quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Considerações acerca da Veracidade e da Historicidade da Assim Denominada “Carta de Públio Lêntulo”

Artigo escrito pelo pesquisador Sr. José Carlos Ferreira Fernandes, demonstra que o livro “Há Dois Mil Anos”, psicografado por Chico Xavier, não passa de uma completa ficção, apresentando problemas desde a completa ignorância da construção dos nomes romanos, passando pela aceitação de documentos comprovadamente falsos e culminando na completa inexistência da entidade que teria ditado o livro, no caso, Emmanuel/ Públio Lêntulo.

Eis algumas palavras do Sr. José Carlos sobre seu trabalho:

Meu trabalho nada tem a ver com a existência, ou a não existência, da mediunidade. Também não tem nada a ver com a existência, ou a não existência, duma entidade que se autodenomina “Emanuel”. Meu trabalho procura simplesmente responder à seguinte indagação: esse tal “Emanuel” (seja uma “entidade”, seja um ET, seja o inconsciente do sr. Francisco Cândido Xavier, seja o que for), pelas coisas que narra em “Há Dois Mil Anos”, se encaixa no perfil que ele próprio apresenta de si – o do senador romano Públio Lêntulo, contemporâneo de Cristo, testemunha ocular de fatos importantes ligados à vida de Jesus, fatos esses que registrou a partir do médium Francisco Cândido Xavier? Sim ou não? Eu, por mim, estou firmemente convencido de que NÃO. Esse “Emanuel” pode ter sido tudo, mas não foi um senador romano Públio Lêntulo, contemporâneo de Cristo, testemunha ocular de fatos importantes de sua vida, etc. Se se trata de uma “entidade”, é uma entidade mentirosa, ou galhofeira, ou absurdamente esquecida – ou seja, em qualquer hipótese, não confiável. Que pôde se impor ao “maior médium do mundo”, e passar as suas “mensagens” a toda uma comunidade sem que nenhum intelectual espírita exercitasse o lado “científico” do Espiritismo e as analisasse “cientificamente”; e sem que nenhum espírito “superior” sequer se desse ao trabalho de avisar Xavier, ou o próprio meio espírita, que “Emanuel” era uma fonte, no mínimo, duvidosa.

Porque (infelizmente) não é só a mensagem que importa. Joio se mistura facilmente com trigo, madeiras de terceira com madeiras de lei, e o conjunto nem sempre é facilmente separável. Se a “entidade” (se é que se trata de uma entidade) pôde se enganar, ou mentir, acerca de sua identidade – onde mais se enganou, onde mais mentiu? Não poderia passar mensagens falsas, agasalhando-as no meio de mensagens verdadeiras? Quem é capaz de se enganar, ou mentir, acerca de sua própria identidade, do que mais é capaz?


Adaptado do blog "Obras Psicografadas".

O artigo está disponível para download no formato PDF e possui 52 páginas. Clique aqui para baixá-lo.

Um comentário:

  1. Caro Vitor, gostaria de saber qual a formação acadêmica de Jose Carlos Ferreira Fernandes . Ele é Latinista ? Filólogo ? Linguista? Historiador especializado em História de Roma? Autodidata ?
    Agradeço, se puder informar.

    João Carlos de Freitas

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