quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cresce visitação de países de língua espanhola em "O Blog dos Espíritas"

Redação

De acordo com as estatísticas geradas pelo sistema do Blogger.com, "O Blog dos Espíritas" possui, além das milhares de visitas diárias de espíritas brasileiros, a leitura de espíritas de países de língua espanhola, a exemplo da Venezuela (no topo do ranking), México, Colômbia, Espanha e Argentina.

Agradecemos a visita desses irmãos no ideal espírita, o que faz com que nos esforcemos cada vez mais em divulgar corretamente a Doutrina Espírita. E não poderíamos nos furtar de agradecer à amiga Mercedes Cruz, pelas excelentes traduções de textos publicados em nosso blog para o espanhol, sem os quais não teríamos o grande número de visitas oriundas destes países.

Confiram as estatísticas do Blogger:




quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Artigo investigativo: Ramatis pode nem existir

Por Artur Azevedo
Não é de hoje que muitos que acompanharam e ainda acompanham os ditados atribuídos a um espírito conhecido como "Ramatis" cogitam da hipótese do mesmo sequer ter existido. Tal possibilidade, inicialmente, não nos pareceu digna de análise, mas como temos a obrigação de investigar em constante busca pela verdade, fomos atrás dos possíveis sinais que indicassem ser esta uma hipótese provável.

Surpreendentemente, na medida que fomos avançando em nossa pesquisa, verificamos que há muitas evidências que indicam ser Ramatis e seus ditados, especialmente aqueles constantes das obras do "médium" Hercílio Maes, um reflexo, uma cópia das ideias abraçadas pelo citado médium.

Vejamos alguns pontos importantes a serem analisados:

1 - Hercílio Maes, o primeiro indivíduo a afirmar receber mensagens desse "espírito oriental"(?), veio a se dizer "espírita" somente após a publicação dos livros atribuídos a Ramatis, em cujas fichas catalográficas constam como sendo "espíritas". Antes disso, o mesmo afirmava que era adepto da Teosofia, doutrina que, mais adiante, verificaremos que possuirá todos os seus principais postulados defendidos nas obras atribuídas ao espírito Ramatis.

2 - Hercílio Maes adotou, enquanto esteve encarnado, uma postura perante as religiões e doutrinas idêntica àquela propugnada por Ramatis: além de Teosofista, como dissemos, também era Rosacruciano, depois tornando-se "espírita", promovendo uma miscelânea idêntica a que Ramatis incentiva em seus livros a título de "universalismo".

3 - Hercílio Maes era um vegetariano radical, daqueles que considerava grave delito espiritual o consumo de carne. Tal noção foi igualmente repetida à exaustão em seus livros "psicodatilografados", o que não verificamos nas obras de outros médiuns que afirmam ser intermediários de Ramatis. Leadbeater, um dos autores teosóficos mais mencionados por ele nos rodapés de seus livros, era igualmente radical defensor do vegetarianismo.

4 - Tal qual informamos acima, Hercílio Maes dizia receber as mensagens de Ramatis através da inspiração, sendo que não se utilizava de lápis e papel, e sim de uma máquina datilográfica, para transcrever tais mensagens advindas, segundo ele, de sua mediunidade inspirativa.

No entanto, segundo "O Livro dos Médiuns" (cap. XV, item 182), "médium inspirado é toda pessoa que recebe, seja no estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas a suas ideias pré-concebidas. Ora, assim sendo, falta em Hercílio Maes justamente esta característica fundamental da mediunidade inspirada, modalidade de mediunidade intuitiva, que é a desconexão entre as ideias do médium e as do espírito comunicante. Não é possível distinguir, como verificaremos mais adiante, o pensamento de um e de outro, porque o segundo repete ipsis literis as opiniões e ideologias do primeiro, o médium. Os ditados atribuídos a Ramatis, ao contrário do que se prevê e espera na mediunidade inspirada, não estavam fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium. (Ver LM, Cap. XV, item 180)

5 - Outro fator digno de estranheza é o histórico atribuído às pregressas encarnações de Ramatis. Afirmava Hercílio Maes que Ramatis teria sido um instrutor em um santuário iniciático na Indochina do século X d.C, falecendo ainda cedo. Em vida no século IV teria participado dos acontecimentos narrados no poema hindu Ramaiana, o que não parece fazer sentido uma vez que esses contos épicos hindus são puramente alegóricos, não se ocupando nem de fatos, nem de personagens reais. Além disso, não há qualquer registro histórico ou tradição que sequer mencione a existência do suposto grupo iniciático fundado por um instrutor chamado Rama-tys. Este, portanto, ao que parece, nada mais seria do que o alterego (do latim alter=outro, egus= eu) de Hercílio Maes, que para dar credibilidade e anonimato à autoria de seus escritos, em dado momento, propositalmente ou não, "cria" uma entidade espiritual ao qual delega sua representação.

Notemos, agora, as notáveis semelhanças entre o que afirma Ramatis e os conceitos da Teosofia, doutrina abraçada pelo médium Hercilio Maes.

1 - A tese da elevação do eixo da Terra

Um dos carros-chefe dos livros de Hercílio Maes/Ramatis, que praticamente nem é abordado em livros de outros médiuns daquele espírito, é a tese de que a Terra sofreria uma elevação de seu eixo, causando uma série de calamidades e transformações nas condições de vida na Terra. Tal teoria não é nova. A obra intitulada "A Doutrina Secreta" (1888), de Helena Blavatsky, co-fundadora da Sociedade Teosófica, já a defendia e atribuía sua origem a "ensinamentos antigos". Tal qual Ramatis reproduziria em seus livros, Blavatsky relata que acontecimentos igualmente assombrosos no passado teriam dado fim às mitológicas Atlântida e Lemúria, berços de sociedades hiper evoluídas.

2 - Jesus e Cristo como entidades distintas

A afirmação de Ramatis, inteiramente contrária ao que ensina a Doutrina Espírita, de que Jesus fora um médium de Cristo, não é nova. Novamente verificamos que é no Teosofismo que originalmente encontramos a defesa dessa tese. O Teosofismo afirma que Jesus e Cristo são pessoas distintas e que Cristo usou o corpo de Jesus quando este abandonou o seu corpo. Infelizmente, como boa parte dos "espíritas" não conhece a Codificação, a "revelação" de Ramatis pareceu, nos idos dos anos 50, inteiramente crível e doutrinariamente correta.

3 - Vocábulos utilizados na Teosofia

Todos os termos consagrados pela Teosofia estão presentes nas obras de Ramatis, em detrimento dos termos espíritas, comprovando aí a intrínseca relação do médium com a Teosofia, e não com o Espiritismo. Alguns desses termos são: "chakra", "karma", "corpo astral", "plano astral", "miasmas astralinos", etc. O mesmo ocorre com relação a algumas concepções relativas à Criação, como o "Manvantara" (período de tempo do ciclo de existência dos planetas em que ocorre atividade que dura, segundo o cômputo dos Brâmanes, 4.320.000.000 de anos), e o "Ciclo de Brahma", mencionados e descritos no livro "Mensagens do Astral" e em outras obras atribuídas a Ramatis escritas por Hercílio Maes. Uma repetição sistemática daquilo que se estuda na Teosofia.

4 - Bibliografia indicada

É comum verificarmos nos rodapés dos livros de Hercílio Maes/Ramatis menções e estímulo à leitura de livros teosóficos, como os de C.W. Leadbeater e Annie Besant. Vemos daí, mais uma vez confirmada, a ligação entre o médium e as ideias teosóficas, reproduzidas em suas obras e atribuídas a um espírito de nome Ramatis.

5 - Superioridade Oriental

Também está presente nas obras de Hercílio/Ramatis uma constante alusão à uma pretensa superioridade das doutrinas orientais e de seus adeptos e representantes, tal qual nas obras teosóficas. Ramatis, da mesma maneira, chega a afirmar que o Espiritismo desaparecerá caso não sorva os inesgotáveis ensinamentos dos movimentos orientalistas.

6 - A Vida no Planeta Marte

Mais um carro-chefe das obras de Ramatis em que verificamos enorme semelhança com obras teosóficas. Mais uma vez, a suposta dupla Hercílio-Ramatis expõe uma posição teosófica e a apresenta como uma verdade espírita e/ou científica. Hercílio-Ramatis mais uma vez retira das obras do teósofo Leadbeater o conteúdo para seus escritos psicodatilografados, e, o que é pior, apresentando-as como suas e confundindo o meio espírita, principalmente os que não aprofundaram conhecimentos na Codificação. A descrição de Marte feita por Hercílio/Ramatis é idêntica àquela dada anos antes por Leadbeater no livro "Vida em Marte segundo a Teosofia". Confiramos:

1 - Marte não seria um planeta inóspito; tão pouco seria desabitado. Menor que a Terra, Marte seria mais avançado em termos "astrofísicos" (vemos que até a terminologia utilizada é a mesma);

2 - Seu solo seria fértil e teria exuberante vegetação. A população atual, pouco numerosa, ocuparia as regiões equatoriais, onde a temperatura seria mais elevada e ainda existem reservas de água. O grande sistema de canais que pode ser observado pelos astrônomos da Terra seriam muito antigos, estaria desativado e teria sido construído, por gerações passadas, a fim de aproveitar o degelo anual das camadas de gelo que ocorria na antiguidade marciana. Os canais ativos, segundo Leadbeater e Hercílio-Ramatis, atualmente, não são visíveis para os telescópios terrenos. Eventualmente, um cinturão verde poderia ser visto ao longo da área habitada, na estação em que a água flui pelos dutos. A vida em Marte dependeria dessa estação tal como o Egito dependeu, no passado e ainda hoje, das enchentes do Nilo. Esta parte do planeta possuiria florestas e campos cultivados que somente podem ser debilmente visualizados pelos terráqueos quando a posição de Marte se torna relativamente mais próxima da Terra. Leadbeater afirma, ainda, que em Marte o Sol parece ter a metade do tamanho que tem quando visto da Terra. Apesar disso, na porção habitada do planeta o clima seria agradável com temperaturas diurnas em torno de 70 graus Fahrenheit (33º Centígrados) e noites frias. Nos céus de Marte, quase nunca há nuvens. Também seriam raríssimas as chuvas ou precipitação de neve. As variações climáticas praticamente não existiriam. Tudo isso é repetido quase que ipsis literis na obra de Hercílio Maes;

3 - Hercílio-Ramatis simplesmente repetem as "informações" de Leadbeater na obra "A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores", e afirmam que a aparência dos marcianos não seria muito diferente da nossa a não ser pela estatura. Os mais altos chegariam a 1,65m de altura e teriam a caixa torácica muito desenvolvida. Toda a população marciana seria constituída de uma só raça sem grandes diferenças aparentes exceto, como entre nós, o fato de alguns serem louros e outros morenos. Alguns possuem a pele amarelada e os cabelos negros; a maioria, porém, tem cabelos louros e olhos de tonalidade azul ou violeta. Suas roupas seriam coloridas e brilhantes e ambos os sexos trajam vestimentas semelhantes, túnicas longas feitas de material leve. Geralmente, andam descalços mas, ocasionalmente, usam sandálias metálicas fixadas por tiras na altura dos tornozelos.

Tal qual lemos na obra de Leadbeater, Hercílio-Ramatis afirma que os marcianos apreciam as flores que existiriam em grande variedade no planeta; as cidades seriam planejadas nos moldes de um jardim. Suas casas, estruturadas em módulos padronizados, seriam cercadas de canteiros floridos e possuiriam paredes transparentes e coloridas, feitas de material semelhante ao vidro que permitiriam a visão das flores no exterior embora, do lado de fora não se possa ver o que acontece dentro das residências. As portas seriam feitas de metal. Uma única língua seria falada em todo o planeta.

Assim como Hercílio-Ramatis afirmam na obra "A Vida no Planeta Marte...", Leadbeater disse ter obtido suas informações com visitas ao local, feitas "espiritualmente". Em nosso ponto-de-vista, uma afirmação feita com o fito de passar credibilidade.

Conclusão

O prezado leitor tirará suas conclusões, sendo que apresentamos esse tese tendo em vista as enormes e evidentes semelhanças entre as ideias teosóficas, particularmente as contidas nas obras de Leadbeater, e os conceitos e informações contidas nas obras cuja autoria é atribuída ao espírito Ramatis. Cabe notar, também, que boa parte de tais ideias não são repetidas em livros psicografados por outros médiuns de Ramatis, que inclusive já fizeram análises atribuindo tais discrepâncias a uma suposta interferência anímica de Hercílio Maes.

Portanto, ao que parece, não é possível saber, ao certo, a quem pertence a autoria dos livros de Hercílio Maes: se ao médium, que teria passado para o papel, coincientemente ou não, opiniões suas advindas da leitura de obras teosóficas, ou se ao Espírito, que, de qualquer forma, teria feito o mesmo, atribuindo a si toda a autoria. Poderíamos, inclusive, chegar ao ponto de duvidar que realmente exista um espírito chamado Ramatis, já que não há qualquer traço indicativo ou registro histórico que aponte que o mesmo tenha alguma vez passado pela Terra.

Creio estar na hora de não perdermos mais tempo com suposições e teorias que em nada acrescentam ao Espiritismo. Pelo contrário, tais teorias meramente individuais e personalistas, advindas de certos espíritos e médiuns, que contrariam a Codificação Espírita e que não respeitam o princípio da concordância, só promovem a confusão e lançam o Espiritismo ao ridículo, tornando-o alvo fácil das investidas de seus inimigos ocultos e declarados.

Não fosse pelo esforço de alguns verdadeiros apóstolos do Espiritismo no passado a alertar para os perigos de se aceitar tudo que venha do mundo espiritual, com certeza teríamos um Movimento Espírita ainda mais afastado das suas bases e envolto em um emaranhado de distorções e desvios.

Trabalhemos, pois, para que o Espiritismo passe a ser melhor compreendido, começando de nós mesmos com a tarefa que temos de sermos divulgadores fiéis e responsáveis.

Fonte: Blog Ramatis, Sábio ou Pseudosábio

terça-feira, 18 de outubro de 2011

As obras básicas da Doutrina Espírita já estão ultrapassadas?

Por Maria das Graças Cabral

É muito comum ouvirmos nestes novos tempos por parte de uma legião de espíritas, que as Obras Básicas estão ultrapassadas, por não haverem acompanhado aos avanços da humanidade.

Em contrapartida, as denominadas '"obras complementares", tornaram-se dignas de toda a credibilidade, merecedoras de todo o respeito, formando uma verdadeira legião de seguidores, em detrimento das 'ultrapassadas' Obras Básicas.

Vale lembrar que as referidas obras 'complementares', são comunicações de origem mediúnica, advindas de um único Espírito, sob a supervisão de um outro Espírito (mentor do médium), através de um único médium. Tal análise se estende a todas as outras milhares de obras literárias que abarrotam as prateleiras das livrarias do Brasil e do mundo, e que se auto intitulam espíritas.

Já a Obra considerada pelos companheiros como "ultrapassada", ao contrário das "complementares", foi ditada por uma plêiade de Espíritos de alta evolução moral e intelectual, do porte de São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, dentre outros, sob o comando nada mais nada menos de O Espírito da Verdade.

Oportuno ressaltar, que as comunicações dos Espíritos Superiores que deram origem à Codificação Espírita, aconteceram através de milhares de médiuns, nos mais diversos grupos espíritas espalhados pelo mundo, submetidas todas ao Controle Universal das Comunicações Espíritas, conforme palavras de Allan  Kardec, o Codificador, na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Deve-se também levar em conta, no que concerne às 'ultrapassadas' Obras  Básicas, que o referido Codificador (Allan Kardec), tratava-se de um homem de elevada intelectualidade e moralidade, que não tendo o dom mediúnico, utilizava-se de todo o seu intelecto, conhecimento, racionalidade e bom senso, para analisar, avaliar e organizar as comunicações recebidas através dos médiuns, sob a fiscalização dos Espíritos Superiores, as quais vieram compor o "corpo doutrinário" da Codificação Espírita.

Mas voltemos à questão das emblemáticas 'obras complementares'. Percebe-se a confusão que se faz entre, avanço tecnológico do mundo contemporâneo, e evolução moral do espírito humano.

No que concerne às já "ultrapassadas" Obras Básicas, podemos indagar aos que assim a consideram, em quais dos seus aspectos as mesmas já foram ultrapassadas ou estão incompletas?

Seria em seu aspecto Filosófico, devidamente organizado em "O Livro dos  Espíritos"?

Segundo Allan Kardec "O Livro dos Espíritos é o compêndio dos ensinamentos dos Espíritos Superiores. Foi escrito por ordem e sob ditado dos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do seu pensamento, e não tenha sofrido o controle dos mesmos. A ordem e a distribuição metódica das matérias assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem a única obra daquele que recebeu a missão de o publicar" , ou seja, de Allan Kardec. (L.E, p. 52) 

Pergunta-se: - Quais as áreas do conhecimento tratadas em O Livro dos Espíritos, que já está ultrapassada, precisando de complementação? - Quais dos mais variados e vastos assuntos tratados na referida obra, que vai da "Teologia Espírita" às "Esperanças e Consolações", já não atendem aos "avanços" do Espírito humano?

No que concerne à importância da obra, oportuno transcrevermos Herculano Pires, quando assim se expressa: - "O Livro dos Espíritos não é, apenas, a pedra  fundamental ou o marco inicial da nova codificação. Porque é o próprio delineamento, o seu núcleo central e ao mesmo tempo o arcabouço geral da doutrina. Examinando-o, em relação às demais obras de Kardec, que completam a codificação, verificamos que todas essas obras partem do seu conteúdo". (L.E, p. 12)

Em nota de rodapé de O Livro dos Espíritos, assevera o referido autor: "Os Espíritos aludem à eternidade espiritual da doutrina, de sua permanente projeção na Terra. Mas devemos distinguir entre as suas manifestações falseadas, no passado, e a manifestação pura que se encontra neste livro. Os traços da doutrina espírita marcam o roteiro da evolução humana na Terra, mas só com este livro ela se apresentou definida e completa. Por isso, o Espiritismo é, na Terra, uma doutrina moderna". (L.E, p. 116) 

Na realidade, pode-se constatar que a cada momento, quando retomamos o estudo de O Livro dos Espíritos, nos deparamos com novos ensinamentos e questionamentos que nos passaram despercebidos em leituras anteriores. Entende-se portanto improvável e inadmissível, que em uma única encarnação, consigamos alcançar e apreender em profundidade, toda a grandiosidade dos ensinamentos dos Espíritos Superiores, aplicando-os por conseguinte em nossas vidas.  Aliás, tal constatação é feita por vários e respeitados estudiosos da Doutrina Espírita, tais como J. Herculano Pires, Divaldo Pereira Franco, Raul Teixeira, dentre outros. 

Bem, então seria a Ciência que demonstrou a superação da Doutrina Espírita? Ou seja, conseguiu provar a inexistência dos Espíritos ou dos fenômenos Espíritas?  A esse respeito ninguém melhor que Kardec quando assim se expressa:

"As ciências comuns se apóiam nas propriedades da matéria, que podem ser experimentadas e manipuladas à vontade; os fenômenos espíritas se apóiam na ação de inteligências que têm vontade própria e nos provam a todo instante não estarem submetidas ao nosso capricho. As observações, portanto, não podem ser feitas da mesma maneira, num e noutro caso". (L.E, p. 36)

Adiante assevera o codificador: "A ciência propriamente dita, como ciência é incompetente, para se pronunciar sobre a questão do Espiritismo: não lhe cabe ocupar-se do assunto e seu pronunciamento a respeito, qualquer que seja, favorável ou não, nenhum peso teria". (L.E, p. 36)

Se a ciência tradicional não tem "competência" para considerar "ultrapassada" a Doutrina Espírita - seria então o seu aspecto religioso que estaria ultrapassado, precisando de "obras complementares"?

Mas o aspecto religioso da Doutrina Espírita está amparada na moral do Cristo! Então esta moral está ultrapassada? A esse respeito, vale ressaltar, que embora transcorridos dois milênios da passagem de Jesus pelo planeta Terra, seus ensinamentos embasados na Lei de Amor, ainda estão por acontecer.

Então, qual o grande problema que vem causando a cizânia no Movimento Espírita? De um lado, aqueles que defendem o "resgate" do estudo das Obras Básicas da Codificação, sendo considerados por parte dos defensores das "obras complementares" de "ortodoxos" ou "puristas".

De outro lado, os que se consideram "avançados", ou "evolucionistas" os quais entendem que realmente a Doutrina Espírita está "ultrapassada" e precisa de "obras complementares" com informações mais "avançadas" que acompanham a evolução científica (?), e a evolução do pensamento humano (?).

Estes companheiros que se consideram "livres" e "avançados', não sujeitos ao "dogmatismo" dos "ortodoxos" entendem que a humanidade agora já está preparada para receber as novas "revelações" trazidas nas "obras complementares"!

Entretanto é sabido que uma obra filosófica e/ou científica e/ou religiosa, só poderia ser considerada "ultrapassada", quando seus conceitos e princípios estivessem em total desacordo com as provas científicas, ou que ultrapassassem os limites da razão e do bom senso. Foi o que ocorreu por exemplo, com certas crenças do catolicismo que foram contestados e comprovados pela ciência tradicional, e tornaram-se para os seus seguidores dogmas de fé, (portanto inquestionáveis).

No que concerne à Doutrina Espírita isto não acontece, por ser uma doutrina evolucionista, racional e não dogmática. Por outro lado, devemos por em pauta que as novas revelações trazidas por companheiros do plano espiritual, objetivando "complementar" as " já ultrapassadas" Obras Básicas, não poderiam em hipótese alguma estar em desacordo com qualquer dos princípios doutrinários das obras às quais se propõem  "complementar"!

Entretanto, no que concerne ao acima exposto, basta que nos proponhamos com a mente e o coração abertos a um estudo sério e efetivo das Obras Básicas, para que facilmente identifiquemos nas ditas "obras complementares", vários aspectos contraditórios aos princípios doutrinários espíritas. Portanto, tais novidades não poderiam ser considerados "ensinos complementares".

Para uma melhor compreensão, façamos uma analogia com a Constituição Federal que é a Lei Maior de um país. Esta Lei Maior estabelece os princípios fundamentais sobre os quais se erguerá todo o ordenamento jurídico de uma nação. As leis "complementares" advindas, deverão obrigatoriamente para efeitos de validade estarem plenamente acordes com os princípios constitucionais.

Da mesma forma, as Obras Básicas como o próprio nome sugere, trazem os princípios fundamentais, ou seja, a base da Doutrina dos Espíritos, devendo portanto serem respeitados por qualquer obra posterior que se queira considerar espírita!

Isto posto, gostaria de deixar claro que não defendemos uma ortodoxia reacionária, objetivando a criação de um INDEX de obras a serem queimadas por não serem as Obras Básicas, ou por estarem em desacordo com estas.

Defendemos sim, o estudo sério das Obras da Codificação, objetivando o conhecimento e discernimento, para uma segura avaliação e identificação do que não pode e nem deve ser considerado obra espírita. E o mais temerário - que é a atribuição e titulação de "obra complementar" da Doutrina Espírita!

É fato que o Espiritismo vem vivenciando uma ortodoxia e um grande dogmatismo. Mas não por parte de uma minoria que busca resgatar o estudo dos princípios doutrinários postulados nas Obras Básicas, posto que, estas estão relegadas ao total descaso pela grande maioria dos espíritas, sob alegativa de estarem as mesmas ultrapassadas; ou por serem consideradas de leitura difícil, cansativa e chata.

Entendo que a grande ortodoxia e dogmatismo que desperta as mais exacerbadas reações, vem sendo praticada por parte de uma verdadeira legião de espíritas de comportamento intolerante e agressivo, que de forma enceguecida defendem ferozmente não só as chamadas "obras complementares", mas principalmente as figuras que as representam, em detrimento dos Espíritos Superiores que nos trouxeram os Princípios Espíritas, e do próprio Codificador, Allan Kardec.

Aliás, no que diz respeito a Kardec, já ouvi por parte de espíritas defensores das "obras complementares", referências de profundo desprezo, como - Quem é Kardec? Por acaso é o "dono" do Espiritismo? Não é "apenas" o Codificador?

Bem, para finalizar, é fato que realmente ocorreu um "racha" no Movimento Espírita, onde os seguidores das "obras complementares", infelizmente formaram uma verdadeira "seita" saída das hostes espíritas, adotando como verdades inquestionáveis e absolutas tudo o que preconiza as referidas obras. É uma pena!

Mas, como todos acreditamos que o Espírito é imortal, sabemos que tudo é uma questão de tempo... Desencarnaremos e estaremos diante de nós mesmos, sob as Lei imutáveis de Deus. Vamos então confirmar por nós mesmos tudo o que nos dizem as Obras Básicas da Doutrina Espírita!

Afinal, nos dizem os Espíritos que uma encarnação é menos que um minuto diante da eternidade. Paz!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Porque Não Considerar o Espiritismo Como Religião

Por Jorge Muta, do blog "Espiritismo com Profundidade"

Artigo baseado em trechos do livro "O Laço e o Culto" de Krishnamurti Carvalho Dias.

A questão de saber se o espiritismo é ou não uma religião, mais que todas as outras questões, não é matéria meramente opinativa, pois depende de apreciação de muitos fatos, mas conduz a posições opinativas, a radicalizações. Irei nesse tópico apenas elencar fatos históricos e etimológicos trazidos por Kardec sobre a questão "religião", na Revista Espírita.

Sentindo Kardec que as palavras se revestem de imensa importância, cuidou de garantir, assegurar, que o espiritismo, todo um novíssimo universo de idéias e fatos, pudesse ser traduzido, vazado, por um elenco de palavras perfeitamente explícito, com um mínimo risco de confusões e obscuridade possível.

A codificação é, no seu contexto, tão explicita, tão clara, que me pergunto como pode haver alguma dúvida sobre as transparentes colocações de Kardec.

Para ler o artigo na íntegra, baixe o pdf aqui. O disponibilizamos para download e não o postamos na íntegra por este possuir 12 páginas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Umbral e Nosso Lar - Uma realidade não existente face a Doutrina dos Espíritos

Por Maria das Graças Cabral

Desde a publicação do livro Nosso Lar pelo espírito André Luiz, psicografado pelo médium Chico Xavier, que o inferno católico transvestiu-se em ‘umbral’, alimentado pelo imaginário dos ‘espíritas’ ainda arraigados à dogmática católica. Por outro lado, a “cidade espiritual” denominada de “Nosso Lar“, tornou-se o céu, cujo destino é almejado por todos aqueles que sonham com a felicidade quando do retorno ao plano espiritual.

Logo no início da obra em comento, nos deparamos com o ‘umbral’, por ser neste lugar de tormentos que se encontrava André Luiz em estado de profunda perturbação.

Diante de seu relato, identifica-se de pronto a incontestável semelhança com o ‘inferno’ católico, ao ser aquele descrito, como uma região tenebrosa, com seres diabólicos, e sofrimentos acerbos.

O autor espiritual assevera que é informado por Lísias (seu orientador) que a localização do ‘umbral’ começa na crosta terrestre, sendo uma zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados” (...). (Nosso Lar, p. 79)

Esclarece o companheiro de André Luiz, que o Umbral funciona, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais: uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena“. (...) “Concentra-se aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior, ressaltando que a Providência Divina agiu sabiamente, permitindo se criasse tal departamento em torno do planeta”. (grifei) (Nosso Lar, p. 79/81)

Ao ser ‘retirado’ do umbral por Clarêncio, depois de oito anos de sofrimento e loucura, relata André Luiz ter sido conduzido a uma cidade espiritual, denominada Nosso Lar. A referida cidade tinha sua organização política efetivada através de um Governador e de seus Ministros.

Reportando-se ao atual Governador da cidade, André Luiz é informado por Lísias, que o mesmo havia conseguido colocar ordem nos distúrbios e cisões que turbavam a cidade, em razão de questões que envolviam a “distribuição de alimentos” entre os Espíritos moradores de Nosso Lar.

Segundo sua narrativa, a cidade era de uma beleza impressionante, com “vastas avenidas, enfeitadas de árvores frondosas. Ar puro, atmosfera de profunda tranqüilidade espiritual”. (Nosso Lar, p. 58)

O autor espiritual não se furta em descrever as belezas de Nosso Lar, desde a arquitetura de seus prédios, seus imensos bosques e jardins com flores exóticas e fontes de águas cristalinas, a beleza das obras de arte e a elegância do mobiliário que guarneciam seus Ministérios e casas, até as melodias sublimes ouvidas por todos os moradores no final da tarde, ou quando das reuniões e preces.

Diante de tal cenário, a referida cidade tornou-se um paradigma de céu para os “espíritas“, posto que, lá chegando, além dos cuidados ministrados em seus excelentes hospitais, posteriormente tem-se a possibilidade de morar em belas e confortáveis casas, juntamente com os entes queridos, todos devidamente protegidos pelas altas e seguras muralhas defensivas desta maravilhosa cidade, que tem o sugestivo nome de ‘Nosso Lar‘.

Entretanto, na condição de espíritas, somos sabedores da necessidade de um estudo constante e sistemático das Obras Básicas, para que possamos de forma justa e lúcida avaliar as informações que nos chegam do plano espiritual, através de mensagens mediúnicas, como é o caso da obra em comento.

Para este intento, precisamos avaliar as informações recebidas tendo como paradigma as Obras Básicas, posto que estas, passaram pelo Controle Universal das Comunicações Espíritas, como bem nos esclarece Allan Kardec, o insigne Codificador da Doutrina dos Espíritos, na parte introdutória de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Inicialmente, faremos uma breve análise do que nos dizem os Espíritos Superiores em O Livro dos Espíritos, quando em seu Capítulo VI, trata da “Vida Espírita“. Faremos a transposição literal de algumas perguntas feitas por Kardec aos Espíritos Superiores, com suas respectivas respostas, e em seguida teceremos comentários e conclusões pertinentes ao assunto proposto.

Comecemos pela pergunta 224 do LE, quando Kardec indaga aos Espíritos Superiores, o que é a alma nos intervalos das encarnações. A reposta dada é a seguinte: - Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera.

Portanto, André Luiz, estava na condição de Espírito errante, aguardando uma nova encarnação segundo a resposta dos Espíritos.

Em seguida, vejamos a pergunta 227 formulada pelo Codificador: - De que maneira se instruem os Espíritos errantes; pois certamente não o fazem da mesma maneira que nós? Resposta: - Estudam o seu passado e procuram o meio de se elevarem. Vêem, observam o que se passa nos lugares que percorrem; escutam os discursos dos homens esclarecidos e os conselhos dos Espíritos mais elevados que eles, e isso lhes proporciona idéias que não possuíam”. (grifei e coloquei negrito)

Observa-se portanto, que a proposta para o Espírito na erraticidade não é o trabalho braçal de lavar chão, limpar enfermarias, etc., mas de trabalhar sua mente e esclarecer o seu ‘eu‘, objetivando uma melhor preparação intelectual e moral, para enfrentar os embates de sua próxima encarnação.

Analisemos ainda o que propõe a pergunta 230 de o LE: - O Espírito progride no estado errante? Resposta: Pode melhorar-se bastante, sempre de acordo com a sua vontade e o seu desejo; mas é na existência corpórea que ele põe em prática as novas idéias adquiridas. (grifei)

Diante do exposto, é fato que:

1º) A vida espiritual não é igual à vida material, posto que a condição consciencial e emocional do indivíduo é outra, o meio é outro, a realidade é outra, a dimensão tempo/espaço é outra, as percepções e sensações são outras.

2º) A Instrução dos Espíritos errantes não se faz da mesma maneira que a dos encarnados;

3º) O progresso efetivo do Espírito só se dá através da existência corpórea, que é quando ele põe em prática as novas idéias adquiridas no Espaço.

No entanto, no que se depreende de Nosso Lar, os Espíritos errantes vivem na espiritualidade uma vida semelhante à vida dos encarnados, posto que:

a) os Espíritos moram em casas com suas famílias;
b) trabalham e são remunerados (bônus-hora);
c) têm relacionamentos amorosos, noivado e casamento;
d) comem, bebem, tomam banho e dormem;
e) viajam de aerobus, vão a festas, cinemas, concertos e reuniões;
f) obedecem a um regime político sob as ordens de um Governador que administra a cidade através de seus Ministérios.

Ou seja, têm uma verdadeira vida social, com todas as implicações geradas pelas relações humanas que envolvem família, amigos, inimigos, trabalho e política.

Pergunta-se: - Prá que reencarnar, se o Espírito já vive todas as possibilidades oriundas da vida em sociedade, considerada por Kardec, como a “pedra de toque” para a evolução humana?!

Mas prossigamos nosso estudo agora analisando a questão 234 de O Livro dos Espíritos, que trata dos Mundos Transitórios, e Kardec faz o seguinte questionamento aos Espíritos Superiores: - Existem, como foi dito, mundos que servem de estações ou de lugares de repouso aos Espíritos errantes? Resposta: - Sim, há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécie de acampamentos, de lugares em que possam repousar de erraticidades muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediárias entre os outros mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem atingi-los, e que gozam de maior ou menor bem-estar. (grifei)

E a pergunta 236 - Os mundos transitórios são, por sua natureza especial, perpetuamente destinados aos Espíritos errantes? Resposta: - Não, sua superfície é apenas temporária.

Oportuno ressaltar o desdobramento da pergunta 236, na 236-a: - São eles ao mesmo tempo habitados por seres corpóreos? Resposta: - Não, sua superfície é estéril. Os que o habitam não precisam de nada. (grifei, e coloquei negrito)

Diante de tão importantes informações, infere-se que:

1º) há possibilidade dos Espíritos errantes se acomodarem em “Mundos Transitórios”;

2º) tais mundos são de superfícies estéreis, ou seja, sem prédios, bosques, fontes etc.;

3º) o Espírito não precisa de nada disso na erraticidade.

Passemos agora à análise do item III, de o LE, que trata das Percepções, Sensações e Sofrimentos dos Espíritos. Kardec lança o seguinte questionamento na pergunta 253: - Os Espíritos experimentam as nossas necessidades e os nossos sofrimentos físicos? Resposta: - Eles o conhecem, porque os sofreram, mas não os experimentam como vós, porque são Espíritos. (grifei)

Pergunta 254: Os Espíritos sentem fadiga e necessidade de repouso? Resposta: Não podem sentir a fadiga como a entendeis, e portanto não necessitam do repouso corporal, pois não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas. Mas o Espírito repousa, no sentido de não permanecer numa atividade constante. Ele não age de maneira material, porque a sua ação é toda intelectual e o seu repouso é todo moral. Há momentos em que o seu pensamento diminui de atividade e não se dirige a um objetivo determinado; este é um verdadeiro repouso, mas não se pode compará-lo ao do corpo. A espécie de fadiga que os Espíritos podem provar está na razão da sua inferioridade, pois quanto mais se elevam, de menos repouso necessitam. (grifei)

Pergunta 255: Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento? Resposta: - Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente que os sofrimentos físicos. (grifei)

Diante do exposto constatamos que:

1º) As necessidades físicas de que se queixam os Espíritos são apenas “impressões”;

2º) Os Espíritos não precisam de repouso, nem obviamente de alimento, posto que não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas, nem muito menos aparelho digestivo, sistema circulatório, nervoso ou genésico;

3º) O sofrimento do Espírito é totalmente moral, e não físico.

Para finalizar o presente estudo no que concerne à vida espiritual, ninguém melhor que Kardec, que com muita propriedade assim se expressa: “Existem, portanto, dois mundos: o corporal, composto dos Espíritos encarnados; e o espiritual, formado dos Espíritos desencarnados. Os seres do mundo corporal, devido mesmo à materialidade do seu envoltório, estão ligados à Terra ou a qualquer globo; o mundo espiritual ostenta-se por toda parte, em redor de nós como no Espaço, sem limite algum designado. Em razão mesmo da natureza fluídica do seu envoltório, os seres que o compõem, em lugar de se locomoverem penosamente sobre o solo, transpõem as distâncias com a rapidez do pensamento. A morte do corpo é a ruptura dos laços que o retinham cativos”. (Revista Espírita. Março de 1865, p. 99) (grifei)

Adiante acrescenta o Codificador: “A felicidade está na razão direta do progresso realizado, de sorte que, de dois Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto o outro, unicamente por não possuir o mesmo adiantamento intelectual e moral, sem que por isso precisem estar, cada qual, em lugar distinto. Ainda que juntos, pode um estar em trevas, enquanto que tudo resplandece para o outro, tal como um cego e um vidente que se dão as mãos: este percebe a luz da qual aquele não recebe a mínima impressão. Sendo a felicidade dos Espíritos inerente às suas qualidades, haurem-na eles em toda parte em que se encontram, seja à superfície da Terra, no meio dos encarnados, seja no Espaço”.(Revista Espírita. Março de 1865, p. 100) (grifei)

Diante das palavras esclarecedoras de Allan Kardec, podemos asseverar da inexistência de lugares determinados no plano espiritual, destinados à purgação de penas, como o ‘umbral‘, ou lugares semelhantes às cidades materiais terrenas, com belezas naturais e construções, para abrigar Espíritos errantes aos moldes de Nosso Lar.

Como muito bem preceitua Kardec, a dor ou a felicidade é vivenciada pelos Espíritos, seja na superfície da Terra no meio dos encarnados, seja no Espaço. Como também dois Espíritos, um feliz e outro infeliz não precisam estar em regiões diferentes para vivenciarem suas realidades espirituais distintas, podendo estar lado a lado.

Vale ressaltar, que o assunto não se exaure nesta simples abordagem, mas que nos desperte a rever certos conceitos através de um estudo sério e efetivo das Obras Básicas, para que nos emancipemos da ignorância que nos aflige, e nos faz escravos das informações mais absurdas, que tomamos como verdade pelo simples fato de virem do plano espiritual através de um determinado Espírito, às vezes utilizando-se de nome respeitável, ou pela consideração devida ao médium através do qual se deu a comunicação.

Seria interessante diante das considerações propostas uma releitura da Escala Espírita - questão 100 de O Livro dos Espíritos, como também um estudo mais aprofundado dos processos de obsessão, mistificação e fascinação, brilhantemente tratados pelos Espíritos Superiores em O Livro dos Médiuns.

Finalizando, precisamos introjetar que na condição de Espíritos errantes estaremos trabalhando questões intrínsecas à nossa individualidade, no que concerne ao nosso intelecto e à nossa moralidade, posto que, como nos disseram muito significativamente os Espíritos Superiores, o repouso do Espírito é totalmente mental.

Tomemos consciência, que o retorno à verdadeira vida nos levará a conhecer a obra inenarrável do nosso Criador. Nossa casa somos nós mesmos, livres, viajando pela força do pensamento através de todo esse imenso cosmos, conhecendo mundos, assistindo a formação de galáxias, e admirando a perfeição dessa obra, que nem o maior de todos os artistas da Terra poderá reproduzir!

Fonte: Blog Um Olhar Espírita - http://umolharespirita1.blogspot.com/2011/10/nosso-lar-e-umbral-uma-realidade-nao.html

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Meio Espírita ou o quê?

Por Maria Ribeiro

O orgulho ainda é um mal que carece cuidados muito especiais.   Encontrado em infinitas gradações, e sob as mais variadas formas, também ganhou um nome mais sofisticado – suscetibilidade.

Está invariavelmente acompanhado da vaidade, e esta dupla que sozinha já causa desgraças para inúmeras reencarnações, requer a terceira e mais cruel chaga humana – o egoísmo. Estas três características dominam a mente humana, que parece não ter pressa nem interesse em delas se livrar. Entre nós Espíritas, às chameias se encontram homens incautos que se tornam presas fáceis, no afã de também serem mestres e terem seus seguidores. Mas graças ao legado Kardequiano pode-se penetrar no mundo da verdade, já que cada um tem a sua verdade particular e um sonho imenso de se tornar referência, nem que seja na Casa Espírita em que atua.

Enumeram-se, não por ordem de importância, alguns ocorridos que se pode vivenciar no meio. Um deles diz respeito à afirmação, baseada em obras de evidente cunho personalista, de que o Passe deve ser aplicado somente na Casa Espírita, uma vez que esta possui o suporte espiritual necessário para tal. Ficaram esquecidas as palavras de Jesus “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”.

Admitem a transgressão por até duas ou três vezes, após isso, o interessado tem que ir mesmo à Casa Espírita. Nos seus ensinos, Jesus nunca insinuou lugar apropriado para sua generosa “imposição das mãos”: na beira do caminho, nas ruas, perto dos montes, em casas; ou seja, onde houvesse um necessitado, Ele fazia sua tarefa. Mas Jesus era um anti-burocrata – ensinou como viver de maneira simples, sem complicações, sem convencionalismos. Resta saber por que os homens contemporâneos apresentam tanta resistência em seguir os mesmos passos, demonstrando imatura compreensão  à questão 625 de O Livro dos Espíritos.

Com esta postura, fica muito claro que o desejo é de se fazer adeptos à base de chantagens: “você só vai receber o passe, se for à casa Espírita.” Isto representa uma forma infantil, e porque não dizer barata de se fazer proselitismo, que nem é objetivo da Doutrina Espírita.

Mas, se o Cristo não estabeleceu lugar sagrado para isto ou para aquilo, o que a Doutrina Espírita recomenda? Nada. Não existe lugar melhor ou pior, pois os fluidos ambientes terão o teor dos pensamentos que ali estiverem. Onde o segredo? Onde o oculto? Onde a complicação? Que estranho poder é este que estão investidas as Casas Espíritas que nenhum outro lugar possui? Aos ignorantes não se pode duvidar, mas será que os Espíritos possuidores do mínimo entendimento que seja, fazem questão disso? Tarefeiros preparados estão aptos para servir em qualquer lugar.

E, que dizer dos tais “passe em equipe”? Segundo uns, o Passe se torna mais eficiente quando recebido por uma equipe de passistas encarnados. Isto vai de acordo com a condição da pessoa, ou conforme “indicação espiritual(?)”. Outro fator questionável deste procedimento se encontra no fato de toda a equipe atuante fazer um círculo ao redor do paciente, de mãos estendidas, numa autêntica postura católica, ou sabe-se lá o quê, recomendando-se que este também estenda as suas, geralmente sobre os joelhos, atos que denunciam o pouco ou nenhum conhecimento doutrinário.

Uma terceira observação concerne sobre a abstenção de alimento animal, tendo a carne se tornado uma ré. Quanto a isto defendem com unhas e dentes baseados em literatura anti espírita, às quais consideram como novas revelações que complementam o Espiritismo. Argumentam que os efeitos poderão ser comprometidos. Muito fácil perceber a insipiência destes, uma vez que nem seriam necessários os esclarecimentos de O Livro dos Espíritos* e de A Gênese*, já que o Tratado Universal de Mediunidade, a saber - O Livro dos Médiuns, sequer tocou no assunto. Desta forma, com seu poder persuasivo, homens mantêm reféns outros homens, que infelizmente, parecem se comprazer na condição de submissos ao falso saber; quando a Doutrina Espírita é a Verdade que liberta, preferem permanecer anestesiados na ignorância, sob a tutela orgulhosa de irmãos que se deixam seduzir mais por crenças absurdas do que pela lógica kardequiana.

Também tem seu lugar reservado nas cabines de Passe, a lúdica idéia da cromoterapia utilizada pelos orientais desde a antiguidade, desde algum tempo, novidade para alguns Espíritas ainda não convictos. Então é recomendado aos futuros passistas que não se assustem acaso vejam a “aura” dos pacientes, desta ou daquela cor, e prosseguem a ladainha(para usar um termo bem católico) fazendo as fantásticas adjetivações relacionadas às cores.

Imaginemos, por exemplo, o paciente desencarnado sentar-se numa cadeira espiritual. Outra: numa pessoa que nunca tomou passe, deve-se concentrar bastante energias no “chacra” coronário, para limpar bem, afim de que os fluidos penetrem melhor.(?)

Declarações como estas mereceriam ser compiladas, com todo o respeito, num livro de piadas. Alguém que use os termos “chacras”, “Karma”, “aura”, deveria freqüentar, no mínimo, os encontros do ESDE. Há um esforço  para “não ferir suscetibilidades”, esta é a nova ordem. É por isso que as vagas para coordenadores de cursos, de tarefas de modo geral, já têm os nomes determinados. E assim, são sempre as mesmas pessoas investidas dos mesmos discursos errôneos, confusos, onde querem fazê-los descer goela abaixo, muitas vezes, com atrevidas referências supostamente kardequianas.

E por falar em livros, que se encontra nas bibliotecas? Onde deveriam ter destaque as obras da Codificação, e dos continuadores na área científica, filosófica etc, há obras de pessoas que nunca foram espíritas, mas de outras correntes espiritualistas, desprovidas do ensinamento Kardequiano que é ímpar. 

Nos eventos de uma suposta divulgação doutrinária pode-se dizer o mesmo. As amostras nas prateleiras são de causar vexame. Sem menosprezar o trabalho e a dedicação de tantos companheiros, mas é necessário que se estabeleçam parâmetros para que a Doutrina Espírita seja divulgada da maneira mais pura possível.

Cabe perguntar a razão de se manterem perpetuamente as mesmas pessoas em ocupações de vulto numa instituição Espírita, inclusive dirigentes, contrariando as normas de seus próprios estatutos.

Curioso, chocante ou talvez inusitado, seja o fato de se reservarem lugares da primeira fila para, quem sabe, parentes e amigos, ou para a “nata” do meio espírita, especialmente quando se trata de palestrantes ilustres. Recentemente num famoso espaço cultural, aqui em BH, pôde-se constatar que existe este “apartheid”, algo que deve ser objeto de nossas reflexões. Não se pode afirmar que isto ocorra freqüentemente, ou se trata-se de um caso isolado, mas que gera um certo desconforto, não se tenha dúvida.

Estabeleceu-se uma confusão de sentimentos. De repente, a omissão e a conivência passam por respeito e caridade. Permitir que o erro germine é tão grave quanto jogar a semente que dá origem aos erros. Em nada está-se a exercer qualquer auxilio a alguém.

O que ocorre é muito simples: para alguns irmãos falta a convicção, para outros, excede o orgulho e a vaidade, e para ambos, a ignorância está exagerada.

Para os que mais freqüentemente se valem da razão, jamais aceitarão a Doutrina Espírita como terceira revelação, uma vez que vêem práticas estranhas nesta incorporadas; e, se não puderam se convencer em outras seitas ou religiões que adotam as mesmas, porque se convenceriam melhor no Espiritismo?

Está aí uma boa maneira não só de não fazer adeptos, como criar novos opositores. O poder de derrotar o Espiritismo se acha nas mãos destes companheiros que querem adequá-lo ao gosto de uma maioria que se diverte ainda com os contos fabulosos, sem querer encarar a realidade de fatos aos quais o Espiritismo pode solucionar, pois que neste se encontram as diretrizes eficazes para os problemas humanos, de caráter inclusive social.

Tudo isto demonstra que há uma preferência da parte de alguns em continuar com o velho sistema instituído pelo catolicismo, onde há uma autoridade maior na figura ou nas figuras de pessoas “antigas na Doutrina”, argumento que tem oferecido credenciais para que este  fale o que bem entenda, divulgue suas idéias à vontade, independentemente do que diga o Espiritismo.

O efeito do orgulho está aí: o pensar-se que todo o conhecimento já “está no papo”, e se investir da incumbência de tentar transmiti-lo aos outros.

Estude-se Kardec verdadeiramente, sem espírito de preconceito. É hora de esquecer “as revelações” que confrontam a Doutrina, para que esta, sim, resplandeça sua luz diante dos homens.

Referências bibliográficas:
*O Livro dos Espíritos – questão 723
*A Gênese – cap. III

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

El Espiritualismo Experimental

Por Léon Denis

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En nuestros días, más que nunca, el espiritismo llama la atención del público. Se habla con  frecuencia de casas encantadas, de fenómenos de telepatía, de apariciones  y materializaciones  de espíritus.

La Ciencia, la Literatura, el Teatro y la Prensa de ello se ocupan constantemente, por cuanto las experiencias del Instituto Metapsíquico, los testimonios del gran escritor inglés Conan Doyle  y las averiguaciones hechas por algunos periodistas parisienses dan a esta cuestión un carácter de actualidad permanente.

Examinemos, pues, este problema, y averiguaremos por qué el Espiritismo, tan frecuentemente sepultado, siempre reaparece, creciendo, día a día, en numero de sus partidarios.

¿No es, acaso, una cosa extraña?.

Tal vez, en la Historia, jamás se haya producido nada igual.

Nunca se vio un conjunto de hechos, considerados imposibles al principio, cuya idea provocaba, en general, antipatía, recelo, desdén; hechos que excitaban la hostilidad de varias instituciones seculares, acabaron por imponerse a la atención y hasta la convicción  de hombres cultos, competentes, autorizados  por sus funciones  y por su carácter.

Esos hombres, inicialmente escépticos, terminaron por reconocer  y afirmar la realidad de los aludidos fenómenos, después de estudiarlos, investigar  y experimentar.

El ilustre sabio inglés William Crookes, conocido en el mundo entero, por el descubrimiento del estado radiante de la materia, y que durante tres años obtuvo, en su casa, materializaciones del espíritu Katie King, en condiciones de control riguroso, decía, a propósito de esas manifestaciones: “Yo  no digo que esto sea posible, yo digo: esto es”.

Oliver Lodge, rector  de la Universidad de Birmingham, miembro de la Sociedad Real, escribió:

“Fui, llevado, personalmente, a la certeza de la existencia futura, por pruebas que reposan sobre una base estrictamente científica”.

Federico Myers, profesor de Cambridge – a quien o Congreso Oficial Internacional de Psicología de Paris, en 1890, eligió Presidente de Honra –  en su admirable libro – La Personalidad Humana, llego a la conclusión de que  voces y mensajes nos vienen del Más Allá del Túmulo.

Hablando de la médium Sra. Thompson, Myers escribe: “Creo que la mayoría de  esos mensajes vienen de espíritus que se sirven, temporalmente, del organismo de los médiums para transmitirlos a  nosotros.

El célebre profesor Cesare Lombroso, de Turín, dice en la Lectura: “Los hechos  observados en las casas frecuentadas por fantasmas, en las cuales, durante años, se reproducen apariciones y ruidos, de acuerdo con el relato de muertes trágicas, y sin la presencia de ningún médium, atestan a favor de la acción de los muertos. Con frecuencia, se trata de casas deshabitadas, donde esos fenómenos se producen durante varias generaciones, y, muchas veces, durante siglos.”

El Sr. Boutroux, filosofo bien conocido, disertaba, en sus brillantes conferencias acerca de los espíritus y las comunicaciones mediúmnicas, asegurando que: “La puerta del subconsciente es la abertura por donde lo divino entra en el alma humana.

“Algunas  veces, - decía – las revelaciones espiritas son tan extrañas que parece, efectivamente, estar, el médium, en comunicación con diferentes seres de los que le son accesibles normalmente.”

William James, rector de la Universidad de Harvard, New York, eminente psicólogo fallecido hace algunos años, afirmaba la probabilidad de las comunicaciones con los muertos, en su estudio publicado en el año 1909, en Proceedings, acerca  de su amigo Hodgson, ya fallecido que venía a conversar con el por la mediúmnidad de la señora Piper. James escribía que: “Estos fenómenos dan la impresión irresistible de que es realmente la personalidad de Hodgson, con sus características propias” y, más adelante: “El sentimiento de los asistentes era de que conversaba con el verdadero Hodgson”.

El origen del Espiritismo, el Espiritualismo Moderno, está en América.

En realidad, los fenómenos del Más Allá del Túmulo se encuentran en la base de todas las grandes doctrinas del pasado. En casi todos los tiempos, el mundo de los vivos mantuvo relación con el Mundo Invisible. Sin embargo, en la India, en Egipto y en Grecia, esos estudios eran privilegio de un pequeño número de investigadores  y de iniciados, y sus resultados se ocultaban cuidadosamente.

 Para que ese estudio fuese accesible a todos, y se conociesen las verdaderas leyes que rigen el Mundo Invisible; para enseñar a los hombres  a ver en esos fenómenos, no un orden de cosas sobrenaturales, más si un dominio ignorado de la naturaleza y de la vida, era necesario el trabajo enorme de los siglos, todos los descubrimientos de la Ciencia, todas las conquistas del espíritu humano sobre la materia.

Era preciso que el hombre conociese su verdadero en el Universo, que aprendiese a medir la debilidad de sus sentidos y su impotencia para explorar, por sí mismo y sin ayuda, todos los dominios de la naturaleza viva.

La Ciencia, con sus inventos, atenuó esa imperfección de nuestros órganos.

El telescopio abrió a nuestros ojos los abismos del espacio, el microscopio nos reveló  lo infinitamente pequeño: así surgió la vida, tanto en el mundo de los infusorios como en la superficie de los globos gigantes que giran en la profundidad de los cielos.

La Física descubrió las leyes que regulan la transformación de las fuerzas y la conservación de la energía y, también, las leyes que mantienen el equilibrio de los mundos.

La radioactividad de los cuerpos reveló la existencia de poderes desconocidos e incalculables: rayos X, ondas hertzianas, irradiaciones de todas las clases y de todos  los grados.

La Química nos hizo conocer las combinaciones de la materia. El vapor y la electricidad vinieron a revolucionar la superficie del globo, facilitando las relaciones entre los pueblos y las manifestaciones del pensamiento, para que las ideas resplandezcan y se propaguen  todos los puntos de la esfera terrestre.

Hoy, el estudio del Mundo Invisible viene a completar esa magnífica ascensión del Pensamiento y de la Ciencia. El problema del Más Allá del Túmulo se yergue frente al espíritu humano con poder  y autoridad.

En los finales del siglo XIX, el hombre, desengañado de todas las teorías contradictorias  y de todos los sistemas incompletos que se le presentaban,  se abandonaba a la duda: perdía, cada vez más, la noción de la vida futura.

Fue entonces que el Mundo Invisible vino hasta el y lo persiguió hasta su propia morada. Por diversos medios, los muertos se manifestaron a los vivos. Las voces del Más Allá del Túmulo hablaron. Los misterios de los santuarios orientales, los fenómenos ocultos de la Edad Media, después de un largo silencio, reaparecieron.

El Espiritismo nació.

Las primeras manifestaciones del Espiritualismo Moderno se produjeron más allá  de los mares, en un mundo joven, rico de energía vital, de expansión ardiente, menos expuesta que la vieja Europa al espíritu de rutina y a los prejuicios del pasado. De allí las manifestaciones se esparcieron por todo el globo.

Esa elección fue profundamente sensata, pues la libre América era, en efecto, el ambiente más propicio para una obra de difusión y de renovación. Por eso allí se cuentan, hoy, veinte millones de “espiritualistas modernos”. Más, tanto de un lado del Atlántico como del otro, aunque con intensidades diferentes, las fases de progreso de la idea espirita ha sido idénticas.

En ambos los continentes, el estudio del magnetismo y de los fluidos había preparado a ciertos espíritus para la observación del Mundo Invisible.

Al  principio se produjeron hechos extraños en todas partes, hechos de los cuales nadie se atrevía a hablar, sino en voz baja, en la intimidad. Después, poco a poco, se fue elevando de tono. Sabios, hombres de talento, cuyos nombres son garantía de honorabilidad y de sinceridad, se atrevieron a hablar de esos hechos en voz alta, afirmándolos.

Se habló del hipnotismo, de sugestión; después, vino la telepatía, los casos de levitación y todos los fenómenos del Espiritismo. Se agitaban mesas en loca rotación; se descolocaban objetos, sin ningún contacto, resonaban golpes en las paredes y en los muebles. Todo un conjunto de hechos se producían; manifestaciones vulgares en apariencia, más perfectamente adaptadas a las exigencias del medio terrestre, al estado de espíritu positivo y escéptico de las sociedades modernas.

El fenómeno hablaba a los sentidos, porque los sentidos son como aberturas por donde el hecho penetra hasta el entendimiento.

Las impresiones producidas en el organismo despiertan sorpresas, incitan a la búsqueda, y conducen a la convicción. De ahí el encadenamiento de los hechos, la marcha ascendente de los fenómenos.

Con efecto, después de una primera fase material y grosera, las manifestaciones tomaron un aspecto nuevo. Los golpes se hicieron más regulares y se convirtieron en un medio de comunicación inteligente y consciente, se divulgo la escritura mecánica.

Las posibilidades de establecer relación entre el mundo visible y el invisible apareció como un hecho inmenso, derrumbando las ideas heredadas, derrumbando las enseñanzas habituales, más abriendo sobre la vida futura una salida que el hombre no se atrevía aun a transponer, deslumbrado por las perspectivas que a el se presentaban.

Al mismo tiempo que se propagaba, el Espiritismo veía numerosas  oposiciones levantarse contra sí. Como todas las ideas nuevas, tuvo que enfrentar el menosprecio, la calumnia, la persecución moral.

Tal como el Cristianismo, en su comienzo fue sobrecargado de amargura y de injurias. Siempre acontece así. Cuando nuevos aspectos de la verdad aparecen a los hombres, siempre provocan asombro, desconfianza, hostilidad.

Es fácil comprenderlo. La humanidad agotó las viejas formas  de pensamiento y de creencia; y cuando formas inesperadas   de la verdad se revelan, no parecen corresponder mucho al antiguo ideal, que está debilitado, más no muerto.

Por eso necesita de un periodo bastante largo de estudio, de reflexión, de incubación, para que la nueva idea abra camino en la opinión. De ahí las luchas, las dudas, los sufrimientos de la primera hora.

Se rio mucho de las formas que tomaba  el Nuevo Espiritualismo. Los poderes invisibles, que velan sobre la humanidad, son los mejores jueces  que en los medios de acción y de  adiestramiento  que conviene adoptar, según los tiempos  y los ambientes, para hacer que el hombre tome conciencia de su papel y de su destino, sin, por eso, trabar su libre albedrio. Porque esto es lo esencial: que la libertad del hombre quede intacta.

La Voluntad Superior sabe ajustarse a las necesidades de una época, de una raza, y a las nuevas formas de la eterna revelación.

Ella suscita, en el seno de las sociedades, los pensadores, los experimentadores, los sabios que indicaran el camino a seguir y colocaran los primeros marcos. Su obra  se desarrolla lentamente. Los resultados son, al principio, débiles, insensibles, más la idea penetra poco a poco en las inteligencias. El movimiento, por ser imperceptible, no es, por si, menos seguro y profundo.

En nuestra época, la Ciencia se alego en dueña y soberana, en directora del movimiento intelectual. Cansada de las especulaciones metafísicas y de los dogmas, la humanidad reclamaba pruebas sensibles, bases solidas sobre las cuales pudiese asentar sus convicciones.

Se hacia el estudio experimental, la observación de los hechos, como una tabla de salvación. De ahí el gran criterio de los hombres de la Ciencia, en la actualidad . por eso la revelación adquirió un carácter científico. Con hechos materiales, se  llamó la atención de los hombres que se habían materializado.

Los fenómenos misteriosos, que se hallaban diseminados en la Historia, se renovaron y se multiplicaron a nuestro alrededor, se sucedieron en orden progresivo, que parece indicar  un plan preconcebido, para ejecución de un pensamiento, de una voluntad.

A la medida que el Nuevo Espiritualismo ganaba terreno, los fenómenos se iban transformando. Las manifestaciones, groseras al comienzo, se perfeccionaban, transformándose en un carácter más elevado. Ciertos médiums recibían por medio  de la escritura de una forma mecánica o intuitiva, mensajes, inspiraciones  de fuente extraña. Instrumentos musicales tocaban solitos.

Se oían voces y cantos: penetrantes melodías parecían bajar del cielo y turbaban en ánimo de los más incrédulos. La escritura directa aparecía en el interior de losas yuxtapuestas y lacradas.

Los fenómenos de incorporación permitían a los muertos poseer el organismo de un médium adormecido, y conversar  con quien habían conocido en la Tierra.

Gradualmente, y como  consecuencia de un desenvolvimiento calculado, aparecían los médiums videntes, parlantes, curadores.

En fin, los habitantes del espacio, revistiéndose de envoltorios temporales, venían a reunirse con los humanos, viviendo, por unos instantes, su vida material y terrestre, dejándose ver, tocar, fotografiar, dando impresiones de sus manos y de sus rostros y desvaneciéndose luego para proseguir su vida etérea.

Así es que se han producido una serie de hechos, durante más de medio siglo, desde los más inferiores y vulgares hasta los más sutiles, según el grado de elevación de las inteligencias que intervienen; todo un orden de manifestaciones  se desarrollo  bajo la mirada atenta de observadores.

Por eso, a pesar de las dificultades de experimentación, a pesar de los casos de fraudes  y de los modos de exploración, en que esos hechos sirvieron muchas veces de pretexto, la aprensión y la desconfianza se atenuaron paulatinamente, y el número de investigadores creció.

Hace casi cincuenta años, en todos los países, el fenómeno espirita ha sido objeto de frecuentes investigaciones emprendidas y dirigidas por comisiones científicas. Sabios escépticos, profesores celebres de todas las grandes universidades del mundo, sometieron esos hechos a un examen profundo y riguroso. Su atención primera  fue siempre esclarecer  lo que ellos creían tratarse del resultado de engaños deliberados o de alucinaciones. Más casi todos, después de años de estudio concienzudos  y de experimentaciones perseverantes, abandonaron sus  prevenciones y sus incredulidades, y se inclinaron ante la realidad de los hechos.

Las manifestaciones espiritas, comprobadas por millares de personas en todos los puntos del globo, demostraron que, a nuestro alrededor, se agita un mundo invisible, un mundo donde viven, en estado fluídico, aquellos que nos procedieron en la Tierra, que lucharon y sufrieron, y que constituyen, más allá de la muerte, una segunda humanidad.

El Nuevo Espiritualismo se presenta hoy con un acompañamiento de pruebas y un conjunto de testimonios tan imponentes, que ya no es posible la duda para los investigadores de la buena fe. Esto mismo expresaba el profesor Challis, de la Universidad de Cambridge, en los siguientes términos.

“Los atestados han sido tan abundantes y tan perfectos, los testimonios  han venido de tantas fuentes independientes entre si  y de un número tan grande de testimoniar, que se hace necesario  o admitir las manifestaciones tal como se nos presentan, o renunciar a la posibilidad de atestar, por un testimonio humano, cualquier hecho que sea.”

Por esa razón, el movimiento  de propagación se fue acentuando cada vez más.

En el momento actual, estamos asistiendo a un verdadero florecimiento de las ideas espiritas. La creencia en el Mundo Invisible se extendió por sobre toda la faz de la Tierra. Por todas partes, el Espiritismo tiene sus sociedades de experimentación, sus divulgadores, sus periódicos.

Aunque  la filosofía, en sus más atrevidas especulaciones ha conseguido elevarse a la concepción de otro mundo de existencia, después de la muerte del cuerpo, la ciencia humana, no obstante, no había logrado, experimentalmente, la certeza del hecho en sí.

El valor del Espiritismo consiste, precisamente, en proporcionarnos esas bases experimentales, probándonos la posibilidad de la comunicación entre los vivos y las inteligencias que vivieron entre nosotros  de transponer el umbral  de la vida invisible. Esas almas pudieron dar, en ciertos casos, la demostración de su identidad y de su estado de conciencia.

Para no citar sino un caso entre mil: el doctor Richard Hodgson, fallecido en diciembre de 1906, se comunico después con su amigo J. Hislop, profesor de la Universidad de Colombia, entrando en minuciosos detalles, acerca de las experimentaciones y trabajos realizados por la Sociedad de Investigaciones Psíquicas, de cuya sección americana era presidente.

Explico cómo tendrían que dirigirlos, probando su identidad con todos esos pormenores.  Esas comunicaciones se transmitirán por intermedio de diferentes médiums, que no se conocían entre si, sirviendo de mutua confirmación. En ellas se reconocen las palabras y las frases familiares  el comunicante durante su vida.

Aunque el inicio del Espiritismo ha sido difícil  y su marcha, lenta llena de obstáculos, hay casi veinte años el conquisto derecho de ciudadanía. Se convirtió en una verdadera  ciencia y, en cierto tiempo, en un cuerpo de doctrina, una filosofía general de la vida y del destino, cimentada en un conjunto imponente de pruebas experimentales a las cuales, a cada día, se agregan hechos nuevos.

Esa ciencia, esa doctrina, nos han demostrado, cada vez mejor, la realidad de un mundo invisible, inconmensurable, poblado de seres vivientes, que hasta ahora habían pasado desapercibidos a nuestros sentidos. Nuevos horizontes se nos abrieron. La perspectiva de nuestros destinos  se nos amplió.

Nosotros mismos pertenecemos, por una parte de nuestro ser – la más importante – a ese Mundo Invisible, que se revela cada día más a los observadores atentos.

Los casos de telepatía, los fenómenos de desdoblamiento, las exteriorizaciones de personas vivas, las apariciones a distancia, tantas veces descritas por F. Myers, C. Flammarión, Charles Richet, Dr., Dariex, Dr. Maxwell, etc., lo demuestran experimentalmente.  Las actas de la Sociedad para la Investigación Psíquica en Londres, son ricos en hechos de este tipo.

Los espiritistas creen que esa parte invisible, imponderable de nuestro ser, registró inalterable  de nuestras facultades, de nuestro “yo” consciente, en una palabra, lo que los creyentes de todas las religiones llamaron “alma”, sobrevive a la muerte. Prosigue su evolución, en el transcurrir del tiempo y del espacio, hasta estados siempre mejores y más iluminados a través de rayos de justicia, de verdad y de amor. Esa alma, ese “yo” consciente, tiene como envoltorio indestructible, como vehículo, un cuerpo fluídico, envoltorio del cuerpo humano, formado de materia sutil, radiante, invisible, sobre el cual la muerte no tiene acción alguna.

Nos hallamos aquí en presencia de una teoría, de una concepción susceptible de reconciliar las doctrinas materialistas y espiritualistas, que durante tanto tiempo se combatieron sin poder derrumbarse, ni destruir mutuamente.

El alma ya no sería una vaga abstracción, más si un centro de fuerza y de vida, inseparable de su forma sutil, imponderable, aunque aun material.

Hay en ella una base positiva para las esperanzas y las aspiraciones elevadas de la humanidad. Todo no termina con esta vida: el ser, indefinidamente perfectible, recoge  en su estado psíquico – que sin cesar se refina – el fruto del trabajo, las obras, los sacrificios de todas sus existencias.

Los dolores, el grito de llamada que se eleva para el cielo, desde las profundidades de la humanidad, no quedan sin respuesta.

Aquellos que vivieron entre nosotros,  y que continúan en el espacio su evolución indefinida, bajo formas más etéreas, no se desinteresan de nuestros sacrificios y de nuestras lágrimas.

Desde las alturas de la vida universal caen, sin cesar, sobre la humanidad, corrientes de fuerza e inspiración. De allí proceden los relámpagos del  genio; de allí los soplos poderosos que pasan sobre las multitudes  en las horas decisivas; de allí el consuelo para los que sucumben bajo la pesada carga de la existencia.

Un lazo misterioso une lo visible al invisible.

Nuestro destino se desenvuelve sobre la cadena grandiosa de los mundos y se traduce en aumentos graduales de vida, de inteligencia y de sensibilidad.

Más, el estudio del universo oculto no se hace sin dificultades. Allá, como aquí, el bien y el mal, la verdad y el error se mezclan según el grado de evolución de los espíritus con los cuales entramos en relación.

Por eso es necesario abordar el terreno de la experimentación con una prudencia extremada, después de estudios teóricos suficientes.

El Espiritismo es la ciencia que regula esas relaciones y nos enseña a conocer, a atraer, a utilizar las fuerzas  benéficas del Mundo Invisible; a separar las malas influencias y, al mismo tiempo, a desarrollar los poderes escondidos, las facultades ignoradas que duermen en el fondo de todo ser humano.

“Del Libro “Espíritu y Mediums”

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Revista Superinteressante e a “Ciência Espírita”

Por Dora Incontri

Mais uma vez, a Revista Superinteressante perdeu uma ótima oportunidade de se revelar imparcial, ou pelo menos, respeitosa. Referimo-nos à matéria de capa, do número de outubro de 2011: Ciência Espírita.

Imparcialidade, sabemos, é uma utopia jornalística, que nunca será alcançada e talvez nem seja desejável, pois cada órgão da mídia representa fações sociais de pensamento, está aí para dar voz a determinado grupo e a certos interesses. O problema é que esses interesses não são explícitos, e mais, atualmente,  todos os órgãos de comunicação são hegemônicos e representam apenas uma forma de pensar e ver o mundo. Num sistema capitalista como o nosso, os grandes órgãos são grandes empresas e, como grandes empresas, muitas delas detentoras de monopólios de informação e de formação da opinião pública, não abrem espaço de manifestação para pensamentos alternativos, críticos ao sistema, dissidentes dos monopólios.

O pior de tudo é a forma manipuladora com que as matérias são conduzidas, para darem uma ilusão de imparcialidade, mas que induzem a um pensamento único, hegemônico.

Um dos monopólios ideológicos contemporâneos é o materialismo – ou ainda mais radical – o nihilismo. Qualquer tendência, pesquisa, ideia ou proposta, que ameace esse paradigma deve ser estigmatizada, ridicularizada, rechaçada a priori. É proibido duvidar de que somos meros produtos biológicos, determinados geneticamente e que nossa mente é um subproduto da química neural. Embora a ciência (juntamente com a filosofia, pois esse não é apenas um problema científico) esteja longe de ter fechado algum ponto de vista a respeito do conceito de mente – há uma unanimidade imposta, que não pode ser questionada. E a mídia é justamente a patrona das unanimidades dogmáticas.

Vejamos a matéria em questão. Comecemos pelo título de capa: a ciência não é espírita ou católica ou budista – a ciência é ciência e ponto. Ao assumir na capa o adjetivo de espírita – como ficará comprovado no final da reportagem – a revista desqualifica os cientistas que estão pesquisando os fenômenos de quase-morte e reencarnação, sendo que dos pesquisadores citados, são espíritas apenas os brasileiros, mas não os autores de fora, aliás respeitados internacionalmente.

Para os espíritas desavisados, o título Ciência Espírita pode soar como música, pois nós, espíritas, defendemos a existência de uma ciência iniciada por Kardec, com métodos próprios, para investigar os fenômenos que evidenciam a vida pós-morte. Entretanto, para a maioria das pessoas, chamar uma ciência de espírita, já a desqualifica de pronto, porque parece uma ciência pré-concebida, que parte de pressupostos já assentados. E para os pesquisadores como Sam Parnia, Erlendur Haraldsson ou Peter Fenwick, trata-se de uma afronta chamá-los de espíritas, pois pertencem a culturas onde o espiritismo de Kardec, tão difundido no Brasil, não tem nenhuma ressonância.

Como se trata de um assunto ainda polêmico, seria natural que os jornalistas ouvissem os dois lados: os pesquisadores de tais fenômenos e os críticos. As explicações de um lado e as explicações do outro. Isso é feito em certa medida, dando a sensação no decorrer da matéria de que a revista está sendo imparcial – apesar do diabo da maldade revelar a ponta da orelha em certos trechos, como quando ao tratar das experiências mediúnicas investigadas por Frederico Leão, lemos: “Para a maioria dos cientistas, uma coisa dessas soaria como um espetáculo circense, uma farsa.” Ou quando, os jornalistas acrescentam sarcasmo a um erro grave de informação (coisa muito comum na imprensa atual). Dizem: “O jargão (mente e cérebro) serviu para batizar o primeiro evento brasileiro dedicado às pesquisas sobre o além, o I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente e Cérebro, em (de novo) Juiz de Fora.” Esse evento foi em São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças.

Além das ironias, o problema central é que a matéria não coloca os dois lados e deixa a questão em aberto – o que seria  mais honesto. Os jornalistas (ou os editores, porque, muitas vezes, os editores remexem a matéria e imprimem o tom que a revista impõe) fecham com a negativa total, usando a seguinte tática: tanto dos fenômenos de quase morte, quanto dos casos sugestivos de reencarnação são narradas apenas algumas histórias isoladas. Isso em ciência não vale muito. Não se menciona que há uma casuística abundante. Por exemplo, em nenhum momento se fala que Stevenson, de que os citados Jim Tucker e Haraldsson foram colaboradores, coletou e investigou mais de 2500 casos de crianças com memórias de vidas passadas. A impressão que dá é que três ou quatro casos impressionaram homens ingênuos e com tendência a uma fé cega.

O tom final é que demonstra o que a Revista pretende que o leitor pense (pois é isso, ela quer impor um ponto de vista, sem nenhum respeito aos entrevistados, aos leitores e aos fatos): todos esses pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, não passam de um bando de crédulos, homens de fé, que estão tentando provar o improvável. O mais incrível é a leviandade com que os jornalistas (que, diga-se de passagem, não são cientistas) pretendem derrubar a pesquisa de vidas inteiras: em apenas dois parágrafos, eles se referem a “evidências contra”. Quais?  Não são sequer mencionados outros cientistas que critiquem o trabalho dos colegas. O texto é dos próprios jornalistas; um texto,confuso, tendencioso, com argumentos fracos e que termina da forma mais acintosa possível: “é difícil não acreditar que os pesquisadores de reencarnações, EQMs e afins, se movam mais pela fé que pela curiosidade científica.”

E assim, estamos conversados. Está dita a última palavra. Com meia-dúzia de frases, pensa-se garantir que o paradigma materialista, pelo qual a mídia zela com tanto fervor, permaneça intacto aos olhos dos leitores.

Fonte: http://pedagogiaespirita-abpe.org/2011/10/03/revista-superinteressante-e-a-ciencia-espirita/

domingo, 2 de outubro de 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

Novidades em "O Blog dos Espíritas"

REDAÇÃO

Iniciamos o mês de novembro com um novo visual para "O Blog dos Espíritas". As principais mudanças são o visual mais limpo e organizado do novo template, e os arquivos disponibilizados organizados em um único link, "Downloads".

De resto, continuamos na mesma disposição de esclarecimento do que é, de fato, a Doutrina Espírita, combatendo os misticismos, fantasias e pieguices reinantes oriundas do Roustainguismo implantado no Brasil sob a alcunha de "Espiritismo".

E aguardem por mais novidades...