quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Reuniões e Sociedades

Observando o interesse crescente pelo Espiritismo a expressar-se no aumento incessante do número de grupos, não raro familiares, que se formavam por toda a parte para o intercâmbio com o mundo espiritual e o estudo das comunicações mediúnicas, preocupou-se Allan Kardec em oferecer sugestões e diretrizes para essas atividades, objetivo esse a que dedicou os capítulos finais de "O Livro dos Médiuns", além de comentários que incluiu na "Revista Espírita".

O modelo proposto pelo Codificador, não hierarquizado, não profissional (sem sacerdócio) e com plena autonomia para os grupos e sociedades é o adotado até hoje no movimento espírita, com resultados plenamente satisfatórios. É interessante lembrar que ele chama de reuniões os grupos, em geral pequenos, que mantinham atividades regulares sem estarem formalmente organizados, e sociedades os agrupamentos maiores que se constituíam legalmente, com registro perante as autoridades competentes. Tanto num como noutro caso, no entanto, eram as mesmas as recomendações relativas à seriedade de propósitos e compreensão, por parte dos integrantes, quanto à natureza e objetivos do Espiritismo - a nossa melhoria individual e coletiva - como fatores decisivos para o bom resultado das atividades.

Destacou igualmente o Codificador as vantagens do trabalho em grupo para o exercício da mediunidade, cuja produção seria examinada por várias pessoas, estabelecendo-se, assim, maior proteção aos médiuns contra o eventual assédio de entidades ainda ignorantes ou orgulhosas, interessadas em fazerem prevalecer suas teorias e pontos de vista pessoais ou, até mesmo, em desorganizar e paralisar as atividades. O preparo dos medianeiros, mediante o estudo e a conscientização quanto ao seu papel e compromissos, bem como a postura responsável dos demais componentes das reuniões, constituiriam antídoto eficaz contra tais percalços. É compreensível que nos primeiros tempos do Espiritismo muitos não lhe compreendessem a essência e os objetivos, vendo nas reuniões que então se realizavam uma espécie de passatempo mais ou menos interessante, e na mediunidade um meio de comunicação com os desencarnados para o trato de questões triviais, ligadas à vida material. Essa atitude, contudo, não mais se justifica modernamente onde quer que esteja acessível a informação espírita (literatura, periódicos, internet), particularmente a Codificação, onde a natureza e finalidades da Doutrina Espírita são apresentadas com toda a clareza.

O movimento espírita continua crescendo e novos grupos surgem em todo o mundo achando-se já estabelecida em vários países a organização em moldes federativos. Prosseguem, no entanto, plenamente atuais as recomendações de Kardec quanto à necessidade do conhecimento - a ser obtido por meio do estudo - dos princípios e diretrizes do Espiritismo, bem como de sua aplicação na conduta pessoal de seus adeptos como fatores decisivos para a continuidade e êxito de suas atividades.

"O Livro dos Médiuns" (capítulo 29, item 334).

Fonte: SEI - Serviço Espírita de Informações - 16-30/11/2009 - nº 2169

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