quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Morte - Ilusão ou Realidade

Por Adésio Alves Machado

Não só em outubro, mas sempre, devemos voltar nossos melhores pensamentos para a figura invulgar do Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, ou Hippolyte Leon Denizard Rivail, o nome da última personalidade que este Espírito revestiu na terra.

Uma das básicas mensagens do Espiritismo é a nulificação da morte, entre outras tão importantes. Ele conseguiu, porque desmistificou-a, retirou o véu que encobria a sua realidade espiritual, não só corporal. O corpo transforma-se, seus componentes moleculares serão reaproveitados; o Espírito é imortal. Deixou de ser terrificante, a morte, porque era apenas um fenômeno biológico ainda sem maiores e melhores detalhes.

Lemos certa feita que "O maior ato de injustiça de DEUS seria a morte do homem. DEUS não mata seus filhos; corrige-os, educa-os". Podemos aditar: porque os ama.

A morte perdeu toda a sua caracterização apavorante pelo fato de haver trazido à humanidade, seja espírita ou não, a certeza da vida futura, deixando esta de ser mera hipótese para se constituir em pura realidade.

Toda revelação com respeito à vida espiritual, o estado íntimo e exterior da alma depois da morte física não é mais um sistema, mas o resultado de uma observação realizada com todo critério, o mais científico possível, se nos determos numa conceituação tendo como base a metodologia convencional ainda vigente. O mundo espiritual vai aparecendo na sua plenitude, mas sempre obedecendo uma apresentação gradual, respeitando o nosso grau de compreensão. O mais relevante, e que merece ênfase, é que todo conhecimento retido por nós, espíritos espíritas não é resultado de uma engenhosa concepção do homem muitas vezes fantasista e prisioneiro de suas idiossincrasias, mas foram os próprios habitantes de "lá" quem nos trouxeram os detalhes. Variados são os graus da escala espiritual ocupada por eles, nas fases não só de felicidade como de desgraça, disseram.

É de posse de informações, as mais detalhadas possíveis, que vamos nos capacitando a encarar a morte com mais calma, levando-nos à manutenção de uma certa serenidade, variável é verdade, pois tudo depende do grau de compreensão de cada pessoa. Nossos últimos momentos sobre a Terra não será municiado só de esperança, mas de certeza quanto ao porvir, o que não deixa de ser confortador.

Sabemos que a morte nos leva à continuação desta vida, já que deixamos de revestir um corpo carnal fornecido por empréstimo, enquanto no plano físico estagiarmos. As condições da vida espiritual são melhores do que as aqui vividas, dependendo do que fizemos da existência que finda.

Os motivos desta confiança acham-se embasados nos fatos testemunhados, mas se eles concordarem com a lógica, com a justiça de Deus, tudo refletindo as mais legítimas aspirações de todos os humanos.

A alma para nós não é pura abstração, mas algo consistente, com "forma determinada, limitada e constante" (1), formando uma individualidade que preexiste ao nascimento e sobrevive à sua saída do corpo carnal.

A lembrança dos que se afastaram da nossa percepção sensorial terrena não obedece à figuras ilusórias, assim como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento. Os espíritos têm forma concreta que nos é mostrada pensamentalmente como seres viventes. Não estão perdidos nas profundezas do espaço infinito, estão bem pertos de nós, ao nosso redor, transmitindo-nos as suas vibrações que refletem seus estados íntimos. Há assim, identificação do mundo material com o espiritual, quando são mantidas as perpétuas relações segundo os preceitos da fraternidade mais legítima quando há amor como liame.

Desaparece a dúvida sobre o futuro, esfumaça-se o temor da morte, e sua aproximação é sentida da mesma forma como a do que aguarda a libertação, após anos de cativeiro.

Procuremos, através da prática do bem, único caminho para chegarmos à verdadeira libertação espiritual, manter, enquanto aqui estivermos, o sentimento de amor ao semelhante pulsante em nosso peito. Façamos a ele o que gostaríamos que nos fizesse, e, assim, com toda certeza teremos uma chegada feliz no mundo das verdades inapagáveis, sendo recebidos com alegria e paz por todos quanto nos amam.

(1) O Livro dos Espíritos, Kardec, Allan, perg. 88, edição da FEB.

ADÉSIO ALVES MACHADO é Escritor, Orador e Radialista.
Autor dos livros: Ser, Crer e Crescer - Elucidações Para uma Vida Melhor;
Diálogo com Deus - Preces de MEIMEI e Verdades que o tempo não apaga.

Um comentário:

  1. O Espiritismo matou a morte,e que o estuda e o pratica,mata também o medo morte.PAZ!

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