segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Por que a imprensa insiste em manter equívocos?

Por Alamar Régis Carvalho

Que não fique entendido, por esta matéria, que o seu autor ou qualquer outro espírita consciente, queiram que a grande imprensa, revista VEJA, Rede Globo, Bandeirantes, SBT, Folha de São Paulo etc... façam propagandas do Espiritismo, por duas razões:

Primeiro porque o Espiritismo não precisa nunca de propaganda, já que não depende de número de adeptos, uma vez que não faz comércio religioso muito menos mercantilização da fé, adotando dízimos, ofertas e aquelas obrigações financeiras que determinadas religiões adotam, sob a argumentação de que os seus fiéis estão dando para JE$U$.

Segundo porque seria um abuso querer que os veículos de comunicação utilizassem dos seus espaços para fazerem propaganda de graça.

Porém, levando em consideração que o papel de qualquer jornalista íntegro, honesto, ético e decente é levar as coisas ao grande público como elas são e não como eles ou os seus informantes acham que são, creio que com esta matéria eu vou conseguir levar alguns profissionais do jornalismo a algum momento de reflexão, certo de que nesse universo existe muita gente que tem consciência, bom senso e compromisso de honestidade para consigo mesmo.

É o caso de se perguntar:

Por que a imprensa brasileira, que procura estar tão bem informada sobre vários assuntos da cultura geral, não se interessa em saber também o que é o Espiritismo, pelo menos nos seus fundamentos básicos, já que tem tanta gente que se interessa por ele, antes de reportar sobre este assunto?

Por que, a cada grande matéria que sai nos grandes jornais, revistas, rádios e emissoras de televisão vêm sempre repetidos os mesmos equívocos, colocados sempre da mesma forma?

Observemos algumas colocações, citações, pontos de vistas e idéias sempre presentes nas grandes reportagens, quando resolvem falar sobre Espiritismo, Reencarnação, Comunicação com “mortos” e coisas ligadas à espiritualidade.

1) Convites insistentes em ouvir o Padre Quevedo

No Brasil existem milhares de padres e bispos, em um universo onde encontramos nomes altamente respeitáveis, cultos, brilhantes e sobretudo honestos, que além de tudo são altamente comunicativos, didáticos e agradáveis, que nunca são convidados pelos grandes programas das televisões e das rádios brasileiras, bem como pelas revistas.

Insistem apenas no Quevedo, que não consegue ser agradável nem para o público católico.

Já imaginou se no universo da Cardiologia, por exemplo, ouvissem apenas o Adib Jatene, embora seja um homem de uma dignidade extraordinária, e desconhecessem a existência de inúmeros outros profissionais competentes na mesma área?

Será possível que a imprensa brasileira ainda não percebeu que o senhor Oscar Gonzalez Quevedo, esse que diz que nada “ecziste”, odeia o Espiritismo, é inimigo declarado do Espiritismo e que está provado pela Psicologia que nenhuma pessoa que é inimiga de alguém ou de alguma coisa pode ter credibilidade para falar sobre esse alguém ou sobre essa coisa?

A imprensa investigativa brasileira, que já investigou tantos assuntos e trouxe tantas verdades à tona, desmascarando muita gente e muitos conceitos, por que em relação ao Quevedo ela não procura se aprofundar na verdade, sobretudo na sua relação para com a Parapsicologia?

Uma prova da sua fraude já está bem evidente, quando ele manda as pessoas estudarem Parapsicologia através dos seus livros, quando o mundo inteiro, a Europa, os Estados Unidos e todos os países que conhecem o assunto, sabem que a base de estudo dessa Ciência são os livros do J. B. Rhine.

Tem hora que imagino como seria eu presunçoso e “cara de pau” se, por também ser escritor e ter um montão de fãs por este Brasil afora, resolvesse escrever uns livros sobre Espiritismo, à minha moda, conforme a minha cabeça, e orientasse o povo que me vê pela televisão aprender o Espiritismo pelos meus livros e não pelos do Allan Kardec. Não seria um absurdo? Que nível de espíritas eu formaria? Que inteligência teria esse público, sem competência de perceber uma fraude dessa?

Repetidas vezes o Quevedo afirmou na imprensa que os seus livros são considerados os melhores livros de Parapsicologia do mundo?

Ora, amigo leitor, por que a nossa imprensa, que é tão bem preparada, não faz a ele uma pergunta óbvia: “Considerados os melhores do mundo, por quem, Padre Quevedo?”.

Naturalmente ele deve ter algumas pessoas amigas dele, que gostam dele, que são suas fãs em alguns lugares da Europa, dos Estados Unidos etc. que de fato gostam dos seus livros. Isto aí ninguém discute. Mas daí a dizer que o mundo inteiro o considera o melhor, há uma diferença muito grande.

Eu também tenho pessoas que me adoram em vários países. Em Portugal, por exemplo, em 1998, fazendo uma palestra em um auditório super lotado em Lisboa, Portugal, aproximadamente umas duas mil pessoas, por ocasião do 2º Congresso Espírita Mundial, eu fui interrompido por oito vezes, em aplausos calorosos, e ao final da minha palestra fui aplaudido de pé, com palmas por um tempo muito além do normal.

Uai, por causa disso vou sair por aí afirmando que sou considerado na Europa um dos maiores conferencistas brasileiros?

Nos Estados Unidos, também fiz palestras, várias vezes, em New York, em New Jersey, Miami e outras cidades da Flórida e outros Estados, inclusive sendo aplaudido de pé diversas vezes. Inclusive fui o apresentador da primeira Semana Espírita de New York e também expositor do primeiro Congresso Espírita dos Estados Unidos.

Por causa disto, vou sair dizendo que sou destaque, como palestrante pelos americanos?

Na realidade, as platéias para as quais eu falei eram constituídas em maioria por brasileiros que moram lá, pessoas que já me conheciam. Poucos, mas muito poucos mesmo, eram os americanos presentes.

Sou um mero desconhecido e insignificante pelo americano.

Será que a imprensa brasileira não consegue perceber uma coisa dessa?

Existem inúmeros verdadeiros Parapsicólogos no Brasil, que têm as suas formações com base em J. B. Rhine, o verdadeiro e autêntico pai da Parapsicologia. Por que a grande imprensa nunca mostrou nenhum deles?

Que diabo de inteligência é essa?

Já que querem um padre, eu posso indicar o Padre José Linhares Pontes que, além de ser também Parapsicólogo, é um homem que possui 8 cursos superiores, fala 9 idiomas, é ex-mestre na Sourbone, doutor de verdade e não um simples doutorzinho em Teologia, respeitado no mundo inteiro... este sim, verdadeiramente é conhecido..., porque é convidado sempre a falar em várias Universidades da Europa, e acima de tudo é um “gentleman”, educado, fino, um fantástico comunicador e tem competência para enfrentar qualquer um em debate, sem utilizar de deboches.

Você já percebeu quanta presunção do senhor Quevedo, em querer que os seus conhecimentos científicos sejam superiores aos conhecimentos científicos de vários médicos, nas mais diversificadas especializações que a medicina moderna se apresenta, que os biólogos, também em diversas especialidades, que a Psiquiatria, a Psicologia e a Psicanálise de um modo geral, de uma abrangência gigantesca no estudo do psiquismo, da engenharia, também nas suas mais diversificadas especialidades da eletrônica, da mecânica, da química etc. dos astrofísicos, da Física Quântica etc... só porque se auto rotula como formado em Teologia?

Gente! Que diabo de ciência é a Teologia, senão um estudo de Deus, conforme a visão de uma determinada religião, no caso dele, o catolicismo? Como é que um homem com conhecimento apenas de teologia, à moda da sua confissão religiosa, quer se igualar a outros praticantes de Ciências tão abrangentes?

Por favor, senhores jornalistas, Parapsicologia é uma coisa, Quevedologia é outra!

2)Sempre confundem Espiritismo com feitiçaria, cartomantes e outras coisas

Toda pessoa de bom senso sabe que qualquer informação sobre qualquer coisa, com maior fidelidade, deve ser obtida na fonte. Jamais tirar conclusões definitivas com base em disse-me-disse, “conheço uma senhora que diz ser espírita”, “tem um funcionário aqui na casa que diz ser espírita” e coisas parecidas. Isto é um absurdo e caracteriza uma verdadeira ingenuidade, irresponsabilidade e até leviandade.

Em centro espírita nenhum do Brasil, por mais que existam alguns dirigentes que também fazem o que chamo de “espiritismo à moda da casa”, pratica-se matança de animais, sacrifícios, acendimento de velas, defumações, advinhações, obrigações e essas coisas. Mas a imprensa, quando fala disso, mete o nome do Espiritismo pelo meio.

Que diabo o Espiritismo tem a ver com isso?

Por que não procuram pesquisar, com seriedade e responsabilidade, para saberem o que verdadeiramente é praticado em um Centro Espírita?

Não estou aqui pedindo para nenhum jornalista se converter ao Espiritismo não, primeiro porque o Espiritismo não pratica esse tipo de coisa, segundo porque acho este procedimento uma tremenda falta de educação e desrespeito às convicções alheias. Jamais faria isto.

A proposta é apenas para que eles conheçam a verdade, como a coisa realmente é, já que todos eles querem se pautar pela verdade.

Não é preciso aderir, elogiar e nem aceitar, para retratar a verdade.

Por que a gente não vê, nunca, uma reportagem mostrando ao grande público o que o Espiritismo pratica e o que ele não pratica? Não seria uma boa oportunidade para a imprensa esclarecer à cultura popular?

3) A concepção deles sobre as reuniões mediúnicas

Conforme todos tiveram oportunidade de ler na recente matéria publicada pela VEJA, embora conduzissem a matéria com elegância e sem faltar com respeito e consideração aos espíritas, ainda imaginam que os espíritas são um monte de bobos, irracionais, que se reúnem em torno de uma mesa, na cor branca... impressionante com falam nessa tal de mesa branca... chamando por espíritos para lhes dar conselhos, ordens e dizer o que eles devem e não devem fazer, e que todo mundo obedece, direitinho, como se fossem ordens de Deus.

E ainda botam para falar, entre aspas, pessoas que viram o galo cantar e não sabem onde.

Tá certa uma coisa dessa?

Por que esse pessoal não procura se informar melhor?

Sei que não é fácil. Imagino a situação da redação da VEJA em identificar quem verdadeiramente tem condições de falar sobre o Espiritismo com conhecimento, sem enxertos, sem masoquismo do tipo “sofrer é bom, meus irmãos”, falsa humildade e evolução espiritual de aparência. É difícil, sim, mas com um pouco de esforço dá para identificar.

Todos nós, espíritas, sabemos o quanto somos exigentes, e até chatos, em muitas ocasiões até intolerantes, em relação a comunicações mediúnicas. No movimento espírita existe até excesso quanto aquela recomendação da doutrina que nos alerta que é preferível recusarmos nove verdades, em dez comunicações, do que aceitar uma mentira.

A imprensa não sabe, inclusive, e deveria saber, que no movimento espírita há até debates e sérias divergências porque há um grande segmento que vem insistindo em fazer Espiritismo sem espíritos, haja vista a responsabilidade com que tratamos a questão do intercâmbio mediúnico.

Como é que ainda vêm, em pleno terceiro milênio, insistir em afirmar achismos tão primários acerca dessa questão?

Atenção senhores jornalistas, editores, apresentadores de televisão e rádio!

O diálogo dos espíritas com os espíritos é absolutamente igual ao de duas ou mais pessoas “vivas”, como vocês entendem. Espírito nenhum, por mais que se diga evoluído, costuma vir aqui dar ordens pra ninguém não, porque eles sabem que o espírita não é trouxa, estuda técnicas para identificar os espíritos, tem critérios, ética, sensatez e responsabilidade.

Aliás, espírito verdadeiramente evoluído jamais se apresenta como tal.

Já os espíritos mais atrasados, não conseguem nem falsificar as suas comunicações, porque são facilmente identificados.

Do mesmo jeito que as nossas polícias terrenas se aperfeiçoaram na técnica de identificar autorias de crimes, pelo uso do DNA, dos microscópios, das impressões digitais, de um simples fio de cabelo deixado no local do crime e de uma série de meios, o movimento espírita também vem estudando e evoluindo, ao longo dos tempos, para identificar os malandros espirituais, através de muitas técnicas.

4) As inúmeras obras sociais espíritas, pelo país inteiro

Por que a grande imprensa não consegue nunca enxergar isso? Será que eles despertariam para fazer alguma reportagem em uma dessas instituições, apenas se algum fato policial acontecer em uma delas?

Será que nenhum jornalista se interessa em saber qual é o segmento religioso filosófico que mais dá atenção e trata com muito carinho milhares de hansenianos (leprosos, na linguagem deles), de Norte a Sul do País, segmento populacional esse altamente relegado ao abandono e à própria sorte pelos católicos e pelos protestantes?

5) Espiritismo é ou não é Cristão
Não é preciso o espírita responder isto não. Basta que eles consultem a própria obra básica do Espiritismo, onde verá que as instruções dos Espíritos recomendam aos espíritas que o maior modelo e guia a ser seguido por todos nós é o próprio Jesus.

O que eles querem mais?

É este Jesus que os espíritas seguem, pelo aspecto moral do seu Evangelho. Ou melhor, é ele que representa o espelho nós fazemos um esforço enorme para refletir.

Porém, torna-se necessário que eles tenham a inteligência de saber discernir entre os que verdadeiramente procuram seguir Jesus como modelo e guia e os que apenas utilizam o rótulo de Cristãos, mas vivem absolutamente em contradição com os ensinamentos básicos do Mestre, perseguindo a crença dos outros, praticando inquisições, intolerâncias, discriminações etc.

6) Sucessor de Chico Xavier
Foi uma tremenda maluquice, aquela postura da imprensa, quando Chico Xavier morreu. Todo mundo falando em sucessor, como se o Espiritismo tivesse Vaticano, capela sistina, cardeais e coisas parecidas. Por que a imprensa tem que compará-lo sempre com outras religiões, mais intensamente com a Igreja Católica? É algo que precisa ser revisto, gente. Nâo tem sentido.

Apontaram muito o nome de Divaldo Franco, como sucessor do Chico. Tremendo absurdo. Divaldo nunca quis isto, não existe isto no Espiritismo, não tem chefe, não tem dono, apesar de alguns dirigentes de centros espíritas se portarem como donos dos centros, e que adoram dar ordens, estabelecer determinações, em absoluta contradição com a doutrina, embora digam que o fazem em nome da disciplina..

7) As autoridades “científicas” que costumam convidar

Você já deve ter percebido que sempre, na maioria das vezes, que um programa de televisão ou uma reportagem de uma grande revista, convida algum elemento geralmente de alguma Universidade, que aparece na foto como cientista, entendido no assunto... agora veja só, se é possível existir na Terra alguém que conheça absolutamente tudo o que é científico... invariavelmente esses vem para fazerem afirmativas de que determinadas coisas não existem, não são possíveis e não serão nunca, quando, se fossem verdadeiramente honestos e coerentes para consigo mesmos, diriam: “Na minha opinião, conforme o meu nível de conhecimento, eu ACHO que determinada coisa não existe, que determinada coisa não é possível”.

Mas o orgulho, a vaidade excessiva e a presunção não deixam.

Toda vez que eu me vejo diante de uma dessas “sumidades”, na televisão, ou nas páginas das revistas, fico pensando na quantidade enorme de pessoas altamente qualificadas, cultas, experientes, muitos deles doutores com doutorados e mestres com mestrados que existem no movimento espírita, que sequer a grande imprensa interessa em saber quem são.

Impressionante como pode a imprensa não saber que os estudos, as experimentações e as pesquisas espíritas não se resumem apenas a reuniões de “rezações” em torno de mesas, como eles imaginam... brancas, é claro, como eles supõem... e são praticadas em laboratórios sofisticados, com instrumentos diversos, inclusive microscópios, telescópios e outros de alta precisão.

Por que a imprensa não se interessou, ainda, em conversar com aquele grupo de médicos, altamente qualificado, que há muito tempo se reúne em estudos, no bairro da Aclimação, em São Paulo, colocando eletroencefalógrafos nas cabeças de médiuns, quando da realização do transe mediúnico?

Será que eles sabem da existência do Dr. João Alberto Fiorini, da polícia científica do Paraná, com suas pesquisas impressionantes e extremamente sérias no campo da reencarnação?

Ou será que os inúmeros doutores e mestres, que são Espíritas, médicos, biólogos, psiquiatras, psicólogos, astrônomos, engenheiros de várias áreas... alguns deles com pós graduações e doutorados nas mais importantes universidades do mundo, são todos analfabetos e inconseqüentes?

CONCLUSÃO

Apelamos aos senhores jornalistas, em nível de colaboração, que reavaliem os seus conceitos acerca não apenas sobre o Espiritismo mais em relação a muitas coisas sobre as quais falam, em nome da preservação das suas credibilidades.

Sobre o Espiritismo, saibam também que em um país, onde o número de livros “per capta” lidos por ano, é de no máximo 3, o número de livros lidos pelos espíritas, “per capta”, é de 9. Simplesmente três vezes mais. Será que isso não significa nada, em termos culturais?

Será que a esse público não deveria ser dado um outro tipo de atenção?

Será que uma doutrina filosófica, que alguns querem qualificar como religião, que não tem nenhuma mancha moral na sua história, porque nunca assassinou ninguém, nunca torturou ninguém por motivos de modo de pensar, nunca se envolveu em briga religiosa, nunca se incomodou e muito menos tentou cercear o direito de ninguém manifestar a sua crença da forma como acha que deve, não mereceria uma atenção maior exatamente por parte de um segmento da sociedade que também sofreu durante anos, por razões de censuras, que é o segmento jornalístico?

Preservemos a credibilidade do jornalismo deste País.

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