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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

É preciso nascer novamente

Octávio Caúmo
Por Octávio Caúmo Serrano - caumo@caumo.com

Certa vez um amigo me perguntou: – Você acredita em reencarnação? Disse-lhe que não! Reencarnação não é algo em que se acredita, mas que se constata na convivência com as pessoas.

Como explicar as razões da diferença entre os homens? Uns saudáveis outros fracos e doentes? Uns ricos e bonitos e outros pobres e feios? Muitos inteligentes e outros com dificuldade para entender o elementar? Uns vivem dez outros cem anos! O intrigante é que, às vezes, a disparidade existe entre irmãos, nascidos e educados pelos mesmos pais. Prova que apenas a genética não pode explicar a diferença entre tipos humanos.

Cada homem é uma alma milenar que passou por muitas experiências em vidas anteriores; reencarnações. A maioria sabe disso. Disse a maioria, porque a exceção fica por conta das doutrinas cristãs ocidentais; excetuando-se o Espiritismo, é evidente.

Para acreditar na justiça do Criador, admitindo que o homem não tenha qualquer culpa ou mérito pela sua vida atual, já que para os cristãos, exceto os espíritas, vive-se uma só vida, seria preciso que nascêssemos todos ricos, bonitos, saudáveis e inteligentes. Por que o Pai privilegiaria alguns e puniria outros, já que não teriam nem mérito nem pecado; eram criados naquele momento e nada justificaria que tivessem defeitos de físico ou de alma, se são filhos de Deus, à sua Imagem e Semelhança? E Ele é perfeito!

Se o erro fosse dos pais, que se punissem eles, não os descendentes. É mais ou menos como transferir o pecado de Adão para nós que não temos nada com isso. Nem o conhecemos. Tais fantasias já não mais encontram abrigo no homem atual desejoso de entender com racionalidade o que lhe ensinam. O misticismo perdeu a importância!

Quando todos crerem na reencarnação e vive-la, sabendo que terão de responder pelos seus feitos até o último ato, a violência do mundo certamente diminuirá. Saberão que apesar de escapar das leis humanas não se livrarão da justiça divina. Esta não se vende!

Jornalista e poeta

Jornal Correio da Paraíba – 28/08/2015

sábado, 30 de agosto de 2014

Isto é a reencarnação!

Lavoisier proclamou que "na Natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma"; Allan Kardec escreveu: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei". Rabidranath Tagore exclamou: "A morte não é o apagamento da luz, é o ato de dispensar a lâmpada porque o dia já raiou"; E Jesus advertiu: "Não te maravilhes porque digo: "Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”...
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Isto é a reencarnação!

Por Germano Romero

O Princípio Vital que permeia a Natureza é um fluido energético invisível aos olhos em sua consistência, mas perfeitamente nítido em tudo aquilo que consideramos Vida. Chamado de Ki, fluido vital, Prana, Espírito Santo, entre outros nomes, o Princípio Vital é imanente à toda evolução orgânica na Terra.

É razoável que ele exista em no Universo inteiro, que é composto de energias das mais variadas formas, frequências e dimensões. Pois, tudo o que chamamos de matéria, a massa que julgamos inerte, a Física já provou que é energia condensada, que vibra e produz campo magnético.

Quando as matérias orgânicas movimentam-se, nascem, crescem, se desenvolvem, se reproduzem, é que se percebe a manifestação do Princípio Vital. É a vida brotando nas infinitas variações que a Ciência terrena, até hoje, descobriu.

Esse Princípio Vital, que tece a existência, emana e floresce em todos os seres vivos. Pássaros, peixes, flores, moluscos, gente, lodo, micróbios, minhocas, tudo que nasce, cresce, morre e renasce, há bilhões de anos, sujeito às transformações que a Terra sofre naturalmente, evoluiu desde os Procariontes, mitocôndrias, anfíbios, répteis, até nós, humanos.

Eras históricas, mutações geológicas, químicas e orgânicas transformadas pelo nascimento e morte, foram sempre seguidas do renascimento, pois tudo ressurge a partir dos mesmos elementos que, após a morte, retornam ao seio da terra.

Dessas mutações, o Princípio Vital foi se elaborando, se burilando e produzindo novas formas de vida animal mais complexas, inteligentes, capazes de memorizar, aprender, produzir e transformar o planeta: os seres humanos.

Mas, com uma diferença. A parte divisível do Princípio Vital, chamada espírito, alma, que encarna no homem, já era capaz de manter a individualidade através da memória e dos sentimentos que nela se conduzem, mesmo após a morte. Ao voltar em corpos físicos, essas lembranças se embotam pela percepção limitada dos 5 sentidos humanos, mas se evidenciam em preferências pessoais, caráter, sintonias e afinidades, desde criança.

Isto é a reencarnação! Princípio pelo qual se entende muitas coisas de Deus. Jesus já ensinava: “Não te maravilhes porque digo: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”...

Fonte: Correio da Paraíba, 29/08/14

quinta-feira, 31 de julho de 2014

[VÍDEO] - Reencarnação na Bíblia - Severino Celestino

Severino Celestino da Silva  possui doutorado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Pernambuco (1994). Atualmente é professor associado da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de Odontologia.Atua também na área de teologia-bíblia-religião e tradução de textos sagrados do hebraico para o português. Coordena o grupo de pesquisa intitulado BERESHIT. Atualmente cursa pós-doutorado em Ciências das Religiões na Universidade Metodista de São Paulo.



quinta-feira, 18 de abril de 2013

[BIOGRAFIA] - Gustave Geley – O mais "Espírita" dos Pesquisadores Metapsíquicos


Por Marcelo Coimbra Régis

Um dos principais filósofos e cientistas de tendência claramente espírita do século 20 foi, sem dúvida, Gustave Geley. Pouco conhecido no Brasil, onde temos apenas duas de suas obras traduzidas (O Ser Subconsciente, ed. FEB e Resumo da Doutrina Espírita, Lake), Gustave Geley, francês nascido em 1868, em Monceau-Les-Mines, doutor em medicina por Lyon, desde jovem se viu atraído pelo inquietante problema da sobrevivência e da evolução humana. Homem de ação e cientista por natureza decidiu dedicar sua vida e prestígio ao crescimento da Metapsíquica.

Em 1919, convidado por J. Myers, abandonou a prática médica e passou a dedicar-se integralmente as pesquisas metapsíquicas, tornando-se o primeiro presidente do Instituto de Metapsíquica Internacional – I.M.I.

Geley foi um dos mais notáveis pesquisadores no campo das materializações, tornando-se referência obrigatória no estudo do ectoplasma e seus fenômenos. Estão entre suas contribuições os estudos e pesquisas extensivas com os médiuns de efeitos físicos Franek Kluski, Jean Guzik e Eva Carriére.

Com Franek Kluski conseguiu obter moldes em parafina de mão e braços de espíritos materializados, ainda hoje em exposição no IMI em Paris. Seu trabalho com Eva Carriére, a quem submeteu aos mais rigorosos testes e provas afim de evitar qualquer possibilidade de fraude, foram assistidos por mais de 150 homens de ciência comprovando a veracidade das materializações ali obtidas. Em 1920 fundou o Bulletin de IMI (mais tarde Revue Metapsychiquee) onde publicou grande parte de suas pesquisas e experimentos acerca da ideoplastia, clarividência, telepatia, correspondência cruzada entre outros.

Dentre suas obras destacamos: O Ser Subconsciente (1899); Essai de revue generale et l’interpretation syntehetique du Spiritisme (1898); L’ectoplasmie et la Clairvoyance (1924) e Del Inconsciente al Consciente (1918).

Del Inconsciente al Consciente, sua obra magistral demonstra toda a grandeza de Geley como pensador e como pesquisador metapsíquico. Nela expõe uma teoria evolutiva baseada tanto nos princípios de Darwin como na reencarnação (por ele chamada de palingenesia), na sobrevivência da alma (por ele chamada de dinamopsiquismo) culminando, num processo de ascensão do inconsciente para o consciente, com a realização da soberana justiça, do bem e do belo. Esta é uma obra que necessita de um amplo e profundo estudo, visto que tem inúmeras contribuições ao pensamento espírita. Trata-se da mais importante obra filosófica da Metapsíquica.

Podemos considerar Geley espírita (apesar de o mesmo não ter-se declarado formalmente como tal), pois aceitava a sobrevivência da alma, a reencarnação e a comunicação com os mortos. Sobre o Espiritismo ele assim se expressa em seu Essay de revue generale d’interpretation syntehetique du Spiritisme (lançado no Brasil com o título Resumo da Doutrina Espírita):

“A Doutrina espírita é muito grandiosa para não impor aos pensadores uma discussão profunda. Bom número deles concluíram, seguramente, considerando que uma doutrina baseada sobre fatos experimentais tão numerosos e tão precisos, e acordes com todos os conhecimentos científicos nos diversos ramos de atividade humana, dando solução muito clara e muito satisfatória aos grandes problemas psicológicos e metafísicos, é verossímil; muito mais verdadeira; é muito provavelmente verdadeira”. (Del Incosnciente al Consciente, G. Geley, pag. 9 , Casa Editorial Maucci- Barcelona).

Em resposta a uma pesquisa feita pela revista Filosofia della Scienza em 1913 expressou assim sua posição quanto à reencarnação:
“Eu sou um reencarnacionista por três razões: (1) porque a doutrina me parece totalmente satisfatória do ponto de vista moral, (2) absolutamente racional do ponto de vista filosófico e (3) do ponto de vista científico aceitável, ou melhor ainda, provavelmente verdadeira.
Sua contribuição ao avanço da Metapsíquica é tão relevante que mesmo o evento se sua morte é significativo e contribuiu para a comprovação dos fenômenos metapsíquicos. Dois casos de premonição vaticinaram as circunstâncias da morte de Geley. O primeiro ocorreu nas experiência levadas a cabo pelo Dr. Eugênio Osty. Iniciando-se 31 meses antes do fato e durante 14 sessões, o sensitivo insistiu na morte acidental, por queda, de um médico francês, homem de ciência, durante uma viagem a um país distante. Além disso relatou que tal morte afetaria em muito na vida do Dr. Osty (após a morte de Geley, Osty se tornaria presidente do IMI).

O segundo caso é mais impressionante ainda. Em abril de 1924 o sensitivo-clarividente francês Pascal Forthuny obteve um “aviso” auditivo que o ordenava a procurar o Dr. Geley no IMI sem demora. Pascal devia comunicar que fora prevenido da morte próxima de um médico francês na Polônia, vítima de um desastre de aviação. Pascal procurou Geley imediatamente e lhe contou a premonição. Geley perguntou então quem seria tal médico, pergunta que Pascal não soube responder. Geley como homem de ciência anotou detalhadamente esse fato para posterior pesquisa e comprovação. Porém a comprovação veio, tragicamente, apenas alguns meses depois. Em 14 de julho de 1924, após encerrar uma série de sessões na Polônia com o médium Franek Kluski, o médico e pesquisador Gustave Geley, tentou retornar à França. A principio teve dificuldades em encontrar piloto que o acompanhasse, devido aos festejos da Revolução Francesa em Varsóvia. Porém, sem recordar da premonição à ele revelada por Pascal Forthuny, Geley tanto insistiu até que encontrou, finalmente, um piloto disposto a empreender a viagem.

Tão logo levantou vôo sobre Varsóvia o avião, por causas desconhecidas, caiu matando Geley e o piloto.

Geley merece de todos nós a admiração e o reconhecimento por sua dedicação, seu espírito cientifico e acima de tudo por suas preocupações éticas e morais, na busca de um mundo mais belo e melhor. Gostaria de terminar esse artigo com um pequeno extrato do pensamento filosófico de Geley, transcrito, em tradução livre, de sua obra: Del Inconsciente al Consciente:
“O mal não é resultado da vontade, da impotência ou imprevidência de um Criador responsável. 
O mal não é tampouco o resultado de uma queda. O mal é companheiro inevitável do despertar da consciência. O esforço necessário para o passo do inconsciente ao consciente não pode deixar de ser doloroso. Caos, tentativas, lutas, sofrimentos; tudo isso é conseqüência da ignorância primitiva e do esforço por sair dela. 
...O mal, em uma palavra, não é mais que a medida da inferioridade dos seres e dos mundos. E nas fases inferiores de sua evolução está a razão suprema deste bem supremo: a aquisição da consciência”. (Geley, G. – Del Inconsciente al Consciente, pág. 375, Casa Editorial Maucci – Barcelona – Espanha)

Fonte: Espiritnet - http://www.espiritnet.com.br/Biografias/biogust.htm

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Por que mataram Jesus?


Por Octávio Caúmo Serrano

Com base na Lei da Reencarnação, poderíamos perguntar: Por que matamos Jesus?

Quantas vezes criticamos um personagem da história, um carrasco equivocado, sem desconfiar que podemos estar falando de nós. Aquele soldado que teria dado violenta estocada no Cristo, segundo os Evangelhos, poderia ser um de nós, hoje escandalizados e penalizados com o ocorrido:
"Um soldado tomou uma lança e furou-lhe o lado, e saiu sangue e água. Novamente Jesus clamou com alta voz e entregou seu fôlego. E eis que a cortina do Santuário rasgou-se em dois, do alto a baixo, e a terra tremeu, e as rochas se fenderam" (Mateus - Cap. 27, Vs. 49/51)
O que nos falta ainda aprender é que ninguém é gênio para a sua própria geração. Os sábios fazem revelações que só podem ser compreendidas depois que a vida provar a sua verdade, o que geralmente só acontece depois de muito sofrimento. Isto ocorreu e continuará acontecendo em todas as épocas da humanidade. Além de Jesus, quantos líderes foram perseguidos, feridos ou mortos e mais tarde reverenciados pelos homens. Seja na religião, na política, na arte, na filosofia ou qualquer tipo de atividade onde atuaram.

Fôssemos nós viventes da época de Jesus e também não teríamos concordado com Ele em tudo o que dizia e fazia. Para Ele foi difícil semear o fruto do futuro porque o povo daquela época estava com os costumes mosaicos arraigados e dizer-lhes que tudo aquilo era grande tolice haveria de chocá-los. Como dizer que as oferendas não tinham nenhum poder para sensibilizar Deus! Ainda hoje, quando dizemos que promessas e penitências são tolices, somos combatidos. Para nós ainda é o caminho mais curto e cômodo para solucionar problemas.

Esta é a razão por que Jesus teve de fazer um ajuste nas suas palavras e sugerir que antes de fazer a oferenda nos reconciliássemos com os adversários, porque este, sim, era um sacrifício agradável a Deus (Mateus V, 23/24).

Se transferirmos a proposta de Jesus para os nossos tempos, veremos que, ainda hoje, poucos de nós estamos dispostos a aceitá-la com a simplicidade como nos foi deixada. Preferimos as facilidades das oferendas modernas, acendendo velas ou usando talismãs. “Velho adágio já nos adverte que se pé de coelho desse sorte o coelho não teria morrido.”

Jamais censuremos os que traíram Jesus porque poderá ser uma autocensura. Se vivemos por lá naquele tempo, mais fácil que estivéssemos entre os fariseus, saduceus, escribas, vendilhões do templo do que tivéssemos sido um dos Apóstolos de Jesus ou seguidores de seus principais divulgadores. Basta ver-nos hoje, egoístas e orgulhosos, para saber que nunca fomos melhores e que, continuamos traindo Jesus, negando-nos a seguir suas sábias lições.

Quando retratam o sofrimento de Jesus nas representações de teatro ou cinema, tenhamos a certeza de que por mais violentas que as cenas pareçam, seguramente, elas foram na vida real muito piores.  Afinal, Jesus mexeu com os poderosos da época, desmascarando – ainda que apenas por exemplos e atitudes – a mentira e a falsidade. E quando os poderosos se sentem acuados, reagem de maneira intempestiva e violenta, desrespeitando qualquer regra de respeito e hierarquia. Defende-se a qualquer preço porque se dar bem é só o que lhes importa. Certamente, Jesus não escapou à ira daqueles que tinham o privilégio do manejo da sociedade da época. A ponto de ter sido morto após julgamento ilegal. Nem os mais elementares direitos humanos de justiça foram respeitados.

Em vez de ter pena de Jesus, tenhamos pena de nós, por não termos ainda, depois de quase vinte séculos, entendido nada sobre as orientações do Meigo Rabi da Galileia que nos deixou as verdadeiras receitas de felicidade.

Jornal O Clarim - fevereiro de 2013

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Deus, sua infinita bondade e nossa sede insaciável de felicidade



Se Deus nos criou com uma sede insaciável de felicidade, é porque o nosso destino, a trancos e barrancos, deve ser mesmo de salvação, a qual, porém, deverá ser num futuro distante, com a evolução do espírito através das reencarnações.

Os líderes religiosos não espíritas detestam a reencarnação, porque eles pregam a nossa salvação ou libertação, mas com a condição de termos que passar por eles, quando essa doutrina nos mostra que a salvação é conseguida por nós mesmos pela nossa evolução espiritual e moral. Quando eles ensinam a verdade, até que eles podem orientar as pessoas para se salvarem. Mas a profissão deles é realmente prejudicada pelo fenômeno da reencarnação.

A nossa evolução moral e espiritual é real, pois até Jesus evoluiu. “Tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos que lhe obedecem.” (Hebreus 5: 9). “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.” (Efésios 4: 13). Temos realmente que reencarnar muitas vezes, até chegarmos à estatura moral do nível de aperfeiçoamento de Jesus Cristo. “Diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus.” Isso vai acontecer no futuro com a evolução dos espíritos humanos. “Somos transformados de glória em glória.” (2 Coríntios 3:3). “Mesmo que nosso homem exterior se corrompa, contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia.” (2 Coríntios 4: 16). E Jesus fala também na regeneração no futuro. (Mateus 19: 28). 

Os teólogos apegam-se muito ao lado material do homem, que veio do pó e ao pó retornará (Eclesiastes 12: 7), deixando em segundo plano o homem espiritual, interior e imortal. E, assim, pregam a ressurreição do espírito, mas para eles, ela tem que ser junto com o corpo, quando a Bíblia diz que a ressurreição é só do espírito. (1  Coríntios  15: 44). “Carne e sangue não podem herdar o reino de Deus.” (1 Coríntios 15: 50). “Os ressuscitados são como os anjos.” (Mateus 22: 30). Anjos são espíritos humanos de alto nível de evolução e significam enviados de Deus ou do mundo espiritual para nós, justamente porque são muito evoluídos. Todos os corpos vêm do pó e para o pó retornam. E a Bíblia não diz que, depois que eles voltam para o pó, eles retornam à vida, pois voltam ao seu pó em definitivo. “Tu és pó e ao pó retornarás.” (Gênesis 3: 19). Esse é o destino do homem exterior.

Para os teólogos católicos, enquanto estamos aqui na Terra, nós podemos nos salvar por nós mesmos e por Deus. Morrendo o corpo e indo a alma para o Purgatório, só Deus nos pode ajudar a sairmos de lá. Daí a importância das preces para as almas. Isso é uma exaltação da matéria, da carne, pois só enquanto temos corpo, poderíamos fazer algo para a nossa libertação. No entanto, Jesus disse: “O espírito é o que vivifica; carne e sangue para nada aproveita.” (João 6: 63).

Se Deus nos deu capacidade e liberdade para pecarmos; se Deus não é prejudicado com os pecados; se é o espírito que ressuscita; se Deus nos ama com amor infinito; se a misericórdia divina não termina jamais, pois é também infinita; se a nossa evolução espiritual é uma realidade pelas reencarnações; se temos sempre uma sede insaciável de uma felicidade perene e para sempre; se Deus não quer que nenhum de nós se perca (Mateus 18: 14), não vão ser suficientemente tão poderosos os teólogos e os “diabos” para porem em dúvida a nossa salvação! 

José Reis Chaves escreve às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO e é autor dos livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP)  e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) –  www.literarium.com.br.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Considerações sobre a Reencarnação


Por Jaci Régis

A Lei divina não cogita de ética ou moral. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral.

A ética e a moral são estágios criados a partir da racionalidade.

Nos estágios pré-humanos da vida terrena, o princípio da sobrevivência determina o comportamento, sem considerações de reciprocidade. Apenas o treinamento dos fatores que, posteriormente, comporão o comportamento do ser racional.

Na visão evolucionista, o princípio inteligente conhece nos conflitos da experiência que define o seu processo de desenvolvimento, a reciprocidade natural entre ação e reação, nos campos das relações de sobrevivência. Depois, no desencadeamento das mutações, ele sofrerá as consequências do choque da convivência e inscreverá na sua mente perene os rigores das respostas. A decorrência será a estruturação dos valores que se chamarão depois de “ética”, ou seja, a definição básica do certo e errado, bem e mal.

Já a moral é estabelecida pela autoridade, dentro de padrões criados pela observância das necessidades de manter um relativo equilíbrio nas relações humanas no círculo em que se desenvolvem, e também para garantir o poder.

Aí nascem as noções sobre o poder sobrenatural, a delegação de poderes a missionários e profetas, com as noções da culpa e da punição.

Ainda que esses sejam elementos historicamente encontrados nas civilizações de todos os tempos, constituem uma moral relativamente mutável, adaptável. 

Não se pode confundir a reciprocidade da lei de causa e efeito com a polarização entre culpa e castigo, que numa serie infinita limitaria drasticamente o desenvolvimento do ser espiritual, perdido na circularidade permanente.

Somente essa perspectiva poderá dissolver a aparente contradição entre o livre-arbítrio como instrumento de expansão e evolução do ser espiritual e a Lei. Isto é, não existem limites morais na Lei. Os limites não estão fora, mas delineados e funcionam inevitavelmente dentro do universo pessoal, nos mecanismo do processo de causa e efeito. 

A lei de causa e efeito é o princípio fundamental de balanceamento e reajuste constante da rota desdobrada pelo ser, na trilha evolutiva. Esse jogo permite a construção e reconstrução do equilíbrio interno.

Não se confunde, todavia, a questão da culpa como conseqüência da infrigência dos valores elegidos pessoal ou coletivamente, com o instituto da culpa como ação divina, resultado de um julgamento exterior. A pena de Talião é expediente que o próprio ser promove nos trâmites da culpa e da reparação.

A própria Lei Natural ou divina estabelece os mecanismos de manutenção do equilíbrio, definido como fator de balanceamento dos fatores concorrentes, visando o objetivo de manutenção e expansão positiva do conjunto.

O processo evolutivo do ser é instável porquanto ele estagia no nível de imperfeição natural em constante mutação, gerando desequilíbrio que, na reciprocidade da lei de causa e efeito, promove o equilíbrio, seja internamente, seja na relação com o outro, com o ambiente.

O livre-arbítrio, essa liberdade essencial, poderia levar à anarquia incontrolável, não estivessem gravados na consciência os parâmetros da Lei, construídos no conflito existencial.

Na trajetória evolutiva do ser espiritual, os fatores externos provocam repercussões que mobilizam suas potencialidades, reestruturando níveis mentais e motivações. Esses confrontos causam dor e sofrimentos que produzem situações penosas e insatisfatórias. 

O equilíbrio é a felicidade ou a condição de satisfação e compensação do ser, ou se quisermos, podemos chamar de Eros. 

A infelicidade é a quebra do equilíbrio com a criação de estados de desconforto e desintegração mental, ou se quisermos, podemos chamar de Morte ou Tanatos.

O interesse de preservação, ou instinto de conservação, que se instala no ser desde o início, e a necessidade que lhe é inerente de participar de relações compensatórias com semelhantes, são as forças propulsoras que o movem para a procura da homeostase. 

A “inscrição na consciência” dos valores da Lei se dá, como se viu, na própria vivência dos conflitos e pelo desejo de preservação do ser e constitui, no tempo, os fundamentos da ética, considerada como o fator que estabelece o julgamento dos fatores para a persistência do ser. 

No período humano, a ética e a moral se expressam, inicialmente, com o nascimento dos tabus, dos medos diante dos fatores naturais, nos mistérios do nascimento e da morte, e apelação para as forças sobrenaturais, no interesse da preservação pessoal e grupal.

Assim, como as forças do universo energético seguem um curso aparentemente ao acaso, mas permanecem dentro do fluxo orientador da Lei, o ser espiritual também parece seguir uma forma anárquica, sem limitações. Todavia, através dos mecanismos da Lei instalados pela experiência na mente do Espírito, o equilíbrio se faz invariável, mas não imediato.

Na dinâmica do processo, o que, dentro da visão sensorial sugere o caos, o acaso, na verdade, caminha para a busca do equilíbrio. A questão, nessa visão sensorial, se complica pela variável do tempo, cronológico ou sensível. 

No modelo que estamos pensando, a evolução do ser inteligente só tem sentido se considerarmos a vida dele como uma estrutura imortal, dotado de um sentido natural de autopreservação, de imortalidade, realizada atemporalmente, da mesma forma que as mutações do mundo energético se impõem como condição de efetivação.

Nesse modelo não cabe o acaso, nem a vacuidade de intenções, pois há sempre a intenção de alcançar o patamar da satisfação, tanto na realização dos fenômenos biológicos e físicos, como nos fenômenos da consciência.

Não fora assim e o universo energético e a vida inteligente não teriam sido possíveis.

Não se trata de nenhuma imposição moral ou retaliação divina. O que se grava na consciência, quer dizer na memória profunda do Espírito, é os resultados das contradições vividas a partir do exercício vital, dentro do básico princípio de causa e efeito. Essa “consciência” retrata a realidade das reações aos atos e ações realizadas que, ao longo da experiência, estabelecem uma reação automática, condicionante, a motivando e ajuste imprescindível para o equilíbrio do ser, no conflito do conforto e desconforto existencial.

Não estamos esquecendo o valor das interações, dos conflitos entre as pessoas e a influência dos mortos na vida dos vivos. Nem a influência de entidades mais equilibradas na indução de encontros e respostas. Estamos enfatizando a auto-evolução, a escolha e principio do certo e do errado na decisão pessoal e coletiva.

Artigo recuperado e publicado no Jornal Abertura em agosto de 2012

Fonte: Instituto Cultural Kardecista de Santos - http://icksantos.blogspot.com.br/2012/11/consideracoes-sobre-reencarnacao-jaci.html?spref=fb

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Evidências científicas atuais sobre a existência da vida após a morte


Mado Martínez e Elaine Vieira[1]

Já faz muitos anos que os seres humanos se perguntam se há algo além da vida. Muitas culturas, religiões e doutrinas têm sido baseadas na crença de que os mortos vão viver em outros mundos, vão ao paraíso ou reencarnam... Mas o que aconteceria se ciência nos desse evidências de que há vida depois da morte? Nas ultimas décadas, vários cientistas e médicos pesquisadores de várias universidades do mundo estão revolucionando o paradigma do século XXI mostrando evidências de que a consciência de fato sobrevive à morte física.

Mediunidade no laboratório

No instituto Windbridge no Arizona, EUA, a Dra. Julie Beischel está conduzindo uma pesquisa importante para demonstrar que há vida após a morte. Basicamente, utiliza três métodos para estudar o fenômeno da mediunidade: proof-focused: são testes para verificar se os médiuns estão dando a informação correta; process-foused: estuda a experiência dos médiuns durante as comunicações espirituais;applied-research: examina como a informação dos médiuns pode beneficiar a sociedade em geral.

Os resultados da Dra. Beischel confirmam a hipótese de que o espírito sobrevive à morte. Entramos em contato com a Dra. Julie Beischel para perguntar sobre o método científico que aplica em suas pesquisas. Ela disse que utiliza controles muito estritos para pesquisar o fenômeno de mediunidade através de um programa científico que contém uma quantidade grande de dados'No instituto Windbridge, estamos interessados principalmente no estudo da mediunidade. Utilizamos o método científico e controles estritos para pesquisar estes fenômenos e o programa de pesquisa da mediunidade abrange uma quantidade enorme de dados. Através de nosso método quintuplo-cego[2] com médiuns certificados pelo instituto Windbridge, podemos demonstrar que as informações dos médiuns sobre familiares já mortos são exatas, e além do mais, os médiuns não têm nenhum conhecimento prévio sobre a família ou o desencarnado'. Além disso, Beischel disse: 'Este paradigma de pesquisa é ideal porque o fenômeno da mediunidade é facilmente replicável e podemos trazer o fenômeno da mediunidade ao laboratório.' A Pesquisa da Dra. Beischel certamente demostra que o fenômeno da mediunidade é de fato autentico. 

No Brasil, a mediunidade de Chico Xavier foi estudada pelo Dr. Paulo Rossi em 1991. Chico Xavier ficou conhecido pelo seu trabalho gratuito, onde publicou mais de 400 livros através de mais de 600 autores espirituais, e também escrevia cartas de pessoas já falecidas. O estudo do Dr. Paulo Rossi confirmou que 93, 3% das pessoas que visitavam Chico Xavier não o conheciam; 62,2% das mensagens mostraram mais de seis fatos reais cada; e 71,1% continham informações detalhadas sobre pessoas falecidas, que foram posteriormente confirmadas como verdadeiras por seus familiares. Rossi conclui que a informação revelada por Chico Xavier de fato provém de espíritos de pessoas mortas e não é o resultado de qualquer classe de fraude.

Em 2004, Alexander Moreira de Almeida concluiu sua tese de doutorado pela USP, na área de experiências mediúnicas. Almeida estudou 115 médiuns espíritas que seguem a doutrina codificada por Allan Kardec, com o objetivo de construir seu perfil sociodemográfico e para comprovar sua saúde mental. Os pesquisadores concluíram que a maioria dos médiuns desenvolveu sua mediunidade durante a infância e mostraram altos índices socioeducativos. Além disso, os resultados mostraram um nível muito baixo de desordens psiquiátricas.Esse estudo mostra que os médiuns que com freqüência são taxados de “loucos” são na verdade pessoas sem quaisquer problemas psicológicos e apresentam um nível muito alto de escolaridade.

O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, da USP de São Paulo, usa técnicas de difração de raios X, tomografia computadorizada e ressonância magnética para explicar a relação entre a glândula pineal e a mediunidade. Dr. Sérgio demonstrou que médiuns de incorporação possuem mais cristais de apatia na glândula pineal, e que durante o momento da comunicação espiritual os médiuns possuem alta atividade cerebral e aumento de fluxo sanguíneo na região da glândula pineal. A hipótese do Dr. Oliveira é que a glândula pineal é o órgão sensorial da mediunidade.

Pesquisas sobre experiências de quase-morte

No King’s College de Londres está acontecendo uma revolução no mundo da tanatologia, o estudo científico sobre a morte. O pesquisador e médico, Peter Fenwick, está fazendo experimentos detalhados sobre um fenômeno que acontece entre as 24 e 48 horas antes e depois da morte e também no momento da morte. As experiências de quase-morte se referem ao conjunto de visões ou sensações frequentemente associadas a situações de morte iminente. Essas sensações incluem: experiência fora do corpo; levitação; medo extremo; serenidade total, segurança, calor e a presença de uma luz. Esses fenômenos são normalmente informados após uma pessoa ter sido considerada clinicamente morta e que depois volta à vida. Dr. Fenwick estuda as visões de pessoas que estão internadas e que falam com parentes já mortos. Também pesquisa coincidências de desencarnados que contactaram alguém somente para dizer que ela/ele havia morrido. “Esses acontecimentos ocorrem com muita frequência e em grande porcentagem dos casos e afirma que a consciência é diferente do cérebro”, conclui Dr. Fenwick.

O Dr. Kenneth Ring, da Universidade de Connecticut e Sharon Cooper, da Universidade de Nova York, fizeram um estudo de dois anos sobre as experiências de quase-morte em deficientes visuais, com resultados espantosos. Os resultados foram publicados no livro Mindsight (1999), o qual comprovou que 31 pessoas cegas que passaram pela experiência de quase-morte descreveram a experiência de terem podido ver pela primeira vez em suas vidas, dando detalhes de procedimentos médicos na mesa cirúrgica. 

O médico oncologista Jeffrey Long, que dirige a fundação de pesquisa sobre experiência de quase-morte (http://www.nderf.org), tem recolhido mais de 2.500 estudos de casos em todo o mundo de pessoas que tiveram esse tipo de experiência. Por usar o método científico em sua pesquisa, decidimos contatar Dr. Long para descobrir mais sobre seu trabalho. Em nossa entrevista por e-mail com ele, declarou: “Minha área profissional está baseada em pesquisas sobre experiências de quase-morte. Em minha opinião, as experiências de quase-morte proporcionam uma das maiores evidências científicas da vida após a morte.” Em seu livro Evidence of the Afterlife (Evidencias da vida após a morte), Dr. Long faz um resumo das linhas de evidência que apontam a veracidade das experiências quase-morte: os pacientes clinicamente mortos experienciam: 1) consciência clara; 2) experiências reais fora do corpo; 3) sentidos aguçados; 4) consciência durante a anestesia; 5) lembranças claras, reencontros com familiares falecidos. Além disso, Dr. Long confirma que as experiências de quase-morte em crianças são as mesmas que em adultos, que experiências de quase-morte ocorrem no mundo todo, e que as pessoas que passam por experiências de quase-morte geralmente promovem uma mudança de vida significativa.

Pesquisas em Terapia de Regressão de Vidas Passadas e Reencarnação 


As pesquisas em regressão de vidas passadas constam de práticas baseadas em evidências. Os resultados provêm de questionários que são preenchidos antes e depois da terapia com um número grande de participantes com um tipo específico de problema e inclui um grupo de controle para demonstrar sua efetividade (o duplo método científico cego). Entre 1985 e 1992, Hazel Denning, fundador da Associação Internacional para Pesquisa de Regressão e Terapias (http://www.iarrt.org), estudou os resultados de oito terapeutas de regressão com aproximadamente 1.000 pacientes. Os resultados foram medidos imediatamente após a terapia, com seguimentos de seis meses, um ano, dois anos e cinco anos após a terapia. Dos 450 pacientes que poderiam ser localizados após cinco anos, 24% informaram que seus sintomas tinham desaparecido completamente, 23% confirmaram uma grande melhora, 17% confirmaram uma melhora, e 36% não obtiveram nenhuma melhora. Em geral, isto faz um saldo positivo de 64%. 


O psicoterapeuta Dr. Brian Weiss do Centro Mount Sinai em Miami, EUA, que se declarava pessoa cética, mudou de opinião e decidiu pesquisar o fenômeno da reencarnação e espiritualidade ao constatar que uma de suas pacientes, após recordar sua vida passada, podia dar detalhes impressionantes sobre seu filho já morto. Ele também constatou que durante a sessão de hipnose, seus pacientes diziam ver professores (espíritos). Dr. Weiss teve a oportunidade de conversar com tais professores que lhe deram informações detalhadas sobre assuntos que a paciente desconhecia. Depois de muita investigação, Dr. Weiss escreveu vários livros, entre eles: Many Lives, Many Masters (Muitas vidas, muitos mestres), Messages from the Masters (Mensagens dos mestres), Only love is real, (Somente o amor é real) entre outros, onde explica a realidade da reencarnação e do mundo espiritual desde a perspectiva psiquiátrica. 

Dr. Ian Stevenson, falecido em 2007, era um dos pesquisadores mais conhecidos na área da reencarnação na Universidade da Virginia. Ele não utilizava o método de hipnose para verificar se uma pessoa teve uma lembrança de uma vida anterior; ao contrário, ele estudou milhares de casos em crianças nos EUA, Inglaterra, Tailândia, Birmania, Turquia, Líbano, Canadá, Índia, etc. Primeiro, ele verificava toda a informação sobre a vida anterior da criança. Depois, identificava o desencarnado que a criança dizia ter sido na vida anterior. Mais tarde, confirmava os fatos da vida passada do desencarnado que coincidiam com as lembranças das crianças. Ele também comparava marcas no corpo e defeitos de nascimento das crianças com feridas e cicatrizes que os desencarnados possuíam quando vivos, tudo isso confirmados por registros médicos. O Dr. Jim Tucker, diretor médico da Clínica Psiquiátrica Child and Family, da Universidade da Virginia, é o atual sucessor do Dr. Stevenson. Nós entramos em contato com Dr. Tucker para saber um pouco mais sobre as provas da vida após a morte. Ele respondeu: "As provas mais importantes da vida após a morte, além das experiências quase-morte, são as pesquisas com médiuns, relatórios detalhadamente estudados de aparições e lembranças de vidas passadas em crianças. Ian Stevenson passou 40 anos estudando tais casos, onde a maioria deles vinha de culturas com uma crença em reencarnação. Eu agora estudo os casos ocidentais, e os resultados são praticamente os mesmos”.  

A ciência da vida após a morte

A Ciência do pós morte foi investigada do ponto de vista judicial pelo advogado australiano e escritor Victor Zammit. Ele afirma que todas as provas que ele reuniu sobre a vida após a morte são bastante fortes para serem aceitas em qualquer tribunal (http://www.victorzammit.com). Em seu livro: A Lawyer Presents the Case for the Afterlife (2006, 4a ed.), Zammit mostrou 23 áreas diferentes que demonstra a existência de vida após a morte. Ele colocou como desafio para os cientistas, onde ele pagaria U$ 1.000.000 para que alguém provasse que não há vida após a morte! 


Atualmente, há numerosos estudos sendo conduzidos na área de espiritualidade e vida após a morte, onde os cientistas estão utilizando tecnologias de ponta e métodos científicos. A pesquisa pioneira de Raymond Moody e Elisabeth Kübler-Ross tem contribuído ao desenvolvimento desta área. Podemos citar vários outros exemplos como: Erlendur Haraldsson da Universidade de Islândia, Morris Netherton terapeuta de vida passada, o psicólogo Peter Ramster, o psicoterapeuta Andy Tomlinson, o cardiólogo Pim Van Lommel, e muitos outros. Embora vários pesquisadores estejam encontrando evidências impressionantes que sugerem que há vida após a morte, ou pelo menos a sobrevivência da consciência, eles ainda não sabem bem como explicar como tudo funciona... É, às vezes a ciência funciona desta maneira; um exemplo clássico são os astrônomos e os astrofísicos que podem identificar uma relação entre os ciclos de atividade do Sol e o clima na Terra, assumindo que esta relação existe apesar de não saberem como funciona. Como o Professor Sami Solanki, do Instituto Max Planck do Departamento de Pesquisa do Sistema Solar na Alemanha, declarou (http://tinyurl.com/77taz9c): “A correlação entre os ciclos solares e o clima terrestre não tem sido demonstrada.” Então, por que estudam esta correlação se ainda não sabem que isto realmente existe? A resposta é simples: é porque eles têm observado evidências que sugerem que isso pode ser desta maneira… Pois bem, parece que estamos em uma situação muito similar com os estudos sobre a vida após a morte. Os pesquisadores têm observado evidências que sugerem que a consciência sobrevive à morte física, mas ainda não conseguem entender bem como isso funciona. Se nos dois casos a ciência ainda não foi capaz de demonstrá-los, então nós ainda não podemos rechaçar a possibilidade de uma possível existência da vida após a morte! 
___________

Obs.: O artigo original consta de 10 páginas e foi publicado na revista Año Cero na Espanha (tema de capa de revista no mês de dezembro de 2011) e na revista Nexus na Australia (Abril de 2012).




Revista Internacional de Espiritismo (RIE), ano LXXXVII - Nº 06.

Agradecemos ao colaborador Ricardo Malta pelo envio do artigo. (O Blog dos Espíritas).



[1] Mado Martínez é filóloga que atualmente está estudando e trabalhando no campo antropológico na Universidade Nacional de Educação de Distância (UNED), Espanha. É autora de oito livros e muitos artigos para revistas em todo o mundo. Elaine Vieira é fisiologista e pesquisadora PhD na área de doenças metabólicas em Barcelona, Espanha. 

[2] Quintuplo-cego: protocolo científico realizado para evitar resultados tendenciosos, onde nem o examinado (objeto de estudo) nem o examinador (pesquisador) sabem as variáveis do estudo, no caso do quintuplo-cego são usados 5 pessoas diferentes para ajudar na análise dos dados sem que nenhuma delas saiba do que se trata o estudo.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Para onde vamos, realmente?



Por Octávio Caúmo Serrano

Morremos; e agora?

Conversávamos com um espírita amigo que se diz encantado com a lógica da nossa doutrina e ele nos disse: - A única coisa que tenho dúvida se realmente existe é a reencarnação.

Levamos um susto! A reencarnação não só é a pedra angular da doutrina espírita, como o é, também, para entendermos a justiça divina: A LEI DE DEUS!

Ninguém conseguirá dar explicações sobre a desigualdade das pessoas no mundo a não ser pelos resgates e provas necessários que vivemos numa nova encarnação.

Ao consultar o capítulo IV, itens 24 e 25, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, temos duas mensagens de São Luiz, 1859, que são esclarecedoras: limites da encarnação e necessidade da encarnação.

Mostra-nos o lúcido espírito que à medida que vamos nos desmaterializando, ainda mesmo na Terra, caminhamos mais rápido para a espiritualização, diminuindo a densidade de nossos corpos, quando chegamos, inclusive, a precisar de menos alimento para nos sustentar. Por que isso se dá? Porque somos diferentes uns dos outros. Não há duas almas iguais como não há a mesma digital em dois seres humanos.

Basta observar a vida para sentir a justiça divina. Enquanto neste momento alguns praticam a caridade, outros roubam, matam ou estupram; enquanto uns estudam e esforçam-se outros vivem nos antros em vícios e jogatinas; enquanto pessoas adotam crianças, outras abortam ou matam por diferentes meios; enquanto há doutores que salvam há outros traficantes de órgãos. Como esperar que ao final da vida todos sigam para o mesmo lugar; como desejar que sejam premiados igualmente!

Em mundos de densidade menor que a Terra nossos corpos são mais leves porque estaremos mais espiritualizados. Deslocaremo-nos sem tanto sacrifício, chegando mesmo a deslizar ou volitar.  Chegará o momento em que nós, espíritos, nos confundiremos com nossos corpos que serão fluídicos. Se hoje temos 68 quilos, vivendo em Marte teríamos 26, na Lua 11 e em Plutão 4,5 kgs. Bem mais fácil de nos movimentar, claro!

Isso todos nós podemos conseguir. Basta viver mais moralmente que materialmente enquanto na Terra, para reencarnar em mundos menos densos. Qualquer outra solução que não o esforço próprio será privilégio. E o único privilégio que Deus concede a seus filhos e dar-lhes oportunidades iguais para que possam lutar pelo próprio progresso. Fora isso, nem pagando, nem rezando, nem vivendo nas clausuras poderemos conseguir. “A cada um segundo suas obras” já nos foi ensinado há milênios. Continua valendo!

Se você é como o meu amigo espírita do começo do texto, cheio de dúvidas, passe a pensar servindo-se do bom senso. Só assim entenderá Deus e concluirá pela importância, justiça e misericórdia da reencarnação. O resto é conversa fiada!

Jornal O Clarim - julho de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sexo, sexualidade e reencarnação

Por Maria Ribeiro

É difícil pensar em reprodução sem fazer uma associação ao papel do sexo.

É necessário compreender que por reprodução sexuada entende-se a união dos gametas masculino e feminino, independentemente de se tratar de vegetais ou animais.

Com exceção dos Espongiários e dos Cnidários que alternam a reprodução em sexuada e assexuada, todos os seres se reproduzem exclusivamente sexuadamente.

Entre os animais, incluído o homem, o sexo é perfeitamente caracterizado, e as uniões muito bem definidas.

A reencarnação é necessária para a evolução dos seres, portanto a necessidade do sexo, confundido bastas vezes com prática menos digna. Mas o que parece ser esquecido de muitos, inclusive de ditos espíritas, é que foram os próprios homens que, ao longo de suas experiências, se deixaram escravizar pelo prazer físico que ele proporciona, tornando-o apenas objeto desse prazer, e por extensão, o papel do outro. 

A ciência vem realizando com sucesso a chamada reprodução in vitro para casais que encontram dificuldades em engravidar, mas nem por isto estas reproduções são menos sexuadas.

Para animais e homens o contato sexual é quase uma necessidade fisiológica, e há quem defenda a prática sexual como uma necessária descarga energética. Há que se acrescentar que mesmo entre alguns irracionais a prática sexual obedece a pelo menos um critério: a simpatia.

Já os homens contam com alguns quesitos a mais que os tornam ainda mais seletivos. Nestes a afetividade está mais desenvolvida e tem um papel decisivo na busca pelo par ideal, e com isto as relações se constroem muito mais sólidas, imprimindo responsabilidade maior e mais legítima nas práticas sexuais. Assim, estas passam de uma necessidade fisiológica para um harmônico compartilhar de energias.

Ao se falar em “afetividade mais desenvolvida” nem sempre se quer dizer que as relações serão sempre sólidas ou devidamente responsáveis. Mesmo no meio espírita encontram-se pessoas com sérias dificuldades em estabelecer relacionamentos dentro dos parâmetros cristãos. Há o “ficar”, que atende aos solteiros convictos, que não querem abrir mão desta condição e assumir relações definitivas.

Como entre as outras facções, as desculpas são até muito parecidas: medo, insegurança... Mas, o que fica claro é que também entre os espíritas, está muito difícil encontrar o “par ideal”, embora para as uniões fortuitas, isto não represente dificuldade. Há, como se pode perceber, uma contradição muito grande, e talvez parecesse natural entre os jovens espíritas, mas nunca entre os adultos já experientes.

A educação sexual precisa ser instituída entre os espíritas, com o objetivo de se formarem seres realmente conscientes de seu papel na vida. A sexualidade está presente em cada obra da Criação, e negá-la é afirmar que Deus de algum modo fora impudente. Mas daí a alimentá-la fora dos preceitos cristãos é faltar com o respeito consigo mesmo e com o outro.

No comentário da questão 696 de O Livro dos Espíritos, Kardec assinala: “A união fortuita dos sexos é um estado natural...” e, como é sabido, o estado natural é o estado primitivo (776). Ou seja, nesse estado de evolução os seres são atraídos para um acasalamento atendendo aos instintos de que são dotados. O problema é que as reencarnações asseguram ao homem a educação destes, com o aumento da inteligência, do senso moral, e conseqüentemente, da responsabilidade.

Talvez o momento atual inspire os espíritas a tratarem de forma mais humana os problemas humanos, evitando a hipocrisia, evidentemente, pois há que se considerar o objetivo original do sexo, que não é exclusivamente proporcionar prazer momentâneo numa esfera carnal.

A reencarnação conta com este mecanismo para ocorrer, pelo menos em princípio; e os reencarnantes precisam de lares cristamente estabelecidos para darem ensejo às suas jornadas. Ou é isto ou é o caos...

Testemunham-se muitos confrades discursarem defendendo o planejamento familiar, porém, estabelecido fica o menor número possível de filhos... É tão dicotômico que deixa dúvidas quanto ao real conhecimento entre estes de alguns dos princípios elementares trazidos pela Doutrina Espírita.

Não cabe fazer qualquer julgamento nestas formas de proceder, mesmo porque cada qual goza a liberdade de pensar e agir. É por isso que a Casa Espírita deverá se comprometer com a verdadeira evangelização, e não, como diria Herculano Pires, com o catecismo igrejeiro, e toda a sua falsa moral, suas falsas virtudes, e, portanto, de homens hipócritas. 

domingo, 22 de abril de 2012

A morte espiritual

Por Allan Kardec

A questão da morte espiritual é um dos princípios novos que marcam os passos do progresso da ciência espírita. A maneira pela qual foi apresentada, em certa teoria individual, de início fê-la rejeitar, porque parecia implicar, num tempo dado, a perda do eu individual, e assimilar as transformações da alma às da matéria, cujos elementos se desagregam para formar novo corpo. Os seres felizes e aperfeiçoados seriam, em realidade, novos seres, o que é inadmissível. A eqüidade das penas e dos gozos futuros não é evidente senão com a perpetuidade dos mesmos seres subindo a escala do progresso e se depurando pelo seu trabalho e os esforços de sua vontade.

Tais eram as conseqüências que se podiam tirar, a priori, dessa teoria. Todavia, nisso devemos convir, ela não foi apresentada com a bazófia de um orgulhoso vindo impor o seu sistema; o autor disse modestamente que vinha lançar uma idéia, sobre o terreno da discussão, e que da idéia poderia sair uma nova verdade. Segundo o conselho de nossos eminentes guias espirituais, teria pecado menos pelo fundo do que pela forma, que se prestou para uma falsa interpretação; foi por isso que nos convidou a estudar seriamente a questão; é o que tentaremos fazer, baseando-nos sobre a observação dos fatos que ressaltam da situação do Espírito nas duas épocas capitais, do retorno à vida corpórea e da reentrada na vida espiritual.

No momento da morte corpórea, vemos o Espírito entrar numa perturbação e perder a consciência de si mesmo, de sorte que jamais é testemunha do último suspiro de seu próprio corpo. Pouco a pouco a perturbação se dissipa e o Espírito se reconhece, como o homem que sai de um profundo sono; a sua primeira sensação é a de libertação de seu fardo carnal; depois vem a surpresa da visão do novo meio em que se encontra. Está na situação de um homem que se cloroformiza para fazer-lhe uma amputação, e que é transportado, durante o sono, para um outro lugar. Ao despertar, sente-se desembaraçado do membro que o fazia sofrer; freqüentemente, procura esse membro que está surpreso de não mais sentir; do mesmo modo, no primeiro momento, o Espírito procura o corpo; ele o vê a seu lado; sabe que é o seu e se espanta por estar dele separado; não é senão pouco a pouco que ele se dá conta de sua nova situação.

Nesse fenômeno, não se opera senão uma mudança de situação material; mas, no moral, o Espírito é exatamente o que era algumas horas antes; não sofre nenhuma modificação sensível; suas faculdades, suas idéias, seus gostos, suas tendências, seu caráter são os mesmos; as mudanças que ele pode sofrer não se operam senão gradualmente pela influência do que o cerca. Em resumo, não houve morte senão para o corpo somente; para o Espírito não houve senão sono.

Na reencarnação, as coisas se passam de modo contrário.

No momento da concepção do corpo destinado ao Espírito, este é preso por uma corrente fluídica que, semelhante a um laço, o atrai e o aproxima de sua nova morada. Desde então, ele pertence ao corpo, como o corpo lhe pertence até a morte deste último; no entanto, a união completa, a tomada de posse real não ocorre senão na época do nascimento.

Desde o instante da concepção, a perturbação se apodera do Espírito; suas idéias se tornam confusas, suas faculdades se anulam; a perturbação vai crescendo à medida que o laço se aperta; é completa nos últimos tempos da gestação; de sorte que o Espírito jamais é testemunha do nascimento de seu corpo, não mais do que o foi de sua morte; disso ele não tem nenhuma consciência.

A partir do momento em que a criança respira, a perturbação se dissipa pouco a pouco, as idéias retornam gradualmente, mas em outras condições do que na morte do corpo.

No ato da reencarnação, as faculdades do Espírito não estão simplesmente entorpecidas por uma espécie de sono momentâneo, como no retorno à vida espiritual; todas, sem exceção, passam ao estado latente. A vida corpórea tem por objetivo desenvolvê-las pelo exercício, mas nem todas podem sê-lo simultaneamente, porque o exercício de uma poderia prejudicar o desenvolvimento de outra, ao passo que, pelo desenvolvimento sucessivo, elas se apóiam uma sobre a outra. É, pois, útil que algumas fiquem em repouso, enquanto que outras se desenvolvem; é por isso que, em sua nova existência, o Espírito pode se apresentar sob um aspecto muito diferente, sobretudo se é mais avançado do que na existência precedente.

Num, a faculdade musical, por exemplo, poderá ser muito ativa; conceberá, perceberá, e em conseqüência executará tudo o que é necessário ao desenvolvimento dessa faculdade; numa outra existência será a vez da pintura, dos sistemas exatos, da poesia, etc.; enquanto que essas novas faculdades se exercem, a da música ficará latente, conservando em tudo o progresso realizado. Disso resulta que, aquele que foi artista numa existência, poderá ser um sábio, um homem de Estado, um estrategista numa outra, ao passo que será nulo sob o aspecto artístico e reciprocamente.

O estado latente das faculdades, na reencarnação, explica o esquecimento das existências precedentes, ao passo que, na morte do corpo, não estando as faculdades senão no estado de sono de pouca duração, a lembrança da vida que vem de deixar é completa ao despertar.

As faculdades que se manifestam estão naturalmente em relação com a posição que o Espírito deve ocupar no mundo, e as provas que escolheu; no entanto, freqüentemente, ocorre que os preconceitos sociais o deslocam, o que faz com que certas pessoas estejam, intelectual e moralmente, acima ou abaixo da posição que ocupam. Essa desclassificação, pelos entraves que traz, faz parte das provas; deve cessar com o progresso. Numa ordem social avançada, tudo se regula segundo a lógica das leis naturais, e aquele que não está apto senão para fazer sapatos, não é, pelo direito do nascimento, chamado a governar os povos.

Retornemos à criança. Até o nascimento, todas as faculdades estando no estado latente, o Espírito não tem nenhuma consciência de si mesmo. No momento do nascimento, as que devem se exercer não tomam subitamente o seu vôo; seu desenvolvimento segue o dos órgãos que devem servir à sua manifestação; pela sua atividade íntima, elas levam ao desenvolvimento do órgão correspondente, como o rebento nascente leva à casca da árvore. Disso resulta que, na primeira infância, o Espírito não tem o gozo da plenitude de nenhuma de suas faculdades, não somente como encarnado, mas mesmo como Espírito; é verdadeiramente criança, como o corpo ao qual está ligado. Não se encontra comprimido penosamente no corpo imperfeito, sem isso Deus teria feito da encarnação um suplício para todos os Espíritos, bons ou maus. Ocorre de outro modo com o idiota e o cretino; não sendo os órgãos desenvolvidos paralelamente com as faculdades, o Espírito acaba por se encontrar na posição de um homem apertado pelos laços que lhe tiram a liberdade de seus movimentos. Tal é a razão pela qual se pode evocar o Espírito de um idiota e dele obter respostas sensatas, ao passo que o de uma criança de tenra idade, ou que ainda não nasceu, é incapaz de responder.

Todas as faculdades, todas as aptidões, estão em germe no Espírito, desde a sua criação; aí estão no estado rudimentar, como todos os órgãos no primeiro fiozinho do feto informe, como todas as partes da árvore na semente. O selvagem que, mais tarde, tornar-se-á homem civilizado, possui, pois, nele, os germes que, um dia, dele farão um sábio, um grande artista ou um grande filósofo.

À medida que esses germes chegam à maturidade, a Providência lhe dá, para a vida terrestre, um corpo apropriado às suas novas aptidões; assim é que o cérebro de um Europeu é mais completamente organizado, provido de maior número de circunvoluções do que o do selvagem. Para a vida espiritual, dá-lhe um corpo fluídico, ou perispírito, mais sutil, impressionável a novas sensações. À medida que o Espírito se desenvolve, a Natureza o provê dos instrumentos que lhe são necessários.

No sentido de desorganização, de desagregação das partes, de dispersão dos elementos, não há de morte senão para o envoltório material e o envoltório fluídico, mas a alma, ou Espírito, não pode morrer para progredir; de outro modo perderia a sua individualidade, o que equivaleria ao nada. No sentido de transformação, regeneração, pode-se dizer que o Espírito morre a cada encarnação para ressuscitar com novos atributos, sem deixar de ser ele mesmo. Tal um camponês, por exemplo, que se enriquece e se torna grande senhor; deixou a choupana por um palácio, a veste por uma roupa bordada; tudo está mudado em seus hábitos, em seus gostos, em sua linguagem, mesmo em seu caráter; em uma palavra, o camponês está morto, enterrou a roupa grosseira, para renascer homem do mundo, e, no entanto, é sempre o mesmo indivíduo, mas transformado.

Cada existência corpórea é, pois, para o Espírito, uma ocasião de progresso mais ou menos sensível. Reentrado no mundo dos Espíritos, leva novas idéias; seu horizonte moral se alargou; suas percepções são mais finas, mais delicadas; vê e compreende o que não via e não compreendia antes; sua visão que, no princípio, não se estendia além de sua última existência, abarca sucessivamente as suas existências passadas, como o homem que se eleva, para que o nevoeiro se dissipe, abarca sucessivamente um mais vasto horizonte. A cada nova estação na erraticidade, se desenrolam aos seus olhos novas maravilhas do mundo invisível, porque de cada uma um véu se rasga. Ao mesmo tempo, seu envoltório fluídico se depura; torna-se mais leve, mais brilhante; mais tarde será resplandescente. É um Espírito quase novo; é o componês desbastado e transformado; o velho Espírito está morto, e, entretanto, é sempre o mesmo Espírito.

É assim, cremos, que convém entender a morte espiritual.

Fonte: Obras Póstumas