Por Paulo da Silva Neto Sobrinho
Recentemente acabamos de ler um livro sobre a Bíblia, especificamente, sobre o livro Êxodo, onde encontramos a afirmação de que Moisés foi posteriormente as personalidades Elias e João Batista. Até então, não tínhamos disso nenhuma informação e nem nos estudos que fizemos lembramo-nos de ter lido algo parecido. Assim, no interesse de saber a verdade, pedimos explicações ao editor, que muito gentilmente nos respondeu.
Literalmente nos disse:
“Com relação ao fato de Moisés e Elias terem aparecido no episódio da transfiguração, apesar de serem o mesmo Espírito, transcreveremos trecho da obra Os Quatro Evangelhos, editada pela Federação Espírita Brasileira, Casa-Máter do Espiritismo em nosso País, merecedora, portanto, de todo crédito”:
“Moisés, Elias e João sempre foram o mesmo Espírito reencarnado, mas não a mesma personalidade humana, a mesma individualidade terrena. Assim é que, no Tabor, quando da transfiguração de Jesus, um Espírito superior, da mesma elevação que Elias e João, tomou a figura, a aparência de Moisés. Tais substituições se dão quando necessárias — por Espíritos da mesma ordem”. (Volume 2, pág. 498).
A esse respeito, esclarece Kardec:
“À medida que os Espíritos se purificam e elevam na hierarquia, os caracteres distintivos de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por isso, entretanto, conservam eles menos suas individualidades. É o que se dá com os Espíritos superiores e os Espíritos puros. Nessa culminância, o nome que tiveram na Terra, em uma das mil existências corporais efêmeras por que passaram, é coisa absolutamente insignificante. (...)
O mesmo ocorre todas as vezes que um Espírito superior se comunica espontaneamente, sob o nome de uma personagem conhecida. Nada prova que seja exatamente o Espírito dessa personagem; porém, se ele nada diz que desminta o caráter desta última, há presunção de ser o próprio e, em todos os casos, se pode dizer que, se não é ele, é um Espírito do mesmo grau de elevação, ou talvez até um enviado seu.(...).
A questão da identidade é, pois, como dissemos, quase indiferente, quando se trata de instruções gerais, uma vez que os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente, sem maiores conseqüências.” (O Livro dos Médiuns, item 256).
Tudo leva a crer que o Editor está coberto de razão na questão, e, por sinal, fez colocações muito pertinentes baseadas no Livro dos Médiuns, sobre a hipótese do espírito Elias, na ocasião da transfiguração, ter sido substituído por outro espírito que assumiu, vamos dizer assim, a aparência dele. Mas, ao final voltaremos esse ponto para analisá-lo.
Tudo estava resolvido, mas alguma coisa nos dizia que deveríamos ver a opinião de Kardec sobre a obra de Roustaing. Pelo que deduzimos Kardec teve muito mais bom senso do que aparentemente a nossa FEB – Federação Espírita Brasileira, já que não aprovou e nem desaprovou “Os Quatros Evangelhos”, sugerindo que tudo fosse passado pelo controle universal dos Espírito, coisa que somente no futuro poderia ocorrer.
Em janeiro de 1868, observar que essa data é posterior ao lançamento da obra em questão, quando Kardec lança o livro “A Gênese”, onde podemos ver que, num certo ponto, ele defende, sem nenhuma sombra de dúvida, que Jesus teve um corpo físico comum a todos nós. No capítulo XV – Os milagres do Evangelho, encontramos o seguinte parágrafo (item 2):
“Como homem, tinha a organização dos seres carnais; mas como Espírito puro, desligado da matéria, deveria viver a vida espiritual mais do que a vida corpórea, da qual não tinha as fraquezas. A superioridade de Jesus sobre os homens não se prendia às particularidades de seu corpo, mas às de seu Espírito, que dominava a matéria de maneira absoluta, e à de seu perispírito, haurida na parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres. (Cap. XIV, nº 9). Sua alma não devia prender-se ao corpo senão pelos laços estritamente indispensáveis; constantemente desligado, devia dar-lhe uma dupla vista não somente permanente, mas de uma penetração excepcional e bem de outro modo superior àquela que se vê entre os homens comuns. (...)” (Grifo do original)
Veja bem que, já de início, Kardec não usa de meias palavras para expor seu pensamento de que Jesus, “como homem, tinha a organização dos seres carnais”. Ora, a tese levantada por Roustaing é que Jesus possuía não um corpo carnal, mas um corpo fluídico, o que fica inevitavelmente contra o que diz o codificador do Espiritismo.
Mais à frente é que veremos Kardec detalhar melhor o seu pensamento, conforme podemos constatar quando ele diz sobre o desaparecimento do corpo de Jesus.
Coloca Kardec (item 65 em diante), e tudo nos leva a crer que, pelo teor, essa colocação tem um destinatário certo, qual seja, a obra de Roustaing:
“Segundo uma outra opinião, Jesus não teria revestido um corpo carnal, mas somente um corpo fluídico; não fora, durante a sua vida, senão uma aparição tangível, em uma palavra, uma espécie de agênere. Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida, não seria senão uma aparência. Foi assim, diz-se, que seu corpo, retornado ao estado fluídico, pôde desaparecer do sepulcro, e foi com esse mesmo corpo que ele se mostrou depois de sua morte”.
“Sem dúvida, semelhante fato não é radicalmente impossível, segundo o que se sabe hoje sobre as propriedades dos fluidos; mas seria ao menos inteiramente excepcional e em oposição formal ao caráter dos agêneres. (Cap. XIV, nº 36). A questão é, pois, saber se uma tal hipótese é admissível, se é confirmada ou contradita pelos fatos.
“A permanência de Jesus sobre a Terra apresenta dois períodos: a que a precede e aquela que se segue à sua morte. Na primeira, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, na mãe, como nas condições comuns da vida[1]. Desde o seu nascimento até a morte, tudo, em seus atos, em sua linguagem e nas diversas circunstâncias de sua vida, apresenta os caracteres inequívocos da corporeidade. Os fenômenos de ordem física que se produzem nele são acidentais, e nada têm de anormal, uma vez que se explicam pelas propriedades do perispírito, e se encontram em diferentes graus entre alguns indivíduos. Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. A diferença entre os dois estados é de tal modo marcante que não é possível assimilá-los”.
“O corpo carnal tem as propriedades inerente à matéria propriamente dita, e que diferem essencialmente daquelas dos fluidos etéreos; a desorganização nela se opera pela ruptura da coesão molecular. Um instrumento cortante, penetrando no corpo material, divide-lhe os tecidos; se os órgãos essenciais à vida são atacados, seu funcionamento se detém, e a morte se segue, quer dizer, a morte do corpo. Essa coesão não existe nos corpos fluídicos, a vida não repousa mais sobre o funcionamento de órgãos especais, e neles não podem se produzir desordens análogas; um instrumento cortante, ou qualquer outro, aí penetra como num vapor, sem lhe ocasionar nenhuma lesão. Eis porque essas espécies de corpos não podem morrer, e porque os seres fluídicos designados sob o nome de agêneres não podem ser mortos”.
“Depois do suplício de Jesus, seu corpo ali, inerte e sem vida, foi enterrado como os corpos comuns, e cada um podia vê-lo e tocá-lo. Depois de sua ressurreição, quando quer deixar a Terra, não morre mais; seu corpo se eleva, se desvanece e desaparece, sem deixar nenhum traço, prova evidente de que o seu corpo era de outra natureza daquele que pereceu sobre a cruz; de onde é preciso concluir que se Jesus pôde morrer, foi porque tinha um corpo carnal”.
“Em conseqüência de suas propriedades materiais, o corpo carnal é a sede das sensações e das dores físicas que repercutem no centro sensitivo ou Espírito. Não é o corpo que sofre, é o Espírito que recebe o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Num corpo privado do Espírito, a sensação é absolutamente nula; pela mesma razão, o Espírito, que não tem corpo material, não pode sentir os sofrimentos que são o resultado da alteração da matéria, de onde é igualmente necessário concluir que se Jesus sofreu materialmente, como disso não se poderia duvidar, foi porque tinha um corpo material, de uma natureza semelhante àqueles de todo o mundo”.
Continua, Kardec:
“Aos fatos materiais vêm se acrescentar considerações morais poderosíssimas”.
“Se Jesus estivesse, durante a sua vida, nas condições de seres fluídicos, não teria sentido nem a dor, nem nenhuma das necessidades do corpo; supor que assim não haja sido, é tirar-lhe todo o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolheu como exemplo de resignação. Se tudo nele não era senão aparência, todos os atos de sua vida, o anúncio reiterado de sua morte, a cena dolorosa do jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para afastar o cálice de seus lábios, sua paixão, sua agonia, tudo, até a sua última exclamação no momento de entregar o seu Espírito, não teria sido senão um vão simulacro, para enganar sobre a sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, uma comédia indigna de um simples homem honesto, com mais forte razão de um ser tão superior; em uma palavra, ele teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e posteridade. Tais são as conseqüências lógicas desse sistema, conseqüências que não são admissíveis, porque o abaixam moralmente, em lugar de elevá-lo”.
E arremata categórico:
“Jesus teve, pois, como todos, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que atestam os fenômenos materiais e os fenômenos psíquicos que assinalaram a sua vida”.
Não dá, pois para conciliar a obra “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing, com o que Kardec desenvolve na codificação da Doutrina Espírita. E chamamos a atenção para o fato que o Livro “A Gênese”, ter sido lançado depois da obra de Roustaing.
Entretanto, talvez a maioria dos espíritas nem saibam, mas Kardec fez uma análise dessa obra. Vamos encontrá-la na Revista Espírita, Jornal de Estudos Psicológicos, relativa ao mês de junho de 1866, que vale a pena colocarmos neste estudo, para que tenhamos um esclarecimento mais aprofundado do assunto.
Passaremos, então, a palavra a Kardec, no texto intitulado “Os Evangelhos Explicados” – Pelo Sr. Roustaing[2], onde ele comenta, ao que tudo indica, os recém lançados livros:
“Esta obra compreende a explicação e a interpretação dos Evangelhos, artigo por artigo, com ajuda de comunicações ditadas pelos Espíritos. É um trabalho considerado, e que tem, para os Espíritas, o mérito de não estar, sobre nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada por O Livro dos Espíritos e o dos Médiuns. As partes correspondentes àquelas que tratamos em O Evangelho Segundo o Espiritismo o são num sentido análogo. De resto, como nos limitamos às máximas morais que, quase sem exceção, são geralmente claras, elas não poderiam ser interpretadas de diversas maneiras; também foram o assunto de controvérsias religiosas. Foi por esta razão que começamos por ali a fim de ser aceito sem contestação, esperando para o resto que a opinião geral estivesse mais familiarizada com a idéia espírita”.
“O autor desta nova obra acreditou dever seguir um outro caminho; em lugar de proceder por graduação, quis alcançar o objetivo de um golpe. Tratou, por certas questões que não julgamos oportuno abordar ainda, e das quais, conseqüentemente, lhe deixamos a responsabilidade, assim como aos Espíritos que os comentaram. Conseqüente com o nosso princípio, que consiste em regular a nossa caminhada sobre o desenvolvimento da opinião, não daremos, até nova ordem, às suas teorias, nem aprovação, nem desaprovação, deixando ao tempo o cuidado de sancioná-las ou de contradizê-las. Convém, pois, considerar essas explicações como opiniões pessoais aos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou falsas, e que, em todos os casos, têm necessidade da sanção do controle universal, e até mais ampla confirmação não poderiam ser consideradas como partes integrantes da Doutrina Espírita”.
“Quando tratarmos essas questões, o faremos sem cerimônia; mas é que, então, teremos recolhido os documentos bastante numerosos, nos ensinos dados de todos os lados pelos Espíritos, para poder falar afirmativamente e ter a certeza de estar de acordo com a maioria; é assim que fazemos todas as vezes que se trata de formular um princípio capital. Nós os dissemos cem vezes, para nós a opinião de um Espírito, qualquer que seja o nome que traga, não tem senão o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma rigorosa lógica, para as coisas que não podemos controlar por nossos próprios olhos. De que nos serviria dar prematuramente uma doutrina como uma verdade absoluta, se, mais tarde, ela devesse ser combatida pela generalidade dos Espíritos?”.
“Dissemos que o livro do Sr. Roustaing não se afasta dos princípios de O Livro dos Espíritos e o dos Médiuns; nossas observações levam, pois, sobre aplicação desses mesmos princípios à interpretação de certos fatos. É assim, por exemplo, que dá ao Cristo, em lugar de um corpo carnal, um corpo fluídico concretizado, tendo todas as aparências da materialidade, e dele faz uma agênere. Aos olhos dos homens que não teriam podido compreender, então, sua natureza espiritual, teve que passar EM APARÊNCIA, essa palavra é incessantemente repetida em todo o curso da obra, para todas as vicissitudes da Humanidade. Assim se explicaria o mistério de seu nascimento: Maria não teria tido senão as aparências da gravidez. Este ponto, colocado por premissa e pedra angular, é a base sobre a qual se apóia para explicação de todos os fatos extraordinários ou miraculosos da vida de Jesus”.
“Sem dúvida, não há aí nada de materialmente impossível para quem conhece as propriedades do envoltório perispiritual; sem nos pronunciar pró ou contra essa teoria diremos que ela é ao menos hipotética, e que, se um dia ela fosse reconhecida errada, a base sendo falsa, o edifício desmoronaria. Esperamos, pois os numerosos comentários que ela não deixará de provocar da parte dos Espíritos, e que contribuirão para elucidar a questão. Sem prejulgá-la, diremos que já foram feitas objeções sérias a essa teoria, e que, na nossa opinião, os fatos podem perfeitamente se explicar sem sair das condições da Humanidade corpórea”.
“Estas observações, subordinadas à sanção do futuro, não diminui nada a importância dessa obra que, ao lado das coisas duvidosas do nosso ponto de vista, delas encerra, incontestavelmente, boas e verdadeiras, e será consultada proveitosamente pelos Espíritas sérios”.
“Se o fundo de um livro é o principal, a forma não é de se desdenhar, e entra também por alguma coisa no sucesso. Achamos que certas partes são desenvolvidas muito longamente, sem proveito para a clareza. Na nossa opinião, se, limitando-se ao estrito necessário, ter-se-ia podido reduzir a obra em dois, ou mesmo em um único volume, teria ganhado em popularidade”. (os grifos em negrito são nossos).
Podemos muito bem perceber que Kardec, embora não condene de todo a obra, deixa aberto para o futuro o julgamento. Mas, quanto à questão do corpo fluídico, não deixa de dar sua opinião de que não sanciona essa hipótese. Não deixa também de falar que falta clareza e objetividade a essa obra.
Diz, de forma bastante clara, que a obra de Roustaing, por falta de uma confirmação mais ampla, não poderia ser considerada como parte integrante da Doutrina Espírita.
Pensamos que somente pelo fato da FEB ter editado “Os Quatro Evangelhos” não quer necessariamente dizer que ela concorde com tudo que contém nesta obra, até mesmo porque estaria contradizendo Kardec, e, bem sabemos, que os órgãos do movimento Espírita devem estar, acima de tudo, sintonizados com o pensamento do codificador. Nós particularmente entendemos que a FEB não está fazendo nada mais que seguindo a recomendação bíblica: “Examinai tudo, retende o que é bom”.
Entretanto, se não houver um esclarecimento mais objetivo a respeito disso, é bem provável que muitos irão pensar que a FEB está assinando embaixo do que consta nessa obra. Assim, passamos a palavra a FEB, para que se pronuncie a respeito e esclareça qual é realmente a sua posição ante “Os Quatros Evangelhos”, para que não levem as pessoas a pensarem erroneamente a respeito do que ela advoga.
Mas, voltando ao nosso assunto inicial sobre Moisés ter sido Elias e posteriormente João Batista, como ainda não houve o “controle universal”, proposto por Kardec, e por não poder ser considerado parte integrante da Doutrina Espírita, preferimos ficar somente com o fato de João Batista ter sido Elias em nova encarnação, já que além de ser uma afirmativa de Jesus também foi dita por vários outros Espíritos.
Agora, vamos analisar a questão da aparição de Moisés e Elias a Jesus, no monte Tabor. Na narrativa de Mateus (17, 1-9) está dito que eles conversavam com Jesus, e Lucas (9, 28-36), detalha dizendo que o assunto era sobre a partida de Jesus que ia se realizar em Jerusalém. Colocando tudo isso sob um raciocínio lógico e, no pressuposto de que um desses espíritos esteja substituindo um outro, realmente não compreendemos, pois segundo está sendo dito Moisés e Elias são a mesma individualidade, então qual a razão de um espírito aparecer junto com outro que lhe toma a aparência, já que, no fundo, ambas aparições estão a representar uma mesma pessoa? Se eles fossem realmente um, deveria haver somente uma aparição, uma vez que o próprio interessando já estava pessoalmente lá.
E mais, não há como afastarmos, nem um milímetro, do pensamento de Kardec, quando ele diz: “para nós a opinião de um Espírito, qualquer que seja o nome que traga, não tem senão o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma rigorosa lógica”, isso nos aplicamos para qualquer Espiritista ou entidade representativa do Movimento Espírita.
Agosto/2002.
Bibliografia
A Gênese, Allan Kardec, IDE, Araras, SP, 4ª edição, 1993.
Revista Espírita, tomo IX, Allan Kardec, IDE, Araras, SP, 1ª edição, 1993.
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[1] Não falamos do mistério da encarnação, do qual não temos que nos ocupar aqui, e que será examinado ulteriormente.
[2] Os quatro Evangelhos, seguidos dos mandamentos explicados em espírito e verdade pelos evangelistas assistidos pelos apóstolos. Recolhidos e colocados em ordem por J.B.Roustaing, advogado da corte imperial de Bordeaux, antigo chefe da ordem dos advogados – 3 vol. In-12 – Preço 10 fr. 50. Paris, Livraria Central, 24, bulevarde dos Italianos – Bordeaux, todas as livrarias.
Paulo da Silva Neto Sobrinho, é natural de Guanhães, MG; formado em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Católica (PUC-MG); aposentou-se como Fiscal de Tributos pela Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais; freqüenta o movimento Espírita desde Julho/87; em Casas Espíritas exerceu as funções de Presidente, Coordenador de Reunião de Desobsessão e Coordenador de Reunião de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita; tem artigos publicados no Jornal Espírita e O Semeador da FEESP. Sites Espíritas na Internet também publicaram alguns textos; autor do livro A Bíblia à Moda da Casa, atualmente freqüenta a Fraternidade Espírita Fabiano de Cristo, em Guanhães.
Recentemente acabamos de ler um livro sobre a Bíblia, especificamente, sobre o livro Êxodo, onde encontramos a afirmação de que Moisés foi posteriormente as personalidades Elias e João Batista. Até então, não tínhamos disso nenhuma informação e nem nos estudos que fizemos lembramo-nos de ter lido algo parecido. Assim, no interesse de saber a verdade, pedimos explicações ao editor, que muito gentilmente nos respondeu.
Literalmente nos disse:
“Com relação ao fato de Moisés e Elias terem aparecido no episódio da transfiguração, apesar de serem o mesmo Espírito, transcreveremos trecho da obra Os Quatro Evangelhos, editada pela Federação Espírita Brasileira, Casa-Máter do Espiritismo em nosso País, merecedora, portanto, de todo crédito”:
“Moisés, Elias e João sempre foram o mesmo Espírito reencarnado, mas não a mesma personalidade humana, a mesma individualidade terrena. Assim é que, no Tabor, quando da transfiguração de Jesus, um Espírito superior, da mesma elevação que Elias e João, tomou a figura, a aparência de Moisés. Tais substituições se dão quando necessárias — por Espíritos da mesma ordem”. (Volume 2, pág. 498).
A esse respeito, esclarece Kardec:
“À medida que os Espíritos se purificam e elevam na hierarquia, os caracteres distintivos de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por isso, entretanto, conservam eles menos suas individualidades. É o que se dá com os Espíritos superiores e os Espíritos puros. Nessa culminância, o nome que tiveram na Terra, em uma das mil existências corporais efêmeras por que passaram, é coisa absolutamente insignificante. (...)
O mesmo ocorre todas as vezes que um Espírito superior se comunica espontaneamente, sob o nome de uma personagem conhecida. Nada prova que seja exatamente o Espírito dessa personagem; porém, se ele nada diz que desminta o caráter desta última, há presunção de ser o próprio e, em todos os casos, se pode dizer que, se não é ele, é um Espírito do mesmo grau de elevação, ou talvez até um enviado seu.(...).
A questão da identidade é, pois, como dissemos, quase indiferente, quando se trata de instruções gerais, uma vez que os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente, sem maiores conseqüências.” (O Livro dos Médiuns, item 256).
Tudo leva a crer que o Editor está coberto de razão na questão, e, por sinal, fez colocações muito pertinentes baseadas no Livro dos Médiuns, sobre a hipótese do espírito Elias, na ocasião da transfiguração, ter sido substituído por outro espírito que assumiu, vamos dizer assim, a aparência dele. Mas, ao final voltaremos esse ponto para analisá-lo.
Tudo estava resolvido, mas alguma coisa nos dizia que deveríamos ver a opinião de Kardec sobre a obra de Roustaing. Pelo que deduzimos Kardec teve muito mais bom senso do que aparentemente a nossa FEB – Federação Espírita Brasileira, já que não aprovou e nem desaprovou “Os Quatros Evangelhos”, sugerindo que tudo fosse passado pelo controle universal dos Espírito, coisa que somente no futuro poderia ocorrer.
Em janeiro de 1868, observar que essa data é posterior ao lançamento da obra em questão, quando Kardec lança o livro “A Gênese”, onde podemos ver que, num certo ponto, ele defende, sem nenhuma sombra de dúvida, que Jesus teve um corpo físico comum a todos nós. No capítulo XV – Os milagres do Evangelho, encontramos o seguinte parágrafo (item 2):
“Como homem, tinha a organização dos seres carnais; mas como Espírito puro, desligado da matéria, deveria viver a vida espiritual mais do que a vida corpórea, da qual não tinha as fraquezas. A superioridade de Jesus sobre os homens não se prendia às particularidades de seu corpo, mas às de seu Espírito, que dominava a matéria de maneira absoluta, e à de seu perispírito, haurida na parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres. (Cap. XIV, nº 9). Sua alma não devia prender-se ao corpo senão pelos laços estritamente indispensáveis; constantemente desligado, devia dar-lhe uma dupla vista não somente permanente, mas de uma penetração excepcional e bem de outro modo superior àquela que se vê entre os homens comuns. (...)” (Grifo do original)
Veja bem que, já de início, Kardec não usa de meias palavras para expor seu pensamento de que Jesus, “como homem, tinha a organização dos seres carnais”. Ora, a tese levantada por Roustaing é que Jesus possuía não um corpo carnal, mas um corpo fluídico, o que fica inevitavelmente contra o que diz o codificador do Espiritismo.
Mais à frente é que veremos Kardec detalhar melhor o seu pensamento, conforme podemos constatar quando ele diz sobre o desaparecimento do corpo de Jesus.
Coloca Kardec (item 65 em diante), e tudo nos leva a crer que, pelo teor, essa colocação tem um destinatário certo, qual seja, a obra de Roustaing:
“Segundo uma outra opinião, Jesus não teria revestido um corpo carnal, mas somente um corpo fluídico; não fora, durante a sua vida, senão uma aparição tangível, em uma palavra, uma espécie de agênere. Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida, não seria senão uma aparência. Foi assim, diz-se, que seu corpo, retornado ao estado fluídico, pôde desaparecer do sepulcro, e foi com esse mesmo corpo que ele se mostrou depois de sua morte”.
“Sem dúvida, semelhante fato não é radicalmente impossível, segundo o que se sabe hoje sobre as propriedades dos fluidos; mas seria ao menos inteiramente excepcional e em oposição formal ao caráter dos agêneres. (Cap. XIV, nº 36). A questão é, pois, saber se uma tal hipótese é admissível, se é confirmada ou contradita pelos fatos.
“A permanência de Jesus sobre a Terra apresenta dois períodos: a que a precede e aquela que se segue à sua morte. Na primeira, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, na mãe, como nas condições comuns da vida[1]. Desde o seu nascimento até a morte, tudo, em seus atos, em sua linguagem e nas diversas circunstâncias de sua vida, apresenta os caracteres inequívocos da corporeidade. Os fenômenos de ordem física que se produzem nele são acidentais, e nada têm de anormal, uma vez que se explicam pelas propriedades do perispírito, e se encontram em diferentes graus entre alguns indivíduos. Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. A diferença entre os dois estados é de tal modo marcante que não é possível assimilá-los”.
“O corpo carnal tem as propriedades inerente à matéria propriamente dita, e que diferem essencialmente daquelas dos fluidos etéreos; a desorganização nela se opera pela ruptura da coesão molecular. Um instrumento cortante, penetrando no corpo material, divide-lhe os tecidos; se os órgãos essenciais à vida são atacados, seu funcionamento se detém, e a morte se segue, quer dizer, a morte do corpo. Essa coesão não existe nos corpos fluídicos, a vida não repousa mais sobre o funcionamento de órgãos especais, e neles não podem se produzir desordens análogas; um instrumento cortante, ou qualquer outro, aí penetra como num vapor, sem lhe ocasionar nenhuma lesão. Eis porque essas espécies de corpos não podem morrer, e porque os seres fluídicos designados sob o nome de agêneres não podem ser mortos”.
“Depois do suplício de Jesus, seu corpo ali, inerte e sem vida, foi enterrado como os corpos comuns, e cada um podia vê-lo e tocá-lo. Depois de sua ressurreição, quando quer deixar a Terra, não morre mais; seu corpo se eleva, se desvanece e desaparece, sem deixar nenhum traço, prova evidente de que o seu corpo era de outra natureza daquele que pereceu sobre a cruz; de onde é preciso concluir que se Jesus pôde morrer, foi porque tinha um corpo carnal”.
“Em conseqüência de suas propriedades materiais, o corpo carnal é a sede das sensações e das dores físicas que repercutem no centro sensitivo ou Espírito. Não é o corpo que sofre, é o Espírito que recebe o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Num corpo privado do Espírito, a sensação é absolutamente nula; pela mesma razão, o Espírito, que não tem corpo material, não pode sentir os sofrimentos que são o resultado da alteração da matéria, de onde é igualmente necessário concluir que se Jesus sofreu materialmente, como disso não se poderia duvidar, foi porque tinha um corpo material, de uma natureza semelhante àqueles de todo o mundo”.
Continua, Kardec:
“Aos fatos materiais vêm se acrescentar considerações morais poderosíssimas”.
“Se Jesus estivesse, durante a sua vida, nas condições de seres fluídicos, não teria sentido nem a dor, nem nenhuma das necessidades do corpo; supor que assim não haja sido, é tirar-lhe todo o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolheu como exemplo de resignação. Se tudo nele não era senão aparência, todos os atos de sua vida, o anúncio reiterado de sua morte, a cena dolorosa do jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para afastar o cálice de seus lábios, sua paixão, sua agonia, tudo, até a sua última exclamação no momento de entregar o seu Espírito, não teria sido senão um vão simulacro, para enganar sobre a sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, uma comédia indigna de um simples homem honesto, com mais forte razão de um ser tão superior; em uma palavra, ele teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e posteridade. Tais são as conseqüências lógicas desse sistema, conseqüências que não são admissíveis, porque o abaixam moralmente, em lugar de elevá-lo”.
E arremata categórico:
“Jesus teve, pois, como todos, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que atestam os fenômenos materiais e os fenômenos psíquicos que assinalaram a sua vida”.
Não dá, pois para conciliar a obra “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing, com o que Kardec desenvolve na codificação da Doutrina Espírita. E chamamos a atenção para o fato que o Livro “A Gênese”, ter sido lançado depois da obra de Roustaing.
Entretanto, talvez a maioria dos espíritas nem saibam, mas Kardec fez uma análise dessa obra. Vamos encontrá-la na Revista Espírita, Jornal de Estudos Psicológicos, relativa ao mês de junho de 1866, que vale a pena colocarmos neste estudo, para que tenhamos um esclarecimento mais aprofundado do assunto.
Passaremos, então, a palavra a Kardec, no texto intitulado “Os Evangelhos Explicados” – Pelo Sr. Roustaing[2], onde ele comenta, ao que tudo indica, os recém lançados livros:
“Esta obra compreende a explicação e a interpretação dos Evangelhos, artigo por artigo, com ajuda de comunicações ditadas pelos Espíritos. É um trabalho considerado, e que tem, para os Espíritas, o mérito de não estar, sobre nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada por O Livro dos Espíritos e o dos Médiuns. As partes correspondentes àquelas que tratamos em O Evangelho Segundo o Espiritismo o são num sentido análogo. De resto, como nos limitamos às máximas morais que, quase sem exceção, são geralmente claras, elas não poderiam ser interpretadas de diversas maneiras; também foram o assunto de controvérsias religiosas. Foi por esta razão que começamos por ali a fim de ser aceito sem contestação, esperando para o resto que a opinião geral estivesse mais familiarizada com a idéia espírita”.
“O autor desta nova obra acreditou dever seguir um outro caminho; em lugar de proceder por graduação, quis alcançar o objetivo de um golpe. Tratou, por certas questões que não julgamos oportuno abordar ainda, e das quais, conseqüentemente, lhe deixamos a responsabilidade, assim como aos Espíritos que os comentaram. Conseqüente com o nosso princípio, que consiste em regular a nossa caminhada sobre o desenvolvimento da opinião, não daremos, até nova ordem, às suas teorias, nem aprovação, nem desaprovação, deixando ao tempo o cuidado de sancioná-las ou de contradizê-las. Convém, pois, considerar essas explicações como opiniões pessoais aos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou falsas, e que, em todos os casos, têm necessidade da sanção do controle universal, e até mais ampla confirmação não poderiam ser consideradas como partes integrantes da Doutrina Espírita”.
“Quando tratarmos essas questões, o faremos sem cerimônia; mas é que, então, teremos recolhido os documentos bastante numerosos, nos ensinos dados de todos os lados pelos Espíritos, para poder falar afirmativamente e ter a certeza de estar de acordo com a maioria; é assim que fazemos todas as vezes que se trata de formular um princípio capital. Nós os dissemos cem vezes, para nós a opinião de um Espírito, qualquer que seja o nome que traga, não tem senão o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma rigorosa lógica, para as coisas que não podemos controlar por nossos próprios olhos. De que nos serviria dar prematuramente uma doutrina como uma verdade absoluta, se, mais tarde, ela devesse ser combatida pela generalidade dos Espíritos?”.
“Dissemos que o livro do Sr. Roustaing não se afasta dos princípios de O Livro dos Espíritos e o dos Médiuns; nossas observações levam, pois, sobre aplicação desses mesmos princípios à interpretação de certos fatos. É assim, por exemplo, que dá ao Cristo, em lugar de um corpo carnal, um corpo fluídico concretizado, tendo todas as aparências da materialidade, e dele faz uma agênere. Aos olhos dos homens que não teriam podido compreender, então, sua natureza espiritual, teve que passar EM APARÊNCIA, essa palavra é incessantemente repetida em todo o curso da obra, para todas as vicissitudes da Humanidade. Assim se explicaria o mistério de seu nascimento: Maria não teria tido senão as aparências da gravidez. Este ponto, colocado por premissa e pedra angular, é a base sobre a qual se apóia para explicação de todos os fatos extraordinários ou miraculosos da vida de Jesus”.
“Sem dúvida, não há aí nada de materialmente impossível para quem conhece as propriedades do envoltório perispiritual; sem nos pronunciar pró ou contra essa teoria diremos que ela é ao menos hipotética, e que, se um dia ela fosse reconhecida errada, a base sendo falsa, o edifício desmoronaria. Esperamos, pois os numerosos comentários que ela não deixará de provocar da parte dos Espíritos, e que contribuirão para elucidar a questão. Sem prejulgá-la, diremos que já foram feitas objeções sérias a essa teoria, e que, na nossa opinião, os fatos podem perfeitamente se explicar sem sair das condições da Humanidade corpórea”.
“Estas observações, subordinadas à sanção do futuro, não diminui nada a importância dessa obra que, ao lado das coisas duvidosas do nosso ponto de vista, delas encerra, incontestavelmente, boas e verdadeiras, e será consultada proveitosamente pelos Espíritas sérios”.
“Se o fundo de um livro é o principal, a forma não é de se desdenhar, e entra também por alguma coisa no sucesso. Achamos que certas partes são desenvolvidas muito longamente, sem proveito para a clareza. Na nossa opinião, se, limitando-se ao estrito necessário, ter-se-ia podido reduzir a obra em dois, ou mesmo em um único volume, teria ganhado em popularidade”. (os grifos em negrito são nossos).
Podemos muito bem perceber que Kardec, embora não condene de todo a obra, deixa aberto para o futuro o julgamento. Mas, quanto à questão do corpo fluídico, não deixa de dar sua opinião de que não sanciona essa hipótese. Não deixa também de falar que falta clareza e objetividade a essa obra.
Diz, de forma bastante clara, que a obra de Roustaing, por falta de uma confirmação mais ampla, não poderia ser considerada como parte integrante da Doutrina Espírita.
Pensamos que somente pelo fato da FEB ter editado “Os Quatro Evangelhos” não quer necessariamente dizer que ela concorde com tudo que contém nesta obra, até mesmo porque estaria contradizendo Kardec, e, bem sabemos, que os órgãos do movimento Espírita devem estar, acima de tudo, sintonizados com o pensamento do codificador. Nós particularmente entendemos que a FEB não está fazendo nada mais que seguindo a recomendação bíblica: “Examinai tudo, retende o que é bom”.
Entretanto, se não houver um esclarecimento mais objetivo a respeito disso, é bem provável que muitos irão pensar que a FEB está assinando embaixo do que consta nessa obra. Assim, passamos a palavra a FEB, para que se pronuncie a respeito e esclareça qual é realmente a sua posição ante “Os Quatros Evangelhos”, para que não levem as pessoas a pensarem erroneamente a respeito do que ela advoga.
Mas, voltando ao nosso assunto inicial sobre Moisés ter sido Elias e posteriormente João Batista, como ainda não houve o “controle universal”, proposto por Kardec, e por não poder ser considerado parte integrante da Doutrina Espírita, preferimos ficar somente com o fato de João Batista ter sido Elias em nova encarnação, já que além de ser uma afirmativa de Jesus também foi dita por vários outros Espíritos.
Agora, vamos analisar a questão da aparição de Moisés e Elias a Jesus, no monte Tabor. Na narrativa de Mateus (17, 1-9) está dito que eles conversavam com Jesus, e Lucas (9, 28-36), detalha dizendo que o assunto era sobre a partida de Jesus que ia se realizar em Jerusalém. Colocando tudo isso sob um raciocínio lógico e, no pressuposto de que um desses espíritos esteja substituindo um outro, realmente não compreendemos, pois segundo está sendo dito Moisés e Elias são a mesma individualidade, então qual a razão de um espírito aparecer junto com outro que lhe toma a aparência, já que, no fundo, ambas aparições estão a representar uma mesma pessoa? Se eles fossem realmente um, deveria haver somente uma aparição, uma vez que o próprio interessando já estava pessoalmente lá.
E mais, não há como afastarmos, nem um milímetro, do pensamento de Kardec, quando ele diz: “para nós a opinião de um Espírito, qualquer que seja o nome que traga, não tem senão o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma rigorosa lógica”, isso nos aplicamos para qualquer Espiritista ou entidade representativa do Movimento Espírita.
Agosto/2002.
Bibliografia
A Gênese, Allan Kardec, IDE, Araras, SP, 4ª edição, 1993.
Revista Espírita, tomo IX, Allan Kardec, IDE, Araras, SP, 1ª edição, 1993.
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[1] Não falamos do mistério da encarnação, do qual não temos que nos ocupar aqui, e que será examinado ulteriormente.
[2] Os quatro Evangelhos, seguidos dos mandamentos explicados em espírito e verdade pelos evangelistas assistidos pelos apóstolos. Recolhidos e colocados em ordem por J.B.Roustaing, advogado da corte imperial de Bordeaux, antigo chefe da ordem dos advogados – 3 vol. In-12 – Preço 10 fr. 50. Paris, Livraria Central, 24, bulevarde dos Italianos – Bordeaux, todas as livrarias.
Paulo da Silva Neto Sobrinho, é natural de Guanhães, MG; formado em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Católica (PUC-MG); aposentou-se como Fiscal de Tributos pela Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais; freqüenta o movimento Espírita desde Julho/87; em Casas Espíritas exerceu as funções de Presidente, Coordenador de Reunião de Desobsessão e Coordenador de Reunião de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita; tem artigos publicados no Jornal Espírita e O Semeador da FEESP. Sites Espíritas na Internet também publicaram alguns textos; autor do livro A Bíblia à Moda da Casa, atualmente freqüenta a Fraternidade Espírita Fabiano de Cristo, em Guanhães.
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