O Espiritismo Experimental demonstrou a existência do perispírito, citado por São Paulo como corpo espiritual, invólucro fluídico inseparável da alma e um dos elementos constitutivos do ser humano.
O estudo das propriedades do perispírito, dos fluídos espirituais e atributos fisiológicos da alma explica fenômenos como:
- vista dupla, visão à distância, sonambulismo, catalepsia e letargia, presciência, pressentimentos, aparições, transfigurações, transmissão do pensamento, obsessões, curas instantâneas, etc.
Demonstra que ocorrem segundo leis naturais, podendo ser reproduzidos, fazendo desmoronar o império do maravilhoso e sobrenatural.
O Espiritismo veio confirmar, explicar e desenvolver os ensinamentos de Cristo, elucidando os pontos obscuros existentes no Evangelho; pregando a moral cristã e demonstrando que até aos últimos minutos de vida o homem pode crescer em inteligência e moral, confirma a promessa de Cristo: é o Consolador dos aflitos, o Espírito de Verdade.
Foram, a primeira e segunda revelação, personificadas por Moisés e Cristo, enquanto que a terceira surgiu simultaneamente por todos os pontos da Terra, sendo portanto, coletiva. Kardec, na humildade própria aos espíritos elevados, atribui a si o papel de coordenador dos ensinos dos espíritos. É o CODIFICADOR da doutrina espírita.
Tendo surgido em uma época de maior madureza intelectual, em que a aceitação ocorre após estudo e exame dos fatos, a terceira revelação fez-se parcialmente, por partes, em pontos diversos do planeta, de modo que a coordenação e seleção de todos os assuntos parciais constituiu a doutrina espírita. Não decorreu, assim, de um sistema preconcebido, tendo os princípios sido apresentados somente após passarem pelo crivo da razão e de todas as comprovações.
As publicações espíritas desempenham a função de elo de ligação de idéias e experiências entre os pontos mais distantes, condensando metodicamente o ensino universal nas várias línguas do globo.
Enquanto a ciência em geral necessitou de vários anos, mesmo séculos, para atingir maior grau de desenvolvimento, bastou ao Espiritismo poucos anos para se constituir em doutrina, isto em virtude da multidão de espíritos que, pela Vontade Divina, manifestaram-se simultaneamente trazendo as várias partes da doutrina que, reunidas, compuseram o todo.
Assim cada espírito, com maior ou menor grau de conhecimentos, contribuiu com uma pedra para a construção do edifício, solidariamente, de modo que o Espiritismo emergiu da coletividade dos trabalhos, comprovados uns pelos outros.
A revelação espírita progride juntamente com a ciência, assimilando novas descobertas, de modo que jamais ficará obsoleta.
Muito embora exista no homem a voz da consciência, que nem sempre é observada, permite Deus que de tempos em tempos os missionários insistam na prática dos preceitos morais. Sócrates e Platão já ensinavam a moral pregada posteriormente por Cristo. Assim também os espíritos voltam a reprisar os conceitos da moral cristã fazendo- se ouvir em todos os recantos, pobres e ricos, do globo. Tornam conhecidos, ainda, os princípios que relacionam os encarnados e desencarnados, a natureza origem e futuro da alma, demonstrando que a solidariedade, caridade e fraternidade representam uma necessidade social muito mais do que um dever.
A autoridade da revelação espírita vem do fato de que os espíritos se limitam a pôr o homem no caminho das deduções que ele mesmo pode tirar observando os fatos. Assim tanto espíritos elevados como também os menos adiantados colaboram no trabalho de deduzir as leis que regem os fatos. Usando a lógica e o bom-senso pode o estudioso beneficiar-se de todos os gêneros de manifestações, tendo em conta que os espíritos superiores se abstêm de revelar tudo o que o homem, com trabalho próprio, possa descobrir.
Permitiu Deus que assim fosse a fim de que uma multidão de espíritos desencarnados se manifestassem em vários pontos do planeta e viessem convencer os vivos das realidades espirituais, pois, difícil e demorada seria a aceitação global se a revelação se fizesse por apenas um espírito, encarnado ou não, mesmo que fosse um Moisés ou um Sócrates.
Deve-se levar em conta que, pelo fato de desencarnar, o espírito não passa a categoria de sábio. Entretanto, livre das limitações da matéria, pode ver as coisas de modo mais elevado, compreendendo seus erros, reformando conceitos falsos ou inexatos. De acordo com o desenvolvimento atingido, pode, portanto, melhor aconselhar o encarnado. Com relação ao futuro da alma após a morte, tanto os espíritos elevados como os de menos luzes podem auxiliar na elucidação, tendo em vista relatarem suas próprias experiências.
Pode-se comparar a revelação espírita a um navio que, partindo para um país distante, tenha naufragado, tendo-se notícia de se terem afogado todos os passageiros, levando o luto a seus familiares. Entretanto, tendo conseguido os tripulantes aportar em uma ilha ensolarada, lá permaneceram em vida ditosa. Posteriormente outro navio os encontrou e levou notícia aos familiares de que estavam bem. Embora não pudessem ver-se, permutavam demonstrações de afeto à distância, podendo inclusive corresponder-se.
Assim, como o segundo navio, o Espiritismo é a boa-nova que revela a sobrevivência dos entes queridos aos quais nos reuniremos um dia.
Resumindo, os espíritos vieram nos esclarecer que:
- o nada não existe; clareiam o caminho dos homens quanto ao futuro, demonstrando que a vida terrena é passageira; mostrando a natureza do sofrimento, fazem-nos ver a justiça de Deus; o bem é uma necessidade, a fraternidade longe de ser uma teoria, funda-se numa lei da Natureza.
- se tudo acabasse com a vida o egoísmo reinaria; com a certeza no porvir os espaços infinitos se povoam não havendo vazio nem solidão, todos os seres unidos pela solidariedade.
- É o reino da caridade; "UM POR TODOS E TODOS POR UM".
- Quando do desencarne de um ente querido em vez de doloroso adeus, passa-se a dizer "até breve".
Fonte: Sociedade Espírita Nova Era - Blumenau - Santa Catarina