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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A má fé dos novos tradutores da Bíblia

"A NEURA PARA TUDO ISSO É A NÃO ACEITAÇÃO DA COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS".

Por Altamirando Carneiro

Há dias recebi um e-mail interessante sobre as falsas traduções da Bíblia, perpetradas por aqueles que se dizem seus modernos tradutores, pretensos estudiosos, que cometem o erro infantil de dar falsos conselhos contra o Espiritismo, verdadeira infâmia, pois o Espiritismo surgiu no século 19, muito tempo deepois das traduções iniciais da Bíblia.

Tal atitude desmente a afirmação desses religiosos que têm a Bíblia como sua regra de fé e prática, de que os referidos textos estão em conformidade com os textos originais.

O texto do e-mail enfatiza: "É certo que as alterações começaram pelos próprios gregos, mas se para a maioria, os textos são fiéis aos originais, por que as casas publicadoras vivem fazendo correções? Estarão consertando os erros de Deus ou ajeitando o texto propositadamente, segundo interesses pessoais?

A neura para tudo isso é o diálogo com os Espíritos, que na cabeça dessas pessoas é um erro. E a passagem do Velho Testamento a que se apegam é o Deuteronômio, 18:10-11 (a respeito da proibição de consultar os mortos), onde cada casa publicadora coloca o que quer, no intuito de atacar o Espiritismo.

Como sabemos, na lei mosaica, há duas parrtes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moiisés. A primeira é invariável e a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.

Uma dessas leis foi a proibição de conversar com os Espíritos, por haver muita banalidade nas comunicações e a tentativa do próprio Moisés tentar implantar o monoteísmo, pois o povo acreditava que os Espíritos que se manifestavam eram deuses.

Segue a análise das recomendações citadas nessa passagem:

10 - que em teu meio não se encontre alguém que queime seu filho ou sua filha, nem que faça presságio, oráculo, adivinhação ou magia (tradução da Bíblia de Jerusalém) - católica.

10 - Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoreiro, nem feiticeiro (tradução de João Ferreira de Almeida) - protestante.

Bíblias católicas - (11)

Bíblia de Jerusalém: ou que pratique encantamentos, que interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que invoque os mortos.

Barsa: que consulte Píton, adivinhos, nem quem indague dos mortos a verdade.

Ave Maria: Espiritismo - à advinhação - à evocação dos mortos.

Paulinas: consulte aos nigromantes - adivinhos - indague dos mortos a verdade.

Santuário: Espiritismo - aos sortilégios - à evocação dos mortos.

do Peregrino: Espiritistas - adivinhos - nem necromantes.

Vozes: que consulte médiuns, que interrogue espíritos, evoque os mortos.

Pastoral: consulte espíritos - adivinhos - invoque os mortos.

Bíblias protestantes: (11)

SBB: nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos.

Novo Mundo: alguém que vá consultar um médium espírita - um prognosticador profissional de eventos - consulte os mortos.

Mundo Cristão: Necromante - mágico - consulte os mortos.

Há um episódio que os pastores e padres não citam, mas que consta em todas as traduções da Bíblia. Está no livro Números, 11: 26 a 29, sobre a reunião dos setenta médiuns na tenda, para a manifestação de Jeová.

Eldad e Medad haviam ficado no campo. E lá foram tomados e profetizaram, isto é, deram comunicações de Espíritos. Um jovem denunciou o fato a Josué, que pediu a Moisés que proibisse as comunicações.

A resposta de Moisés é uma chicotada aos detratores do Espiritismo e da mediunidade (que não é um privilégio dos espíritas):

Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de lahweh fosse profeta, dando-lhe lahweh o seu Espírito! (Bíblia de Jerusalém); Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes de mim? Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito! (Tradução de João Ferreira de Almeida) - protestante.

No livro Visão espírita da Bíblia (Edições Correio Fraterno), Herculano Pires comenta a explicação do professor Romeu do Amaral Camargo, que foi diácono da I Igreja Presbiteriana de São Paulo e autor do livro espírita De cá e de lá:

"Médium de extraordinárias faculdades, Moisés sabia que Eldad e Medad não eram mercenários nem mistificadores, não procuravam comunicar-se com o mundo invisível, mas eram procurados pelos Espíritos".

Fonte: Jornal Espírita - setembro/09


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Comunicações mediúnicas: um esclarecimento indispensável

Por Roni Couto

Está certo que alguns artigos, sites e boletins já haviam questionado o caos das comunicações mediúnicas. Inclusive nós, ao comparar o correio eletrônico com o mediúnico, concluímos sobre a dificuldade em se identificar com segurança o autor. Porque, conforme garantiu o mestre Kardec, se uma pedra for evocada em uma reunião mediúnica, podemos ter certeza de que ela irá responder.1

Tendo chegado a um momento delicado, em que espíritos mantêm até blogs (!!) para a divulgação de ideias bizarras, que espalham-se sob a assinatura de nomes respeitáveis do movimento espírita, é mais que oportuna a mensagem de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada em abril deste ano por Divaldo Pereira Franco. Em “Advertência aos médiuns”, publicada na revista Reformador (julho de 2009), Philomeno explica o que está cada vez mais claro: diversos médiuns estão orientando sua atividade mediúnica pela vaidade, autopromovendo-se e divulgando intensamente pretensas novas revelações. A consequência dessa fascinação, para os médiuns, instrumentos voluntários da confusão, não é tão somente a ilusão do aplauso e a frustração de falhar na mais importante tarefa de suas atuais encarnações. Terão de responder por maiores estragos, que têm alcançado a divulgação e o movimento espíritas de forma nociva. Médiuns que detêm suas próprias editoras dão livre curso a ideias bizarras e personalistas, que nada têm a ver com o Espiritismo, mas que são estrategicamente organizadas para que o erro se misture com o acerto. Quanto ao fundo, são ideias que desfiguram o Espiritismo, forçam uma permissividade com relação à manifestação mediúnica e fazem das lições transformadoras do Evangelho uma coleção confusa de regras, à maneira da autoajuda, o que já faz com que certos agrupamentos tenham todo o aspecto de uma seita, que seguem um líder - o médium - e não a doutrina que, em última análise, não está presente.

Esse é o contexto para o qual Manoel Philomeno intenta alertar, com a autoridade que lhe cabe no assunto.

As críticas, é claro, não têm sido muito bem recebidas por médiuns e simpatizantes das novas “revelações”. E isso é muito estranho, porque deveríamos nos importar com a Verdade – com letra maiúscula –, ou seja, com o conhecimento da realidade, e não com a adequação das teorias segundo nossas preferências. Afinal, deve ser triste acreditar na mentira. Porém, algo faz com que a crença em uma ideia ou teoria torne-se parte da emoção do seguidor. Por isso, ir contra suas ideias tem o mesmo efeito de questionar suas emoções.

O esclarecimento é necessário e urgente. O espírita tem a obrigação de refletir sobre o que lê e ouve, buscando também conhecer as análises que são feitas sobre as novidades mediúnicas, porque, caso contrário, poderá estar sob forte engano, o que será uma grande perda de tempo.

Médiuns sob perigo

O médium sincero, escreve Philomeno, está sempre em perigo, mais do que qualquer outro trabalhador da seara. Torna-se inimigo gratuito de espíritos inferiores, dedicados ao mal, contrários a todos que “lhes pareçam ameaçar a situação em que se encontram”.

Desde os primeiros estudos na mocidade espírita ouvíramos que o médium não é um imã, um atrator de espíritos errantes. Não é mesmo. O que atrai espíritos é a semelhança de pensamentos e sentimentos, seja qual for a qualidade. Portanto, todos atraímos espíritos. Entretanto, Philomeno refere-se à situação oposta, em que o médium é atraído para as armadilhas que poderão atrapalhar sua atividade mediúnica. Nesse caso, o médium é o alvo e o instrumento da perturbação.

Sobre as atuais “revelações”, que não resistem a uma simples análise, Philomeno afirma:

“Examinar com cuidado as comunicações de que se faz portador, evitando a divulgação insensata de temas geradores de polêmica, a pretexto de revelações retumbantes, e defendê-los, constitui inadvertência e presunção, por considerar-se como o vaso escolhido para as informações de alto coturno, que o mundo espiritual libera somente quando isso se faz necessário”.

Embora a euforia e a “paixão” que o assunto tem gerado, é preciso refletir e analisar, o que os “novos reveladores” também não deixam de aconselhar.

Estamos todos vivendo sob o risco do erro, do engano ou da perda de tempo. Inclusive quem escreve essas linhas pode também tropeçar, assim como acredita que há erro nas ideias de determinados espíritos. Deve haver liberdade para a aceitação ou a rejeição.

Para uns e outros, porém, não haverá desculpas, a advertência está no ar.

1 O Livro dos Médiuns, capítulo XXV (Das Evocações), item 283.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nos domínios da fé e da razão

Por Mauro Baamonde

No conjunto de perspectivas da atualidade, nota-se que a ciência tem alcançado significativo êxito no que se refere às descobertas que direcionam todo o progresso da humanidade. São indiscutíveis os avanços que as abordagens científicas trazem para a sociedade, mas o que se nota hoje em dia, é um enfrentamento da ciência com a fé, combate este em que ambas estão em lados opostos e lutam para ter a razão em suas opiniões.

A ciência de um modo geral caracteriza-se por ser eminentemente materialista.Tendo como referência, por exemplo, os estudos de células tronco embrionárias e a questão do aborto, observaremos que existe uma separação bastante sedimentada entre a fé e a razão, ou melhor, uma separação entre a ciência humana e o pensamento religioso.

Esta tendência de separação absoluta entre fé e razão, não aconteceu em toda a história do conhecimento humano. Em outros termos, existiram momentos onde a fé e a razão estavam num caminho paralelo, e em outras circunstâncias onde ambas eram diametralmente justapostas. Houve, entretanto, no século XIX, a existência de um momento único onde uma nova doutrina buscou trazer novamente a fé para os domínios da razão, momento este em que elas pareciam estar definitivamente em lados opostos.

Caracterizando historicamente, devemos apontar o período Renascentista do século XVI como o marco inicial da separação da fé e da razão. O Renascimento inaugurou a chamada Idade Moderna, e com isso, dentro de todo um processo e não de forma abrupta, as reflexões deste tempo diferenciou-se dos da Idade Média. O pensamento a partir de então é pautado na idéia do humanismo, isto é, o homem como centro de todas as decisões. Na Idade Média, por outro lado, Deus é o centro de todas as coisas.

Outra diferença a se destacar, é o pensamento racionalista da renascença que se difere ao pensamento místico da Idade Média, razão que determina os usos e costumes distintos de ambos os tempos.

As mudanças nas quais foram iniciadas no Renascimento, só serão efetivamente implementadas no século XVIII com o Iluminismo, onde efetivamente a fé e a razão começam a ter contornos totalmente diferenciados, devido ao fato dos “filósofos das luzes” serem anticlericais, ou seja, contrários aos desígnios da igreja. Os ideais iluministas influenciaram o liberalismo econômico que deu uma propulsão maior ao capitalismo, e a Revolução Francesa que desencadeou o início do Estado laico que compreende a idéia de uma separação definitiva entre o Estado e a Igreja. Mudanças significativas ocorreram em toda a sociedade e que encaminharia inevitavelmente para o descrédito da idéia da harmonia entre a fé a razão.

O Espiritismo surge, contudo, com a proposta de trazer a fé e a razão para um domínio só, reavaliando o conceito de verdades dogmáticas, que se caracterizam por verdades absolutas e fora de qualquer tipo de investigação imparcial. Allan Kardec diz que a fé verdadeira é aquela que consegue enfrentar face a face a razão em todas as épocas da humanidade. Verifica-se desta forma que o Espiritismo rompeu com todo o padrão de uma época, restituindo uma separação que para todos era algo inevitável. A ciência espírita com suas abordagens e com os fatos delas decorrentes, prova de maneira clara e objetiva a imortalidade da alma e toda uma decorrência de fatores que diz respeito a essa idéia, como a reencarnação e a comunicabilidade com os espíritos.

.Verificamos que uma parte bem reduzida da ciência terrena já começa a prestar atenção em todo um mundo de possibilidades de entendimento acerca da vida espiritual, que sempre esteve ligada a nossa. Se tivermos como ponto de partida a idéia de que o mundo material e o espiritual estiveram sempre em permuta constante, isso corresponde a dizer que necessariamente para entendermos a nossa vida material, devemos compreender o mundo que o complementa, isto é, o mundo espiritual.

Portanto, o surgimento do Espiritismo bem como sua atuação na atualidade, é um marco para a história da humanidade, pois dentro de uma série de perspectivas, ele esteve na vanguarda de seu tempo, e hoje se afirma de maneira inquestionável na mesma proporção em que são inquestionáveis as suas descobertas e conclusões.

Fonte: Verdade e luz, edição nº 260, Setembro de 2007

Federação Espírita do Estado de Mato Grosso – www.feemt.org.br