sexta-feira, 19 de abril de 2013

Repensando Jesus


Por Maria Ribeiro

Poderia ser uma experiência interessante e até mesmo oportuna fazer uma reflexão (mais uma!) acerca da personalidade de Jesus.

Todo mundo sabe que a História não registrou sua existência, com raríssimas referências sobre sua pessoa, escritas pelo seu contemporâneo, o historiador Flávio Josefo. Tudo o que se sabe se deve às tradições orais, aos escritos dos evangelistas, e só.

Alguns Espíritos resolveram se aventurar, mandando mensagens através das potencialidades mediúnicas, no mínimo, incautas, sobre a vida de Jesus, suas experiências nos “bastidores” com os apóstolos e outros personagens, sempre trazendo um ensinamento de fundo moral cujo teor até pode auxiliar alguns em algumas ocasiões, mas não parece vir de um Espírito conhecedor da humanidade na qual veio conviver. 

Os que acompanham o Movimento Espírita através das reportagens dos diversos blogs sabem que vive-se uma tensa discussão a respeito dos pontos fundamentais da Doutrina que se tornaram para alguns uma verdadeira “polêmica”: uma delas é justamente sobre o seu tríplice aspecto – científico, filosófico e moral.

O Movimento Espírita brasileiro se vê dividido entre os que querem um Espiritismo laico e os que o querem “religioso”. É preciso salientar que ambas as posturas estão equivocadas. Nas palavras do próprio Kardec o Espiritismo não é uma religião constituída, segundo a acepção que se dá ao termo religião, mas também o Espiritismo é cristão, pois o Cristo é o Ser que melhor nos instruiu, fazendo-o sob a égide da Verdade.  

Jesus era judeu e em diversos momentos agiu como tal, sem prejuízo para sua doutrina de Amor, e isto demonstra que não são as atitudes exteriores que tornam o homem mais ou menos digno, mas suas convicções no Amor, no Bem.

O termo cristão foi proposto, segundo a tradição, por Lucas, companheiro de Paulo em algumas viagens e autor do 4º evangelho e do livro dos Atos dos Apóstolos. Portanto pode-se afirmar que Jesus, sendo o Cristo (ungido), não era ele mesmo cristão. 

As mensagens que causaram e permanecem causando espanto levam o título de cristãs em referência à pessoa de Jesus em sua condição espiritual que ninguém duvida – elevadíssima, um Espírito Puro.

E porque causam espanto? Porque fala a Verdade sobre a intimidade de cada um. Quando Jesus diz: “Ninguém vem ao Pai senão por mim”, ele não fala de sua própria pessoa, mas do que sua pessoa representa. Muitos afirmam que o mundo deverá se tornar “cristão” para que a paz reine. Se esquecem das diferentes culturas onde a pessoa do Cristo jamais seria aceita, mas onde suas orientações revestidas da cultura local podem fazer muitos adeptos. 

Um exemplo clássico é do abnegado Mohandas Gandhi que, sem ser cristão segundo a acepção que a palavra tomou, agiu como um seguidor do Cristo, como um seguidor de Jesus. Sua vida foi marcada por diversas ações dignas de um verdadeiro homem de bem. 

Isto quer dizer que não há ninguém, nenhum Espírito, (nem mesmo Jesus), preocupado em disseminar o nome de Jesus por toda a Terra, mas disseminar sua mensagem, que vence as fronteiras do tempo, do espaço, do preconceito e da ignorância. Isto faz inferir que nenhum ser ficará ou algum dia ficou desprovido de orientações para se guiar no mundo, mesmo que por meio de outras personalidades enviadas pelo nobre Espírito a que chamam Jesus.

Não se pode conceber um Jesus pregando uma caridade impraticável, para não dizer indigesta. Jesus sabia disso muito bem, tanto que com a Doutrina Espírita, diz: amai-vos e instruí-vos. Conhece a ignorância de cada Entidade reencarnada na Terra. Sabe que é através da instrução em todos os campos que se conseguirá conhecer e acima de tudo compreender o Amor que ele propõe. E não em divagações floreadas, tão comuns hoje em dia.

Um comentário:

  1. Gostaria muito de entrar em contato com a colega Maria Ribeiro. Estou em BH e acho que seria muito bom poder conversar com ela por aqui. Alguém tem um contato ou pode passar o meu para ela?

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