terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Fidelidade a Kardec

Por Deolindo Amorim (espírito)

Uma observação muito criteriosa de Allan Kardec, feita na Introdução de "O Livro dos Espíritos", portanto, vamos dizer assim, no frontispício da própria Doutrina, diz bem da seriedade com que devem os estudos espíritas ser realizados; refiro-me à assertiva de que, se para adquirir, um sábio, o conhecimento de uma ciência particular, precisa ele de, pelo menos, três quartos da vida, quanto não mais se carecerá para que se aprenda o Espiritismo, que diz respeito ao conhecimento da ciência da vida. Outra declaração de Kardec que não deve ser esquecida diz respeito à importância da revelação do mundo espiritual, cujas conseqüências são por si mesmas maiores e mais revolucionárias do que a descoberta dos microrganismos. Evidentemente, não se pode abeirar da Doutrina e procurar compreendê-la, num abrir e fechar de olhos, como se tratasse de um magazine, de história em quadrinhos, ou se se pudesse aprender seus princípios e deduzir suas conseqüências através de leitura dinâmica. Não pode ser assim. O universo que o Espiritismo toca, o conjunto de interesses que ele desperta, as dificuldades naturais provenientes da extensão dos conhecimentos e as relações que mantém com as ciências, tudo isto demonstra o vasto campo de observações que ele oferece ao estudioso, devendo, assim, despertar o interesse mesmo daqueles que não são espíritas, ou porque adotam outros princípios filosóficos e religiosos, ou porque ainda não se inclinaram definitivamente por nenhum deles.

Afinal de contas, a revelação espírita é bem uma revolução no campo das idéias, porque representa uma total mudança de perspectiva da própria vida, a descoberta de um mundo mais invisível do que o dos microrganismos, a afetar diretamente não só a compreensão do humano, que agora se torna também o espiritual, mas as próprias relações humanas que se revelam influenciadas, de um modo concreto, por um mundo novo até então considerado abstrato. Não há como negar. Sem dúvida a descoberta do Mundo Invisível impõe uma revolução integral das idéias, o que permite compreender a resistência que certos cientistas demonstraram na aceitação dos fenômenos espíritas, pois esta lhes custaria a derrubada do edifício materialista em que se acomodam: a história nos revela que se chegou ao cúmulo de sugerir-se a formação de um complô para negar a verdade, ainda que os fenômenos pesquisados viessem a mostrar-se autênticos durante as investigações.

Realmente, temos aí um mundo muito mais importante, mais revelador, mais revolucionário do que a descoberta das Américas em seu tempo ou as conquistas espaciais de hoje. Afinal, as viagens interplanetárias revelar-nos-ão outros mundos de matéria idêntica à nossa, ainda que de constituições diversas, enquanto o chamado Mundo Invisível leva-nos o pensamento e as pesquisas para dimensões insuspeitadas, abrindo um leque infinito, à nossa frente, de possibilidades de vida, das quais só paulatinamente o homem poderá ir tomando conhecimento.

É ou não é verdade que as conseqüências são muito maiores do que a descoberta dos microrganismos, apesar da importância que representou esta para a compreensão da vida e dos processos patológicos que se desenvolvem nos corpos físicos? Em face disto, somos levados evidentemente a admirar-nos de certo dogmatismo que, vez por outra, corre nas veias do movimento espírita como sangue estranho a envenenar-lhe a vida. Neófitos e mesmo companheiros que há muito tempo perlustram as avenidas da Doutrina, recolhem-se e encolhem-se em posições fechadas como se já se tivessem tornado senhores de todo o saber espírita e pudessem dizer a última palavra. À força de defenderem Kardec, acabam por ir de encontro à sua obra, porque se constitui em uma verdade indiscutível, que não pode ser negada, o horror do mestre lionês a todas as formas de dogmatismo. Ele não só colocava seu trabalho ao julgamento da crítica, ao lado de outros sistemas existentes ou que pudessem advir, mas destacava que a ortodoxia espírita jamais poderia formar-se em torno de um nome, e muito menos do seu que rejeitava o papel de fundador do Espiritismo, indicando o caminho certo da universalidade do ensino, sempre submetido ao controle da razão, e a possível modificação da Doutrina todas as vezes que a ciência demonstrasse o erro de quaisquer dos seus pontos. Deseja-se algo mais livre, mais aberto, mais isento de dogmatismo e de fanatismo?

Infelizmente, em muitas oportunidades, vemos adeptos da Doutrina, à custa de forcejarem na criação de uma ortodoxia, violentarem o próprio ensino do mestre, apesar de se apresentarem como seus defensores. Ora, nisto separam-se, em realidade, até das perspectivas do próprio movimento espírita que é coletivo desde sua origem; ou seja, Kardec não aceitou a mensagem de um só Espírito, por mais alta fosse sua gradação, para constituir a base doutrinária; preferiu um caminho mais difícil, porém mais seguro, interrogando Espíritos de variadas categorias, fazendo um trabalho de campo digno de um sociólogo. Não se limitou ele a saber o que pensavam os Espíritos mais esclarecidos, nem o que sentiam ou percebiam; investigou também junto, vamos dizer assim, às classes mais baixas da sociedade espiritual, para que pudesse obter um conhecimento de primeira mão acerca de particularidades a elas atinentes. Espíritos já bastante desmaterializados, que, pela sua elevação espiritual, não tinham contato diário com a Terra ou, para melhor dizer, com estas esferas mais próximas da Terra, não poderiam fornecer as informações por não sofrerem na pele, como se costuma dizer, as dificuldades; falariam de algo, de uma situação que não mais viviam, e, por isso, Kardec optou pelo conhecimento direto. Tal procedimento constitui-se em um fato muito importante, embora desconhecido ou ao menos descuidado da maioria dos espíritas, que o olvidam no estudo da Doutrina, embora Kardec o tivesse levado em conta na própria formulação de "O Livro dos Espíritos" que registra respostas das mais diversas procedências. Kardec não era pois um dogmático, e não podemos, em seu nome, ou em defesa do patrimônio espiritual que nos legou, tornarmo-nos dogmáticos, qualquer que seja a esfera de atuação em que estejamos, enfaixados ou desenfaixados do corpo físico.

Um ponto muito esquecido é o da relatividade dos Espíritos que geralmente se comunicam e o fato de possuírem muitas vezes opiniões contrárias umas ás outras; são opiniões pessoais que não desdoiram o Espiritismo, pois isto nos mostra que eles continuam pensando livremente e que, do lado de cá, também se respeitam as idéias ainda quando se mostrem errôneas - é o direito de livre opinião e de livre investigação. Não registrou Kardec divergências entre os espíritos que afirmavam a ligação da alma ao corpo no momento do nascimento e no momento da concepção, daqueles que defendiam as idéias fixistas ao contrário de outros francamente evoluvionistas, e também não registrou a existência de Espíritos que defendiam a teoria da incrustação planetária na formação da terra e a teoria da lua ovóide, etc., mostrando as diferenças existentes no mundo dos Espíritos? Não se mostrou ele contrário às teorias aceitas por Roustaing, resistindo mesmo às críticas acerbas que este lhe fez? Aí está como agiu realmente o mestre. Mas, apesar de tudo, não colocava a sua opinião acima das dos demais. Como esquecer estas coisas e criar uma ortodoxia que, a despeito de utilizar o nome de Kardec, é feita em torno do pensamento de um indivíduo ou de um grupo? Estarão estas pessoas recebendo as únicas comunicações realmente aceitáveis?

Há um outro ponto também muito esquecido. A Doutrina Espírita resultou dos estudos de Kardec, mas os ensinos coletados por ele sofreram inicialmente a verificação com o auxílio de mais de dez médiuns, em núcleos diferentes, foi ele quem o disse. Este cuidado do mestre visou evitar influências a que os médiuns estão submetidos pelo contato com os Espíritos que os dirigem - são as "colunas espirituais" de que nos falou ele em "O Livro dos Médiuns", capazes de, com sua influência, alterar, uma resposta dada, por um Espírito alheio à mesma; é que, como ensina André Luiz, a capacidade conceptual do médium resulta, também, do contato mais ou menos íntimo que possa ter com o seu mentor ou responsável pela tarefa mediúnica. Mas, como dizia, Kardec teve esse cuidado, e depois, no desenvolvimento da Doutrina, esteve em contato com um milhar de médiuns espalhados por todo o globo, recolhendo notícias do mundo espiritual provenientes das mais diversas partes, como nos dá ampla notícia nas páginas da Revista Espírita. São fatos que fazem parte da história do Espiritismo, mas cujo ensinamento não está ultrapassado, mesmo porque Kardec erigiu este controle através da universalidade do ensino como um dos métodos de investigação da ciência espírita. Apesar disto, no entanto, muitos companheiros atêm-se simplesmente ao que é produzido em seus centros, ou através de determinados médiuns, ou com aval de certas instituições, e geralmente só ao que se produz no território brasileiro. Tudo isto não contraria na prática o discurso teórico da universalidade que geralmente se ouve, bem como as lições de Kardec? Não é dele a advertência de que o Espiritismo subsistiria a todas as perseguições, porque não se poderia obstar a marcha do ensino dos Espíritos, que se manifestariam em outros pontos da face da Terra? Assim sendo, não é possível colocar de lado as comunicações mediúnicas que se obtém em diversas regiões do globo - nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, na Itália, etc., sem que devamos esquecer o nosso vizinho, a Argentina, que sempre deu mostras de alta visão espiritual com pensadores de escol. O caráter universalista da Doutrina exige que ela se conserve universalista em seus fundamentos, pois, como assinalava Kardec, a formação de uma ortodoxia espírita só poderá provir da universalidade do ensino dos espíritos, e este critério foi erigido, na Introdução de "O Evangelho segundo o Espiritismo", em uma das garantias da própria Doutrina.

Do Livro "Espiritismo em Movimento" - pelo espírito Deolindo Amorim, psicografado por Elzio Ferreira de Souza - Círculus - 1999.

O Centro Espírita - Introdução

Por José Herculano Pires

Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra. Temos no Brasil – e isso é um consenso universal – o maior, mais ativo e produtivo movimento espírita do planeta. A expansão do Espiritismo em nossa terra é incessante e prossegue em ritmo acelerado. Mas o que fazemos, em todo este vasto continente espírita, é um esforço imenso de igrejificar o Espiritismo, de emparelhá-lo com as religiões decadentes e ultrapassadas, formando por toda parte núcleos místicos e, portanto fanáticos, desligados da realidade imediata. Dizia o Dr. Souza Ribeiro, de Campinas, nos últimos tempos de sua vida de lutas espíritas: “Não compareço a reuniões de espíritas rezadores!”. E tinha razão, porque nessas reuniões ele só encontrava a turba dos pedintes, suplicando ao Céu ajuda. Ninguém estava ali para aprender a Doutrina, para romper a malha de teias de aranha do igrejismo piedoso e choramingas. A domesticação católica e protestante criara em nossa gente uma mentalidade de rebanho. O Centro Espírita tornou-se uma espécie de sacristia leiga em que padres e madres ignorantes indicavam aos pedintes o caminho do Céu. A caridade esmoler, fácil e barata, substituiu as gordas e faustosas doações à igreja. Deus barateara a entrada do Céu, e até mesmo os intelectuais que se aproximam do Espiritismo e que tem o senso crítico, se transformam em penitentes. Associações espíritas, promissoramente organizadas, logo se transformam em grupos de rezadores pedinchões.

O carimbo da igreja marcou fundo à nossa mentalidade em penúria. Mais do que a subnutrição do povo, com seu cortejo trágico de endemias devastadoras, o igrejismo salvacionista depauperou a inteligência popular, com seu cortejo de carreirismo político-religioso, idolatria mediúnica, misticismo larvar, o que é pior, aparecimento de uma classe dirigente de supostos missionários e mestres farisaicos, estufados de vaidade e arrogância. São os guardiões dos apriscos do templo, instruídos para rejeitar os animais sacrificiais impuros, exigindo dos beatos a compra de oferendas puras nos apriscos sacerdotais. Essa tendência mística popular, carregada de superstições seculares, favorece a proliferação de pregadores santificados, padres vieiras sem estalo, tribunos de voz empostada e gesticulação ensaiada. Toda essa carga morta esmaga o nosso movimento doutrinário e abrem as suas portas para a infestação do sincretismo religioso afro-brasileiro, em que os deuses ingênuos da selva africana e das nossas selvas superam e absorvem os antigos e cansados deuses cristãos. Não no clima para o desenvolvimento da Cultura Espírita.

As grandes instituições Espíritas Brasileiras e as Federações Estaduais investem-se por vontade própria de autoridade que não possuem nem podem possuir, marcadas que estão por desvios doutrinários graves, como no caso do roustainguismo da FEB e das pretensões retrógradas de grupelhos ignorantes de adulteradores. Teve razões de sobra André Dumas, do Espiritismo Francês, em denunciar recentemente, em entrevista à revista Manchete, a situação caótica e na verdade antiespírita do Movimento Espírita Brasileiro. A domesticação clerical dos espíritas ameaça desfibrar todo o nosso povo, que por sua formação igrejeira tende a um tipo de alienação esquizofrênica que o Espiritismo sempre combateu, desde a proclamação da fé racional por Kardec, contra a fé cega e incoerente, submissa e farisaica das pregações igrejeiras.

Jesus ensinou a orar e vigiar, recomendou o amor e a bondade, pregou a humildade, mas jamais aconselhou a viver de orações e lamúrias, santidade fingida, disfarçada em vãs aparências de humildade, que são sempre desmentidas pelas ambições e a arrogância incontroláveis do homem terreno. Para restabelecermos a verdade espírita entre nós e reconduzirmos o nosso movimento a uma posição doutrinária digna e coerente, é preciso compreender que a Doutrina Espírita é um chamado viril à dignidade humana, à consciência do homem para deveres e compromissos no plano social e no plano espiritual, ambos conjugados em face das exigências da lei superior da Evolução Humana. Só nos aproximaremos da Angelitude, o plano superior da Espiritualidade, depois de nos havermos tornado Homens.

Os espíritas atuais, na sua maioria, tanto no Brasil como no mundo, não compreenderam ainda que estão num ponto intermediário da filogênese da divindade. Superando os reinos inferiores da Natureza, segundo o esquema poético de Léon Denis, na seqüência divinamente fatal de Kardec: mineral, vegetal, animal e homem, temos o ponto neutro de gravidade entre duas esferas celestes, e esse ponto é o que chamamos ESPÍRITA. As visões fragmentárias da Realidade se fundem dialeticamente na concepção monista preparada pelo monoteísmo. Liberto, no ponto neutro, da poderosa reação da Terra, o espírita está em condições de se elevar ao plano angélico. Mas estar em condições é uma coisa, e dar esse passo para a divindade é outra coisa. Isso depende do grau de sua compreensão doutrinária e da sua vontade real e profunda, que afeta toda a sua estrutura individual. Por isso mesmo, surge então o perigo da estagnação no misticismo, plano ilusório da falsa divindade, que produz as almas viajoras de Plotino, que nada mais são do que os espíritos errantes de Kardec. Essas almas se projetam no plano da Angelitude, mas não conseguem permanecer nele, cedendo de novo à atração terrena da encarnação. Muitas vezes repetem a tentativa, permanecendo errantes entre as hipóstases do Céu e da Terra. Plotino viu essa realidade na sua intuição filosófica e na sua vidência platônica. Mas Kardec a verificou em suas pesquisas espíritas, escudadas na observação racional dos fatos. Apoiado na Razão, essa bússola do Real, ele nos livrara dos psicotrópicos do misticismo, oferecendo-nos a verdade exata da Doutrina Espírita. Nela temos a orientação precisa e segura dos planos ou hipóstases superiores, sem o perigo dos ciclos muitas vezes repetidos do chamado Círculo Vicioso das Reencarnações, que os ignorantes pretendem opor à realidade incontestável da reencarnação. Pois se existe esse círculo vicioso, é isso bastante para provar o processo reencarnatório. O vício não está no processo, mas na precipitação dos homens e dos espíritos não devidamente amadurecidos, que tentam forçar a Porta do Céu.

Se no Brasil sofremos os prejuízos do religiosismo ingênuo de nossa formação cultural, na França e nos demais países europeus – segundo as próprias declarações de André Dumas – o prejuízo provém de um cientificismo pretensioso, que despreza a tradição francesa da pesquisa cientifica espírita, procurando substitui-la pelas pesquisas e interpretações parapsicológicas. Esse menosprezo pedante pelo trabalho modelar de Kardec levou o próprio Dumas a desrespeitar a tradição secular da Revue Spirite, transformando-a num simulacro de revista cientifica do Ano 2000. As pesquisas da Parapsicologia seguiram o esquema de Kardec e foram cobrindo no tempo, sucessivamente, todas as conquistas do sábio francês. Pegada por pegada, Rhine e seus companheiros cobriram o rastro cientifico de Kardec. O mesmo já acontecera com Richet na Metapsiquica, com Crookes e Zollner e todos os demais. Toda a pesquisa psíquica honesta é válida, nesse campo, até mesmo a dos materialistas russos atuais ficaram presas ao esquema de Kardec, o que prova a validade irrevogável desta. Começando pela observação dos fenômenos físicos, todas as Ciências Psíquicas, nascidas do Espiritismo fizeram a trajetória fatal traçada pelo gênio de Kardec e chegaram as suas mesmas conclusões. As discordâncias interpretativas foram sempre marcadas indelevelmente pelos preconceitos e as precipitações da advertência de Descartes no Discurso do Método e pela sujeição aos interesses das igrejas, como Kardec já assinalara em seu tempo. A questão da terminologia é puramente supérflua, e como dissera Kardec, serve apenas para provar a leviandade do espírito humano, mesmo dos sábios, sempre mais apegado à forma que ao fundo do problema.

No Espiritismo o quadro fenomênico foi dividido por Kardec em duas seções: Fenômenos Físicos e Fenômenos Inteligentes. Na Metapsíquica, Richet apresentou o esquema de Metapsíquca objetiva e Metapsíquica subjetiva. Na Parapsicologia os fenômenos espíritas passaram a chamar-se Fenômenos Psi, com a divisão de Psicapa (objetivos) e Psigama (subjetivos). Quanto aos métodos de pesquisa, Crookes e Richet ativeram-se à metodologia cientifica da época, e Rhine limitou-se a passar dos métodos qualitativos para os quantitativos, inventando aparelhagens apropriadas aos processos tecnológicos atuais, apelando à estatística como forma de controle e comprovação dos resultados, o que simplesmente corresponde às exigências atuais nas Ciências. Kardec teve a vantagem de haver acentuado enfaticamente a necessidade de adequação do método ao objeto especifico da pesquisa. O próprio método hipnótico de regressão da memória, para as pesquisas da reencarnação, aplicado por Albert De Rochas do século passado, foi aproveitado pelo Prof. Vladimir Raikov. Na Romênia, o preconceito quanto ao Espiritismo gerou uma nova denominação para a Parapsicologia: Psicotrônica. Com esse nome rebarbativo, os materialistas romenos pretendem exorcizar os perigos de um renascimento espírita em seu país.

Todos esses fatos nos mostram que a Doutrina Espírita não chegou ainda a ser conhecida pelos seus próprios adeptos em todo o mundo. Integrado no processo doutrinário de trabalho e desenvolvimento, o Centro Espírita carecia até agora de um estudo sobre as suas origens, o seu sentido e a sua significação no panorama cultural do nosso tempo. É o que procuramos fazer neste artigo, com as nossas deficiências, mas na esperança de que outros estudiosos procurem completar o nosso esforço. Lembrando o Apóstolo Paulo, podemos dizer que os espíritas estão no momento exato em que precisam desmamar das cabras celestes para se alimentarem de alimentos sólidos. Os que desejam atualizar a Doutrina, devem antes cuidar de se atualizarem nela.

Artigo extraído do livro "O Centro Espírita" - 4ª Edição - Maio - 1992.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ortodoxia Espírita: o que é?

Por Randy*

1) O que é "ortodoxia"?
O conceito de ortodoxia é etimológico: conformidade com as bases fundamentais de uma ciência ou filosofia. No caso do Espiritismo, a ortodoxia significa entender a codificação compilada por Kardec como base única e fundamental para compreensão da Doutrina Espírita e sendo coerente com a metodologia espírita para aquisição e aceitação de novas informações ou conhecimentos. Essa metodologia implica na aplicação do CUEE - Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos (cuja estrutura está designada no Evangelho Segundo o Espiritismo), na aceitação de conclusões científicas acadêmicas inequívocas ou na aplicação de qualquer outro método de aferição de verdade que possua método científico. A função da ortodoxia no meio espírita é, sobretudo, destruir quaisquer resquícios de misticismo e/ou mercantilismo sobre valores doutrinário, trazendo o Espiritismo de volta ao seu caminho cientifico e filosófico.

2) O que é um "ortodoxo"?
"Ortodoxo" é a expressão que designa popularmente e em nível informal todo espírita que considera que a ortodoxia é o caminho mais coerente, ou seja, um defensor da pureza doutrinária cientifica e filosófica do Espiritismo. É apenas uma expressão que visa demarcar posições em ambientes de confronto ideológico. Nem todo defensor da pureza doutrinária necessita ou se utiliza desta expressão para designar seu pensamento. Via de regra, o ortodoxo, ou seja, o individuo que defende os preceitos codificados, é o real seguidor da Doutrina Espírita. Em resumo: ortodoxo e espírita são a mesma coisa.

3) Os ortodoxos são um grupo à parte no movimento espírita?
Há diversas e incontáveis pessoas que aceitam os princípios da pureza doutrinária como reais e que procuram combater o misticismo no meio espírita. Qualquer pessoa pode ser um destes e se desejar, utilizar para si a classificação de "ortodoxo". Como esse nível de convicção é individual, não se pode dizer que exista um "Movimento Ortodoxo", mas "pessoas ortodoxas" que eventualmente podem ou não se associarem para promoverem ações comuns de maior ou menor contundência.

4) Os ortodoxos consideram o Espiritismo uma religião?
Sendo coerentes com os princípios conceituais da codificação espírita e como nela o Espiritismo se fundamente unicamente como ciência e filosofia, e ainda como os caracteres de uma religião universalmente aceitos se distanciam largamente do ideal e prática espíritas, então os ortodoxos não consideram o Espiritismo uma religião.

5) Os ortodoxos aceitam outros autores espíritas?
Por uma questão de conceito doutrinário, o simples fato de se iniciar uma análise a partir do nome de um autor já contradiz o Livro dos Médiuns, que nos indica a análise de conteúdo, independente de quem seja a autoria . Por principio, a classificação é do conteúdo de uma obra, portanto, e esse conteúdo só pode ser considerado espírita - e consequentemente verossímil - se, ao trazer informações que não estão contidas na codificação ou informações novas, esta obra houver sido submetida aos critérios de aferição de verdade: CUEE, metodologia cientifica ou estiver de acordo com conclusão científica acadêmica inequívoca.

6) Isso significa que autores como Chico Xavier e Divaldo Franco não são espíritas?
Todas as vezes em que esse tipo de indagação se inicia - mais uma vez - pelo nome do autor, ela já indica pressupostos equivocados. O nome do autor não importa para o Espiritismo e sim o conteúdo de suas obras. O apego a nomes é irracional, anti-doutrinário e pode indicar princípios de idolatria personalista, algo absolutamente indesejável. Portanto, a própria pergunta, vinda desta forma, indica vício conceitual, ou seja, parte de uma compreensão incompleta ou equivocada do que vem a ser o Espiritismo. Espírita ou não espírita é o conteúdo de uma obra e não seu autor. No caso citado, há conteúdo doutrinário em algumas obras destes autores tanto quanto existe contradição anti-doutrinária em outras tantas obras destes mesmos autores. Onde há conteúdo doutrinário, ou seja, concordância com a codificação, não é necessária aplicação do CUEE ou outros métodos já descritos. Mas, quando não existe concordância com a codificação e os seus autores não submeteram suas obras a esse tipo de análise crítica, então não podemos aceitar tais obras como verdadeiramente espíritas. Por principio ainda, não há médiuns intocáveis ou perfeitos e portanto, Chico Xavier foi um autor que cometeu diversos equívocos, tantos quantos quaisquer outros que não tenham possuído a objetividade de submeter seus escritos ao que a codificação determina.

7) Algumas pessoas acusam os ortodoxos de promoverem a estagnação do Espiritismo ao rejeitar novas informações. O que pensar disso?
Há duas posturas em relação ao pensamento ortodoxo: desinformação e má fé. Em muitos casos a desinformação já vem recheada de má fé. Por uma questão de lógica doutrinária, os ortodoxos são, na verdade, os únicos que defendem os avanços no Espiritismo. Isso se deve ao fato de que a codificação deixa muito clara que o Espiritismo deve acompanhar a ciência e promover também suas próprias investigações, mas sempre utilizando metodologia racional e crítica. Se a codificação espírita informa que devemos avançar na busca de conhecimento e se os ortodoxos defendem esta mesma codificação, então, por consequência óbvia, os ortodoxos são os maiores interessados na ampliação de conhecimentos e busca de informações novas no meio espírita. O que os ortodoxos combatem é a aceitação irrefletida e sem nenhum viés cientifico de todo tipo de inverdade que é jogada no meio espírita como se realidade fosse. Os ortodoxos recusam qualquer "novidade" que não tenha sido analisada, confrontada pelo CUEE ou investigada com metodologia cientifica. A grande questão é que, de fato, desconhecemos grande número de autores e editoras que aplicam este principio. Nesse caso, o que seria "novidade" para uma pessoa, é um engodo místico para o ortodoxo. Grande parte das "novidades" na verdade atende ao interesse comercial de editoras e de seus defensores, sendo facilmente digeridas pelo grande público porque já foram criadas exatamente para fácil aceitação irrefletida.

8) Nesse caso, os ortodoxos estimulam a investigação cientifica?
O ortodoxo, ou qualquer pessoa que defenda a pureza doutrinária, é o individuo que não abdica do controle científico das informações de natureza espiritual. Algumas destas pessoas procuram se associar para reiniciarem a aplicação do CUEE e de pesquisas cientificas, bem como estimular o meio acadêmico a fazer o mesmo. Infelizmente, o religiosismo e o misticismo reinantes no meio espírita afugentam os cientistas e estruturas institucionais, já que nem nem religiões e nem misticismo possuem qualquer fundamento cientifico - e no caso do misticismo - nenhum viés de seriedade.

9) Quem é um "místico"?
Místico é todo sujeito que aceita proposições supostamente espirituais ou "sobrenaturais" sem submetê-las a qualquer tipo de análise ou aferição metodológica/cientifica de verdade. Existem dois tipos de místicos: aqueles que convictamente o são e aqueles que só o são por condicionamento cultural. No caso do Brasil, dado o intenso sincretismo e o império da maior religião mística do Ocidente, o catolicismo, há uma cultura que privilegia o "mágico e o sensacional". Sendo assim, há uma intensa mistura de conceitos espíritas com anti-conceitos católicos. E como a prática da maior parte das casas espíritas em nosso país é de natureza equivocadamente religiosa, não há interesse ou prática de reeducar o individuo condicionado pelo catolicismo e ele continua mantendo-se entre os dois mundos. Já o místico intencional procura se abrigar em instituições espiritualistas ou desenvolve suas próprias práticas irrefletidas e procura trazê-las para o meio espírita. Via de regra são bem sucedidos neste intento. Neste ultimo caso, o agravante é que o místico procura adaptar o Espiritismo aos seus interesses pessoais ou limitações de ordem moral ou intelectual. Tais pessoas não possuem interesse na coerência doutrinária espírita e combatem, muitas vezes, quem assim procede.

10) Os ortodoxos são inimigos dos místicos?
Por principio, defensores da pureza doutrinária não podem manter pessoas como inimigas. Mas, podem manter intenso combate às idéias que equivocadamente tais pessoas carregam para si e tentam difundir.

11) Tem sido dito que ortodoxo não pratica a caridade e não fala em amor. Isso é verdade?
A prática da caridade e a elevação amorosa são valores individuais e conforme orientação da codificação, devem ser aplicados com discrição e humildade. Ninguém pode medir o nível de amorosidade de outrem ou consegue policiar sua prática caridosa. Grande parte dos ortodoxos, e outros defensores da pureza doutrinária, considera que a pregação moral externada por discurso é o caminho mais fácil para a hipocrisia, pois moral não se prega - se exemplifica. Não podemos e nem temos autoridade para dizer como o outro deve agir. Podemos é estimular a elevação moral de todos começando pela nossa, sem discurso, sem o apelo a textos ou mensagens supostamente "cristãs" e de fácil digestão. A observação atenta indica que o individuo que prega moral e policia moralmente o comportamento alheio não é capaz de sustentar moralmente seu próprio comportamento. Isso é bastante observados nos críticos da ortodoxia: alegam ausência de prática moral dos ortodoxos por meio de impiedosos ataques de cunho pessoal, que incluem ofensas, sarcasmo e exposição de suas vidas particulares. Por um principio doutrinário espírita, o melhor e mais eficaz crítico é justamente aquele que se impõe pelo seu elevado exemplo nas atitudes e comedimento nas palavras. E ainda assim, o mais eficaz crítico se atém às idéias e jamais situa-se sobre um ou outro individuo defensor da pureza doutrinária.

12) Os ortodoxos concordam em tudo entre si?
A ortodoxia, ou a defesa da pureza doutrinária, é um referencial de posturas e não uma instituição fechada. A única coisa em comum e fundamental na ortodoxia é o que está contido no item 2. Mediante o acatamento da necessidade de metodologia cientifica, do CUEE e visão critica, os assuntos doutrinários são abordados com intensa liberdade. Qualquer um que fundamente com honestidade intelectual suas idéias mantendo como base a codificação e textos coerentes com ela ou aferidos, é livre para pensar o que desejar sobre Doutrina Espírita ao se considerar um ortodoxo. Sendo assim, ortodoxos podem, sim, discordar uns dos outros em diversos pontos de entendimento doutrinário. Isso é o exercício da Filosofia Espírita.

13) Alguns ortodoxos são considerados muito rudes no trato com o próximo. O que respondem sobre isso?
Como dito, a ortodoxia é um referencial de posturas. E como também foi dito, não existe patrulhamento moral no Espiritismo. Existem ortodoxos que estabelecem como estratégia de ação o choque cultural e o discurso objetivo e impessoal. Portanto, tanto há no meio ortodoxo quem seja, por isso, considerado frio, como há, de fato quem seja frio ou rude. São atributos de pessoas - não de idéias. Contudo, como, por principio, a codificação nos impele a análise do conteúdo e não da forma (exceto quando a forma quer se tornar mais importante que o conteúdo), há pessoas que supõem que o espírita é o sujeito que fala manso, baixo e chama a todos de "meu irmão" em público. Tais pessoas consideram-se ofendidas quando são tratadas de forma analítica e impessoal e em muitos casos, reagem de forma indignada. Porém, o Evangelho Segundo o Espiritismo nos indica que esperamos do outro uma atitude moralmente elevada, mas não agimos nós mesmos com a mesma elevação de atitude que esperamos. Isso se chama "melindre" e representa uma desestrutura de ordem psicológica ou mesmo moral deste mesmo indivíduo.

14) Mas, quando os ortodoxos defendem a pureza doutrinária, não deveriam ser exemplos de atitude amorosa, visível para todos?
Este tipo de crítica é conhecida e representa um baixo nível de padrão intelectual de retórica. Os ortodoxos não se definem como espíritas perfeitos, tampouco como espíritos puros. E não assumem para si qualidades morais que não possuem. A evolução moral é de natureza íntima, mas parte de uma compreensão ampla da realidade intelectual. Conforme determina a codificação, a evolução moral decorre da evolução intelectual e essa mesma codificação determina que isso segue etapas para se alcançar uma elevação ao nível de perfeição. O ortodoxo assume o que ele é e não vai simular atitudes para admiração externa sem que esteja evoluído para tanto.

0 que defendemos é que o caráter consolador da Doutrina Espírita reside exatamente na sua capacidade de esclarecimento. Nosso compromisso é ampliar essa capacidade de conhecimento de todos - bem como também ampliar a base de conhecimento sobre a realidade universal.

A partir do cumprimento dessa missão de fornecer mecanismos para que as pessoas trabalhem sua evolução moral baseado no conhecimento, a caminhada moral é de cada um. A crítica, no caso, é mais um exemplo de como o crítico não consegue ser melhor do que o criticado, pois pessoas moralmente elevadas não tecem criticas morais sobre ninguém, tampouco patrulham o comportamento alheio. Notoriamente acrescentamos que os espíritos relatores da codificação também não possuem linguagem melíflua ou cheia de dedos para com os leitores. Aliás, as admoestações duras são frequentes.

*Moderador da comunidade "Eu sou Espírita - Espiritismo" do Orkut.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A Codificação

Por Rogério Coelho

"Se algum dia, eu disser algo diferente do que disse Jesus e Kardec, fique com Eles e abandone-me." - Emmanuel

Lúcidas e coerentes, como sempre, estas palavras de Emmanuel foram dirigidas ao médium Francisco C. Xavier, quando aquele pretendia utilizar-se dos recursos mediúnicos deste para o trabalho de divulgação da Doutrina dos Espíritos.

O caminho seguido pelas informações dos Espíritos passou primeiro por dois poderosos filtros chamados Jesus e Kardec, sendo enfeixados em síntese em "O Livro dos Espíritos" e ampliados depois nos livros: "A Gênese", "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e "O Céu e o Inferno", que constituem o Pentateuco, indivisível bloco monolítico.

Assim, todo livro subsidiário não poderá deslocar-se da órbita desses livros que são a base do Espiritismo. Destarte, quem deseja escrever ou falar sobre Espiritismo, tem necessariamente que se balizar pelos parâmetros básicos, sob pena de caracterizar conteúdos apócrifos pela não observância de tais critérios.

Espíritas amai-vos; Espíritas instruí-vos; é a sempre oportuna conclamação do Espírito de Verdade. Instruamo-nos, portanto, principalmente nas fontes básicas, o que nos ensejará maiores condições de avaliar e separar o joio do trigo.

No livro "A Gênese", Capítulo I, item 52, Kardec faz notar que "em parte alguma, o ensino Espírita foi dado integralmente. Ele diz respeito a tão grande número de observações, a assuntos tão diferentes, exigindo conhecimentos e aptidões mediúnicas, que impossível era acharem-se reunidas num mesmo ponto todas as condições necessárias. Tendo o ensino que ser coletivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho, disseminando os assuntos de estudo e observação como, em algumas fábricas, a confecção de cada parte de um mesmo objeto é repartida por diversos operários.

A revelação fez-se, assim, parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários e é dessa maneira que prossegue ainda, pois nem tudo foi revelado. Cada centro encontra nos outros centros o complemento do que obtém, e foi o conjunto, a coordenação de todos os ensinos parciais que constituíram o Espiritismo.

Era, pois, necessário grupar os fatos espalhados, para se lhes apreender a correlação, reunir os documentos diversos, as instruções dadas pelos Espíritos sobre todos os pontos e sobre todos os assuntos, para as comparar, analisar, estudar-lhes as analogias e as diferenças. Vindo as comunicações de Espíritos de todas as partes, de todas as ordens, mais ou menos esclarecidos, era preciso apreciar o grau de confiança que a razão permita conceder-lhes, distinguir as idéias sistemáticas individuais ou isoladas das que tinham a sanção do ensino geral dos Espíritos, as utopias das idéias práticas, afastar as que eram notoriamente desmentidas pelos dados da ciência positiva e da lógica, utilizar igualmente os erros, as informações fornecidas pelos Espíritos, mesmo os da mais baixa categoria, para conhecimento de estado do mundo invisível e formar com isso um todo homogêneo.

Era preciso, numa palavra, um centro de elaboração, independente de qualquer idéia preconcebida, de todo prejuízo de seita, resolvido a aceitar a verdade tornada evidente, embora contrária às opiniões pessoais. Este centro se formou por si mesmo, pela força das coisas e sem desígnio premeditado."

O Espiritismo estará preservado dos cismas?

"Não, certamente," - responde Kardec no livro "Obras Póstumas" no capítulo referente à constituição do Espiritismo - "porque terá, sobretudo no começo, de lutar contra as idéias pessoais, sempre absolutas, tenazes, refratárias a se amalgamarem com as idéias dos demais; e contra a ambição dos que, a despeito de tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer; - dos que criam novidades só para poderem dizer que não pensam e agem como os outros, pois lhes sofre o amor-próprio por ocuparem uma posição secundária.

Se, porém, o Espiritismo não puder escapar às fraquezas humanas com as quais se tem de contar sempre, pode, todavia, neutralizar-lhes as conseqüências e isso é essencial. Conseqüentemente, seitas poderão formar-se ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adotem os princípios ou todos os princípios, porém, não dentro da Doutrina, por efeito da interpretação dos textos, como tantas se formaram sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho. É esse um primeiro ponto de capital importância.

O segundo ponto está em não se sair do âmbito das idéias práticas. Se é certo que a utopia da véspera se torna - muitas vezes - a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém, não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos.

O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas Leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela de se por de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as idéias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias da sua perpetuidade.

Acrescentamos que a tolerância, fruto da caridade, que constitui a base da Doutrina Espírita, lhe impõe como um dever respeitar todas as crenças. Querendo ser aceita livremente, por convicção e não por constrangimento, proclamando a liberdade de consciência um direito natural imprescritível, diz: Se tenho razão, todos acabarão por pensar como eu; se estou em erro, acabarei por pensar como os outros.

Em virtude destes princípios, não atirando pedras a ninguém, ela nenhum pretexto dará para represálias e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e seus atos."

É ainda Kardec, neste mesmo capítulo que nos alerta:

"(...) Não faltarão intrigantes, pseudo-espíritas, que queiram elevar-se por orgulho, ambição ou cupidez; outros que estadeiem pretensas revelações com o auxílio das quais procurem salientar-se e fascinar as imaginações por demais crédulas. É também de prever que, sob falsas aparências, indivíduos haja que tentem apoderar-se do leme, com a idéia preconcebida de fazerem soçobrar o navio, desviando-o de sua rota. O navio não soçobrará, mas poderia sofrer prejuízos como atrasos que se devem evitar."

Acreditamos nada ter a acrescentar às palavras de Kardec, por demais claras e judiciosas. Por elas concluímos que verdadeiro Espírita será também aquele que guardar fidelidade à Codificação Kardequiana.

Fonte: Boletim GEAE no. 300 - Julho de 1998

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Viagem Espírita

Por Orson Peter Carrara

Agora que já iniciamos o parágrafo, podemos acrescentar a continuidade do título: em 1862. Sim o nome correto é Viagem Espírita em 1862. Trata-se de excepcional obra, esquecida dos espíritas, que relata as viagens que Kardec fez com dupla finalidade: oferecer e colher experiências e orientações. Além disso, havia o desejo de confraternizar com os irmãos espíritas de outras localidades, vivendo a fraternidade que o ideal espírita por si só proporciona, conforme suas próprias palavras na introdução da obra, que ele intitulou Impressões Gerais, especificando localidades, manifestando gratidão e, sobretudo, destacando os benefícios do conhecimento espírita nas instituições que pôde visitar. Aliás, o texto, apesar de ser apenas um intróito com menos de 20 páginas, é de uma riqueza impressionante.

A obra está editada pela Federação Espírita Brasileira, com tradução de Evandro Noleto Bezerra, e pela Casa Editora O Clarim, com tradução de Wallace L. Rodrigues. Na obra traduzida por Wallace, o Prefácio do tradutor igualmente é de grandeza histórica e doutrinária. Destaca Wallace, referindo-se à experiência pessoal do Codificador em suas falas aos espíritas de sua época: “(...) Entre o homem e sua felicidade, ergue-se a sombra, a terrível paixão: o egoísmo. (...)” e cita o percurso de 1862 em mais de 20 cidades, onde presidiu mais perto de cinqüenta reuniões, num período de mais de seis semanas num percurso de 193 léguas.

Wallace também ressalta que os conceitos expressos no livro são tão atuais, tão fundamentais à boa conduta das entidades espíritas que ter sido escritos em 1962 (época da tradução), sendo que podemos perfeitamente atualizar essa data para 2009, face à atualidade do texto integral. Por isso vale repetir o que disse Wallace: “(...) O leitor arguto e atento fará aqui mil descobertas de transcendental valor. (...)” E discorre que após cem anos (à época da tradução, repetimos, e que atualizamos sem receio) transcorridos, tais instruções de Kardec são ainda perfeitamente aplicáveis e uma garantia para a pureza doutrinária, caracterizando-se pela firmeza, lucidez e responsabilidade.

E do editorial da Revista Espírita, de novembro de 1862, o tradutor transcreve dois parágrafos que ele considera magníficos e que recomendamos aos leitores.

O livro está, pois, composto de pronunciamentos de Kardec em reuniões que participou. Há ainda os preciosos documentos Instruções particulares aos grupos em resposta a algumas das questões propostas e Projeto de Regulamento para o uso de grupos e pequenas sociedades espíritas. Esses últimos documentos deveriam ser impressos em separata e distribuídos, divulgados, estudados por diretorias e trabalhadores de nossas instituições, tamanho seu conteúdo doutrinário e valor de orientação, capaz de vencer – se aplicados – os imensos desafios vividos pelo movimento espírita.

Parece-nos que quanto mais o tempo passa mais necessidade há de divulgarmos, estudarmos e divulgarmos o pensamento de Kardec. Seja pelo aumento dos adeptos, seja porque esquecemos tais instruções e nos deixamos perder pela própria vaidade ou porque não temos vigilantes o suficiente para vencer a nós mesmos...

O fato patente, todavia, é que a obra é um tesouro para todos nós. De riquíssimo valor doutrinário para nossas instituições, é obra que todo dirigente e tarefeiro espírita não pode deixar de ler, sob pena de encontrar-se desatualizado com o lúcido e claro pensamento de Allan Kardec.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sempre diante dela - a morte

Por Adésio Alves Machado

Em verdade não temos como nos afastar da presença da morte, ela caminha conosco para onde formos, implacavelmente, até que nos abrace de forma irreversível.

A morte impõe, como característica fundamental, o afastamento físico daqueles que amamos, sempre causando dor moral pungente, pertinaz e profunda nas entranhas sentimentais, emocionais, espirituais.

Estabelecer comparação com outra situação é-nos impossível, pela condição da morte ser inigualável. Os tecidos sutis da alma são atingidos duramente, sem apelação, porque ela obedece cegamente os desígnios divinos.

A morte minimiza o seu impacto quando é aguardada por um enfermidade de longo curso, mas, em chegando o Espírito ao mundo espiritual, a surpresa é invariavelmente a mesma para todos: está frente à imortalidade.

Usando toda uma metodologia imperceptível, ela costuma arrebatar dos braços dos que ficam, os seus afetos, mas, ao mesmo tempo, leva os adversários, engendrando certo tipo de aflição nem sempre bem definida.

A morte é a transferência compulsória de uma para outra vida, sem pedido de permissão aos envolvidos no processo desencarnatório.

As reações são variadas, ou seja, enquanto para uns se constitui em libertação do jugo da carne, para outros são algemas para uma consciência maculada por desmandos cometidos na vilegiatura terrestre.

A morte pode ser considerada como uma concessão divina, malgrado não seja assim compreendida pela maioria, devido à fixação do "sentenciado" às solicitações terrenais, as quais falam mais alto aos seus interesses de ordem imediata e transitória.

O túmulo é local de encontro para todas as criaturas, é lugar onde a igualdade impera; as diferenças existem apenas na maneira como são os corpos cadaverizados guardados para serem transformados em alimento dos animais vermíformes.

Revoltar-se contra a morte é atitude insensata, porque as suas conjunturas são passageiras, logo promovendo, ela mesma, o reencontro dos que se separaram, dando mostras, assim, de que não era definitiva a separação tão amargurada.

Aconselhável nos munirmos de paciência, resignação, prepararmo-nos para o reencontro com a morte e esperarmos confiantes, sabendo que os do outro lado nos aguardam também ansiosos por nos abraçarem, desejarem boas vindas e nos cobrirem de vibrações amorosas.

Dos nossos afetos houve tão somente uma antecipação do retorno ao mundo verdadeiro, o espiritual, continuando eles a viver como aqui prosseguimos nós; não os vemos, mas eles estão conosco, bem mais juntos agora do que antes, amando-nos se os amamos, odiando-nos se por eles nutrimos ódio.

A tristeza e a saudade serão sempre dissipadas pela convicção que possuímos de que os reencontraremos.

Utilizemos as nossas horas na produção do bem pensando neles, e a eles oferecendo os nossos gestos de amor e caridade, convertendo a separação em motivo para a prática do Bem em prol da felicidade de alguém ou, pelo menos, da suavização da dor alheia, tudo em nome deles, que é a melhor forma de os reverenciarmos.

Se porventura quisermos fazer mais em memória deles, coloquemos em seus lugares um dos órfãos do amor, do bem-estar material, os mais carentes, enfim, procedimento que receberá deles, naturalmente, toda benção, sendo esse gesto motivo para que eles mais de nós se acercarem.

Dirigindo as nossas atenções para o bem do próximo, a dor da saudade sofrerá grande queda, arrefecer-se-ão seus grilhões e estaremos mais libertos para a continuidade dos compromissos aqui iniciados e que precisam de conclusão.

Indubitavelmente, a maior expressão de amor é dar a vida pela vida de outras criaturas, como fez JESUS após encaminhar João para Maria na hora de Sua crucificação, e ela a ele, para que juntos, por carinho e tributo à Sua Vida, não esmorecessem na preservação de Sua mensagem.

Vamos enxugar as nossas lágrimas, meditar na nossa imortalidade, entregarmo-nos ao trabalho edificante, transformando todos os nossos instantes em esperança na felicidade porvindoura.

Simpense 2010

UNIÃO ESPÍRITA DEUS, AMOR E CARIDADE VAI RECEBER ESPÍRITAS DO NORDESTE PARA DEBATER "A VIDA MODERNA E AS NOVAS UTOPIAS HUMANAS"

KIKO MUNIZ - PB

O evento que outrora era realizado no Hotel Tambaú, sob os auspícios do Núcleo Espírita Eunice Weaver (Bayeux), está marcado para os dias 14 e 15 de fevereiro, na conhecida "Casa da Vovozinha", em João Pessoa, capital.

Saiba mais sobre o tradicional evento paraibano pelo e-mail uedacdivulgacao@yahoo.com.br.

Fonte: ANESPB

"Casa da Vovozinha" lançará revista "Papyrus"

ESTÁ NASCENDO A REVISTA "PAPYRUS", PUBLICAÇÃO MENSAL ELETRÔNICA SOB A RESPONSABILIDADE EDITORIAL DA MOCIDADE DA UNIÃO ESPÍRITA DEUS, AMOR E CARIDADE

CARLOS BARROS - PB

"A revista é um projeto ambicioso, pois a nossa intenção é produzir conhecimento com qualidade e equilibrado espírito de criticidade. Nela, vamos oferecer aos nossos futuros leitores crônicas, ensaios, notícias e sabatinas como um meio de fortalecer tudo aquilo que fundamenta a doutrina. Em breve, lhe enviaremos o primeiro número da revista, que se encontra em fase de finalização. O e-mail da revista é jovens_bezerrademenezes.9@oi.com.br. Agradecemos a sua prestimosa colaboração". - Flávio Alves Barbosa, editor responsável.

Vamos aguardar a remessa do primeiro número de "PAPYRUS" e conferir o que ela traz de interessante para os leitores espíritas da Paraíba e do país.

Fonte: ANESPB

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Baixe o livro "Espiritismo x Ramatisismo" gratuitamente em PDF

Por Fabiano Vidal

Artur Azevedo, autor do livro "Ramatís - Sábio ou Pseudo - Sábio?", e também administrador de blog do mesmo nome, publicou todo seu conteúdo, que reúne 37 artigos em 130 páginas, em um livro gratuito em formato PDF e o disponibilizou para
download. Desta forma, o autor pretende que todos aqueles que não possuem computador ou conexão de internet tenham acesso ao conteúdo.

Para abrir o arquivo PDF, é necessário ter em seu computador o Acrobat Reader ou Fox It.

Clique aqui para baixar!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aos Espíritas: É necessário estudar Kardec

Por Fabiano Vidal*

Originalmente simpatizante da Doutrina Espírita, embora não a conhecesse devidamente, tornei-me Espírita (com “E” maiúsculo, mesmo) de fato após meu casamento, em janeiro de 2008. Como nada conhecia de Espiritismo, corri o sério risco de me tornar um Espírita mistificado. Para minha alegria, comecei meus estudos por O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

Quando comecei a estudá-lo, simplesmente não conseguia desgrudar do livro. Aonde quer que fosse, O Livro dos Espíritos estava comigo. Depois passei a estudar O Livro dos Médiuns e assim sucessivamente, com todos os livros da Codificação Espírita. Só após estudá-los com afinco, me interessei em ler alguns romances ditos “espíritas”.

Surpreendi-me com tantas bobagens nessas obras. Violetas na Janela, por exemplo, é uma enorme afronta ao que está na Codificação. Nada daquilo tem embasamento doutrinário. Para ser honesto com os consumidores desses romances, deveria ser vendido como obra espiritualista, e não espírita.

Outra obra que é praticamente “sagrada” (olha aí mais uma afronta à Codificação Kardeciana!) para muitos Espíritas e que é tida por verdade absoluta, embora também vá de encontro à Codificação, é Nosso Lar. Dizem os fãs dessa obra que Chico Xavier jamais poderia ter psicografado algo que não fosse “Verdade”, e veneram André Luiz como se Santo fosse! Pasmem!

Estudar Allan Kardec antes de enveredar por esses romances se faz necessário, para aprendermos a separar o joio do trigo. O Codificador nos ensina que não existem médiuns perfeitos. Logo, os médiuns são tão passíveis de equívocos quanto eu ou você que me lê neste momento. Kardec também nos ensina em O Livro dos Espíritos sobre a Escala Espírita, no Capítulo VI. Diz o Codificador: “Ajuntemos ainda esta consideração que jamais se deve perder de vista: entre os Espíritos, como entre os homens, há os que são muito ignorantes, e nunca será demais estarmos prevenidos contra a tendência a crer que eles tudo sabem, por serem Espíritos.” (grifo nosso)

Eis aí um conselho que nós, Espíritas, jamais devemos nos esquecer. Além disso, aprendemos que o Espiritismo não é religião e que este professa uma fé raciocinada, ou seja, antes de aceitarmos qualquer ensinamento ou relato vindo dos espíritos como “Verdade”, devemos submetê-la ao crivo da razão, analisá-la perante o que aprendemos com os escritos de Allan Kardec, que de básicos, não tem nada, pois são os pilares fundamentais da Doutrina que professamos.

Portanto, caro leitor, antes de sair por aí dizendo que Espiritismo é religião, que Kardec está ultrapassado, que André Luiz, Emmanuel e Ramatis são os novos “pilares” da Doutrina Espírita, que você tem medo de ir ao Umbral quando desencarnar, estude os livros de Allan Kardec criteriosamente. Compare seus ensinamentos com os romances espiritualistas e analise-os sob o crivo da razão, e verás que muitos desses “novos ensinamentos espíritas” cairão facilmente, como um castelo de areia sob as ondas do mar.

* Técnico em Turismo, Turismólogo, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba, jornalista de Turismo do jornal Contraponto e editor de “O Blog dos Espíritas”.

ESE - Fora Da Igreja Não Há Salvação – Fora Da Caridade Não Há Salvação

Enquanto a máxima "Fora da caridade não há salvação" assenta num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade, o dogma "Fora da Igreja não há salvação" se estriba, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, porém numa fé especial, em dogmas particulares; é exclusivo e absoluto.

Longe de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entre sectários dos diferentes cultos que reciprocamente se consideram malditos na eternidade, embora sejam parentes e amigos esses sectários.

Desprezando a grande lei de igualdade perante o túmulo, ele os afasta uns dos outros, até no campo do repouso.

A máxima "Fora da caridade não há salvação" consagra o princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência.

Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros.

Com o dogma "Fora da Igreja não há salvação", anatematizam-se e se perseguem reciprocamente, vivem como inimigos; o pai não pede pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que mutuamente se consideram condenados sem remissão. É, pois, um dogma essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

"Fora da verdade não há salvação" equivaleria ao "Fora da Igreja não há salvação" e seria igualmente exclusivo, porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade.

Que homem se pode vangloriar de a possuir integral, quando o âmbito dos conhecimentos incessantemente se alarga e todos os dias se retificam as idéias?

A verdade absoluta é patrimônio unicamente de Espíritos da categoria mais elevada e a Humanidade terrena não poderia pretender possuí-la, porque não lhe é dado saber tudo.

Ela somente pode aspirar a uma verdade relativa e proporcionada ao seu adiantamento.

Se Deus houvera feito da posse da verdade absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, podem todos praticá-la.

O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo a salvação para todos, independente de qualquer crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não diz: "Fora do Espiritismo não há salvação"; e, como não pretende ensinar ainda toda a verdade, também não diz: "Fora da verdade não há salvação", pois que esta máxima separaria em lugar de unir e perpetuaria os antagonismos.

Fonte:
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo XV
Fora da caridade não há salvação

sábado, 30 de janeiro de 2010

ANESPB lança edição de fevereiro de "Pensador"

CARLOS BARROS - PB
Editor e Redator Responsável

O destaque desta edição é a entrevista que nossa agência fez com Marcelo Henrique Pereira, assessor administrativo da ABRADE.

Sem contar com os artigos, as análises, os apontamentos críticos acerca da conduta e do comportamento de gente que "faz e acontece" no movimento tupiniquim.

"PENSADOR", a gazeta eletrônica da ANESPB, está do jeito que você gosta: com liberdade para expressar seu pensamento e debater, sem sofisma, suas matérias.

Leia, comente, recomende e imprima. Leitura no Adobe Reader 8 ou 9.

Colaboraram nesta edição: Octávio Caúmo (PB), Pedro Fonseca Vieira (MG), Beatriz Conceição (PB), Kiko Muniz (PB), Marcos Paterra (PB), Jayme Lobato (RJ), Carmem Barros (PB), José João Torres (DF), Saulo Rocha (PB), João Pascale (SP) e Néventon Vargas (PB).

Clique na figura acima para fazer o download ou vá na seção "Informativo Pensador" na barra de menus deste blog.