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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A alma existe. Importância dos Fenômenos Espíritas.


Por Sérgio Aleixo

Disse um físico brasileiro radicado no exterior: “Eu adoraria ter alma e, quando meu corpo pifasse, poder renascer em outro corpo. Histórias de espiritismo, de vida após a morte e as várias versões das religiões para isso são mecanismos que criamos para lidar com nosso problema mais fundamental, que é a mortalidade. Vários amigos espíritas dizem que a maneira científica de pensar o mundo é apenas uma. Existem outras. Usar a ciência para justificar a existência ou não da alma nunca vai dar certo”. E concluiu: “Hoje, a gente sabe que não tem alma e que o cérebro é um organismo extremamente complexo”.

Mas com fundamento em que se poderia dizer que hoje a gente “sabe” não ter alma? Com base nesta ciência que sequer provou seu materialismo? O físico declarou, porém, que usá-la para justificar a existência ou não da alma nunca vai dar certo. Então, as coisas não são exatamente deste modo para ele, porque está, sim, usando a ciência, ou o que aprendeu com ela, ou, pelo menos, a posição de que desfruta perante a mesma, para negar a existência da alma. Tudo não iria além da complexidade cerebral, de mecanismos que criamos para lidar com a mortalidade.

Todos têm direito à opinião. Entretanto, não é propriamente a ciência que nega a alma, mas a ciência oficializada por certa classe de cientistas. Outros, ao contrário, lhe afirmam a existência. Não se podem ignorar as pesquisas de Rhine, desde 1930, na Universidade de Duke. Evidenciaram definitivamente que o cérebro não explica a mente e que esta não é física, embora possa agir no mundo físico por vias não físicas (psigama e psikapa). Mesmo a supervivência da mente após a morte (psiteta) foi sustentada em Cambridge, Oxford e Londres, por Carington, Price e Soal e, na própria Duke, pelo casal Rhine e por Pratt. Idade de ouro da Parapsicologia!

Antes disso, contudo, baseando-se nas pesquisas etnológicas e antropológicas de Lang e Long, Bozzano, em seu livro Povos Primitivos e Manifestações Supranormais, estabeleceu a interessante tese de que a crença na sobrevivência à morte não teria surgido de esforços do pensamento abstrato, de pura indução, mas da mescla de fatos da experiência vital com fenômenos supranormais. À medida que ordenava estes fatos: imagens refletidas em espelhos d’água, sombras, ecos, a razão preenchia suas categorias prévias com os resultados de concomitantes experiências com aqueles fenômenos, muitos deles objetivos, sensoriais.

Na International Psychic Gazette de maio de 1930, Bozzano declarou: “[...] os fenômenos supranormais constituem um complexo admirável de provas anímicas e espiríticas, todas convergentes para um centro a favor da demonstração rigorosamente científica da existência e sobrevivência do espírito humano”.

Cerca de sessenta anos antes, o descobridor do tálio, do radiômetro e do tubo de raios catódicos, Sir Crookes, inferiu a existência da matéria radiante durante suas investigações da mediunidade da Srta. Florence Cook. Isto se deu, sim, graças às suas pesquisas com as materializações (fotografadas) do espírito Katie King ao longo de mais de três anos. Como disse oportunamente Denis, em O Além e a Sobrevivência do Ser: “Foi, pois, de um fato espírita que se originou uma série completa de descobertas, uma revolução no domínio da física e da química”. Sobre suas pesquisas, Crookes assegurou, já em 1917, na International Psychic Gazette: “É absolutamente verdadeiro que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro”.

Demais homens de ciência atingiram essa mesma convicção após a realização de minuciosos experimentos. Assim aconteceu ao naturalista Wallace, êmulo de Darwin, que publicou O Aspecto Científico do Sobrenatural; ao criminalista Lombroso, que escreveu Hipnotismo e Mediunidade; e ao astrônomo Zöllner, que editou Provas Científicas da Sobrevivência.

Também o descobridor do agente da raiva e do pênfigo agudo, discípulo de Pasteur e diretor do Instituto Bacteriológico de Nova Iorque, Dr. Gibier, no seu Análise das Coisas, foi categórico: “Podemos ter provas materiais da existência da alma”. E informou com desassombro: “Somente depois que observei o fenômeno de escrita direta pelo menos quinhentas vezes, foi que me decidi a publicar as minhas pesquisas”. Ao IV Congresso Internacional de Psicologia (Paris, 1900), Gibier dirigiu um precioso memorial contendo o relato de anos de suas pesquisas experimentais, de título As Materializações de Fantasmas, a penetrabilidade da matéria e outros fenômenos psíquicos.

No final do séc. 20, o Dr. Sabom, prof. de Cardiologia, relacionou 116 casos de estranhas experiências vividas por pacientes entre 1976 e 1981, no livro de rigorosa metodologia científica Recollection of death. Os insólitos fenômenos transcorreram, segundo ele, numa clara dissociação entre cérebro e espírito, sugerindo indubitavelmente a existência e sobrevivência da alma. São da mesma conclusão as casuísticas de Moody Jr., Kenneth Ring, George Ritchia, Elizabeth Kübler-Ross, Melvin Morse, etc.

Trata-se das “near death experiences”, ou experiências de morte aproximada, ou de quase morte. Após anestesia geral, coma e até morte clínica, muitos afirmam ter visto a si mesmos fora do corpo físico, dão conta dos procedimentos adotados na sala em que estavam e mesmo de fatos acontecidos longe dessas dependências. Não poucos conversaram com defuntos acerca de fatos do presente, do passado e do futuro. Os espíritos superiores, no entanto, já haviam instruído Allan Kardec neste assunto, dizendo-lhe no item 422-a do livro que lhes traz o nome: “(...) esse estado especial dos órgãos prova que no homem há alguma coisa mais do que o corpo, pois que, então, o corpo já não funciona e, no entanto, o espírito se mostra ativo”.

O mestre da psicologia analítica, Jung, afirmou certa feita numa entrevista à BBC de Londres: “Eu não acredito que a mente humana morra, porque está provado que a mente humana não conhece passado, nem presente nem futuro; contudo, se ela pode prever acontecimentos futuros, está acima do tempo, se está acima do tempo, não pode ficar trancafiada num corpo”. E disse também: “A plenitude da vida exige algo mais que um ser; necessita de um espírito, isto é, de um complexo independente e superior, único capaz de chamar à vida todas as possibilidades psíquicas que a consciência — ego — não poderá alcançar por si”.

Isto é o que resulta demonstrado pelas regressões de memória a vidas anteriores. Casuísticas minuciosamente documentadas como as de Banerjee, Stevenson, Drouot, Weiss, e outros, não podem ser ignoradas. Weiss foi contundente em A Cura Através da Terapia de Vidas Passadas, de 1996: “Não se trata de mera sugestão. De um modo geral não são pessoas crédulas ou sugestionáveis. Elas recordam — nomes, datas, geografia, detalhes. E depois que recordam ficam curadas. Talvez até mais importante que a cura de sintomas físicos e emocionais específicos seja o conhecimento de que não morremos junto com nossos corpos. Somos imortais. Sobrevivemos à morte física”. Drouot afirmou em Reencarnação e Imortalidade, de 1989: “Para mim, a exploração de vidas anteriores não é somente psicológica; ela é também, e sobretudo, espiritual”.

Contudo, nos Congressos Espíritas de 1889 e 1900 é que primeiramente se falou em regressões de memória a vidas anteriores ocorridas a espíritos reencarnados. Isto se deu mediante os trabalhos apresentados por Colavida, do Grupo de Estudos Psíquicos de Barcelona, e Marata, da União Espírita de Catalunha, como relatam Denis e Delanne, em O Problema do Ser, cap. XIV, e A Reencarnação, cap. VII.

Falei em regressões ocorridas a espíritos reencarnados porque, sobre tais regressões verificadas em um espírito desencarnado, Dr. Cailleux, existem dois artigos no Jornal de Estudos Psicológicos de Allan Kardec, a famosa Revista Espírita. (Cf. junho e julho de 1866.)

Os espíritos superiores, ao demais, afirmaram àquele que lhes codificou a sublime doutrina que viria o tempo em que disporíamos de meios “mais diretos e mais acessíveis” aos nossos “sentidos” nas comunicações com o além-túmulo, como se lê no n. 934 de O Livro dos Espíritos. E eis aí a Transcomunicação Instrumental. Contatos estabelecidos de maneira desafiadora se traduzem em numerosos acervos de som e imagem que não podem ser facilmente refutados, sobretudo pelas teses subliminares, pois eletrônicos não têm inconsciente.

Tudo isso só nos dá uma pequena medida do pioneirismo de Allan Kardec ao estabelecer em A Gênese, XIII, n. 9, de 1868: “Os fenômenos espíritas consistem nos diferentes modos de manifestação da alma ou espírito, quer durante a encarnação, quer no estado de erraticidade. É pelas manifestações que produz que a alma revela a sua existência, sua sobrevivência e sua individualidade; julga-se dela pelos seus efeitos; sendo natural a causa, o efeito também o é. São esses efeitos que constituem objeto especial das pesquisas e do estudo do Espiritismo, a fim de chegar-se a um conhecimento tão completo quanto possível, assim da natureza e dos atributos da alma, como das leis que regem o princípio espiritual”.

Portanto, qualquer adepto de cultura doutrinária espírita mediana identifica desde logo que declarações como a inicialmente ressaltada vêm de pessoas que quase tudo ignoram acerca dos fatos espíritas, sejam estes anímicos (do espírito durante a encarnação), sejam mediúnicos (do espírito no estado de erraticidade). Ante uma tão vasta documentação existente dentro e fora das universidades, os mais sensatos hesitam, mas nunca, nunca resolvem pela negação.

De mais a mais, os amigos espíritas do físico não o informaram bem do próprio Espiritismo. A doutrina não poderia propor jamais uma maneira de pensar o mundo alheia à ciência, porque o Espiritismo se estabeleceu a partir do avanço engendrado pelo progresso da própria ciência, a despeito de ser apenas a ciência de um dado estado de consciência.

Segundo Kardec em A Gênese, I, n. 16: “Assim como a ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do principio espiritual. Ora, como este último princípio é uma das forças da natureza, a reagir incessantemente sobre o principio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a ciência se completam reciprocamente; a ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a ciência, faltariam apoio e comprovação”.

Eu mesmo disse em O Que É Espiritismo, 1.2: “Uma avaliação correta do posicionamento de Allan Kardec indica seu rompimento com o reducionismo de um modelo materialista mecanicista de ciência, jamais com a finalidade da ciência em si, que é o conhecimento exato da realidade. O codificador, aliás, nunca deixou de insistir na cientificidade do Espiritismo. Kardec fixou a base científica da doutrina espírita como dimensão primeira da aliança da ciência e da religião, pulverizando a dicotomia entre razão e fé”.

Deste modo, a doutrina dos espíritos incorpora a si tudo quanto resulte demonstrado pela ciência e é também nos termos da ciência que a doutrina pensa o mundo; todavia, por uma necessidade lógica e também empírica, lhes adiciona o princípio espiritual, cuja existência, no dizer preciso de Kardec, o Espiritismo foi o primeiro a demonstrar por provas inconcussas, estudando-o, analisando-o e tornando-lhe evidente a ação.

Kardec constatou pessoalmente vários fenômenos, tais como: a tiptologia, ou linguagem de batidas das mesas girantes; a psicografia indireta, na qual o lápis era, por indicação dos espíritos, adaptado a uma cesta ou a outro objeto; a psicografia direta ou manual, em que o médium já retinha em suas próprias mãos o lápis, etc. Em casa da família Baudin, o codificador do Espiritismo chegou a formular perguntas às inteligências desencarnadas em vários idiomas desconhecidos das jovens médiuns; algumas vezes, ele até o fazia sem palavras, mentalmente, e ainda assim as respostas nasciam poliglotas, profundas e lógicas por debaixo da cesta, sobre os bordos da qual as meninas impunham suas mãozinhas adolescentes. Assim foi colhida boa parte dos ensinos de O Livro dos Espíritos, obra-base da doutrina espírita.

Quanto à psicografia direta ou manual, Kardec se reporta muito instigantemente à mudança radical das caligrafias de acordo com os espíritos comunicantes, que conservavam a mesma escrita quando voltavam a se manifestar. E mais! Assegurou o mestre com requinte de detalhe (O Livro dos Espíritos, Introdução, XII): “Tem-se verificado inúmeras vezes, sobretudo se se trata de pessoas mortas recentemente, que a escrita denota flagrante semelhança com a dessa pessoa em vida. Assinaturas se hão obtido de exatidão perfeita”.

Este tipo de fenômeno, aliás, pôde ser constatado aqui no Brasil. Francisco Cândido Xavier, em 22/07/1978, psicografou carta ditada pela Senhora Ilda Mascaro Saullo, italiana falecida em Roma a 20/12/1977. Como ressaltou o codificador, tratava-se de pessoa morta recentemente. Neste caso, porém, havia um complicador: a mensagem veio no idioma da defunta, o italiano, ignorado pelo médium. Pois bem! Titular de Identificação Datiloscópica e Grafotécnica do Departamento de Patologia, Legislação e Deontologia da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, o Prof. Carlos Augusto Perandréa lançou A Psicografia à Luz da Grafoscopia, no qual atesta: “A mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier em 22 de julho de 1978, atribuída a Ilda Mascaro Saullo, contém, conforme demonstração fotográfica, em número e em qualidade, consideráveis e irrefutáveis características de gênese gráfica suficientes para revelação e identificação de Ilda Mascaro Saullo como autora da mensagem questionada”.

Também no livro A Vida Triunfa, de Paulo Rossi Severino e Equipe da Associação Médico-Espírita de São Paulo, os interessados poderão encontrar vasto material de pesquisa acerca de 45 cartas-mensagem recebidas por Chico Xavier, as quais em tudo se mostram da autoria dos mortos comunicantes, seja pela forma, seja pelo conteúdo, inegavelmente mediúnicos.

Como disse Denis, em No Invisível: “Quando se possui alguma experiência dos fenômenos psíquicos fica-se pasmado ante a penúria de raciocínio dos críticos científicos do Espiritismo. Escolhem eles sempre, na multidão dos fatos, alguns casos que se aproximem de suas teorias e silenciam cuidadosamente de todos os inúmeros que as contradizem. Será esse procedimento realmente digno de verdadeiros sábios?”.

E físico por físico, termino citando novamente Drouot, Ph.D. em Física Teórica pela Universidade de Columbia, que afirmou no seu livro Nós Somos Todos Imortais, de 1986: “A física de hoje coloca o problema das relações entre nossa matéria e nosso espírito. E a única verdadeira física será a que conseguir um dia integrar o homem total em sua representação coerente do mundo”.

Fonte: Blog Ensaios da Hora Extrema - http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com.br/2012/11/a-alma-existe-importancia-dos-fenomenos.html?spref=fb

domingo, 2 de setembro de 2012

É uma grande pretensão

Por Octávio Caúmo Serrano

A emissora de televisão mais poderosa do Brasil, uma das maiores do mundo, continua com falta de imaginação para inovar em sua programação.

No seu principal programa de domingo, no horário mais do que nobre, criou um quadro que desafia assuntos espirituais, com a pretensão de provar a inexistência dos fenômenos dessa natureza, absolutamente comuns e aceitos nos dias atuais.

Inúmeros trabalhadores noturnos de teatros famosos declaram que já ouviram e viram concertos protagonizados por artistas de fama, durante o silêncio das madrugadas.

Em todas as câmaras, assembleias, incluindo o Congresso Nacional, os zeladores e vigias afirmam que as sessões se realizam naturalmente com os “mortos” na tribuna, fazendo os mesmos conchavos e mantendo as mesmas posições antagônicas que se verificavam quando estavam encarnados. Fizeram isso a vida inteira e continuam porque não sabem fazer outra coisa.

O que nos surpreende é que os produtores de televisão na ânsia de conquistar audiência canalizem suas ideias exatamente para o campo onde o público demonstra mais curiosidade: os fenômenos mediúnicos, também chamados, fenômenos espíritas ou espirituais.

Juntam um apresentador leigo um mágico e alguns “cientistas” para comprovar a farsa das aparições de fantasmas – espíritos desencarnados – com base nas suas câmeras de fotografar apenas corpos materiais ou com base em leis da física, anulando qualquer possibilidade de existência de algo desconhecido da ciência mediana e limitada dos nossos tempos. Nunca ouviram falar de Semyon Kirlian e sua câmera especial.

Certo que determinados  ruídos podem ser produzidos pela contração e dilatação de materiais sólidos e nas casas de madeira isto se verifica comumente. A comprovação de uma lei da física não pode anular, necessariamente, a atuação de uma lei espiritual, ou mesmo física além do conhecimento trivial, porque o homem está descobrindo algo novo todos os dias.

Essa mesma ciência que afirma a inexistência dos fenômenos psíquicos, já garantiu que a Terra era plana e depois que ela era o centro do universo. Com o passar do tempo a ciência, por vezes na figura da igreja, teve de se desculpar diante da sociedade. Mas como eles têm memória fraca, continuam sem aprender e permanecem como donos da verdade. Se até Einstein admitiu que a ciência é limitada e que ele descobriu Deus numa equação, que são alguns leigos para negar assuntos que estão muito acima dos seus mui limitados conhecimentos?

Fica clara a necessidade comercial e a intenção definida de criar polêmica para agradar os dois lados. Depois que terminar a série, sem que cheguem a qualquer conclusão, porque essa não é a principal intenção, eles tratarão de inventar outra, mas sempre na mesma linha porque é o que está dando audiência neste momento. Vide o que acontece com as novelas. Todas tem um fantasminha animando a trama. E como vende horário!

Jornal O Clarim - setembro de 2012

sexta-feira, 9 de março de 2012

El Espiritu del Viento


Por Riviane Damásio

¿Quien nunca se vio envuelto  en dudas sobre situaciones que atacan a las experiencias espirituales? Sueños inusitados  con colores y tonos diferentes de los habituales  donde reencontramos personas especiales que ya hicieron el trayecto de vuelta  al mundo espiritual o aun mismo con personas desconocidas que intrigaron nuestra  imaginación… sueños históricos, donde Vivenciamos episodios inusitados  y detallados de otras realidades  que están fura de  la nuestra…

El inesperado viene  muchas veces en el momento de vigilia, aquel realce de la visión de algo que paso y parece haber dejado un rastro de luz, un olor agradable en el aire, la percepción  de frío a pesar de las ventanas están cerradas.

Encontrar aquella persona que no vemos hace años y sobre la cual hablamos el día anterior o acabamos de pensar, también salió de nuestra imaginación o de nuestra curiosidad.

Descifrar algo que no está catalogado en Google, ni tiene respaldo de ningún medio científico, siempre nos cataloga en la categoría  de mera credulidad supersticiosa y laicos.

Más, en esta balanza donde de un lado pende la materia y del otro el espíritu, usar el contrapeso de la razón es siempre prudente, aun mismo que esta racionalidad  nos empuje para caminos convencionales.

El primer deber de casa es el de derrumbar las paredes que construimos con ladrillos frágiles de la credulidad y substituir los aliciente que vengan al encuentro de nuestra inteligencia, que a pesar de ser limitada por la inmensidad de lo desconocido, sigue siendo el norte saludable de nuestra condición humana.

Sabemos que nuestra mente es poderosa, más no tenemos dones o súper poderes, podemos si, condensar  vivencias, deseos, conocimientos olvidados en nuestro inconsciente y todo esto puede ser revertido en sueños inusitados, editados por nuestra mente  tan creativa como la de aquel roble de Unidos de la Tijuca. Y tal o cual publico de una escuela de samba, nos sorprendemos con las creaciones formidables de este carnavalesco emocional llamado mente, que tantas veces convierte nuestros deseos o nuestros miedos  en fantasías, sueños, visiones tan reales que las dudas  en cuanto a su autenticidad o realidad serian un pecado (como si no hubiese pecados  y también no fuesen fruto de nuestras fantasías y temores)

¡Ahhh! Pero no todas las partes pueden ser acreditado en el cerebro! Inocente  tan a menudo cuando el verdadero culpable es el viento que trae olores familiares o inusuales. El viento, es culpable  corre rápido llevando consigo las pruebas del crimen, cargándolas como las trajo, silencioso y transparente.

¿Nuestra mente, el viento… y donde está  el fenómeno espiritual? ¿La Verdad del espiritismo? ¿Eso nos dice que el mundo espiritual está aquí a nuestro lado, como una dimensión que no vemos que no hizo todo en rojo, es decir, necesario para su percepción?La que nos informa que los hombres desencarnados se deslizan  a nuestro alrededor, cargados de sus pasiones carnales? ¿Aquella que vislumbra  que los espíritus  pueden susurrar  en nuestros oídos sus consejos y verdades conforme su grado de evolución?  ¿La que casi nos sorprende  cuando nos informa que ellos pueden hacerse visibles si es necesario, aun mismo que nuestros ojos no hayan sido preparados  para ver o nuestros oídos para oír, avanzando por las fronteras de nuestra ignorancia.

Frágil, insegura, subversible es la línea que separa lo real de lo imaginario. Si, porque no tenga duda de que el mundo espiritual es real  y que las orientaciones fundamentadas en la Doctrina Espirita  son autenticas y apoyadas en la fe razonada, fe esta que clama  a nuestra razón cada vez que dudamos, que oscilamos  en nuestras incertezas en la balanza donde oscila  la creencia ciega y la realidad, realidad no menos maravillosa y espectacular, pues nos permite experimentar el espectáculo de ser espíritus  encarnados, "Evolucionando", los responsables de nosotros mismos y nuestro futuro infinito.

Sopla por aquí un viento silencioso que trae el olor de la lluvia, mientras que el sol tórrido quema las telas en la pared… Una curiosa mirada se centra en la ventana y el fenómeno se manifiesta en el jardinero, en el  edificio de al lado, mojando el jardín. El verdadero espíritu del viento.  Y la fe sigue ardiendo en el interior, fortalecido por la verdad, siempre...

Tradução: Mercedes Cruz

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O Espírito do Vento


Por Riviane Damásio

Quem nunca se viu as voltas em dúvidas sobre situações que remetem a experiências espirituais? Sonhos inusitados com cores e tons diferentes dos habituais onde reencontramos pessoas especiais que já fizeram o trajeto de volta ao mundo espiritual ou mesmo com pessoas desconhecidas que intrigaram nossa imaginação...sonhos históricos, onde vivenciamos episódios inusitados e detalhados de outras realidades que fogem à nossa...

O inesperado muitas vezes vem no momento de vigília, naquele relance de visão de algo que passou e parece ter deixado um rastro de luz, um cheiro gostoso no ar, um frio gelado apesar das janelas estarem fechadas.

Encontrar aquela pessoa que não vemos há anos e sobre a qual falamos no dia anterior ou acabamos de pensar, também sacode nosso imaginário ou nossa curiosidade.

Decifrar algo que não está catalogado no Google, nem tem o respaldo de nenhum meio científico, sempre nos cataloga na categoria de meros crédulos leigos e supersticiosos.

Mas, nesta balança onde de um lado pende a matéria e do outro o espírito, usar o contrapeso da razão é sempre prudente, mesmo que esta racionalidade nos empurre para caminhos não convencionais.

O primeiro dever de casa é o de derrubar as paredes que construímos com tijolos frágeis da credulidade e substituí-los por alicerces que venham ao encontro de nossa inteligência, que apesar de limitada pela vastidão do desconhecido, ainda é o norte saudável da nossa condição humana.

Sabemos que nossa mente é poderosa, mas não temos dons ou superpoderes, podemos sim, condensar vivências, desejos, conhecimentos esquecidos em nosso inconsciente e tudo isto pode ser revertido em sonhos inusitados, editados por nossa mente tão criativa quanto a daquele carvalesco da Unidos da Tijuca. E tal qual o público de uma escola de samba, nos surpreendemos com as criações formidáveis deste carnavalesco emocional chamado mente, que tantas vezes converte nossos desejos ou nossos medos em fantasias, sonhos, visões tão reais que as dúvidas quanto a sua autenticidade ou realidade seriam pecado (se pecados existissem e também não fossem fruto de nossas fantasias e temores).

Ahhh! Mas nem todas as peças podem ser creditadas ao cérebro! Inocente tantas vezes quando o real culpado é o vento que trás cheiros familiares ou inusitados. O vento, este culpado que corre rápido levando consigo as provas do crime, carregando-as como as trouxe, silencioso e transparente.

Nossa mente, o vento...e onde fica o fenômeno espiritual? A verdade do Espiritismo? Aquela que nos diz que o mundo espiritual está aqui do nosso lado, tal qual uma dimensão que não enxergamos por não termos todos, enquanto encarnado, o sentido necessário à sua percepção? A que nos informa que os homens desencarnados deslizam ao nosso redor, arraigados às suas paixões carnais? Aquela que nos vislumbra que os espíritos podem sussurrar aos nossos ouvidos seus conselhos e verdades condizentes com seus graus de evolução? A que nos quase surpreende quando informa que os eles podem se fazer visíveis se necessário, mesmo que nossos olhos não tenham sido preparados para ver ou nossos ouvidos para ouvir, avançando pelas fronteiras da nossa ignorância.

Frágil, insegura, subversível é a linha que separa o real do imaginário. Sim, porque não tenha dúvida de que o mundo espiritual é real e que as orientações fundamentadas na Doutrina Espírita são autênticas e apoiadas na fé racionada, fé esta que clama à nossa razão a cada vez que duvidamos, que oscilamos nossas incertezas na balança onde oscila a crendice cega e a realidade, realidade não menos maravilhosa e espetacular, pois nos permite experienciar o espetáculo de estarmos espíritos encarnados, “evoluintes”, fazedores de nós mesmos e de nosso amanhã infinito.

Sopra por aqui um vento silencioso que trás cheiro de chuva, enquanto um sol tórrido queima as telas na parede... Um olhar curioso se debruça sobre a janela e o fenômeno se revela no jardineiro do prédio ao lado, molhando o jardim. É o verdadeiro espírito do vento. E a fé continua queimando do lado de dentro, fortificada pela verdade, sempre...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

As Irmãs Fox

Por Arthur Conan Doyle

No mês de março de 1848, aconteceram, no pequeno povoado de Hydesville, nos Estados Unidos da América do Norte, os primeiros fenômenos espíritas dos tempos modernos, o que representou o prelúdio do advento da Doutrina Espírita, consumado com a Codificação Kardequiana.

Hydesville é um pequeno povoado típico do Estado de New York e, quando da ocorrência desses fenômenos, contava com um pequeno número de casas de madeira, do tipo mais simples. Numa dessas cabanas, habitava a família de John D. Fox, composta dos pais e vários filhos, dentre outros Margareth, de quatorze anos, Kate de onze anos, além de Leah, que residia noutra cidade.

A família Fox havia passado a morar nessa casa no dia 11 de dezembro de 1847. Algum tempo após essa mudança, seus ocupantes passaram a ouvir arranhões, ruídos insólitos e pancadas, vibradas no forro da sala, no assoalho, nas paredes e nos móveis, os quais passaram a constituir verdadeira preocupação para aquela humilde família.

Todos ficaram abalados com os acontecimentos. Numa semana a senhora Fox ficou grisalha. E, como tudo sugeria que os fenômenos estivessem ligados às duas meninas, Margareth e Kate, estas foram afastadas de casa. Mas, em casa do seu irmão, David Fox, para sonde foi Margareth, e na casa de sua Irmã Leah, cujo nome de casada era Sra. Fish, em Rochester, onde Kate ficou hospedada, os mesmos ruídos se fizeram ouvir. Esforços inauditos foram dispendidos para que o público ignorasse essas manifestações; logo, porém, elas se tornaram conhecidas. Leah, a irmã mais velha, teve que interromper as aulas de música, pois, passando também a ser intermediária dos fenômenos, embora em menor escala, foi levada a não continuar com as lições.

Os fenômenos se produziam com tal intensidade que, da casa das irmãs Fox, passaram a ser ouvidos na residência do Rev. A.H. Jervis, ministro metodista residente em Rochester. Logo, após, eles também se fizeram sentir na residência do Diácono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester.

Na noite de 31 de março de 1848, descobriu-se um meio de entrar em contato com a entidade espiritual que produzia os fenômenos. A filha menor do casal, Kate, disse, batendo palmas: Sr. Pé Rachado, faça o que eu faço. De forma imediata, repetiram-se as palmadas. Quando ela parou, o som também parou em seguida. Em face daquela resposta, Margareth, então, disse, brincando: "Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro, e bateu palmas." O que ela havia solicitado foi repetido com incrível exatidão. Kate, adiantando-se, disse, na sua simplicidade infantil: "Oh! mamãe! eu já sei o que é. Amanhã é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira."

A senhora Fox lembrou-se, então, de fazer uma tentativa concludente: solicitou à entidade que desse as idades de todos os seus filhos, o que foi feito com notável precisão.

Havia-se estabelecido, desta forma, um sistema de comunicação com o mundo espiritual. Criou-se um alfabeto convencional, por meio de pancadas e, por intermédio desse sistema bastante rudimentar, descobriu-se que o Espírito comunicante era um antigo vendedor ambulante de nome Charles Rosna, que, daquele modo, procurava revelar a sua presença e entrar em contato com as pessoas da casa. O indivíduo portador desse nome fora, anos antes, assassinado na casa de Hydesville, na qual, sem o saber, viera posteriormente residir a família Fox. O assassinado revelou que havia sido morto com uma faca de açougueiro, cinco anos antes; que o corpo tinha sido levado para a adega; que só na noite seguinte é que havia sido sepultado; tinha passado pela despensa, descido a escada, e enterrado a três metros aproximadamente do solo. Adiantou, também, que o móvel do crime fora o dinheiro que possuía, cerca de quinhentos dólares.

Na noite de 1.° de abril, começaram a escavar o solo na adega, atingindo um lençol de água. Procedendo-se a nova pesquisa no verão do mesmo ano, foram descobertos uma tábua, carvão e cal, cabelos e ossos humanos, entretanto, somente no dia 22 de novembro de 1904, com a queda de uma parede, descobriu-se o esqueleto. Também foi achado um baú que pertenceu ao mascate.

Após estabelecer esse sistema de intercâmbio com o mundo espiritual, de que os fatos narrados foram apenas o prelúdio, outras entidades espirituais entraram a manifestar-se, fazendo entre outras a revelação de que as duas filhas de John Fox — Margareth e Kate — eram médiuns, por cuja inconsciente e involuntária intervenção se produziram os fenômenos. A elas estava reservada a missão de cooperar no importante movimento de idéias o qual, por semelhante forma, não tardaria a atrair a atenção do mundo.

Os acontecimentos tiveram inusitada repercussão em Hydesville, em Rochester, e em outras cidades circunvizinhas.

Ao transferir a sua residência para Rochester, a família de John Fox deparou com o primeiro óbice: o pastor da igreja, a que pertenciam, intimou as meninas, sob pena de expulsão, a abjurarem tais práticas. Essa imposição foi repelida pelas irmãs Fox e, por isso, elas foram expulsas daquela comunidade religiosa.

Surgiram, posteriormente, as comissões nomeadas para averiguarem a veracidade dos fenômenos e se pronunciarem acerca da sua natureza. A primeira, depois de longa e minuciosa pesquisa, concluiu por reconhecer a veracidade da intervenção espiritual, na produção dos fatos que o público se obstinava em atribuir a artifício daquelas humildes meninas sem considerar que nisso não havia para elas interesse algum. A segunda comissão foi nomeada, chegando ao mesmo resultado, com desapontamento para todos.

Nomearam por fim uma terceira comissão, composta de pessoas notáveis e insuspeitas e, quando terminou ela o seu rigoroso inquérito, grande parte da população de Rochester se reuniu no maior salão da cidade, conhecido por Corinthian Hall, com o fito de ouvir o resultado.

Deu-se, então, um fato incrível: como a conclusão a que haviam chegado os membros da comissão, confirmava, definitivamente, as pesquisas anteriores, o público, indignado pelo que teimava em ser uma burla por parte das jovens médiuns, que, ao lado de seus pais, aguardavam serenamente o veredicto, levantou-se em atitude hostil e, numa onda ululante, pretendeu invadir o recinto, com o intuito de massacrá-las. Foi necessária a pronta intervenção do venerando quaker George Willets, para evitar aquele linchamento. Willets chegou ao extremo de dizer que, se quisessem matar as meninas, os fanáticos teriam que passar sobre o seu cadáver.

As meninas sofreram nas mãos dos investigadores. No decurso das pesquisas, das comissões, que também tinham algumas senhoras entre os seus membros, estas despiram as meninas, submetendo-as a investigações brutais e aflitivas. Seus vestidos foram amarrados, apertados nos corpos, e elas colocadas sobre vidros e outros isolantes. A comissão se viu obrigada a referir que, Quando elas se achavam de pé sobre as almofadas, com um lenço amarrado à borda dos seus vestidos, amarradas pelas cadeiras, todos nós ouvimos as batidas distintas nas paredes, no assoalho e em outros objetos". Por fim, essa comissão declarou, enfaticamente, que as suas perguntas, das quais algumas feitas mentalmente, tinham sido respondidas corretamente.

As perseguições sofridas pelas irmãs Fox foram inenarráveis. Um jornal denominado Rochester Democrat havia tirado uma edição com a manchete "Exposição Completa da Mistificação das Batidas". O resultado das pesquisas obrigou o seu editor a sustar a distribuição do jornal.

Um dos pesquisadores afirmou que, senão se descobrisse qualquer fraude, ia atirar-se nas Cataratas do Genesse. Ele teve que mudar de opinião em sua afirmação.

Em 1850, foram recebidas em duas salas separadas, em Rochester, duas mensagens simultâneas, do Espírito de Benjamim Franklin, cujo teor era o seguinte:

"Haverá grandes mudanças no século dezenove. Coisas que, atualmente, parecem obscuras e misteriosas, para vós, tornar-se-ão claras aos vossos olhos. Os mistérios vão ser revelados. O mundo será esclarecido."

Fonte: A História do Espiritismo

domingo, 6 de março de 2011

Fenómenos Espiritas Y Suas Consecuencias Filosóficas

Por Cairbar Schutel

Clique aqui para a versão em português.

Los hechos espiritas se manifiestan, hoy, en todas partes, ellos constituyen una voz que parte de todos los puntos del globo y repercute, de lado a lado, despertando al hombre de la letárgica y animándolo a marchar, con valentía, por el camino de la espiritualidad que conduce a la Vida Eterna. Se puede decir que no hay una sola ciudad del mundo, una sola aldea, aun en los más lejos rincones del planeta, en que manifestaciones extraordinarias no se hayan verificado, con la admiración de unos, y mala voluntad y repulsa de otros. En los medios humildes, como en la alta sociedad, en las zonas científicas, como entre los elementos clericales, los fenómenos espiritas de carácter ostensivo constituyen la gran luz que viene a iluminar a los hombres el puerto de salvación. Ho hay una sola familia que no cuente un hecho “anormal” que le haya ocurrido.

Eso viene a probar que los fenómenos espiritas tienen un carácter verdaderamente providencial. Y no se puede explicar de otro modo esos hechos ostensivos, espontáneos, independientes de toda voluntad humana y de todos los poderes terrestres, hechos, digamos de paso, que señalan una inteligencia superior a las inteligencias de la tierra, llena de presión, de concisión y altamente científica.

Quien lea con atención los relatos de materializaciones, de manifestaciones, de aportes, de fotografías, testimoniadas por hombres como William Crookes, Russel Wallace, Oliver Lodge, Paul Gibier, César Lombroso, Ernesto Bozzano y cientos de otros sabios de responsabilidad moral y científica, que no puede negar el gran valor moral y científico de esas manifestaciones, fenómenos tan trascendentes que todos esos sabios unidos – físicos, químicos, fisiólogos, anatomistas, etc., son incapaces de producirlos en su mínima parte.

¿En vista de eso podrán esos hechos ser recibidos como ocurrencias simplemente anormales, sin una causa maestra que tiene intenciones superiores, determinativas para un fin moral y de alta relevancia espiritual?

Ciertamente no se puede concluir que un efecto inteligente deje de tener, a su vez, una causa inteligente y una intención cualquiera, digna de nuestra observación, de nuestro estudio y de nuestra meditación. Todos los fenómenos de la vida actual, aun los más rudimentarios, tienen una causa y un objetivo, como verificamos en la vida de los seres que pueblan nuestro mundo. No se enciende una luz sin que un factor no se mueva, un intermediario no aparezca y no se vea el fin para el cual esa luz se destina.

La fenomenología espirita, verificada en todas las épocas y en todos los países, por todas las generaciones que vivieron en este mundo, ha sido, en todos los tiempos, el principio básico de la fe que dignifica al ser humano.

Antiguamente, debido a la deficiencia de la inteligencia para juzgar las cosas espirituales, ella fue dirigida para la clase de cosas sobrenaturales , y los “expertos” que tomaron para sí la misión de guiar a los hombres la guardaron en la “urna de los milagros” para, más cómodamente, mantener su dominio sobre las masas.

Los filósofos y los sabios, asignado a una psicología retardada que había cristalizado todos sus métodos de enseñanza, no pudieron comprender el alcance de esos hechos que solo eran recibidos, religiosamente, por los hijos del pueblo.

Explorando la obra de los estudios fisiológicos, aunque desde tiempos pasados los fenómenos psíquicos tuviesen larga extensión, quedamos con la oscuridad sobre la existencia o no existencia del alma, lo que prueba que la antigua psicología no ofrecía a los sabios de entonces los elementos precisos para la resolución del mayor de todos los problemas que debe resolver la suerte del destino humano.

Fue preciso que nuevas mentalidades viniesen a desbravar el campo del Animismo, obligando, después, a las barreras de lo sobrenatural y del misterio, para que la luz irradiase en los horizontes, y un nuevo método de estudio de esa creación de la Psicología Experimental, que extendió su área a las regiones inexploradas del alma humana, en esta fase de la vida, alargando su acción al mundo ultrasensible que nos rodea y para donde tendremos que ir.

Y, de ese estudio experimental, se llegó a la conclusión de las intenciones morales y científicas de los fenómenos psíquicos, base fundamental del Animismo y del Espiritismo, que se hallan en intima ligación con todas las ciencias, dándoles un cuño superior de progreso, completándolas con las nuevas verdades que vienen a quitarles las dificultades en las que se hallan, para resolver ciertos problemas, cuya oscuridad veda su acción progresiva en la perfección de las gentes, en la evolución de todos los conocimientos que deben constituir y proporcionar el bienestar de los pueblos. Ofreciendo a todos las insignias inconfundibles de alta Moral Cristiana, con todas las Enseñanzas filosóficas de su Instituidor, los fenómenos espiritas, parte integrante de la Revelación sobre la cual Jesús dijo haber fundado su Iglesia, son, de hecho, las demostraciones claras, legibles y palpables de la Inmortalidad, única base verdadera de Fe, de Amor y de Sabiduría.

Sin los hechos, no hay religión, ni ciencia que pueda prevalecer. A la química se pide reacciones; a las matemáticas, números, leyes de equilibrio. Para merecer el nombre de ciencia, es preciso que se demuestre esta o aquella con pruebas positivas.

Los fenómenos psíquicos, no hay, absolutamente, duda, echan mano de la luz que ilumina la verdad que salva. Solo por ellos, nos podemos convencer de la sobrevivencia espiritual, ósea, de la sobrevivencia individual y, consecuentemente, de nuestros deberes para con nuestros semejantes y para con Dios.

Las consecuencias filosóficas de los hechos espiritas nos traen, como contribución de progreso y bienestar, leyes olvidadas por los hombres y destinadas a establecer en la Tierra el reinado de la Fraternidad, bajo la Paternidad de Dios.

No quieran nuestros adversarios desviar los objetivos de la Fenomenología Espirita, atribuyéndoles teorías malsanas que no sean coherentes con sus hechos.

Acuérdense bien que todas las teorías aventadas para dar explicaciones de los fenómenos caerán por tierra por insostenibles.

“Los hechos son persistentes” – como dijo el Profesor. Lombroso y, cara a los hechos, el investigador perspicaz e inteligente ha de verificarlos de naturaleza anímica y de naturaleza espirita, más, sean unos o sean otros, ninguna explicación pueden tener, sin la existencia del alma y de su sobrevivencia a la muerte del cuerpo carnal. Esa es la verdad que nadie, con buenos fundamentos, osara contestar.

Traducido por M. C. R.
Publicado en RIE en julio de 1934

sábado, 5 de março de 2011

Fenômenos espíritas e suas consequências filosóficas

Por Cairbar Schutel

Os fatos espíritas manifestam-se, hoje, em toda a parte; eles constituem uma voz que parte de todos os pontos do globo e repercute, de quebrada em quebrada, despertando o homem da letargia e animando-o a marchar, desassombradamente, pela estrada da espiritualidade que conduz à Vida Eterna. Pode-se dizer que não há uma só cidade do mundo, uma só aldeia, ainda nos mais longínquos recantos do planeta, em que manifestações extraordinárias não sejam verificadas, com a admiração de uns, e má vontade e repulsa de outros. Nos meios humildes, como na alta sociedade, nas zonas científicas, como entre os elementos clericais, os fenômenos espíritas de caráter ostensivo se constituíram a grande luz que vem iluminar aos homens o porto de salvamento. Não há uma só família que não conte um fato “extranormal” com ela ocorrido.

Isso vem nos provar que os fenômenos espíritas têm um caráter verdadeiramente providencial. E nem de outro modo pode-se ver esses fatos ostensivos, espontâneos, independentes de toda a vontade humana e de todos os poderes terrestres, fatos, digamos de passagem, que assinalam uma inteligência superior às inteligências da terra, cheia de previsão, de concisão e altamente científica.

Quem ler com atenção os relatos das sessões de materializações, de moldagens, de apports, de fotografias, testemunhadas por homens como William Crookes, Russel Wallace, Oliver Lodge, Paul Gibier, César Lombroso, Ernesto Bozzano e centenas de outros sábios de responsabilidade moral e científica, não pode negar o grande valor moral e científico dessas manifestações, fenômenos tão transcendentes que todos esses sábios unidos – físicos, químicos, fisiologistas, anatomistas, etc., são incapazes de os reproduzir em sua mínima parte.

Em vista disso, poderão esses fatos serem recebidos como ocorrências simplesmente anormais, sem uma causa-mestre que tem intuitos superiores, determinativos a um fim moral e de alta relevância espiritual?

Certamente não se pode concluir que um efeito inteligente deixe de ter, a seu turno, uma causa inteligente e um intuito qualquer, digno da nossa observação, do nosso estudo e da nossa meditação. Todos os fenômenos da vida intelectual, ainda os mais rudimentares, têm uma causa e um objetivo, como verificamos na vida dos seres que povoam o nosso mundo. Não se acende uma luz sem que um fator não se mova, um intermediário não apareça e não se veja o fim a que aquela luz se destina.

A fenomenologia espírita, verificada em todas as épocas e em todos os países, por todas as gerações que viveram neste mundo, tem sido, em todos os tempos, o princípio básico da fé que dignifica o ser humano.

Antigamente, devido à deficiência da inteligência para julgar as coisas espirituais, ela foi atirada para a classe das coisas sobrenaturais, e os “espertos” que tomaram a si a missão de guiar os homens guardaram-na na “urna dos milagres” para, mais comodamente, manterem o seu domínio sobre as massas.

Os filósofos e os sábios, adstritos a uma psicologia retardatária que havia cristalizado todos os seus métodos de ensino, não puderam compreender o alcance desses fatos que só eram recebidos, religiosamente, pelos filhos do povo.

Percorrendo a obra dos estudos fisiológicos, embora desde tempos idos os fenômenos psíquicos tivessem larga extensão, ficamos na obscuridade sobre a existência ou não existência da alma, o que prova que a antiga psicologia não fornecia aos sábios de então os elementos precisos para a resolução do maior de todos os problemas que deve resolver a sorte do destino humano.

Foi preciso que novas mentalidades viessem desbravar o campo do Animismo, forçando, depois, as barreiras do sobrenatural e do mistério, para que a luz raiasse nos horizontes, e um novo método de estudo desse criação à Psicologia Experimental, que estendeu a sua área às regiões inexploradas da alma humana, nesta fase da vida, alongando a sua ação ao mundo ultrassensível que nos rodeia e para onde teremos que ir.

E, desse estudo experimental, chegou-se à conclusão dos intuitos morais e científicos dos fenômenos psíquicos, base fundamental do Animismo e do Espiritismo, que se acham em íntima ligação com todas as ciências, dando-lhes um cunho superior de progresso, completando-as com as novas verdades que vêm tirá-las das dificuldades em que se acham, para resolverem certos problemas, cuja obscuridade veda a sua ação progressiva na perfeição das gentes, na evolução de todos os conhecimentos que devem constituir e proporcionar o bem-estar dos povos. Oferecendo a todos as insígnias inconfundíveis da alta Moral Cristã, com todos os Ensinos filosóficos do seu Instituidor, os fenômenos espíritas, parte integrante da Revelação sobre a qual Jesus disse haver fundado a sua Igreja, são, de fato, as demonstrações claras, legíveis e palpáveis da Imortalidade, única base verdadeira da Fé, do Amor e da Sabedoria.

Sem os fatos, não há religião, nem ciência que possa prevalecer. À química se pede reações; à matemática, números; à física, leis de equilíbrio. Para merecer o nome de ciência, é preciso que se demonstre esta ou aquela com provas positivas.

Os fenômenos psíquicos, não há, absolutamente, dúvida, trazem à destra a luz que ilumina e a verdade que salva. Só por eles, podemo-nos convencer da sobrevivência espiritual, ou seja, da sobrevivência individual e, consequentemente, dos nossos deveres para com os nossos semelhantes e para com Deus.

As consequências filosóficas dos fatos espíritas trazem-nos, como contribuição de progresso e bem-estar, leis olvidadas pelos homens e destinadas a estabelecerem na Terra o reinado da Fraternidade, sob a Paternidade de Deus.

Não queiram os nossos adversários transviar os objetivos da Fenomenologia Espírita, atribuindo-lhes teorias malsãs que não se coadunam com os seus fatos. Lembre-se bem de que todas as teorias aventadas para darem explicações dos fenômenos caíram por terra por insustentáveis.

“Os fatos são persistentes” – como disse o Prof. Lombroso e, em face dos fatos, o investigador perspicaz e inteligente há de verificá-los de natureza anímica e de natureza espírita, mas, sejam uns ou sejam outros, nenhuma explicação eles podem ter, sem a existência da alma e sua sobrevivência à morte do corpo carnal. Essa é a verdade que ninguém, com bons fundamentos, ousará contestar.

Publicado na RIE em julho de 1934

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Antevisão de Kardec

Por Amílcar Del Chiaro Filho

Allan Kardec afirmou que a descoberta do mundo dos espíritos era mais importante do que a descoberta das Américas, pois, nem todos viajariam para o Novo Mundo, em contrapartida todos viajarão para o mundo espírita, porque a morte é inerente ao ser humano.

Ao assistir pela primeira vez fenômenos mediúnicos na residência da Sra. Planamaison, ele analisou demoradamente, e concluiu que uma nova era começava para a humanidade. Era a antevisão de alguém com um profundo bom senso.

Os fenômenos assistidos por ele, eram bizarros, estranhos. Eram mesas que giravam, dançavam, batiam com um pé no chão, e respondiam perguntas, adivinhavam pensamentos.

Pouco depois, ele vê fenômenos de uma ordem mais elevada, a psicografia, embora indireta, ou seja, com o lápis atravessando o fundo de uma cestinha de vime, equilibrada em suas bordas pelas mãos de duas meninas, Julie e Caroline Baudin.

Daí para frente a mediunidade entrava numa nova fase, deixando definitivamente os arraiais da superstição, do maravilhoso e do sobrenatural. Uma das primeiras e importantes descobertas de Allan Kardec, foi constatar que o mundo espiritual é habitado por espíritos de todas as categorias, que viveram como homens na Terra, e o seu saber é limitado ao seu adiantamento.

Todos eles podem se comunicar com os homens, portanto, é preciso estar prevenido contra as mentiras, os embustes, e as maldades, assim também, com os pseudo-sábios. Kardec não poupou esforços para advertir, sobre essas peculiaridades, a todos aqueles que lidam com espíritos.

Ele fez mais do que isso: como os espíritos podem influenciar os homens através do pensamento, Kardec advertiu para que cuidássemos da qualidade dos nossos pensamentos habituais, para que não houvesse a ligação com mentes maldosas, depravadas ou ociosas.

Para isso ele construiu de forma didática, a Escala Espírita, esclarecendo o tipo de influências dos espíritos, de acordo com a sua categoria. Aprendemos com Kardec que os espíritos estão por toda a parte.

Acotovelam-nos constantemente, pois estão em nossas casas, nas ruas, nas calçadas, nas lojas, nas casas de diversões, não raro, em conluio com as mentes humanas, ou em agrupamentos espirituais no espaço, onde criam organizações, convivências, sociedades, de acordo com os objetivos e a escala moral que ocupam.

Tudo isso pode parecer estranho para quem esperava encontrar, depois da morte, o nada, ou moradas fixas representadas pelo céu, para os bons, e o infernos para os pecadores. Nas descobertas constantes, motivadas pela investigação, Kardec descobriu que existem espíritos vivendo entre nós, com a ilusão de que ainda estão revestidos de corpos físicos. Ilusão que dura, as vezes, muito tempo.

Como é fácil de verificar, existe uma certa complexidade doutrinária que exige algum preparo para lidar com os espíritos. Não se trata de exigência de intelectualidade, mas sim de compreensão, entendimento dos postulados espíritas. Para conseguir isso é preciso estudar, e a base desse estudo é a obra Kardequiana.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pesquisa Científica da Mediunidade - Sessões Experimentais

Por José Herculano Pires

A pesquisa científica dos fenômenos mediúnicos foi iniciada e desenvolvida por Allan Kardec na parte psicológica. Embora os fenômenos físicos despertam maior interesse em todo o mundo, Kardec dedicou maior atenção aos fenômenos psicológicos, partindo de um critério metodológico justificado pela sua posição filosófica.

Formado e especializado em Pedagogia, na Escola de Pestalozzi, interessava-se profundamente pelos problemas da natureza humana. Assim como o Magnetismo, em voga na época, abrira-lhe novas perspectivas para investigação das potencialidades anímicas do homem, os fenômenos mediúnicos revelavam-lhe novas possibilidades nesse sentido. Considerou os fenômenos físicos como simples efeito de uma causa que era naturalmennte mais importante.

Em 1854, quando observou pela primeira vez os fenômenos mediúnicos de natureza física (movimentos de objetos, dança das mesas, etc.) considerou-os como de origem possivelmente energética, produzidos por indução de correntes elétricas das pessoas presentes ou efeitos desconhecidos da lei da gravidade. Logo mais estabeleceu relações entre o psiquismo dos médiuns e essas forças, antecipando de vinte anos a Psicologia-Fisiológica de Wilhem Wundt, que surgiria em 1874.

Experiências posteriores com as meninas Julia e Carolina Baudin e com a Srta. Japhet lhe provaram a presença de inteligências estranhas na produção e orientação dos fenômenos. Kardec reconheceu a importância desse fato e desenvolveu métodos específicos de pesquisa, relacionando os fatos espirituais com os psíquicos ( psiquismo dos médiuns) e anímicos (alma dos médiuns) e fisiológicos. Esse complexo de fatores antecipava a metodologia de Wundt e superava antecipadamente a metodologia experimental de Weber e Fechner.

Das experiências iniciais com médiuns diversos, em que obteve o material reunido em O Livro dos Espíritos passou aos trabalhos sistemáticos da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, onde contava com a colaboração de Camille Flamarion, Alexandre e Gabriel Delane, Victorien Sardou, Didier e outros. Recusou-se a fazer pesquisas físicas, deixando estas a cargo dos especialistas científicos que punham em dúvida a validade dos seus trabalhos.

Sua convicção o levava a não desviar-se do rumo traçado e a lançar esse desafio aos adversários e críticos. A tenacidade e o rigor com que prosseguiu nas pesquisas, que qualificou justamente de psicológicas, e os resultados a que chegou, positivos e irrefutáveis, teriam lhe assegurado a posição de iniciador da Psicologia Experimental que deram a Wundt, e a de pioneiro da Psicologia Profunda, que deram a Freud.

Ao tratar das manifestações anímicas dos médiuns revelou existência do inconsciente, sua dinâmica e a influência no comportamento humano, e isso quando Sigmund Freud não tinha mais do que um ano de idade. A catarse espírita de Kardec foi muito mais eficaz e profunda que a catarse psicanalítica de hoje.

Albert de Rochas o provou na França e Wladimir Raikov, seguindo o método empregado por De Rochas, o comprova hoje na Universidade de Moscou, enquanto Ian Stevenson faz o mesmo na Universidade da Califórnia (EUA) embora sem o gênio e o rigor Kardecianos. O preconceito científico (aberração nas ciências) e a alienação cultural do materialismo, que colocou um pressuposto absurdo como base de toda a Ciência, negaram a Kardec o reconhecimento de sua contribuição ao desenvolvimento da Cultura.

O desafio aos sábios, entretanto, surtia os seus efeitos. As pesquisas de William Croockes, Henry Sidgurick, Edmund Gumey, Oliver Lodge, Frederic Myers, Schrenk Notzing, Charles Richet, Gustave Geley, Eugene Osty, Fredrich Zollner, Paul Gibier e tantos outros nomes exponenciais da Ciência comprovaram, nos anos sucessivos, a validade absoluta do trabalho pioneiríssimo de Kardec. Hoje a Parapsicologia e a própria Física, que rompeu o seu arcabouço de materialismo estratificado, mostraram, sem querer e sem saber, que as conclusões Kardecianas são verdadeiras. Incumbiram-se os parapsicólogos e os físicos atuais da reparação científica devida inexoravelmente a Kardec.

Muitas pessoas reclamam da falta de pesquisas científicas dos fenômenos espíritas na atualidade, sem perceber que essas pesquisas prosseguem como deveriam e como Kardec desejava, ou seja, nos laboratórios científicos de todos os grandes centro universitários do mundo, pela "força das coisas", como escrevia Kardec, por necessidade absoluta do progresso científico e sem qualquer delimitação ideológica e sectária.

E enquanto os cientistas cumprem o seu dever de pesquisar sem preconceitos, os espíritas prosseguem na prática de suas atividades doutrinárias, socorrendo as vítimas do equívoco cientifico (os obsedados, fascinados e subjugados) através de suas simples e humildes sessões de assistência fraterna e gratuita.

Isso não impede que os espíritas, no âmbito de suas instituições doutrinárias, realizem também suas sessões de pesquisas científicas. Mas as instituições espíritas em geral, não dispõem de condições para esse trabalho especializado (diremos mesmo: especializadíssimo) que exige a participação de especialistas, de aparelhagem custosa, de todos os recursos de um laboratório de tipo universitário.

Algumas instituições espíritas aventuram-se ingenuamente à promoção de pesquisas sem disporem de nada disso. Alimentam ainda as crendices religiosas do passado, esperando que o Alto (o mundos dos espíritos superiores) possa suprir as suas desoladoras deficiências culturais e conceptuais, no tocante ao problema espírita.

Alguns graduados universitários, pensam que seus canudos de bacharel ou licenciado são suficientes para lhe dar a habilitação especializada que não possuem. Criam institutos científicos domésticos, sem recursos de espécie alguma para pesquisas complexas e refinadas, e passam a julgar-se e apresentar-se, até mesmo em televisões, como cientistas dignos de acato. Um pouco de bom-senso bastaria para lhes mostrar o erro em que incidem.

Enquanto não tivermos uma Universidade suficientemente aparelhada - em pessoal especializado e competente e com a aparelhagem técnica suficiente - não podemos promover sessões de materialização, efeitos físicos, ectoplasmia diversificada, psicofonia e escrita direta, que possam dar algum resultado positivo no campo dos interesses científicos. O exemplo de Kardec deve servir de advertência aos que se aventuram nesse terreno escorregadio.

Vivendo num tempo em que o problema cientifico era muito menos complexo do que hoje, assim mesmo ele se recusou a dedicar-se a trabalhos que poderiam desviá-lo do campo exigente da elaboração e divulgação da Doutrina Espírita, que precisava levar o seu socorro imediato ao povo, preparando a mente popular a superação indispensável das concepções supersticiosas do passado. A tarefa principal de um espírita consciente, naquele tempo, como ainda hoje, era a de assentar as bases do novo edifício a construir.

Os meios científicos atuais já chegaram à compreensão de que os tabus materialistas foram pulverizados pelas explosões atômicas. A realidade espiritual se impõe de tal maneira que os materialistas são obrigados a sofismar e até mesmo a disfarçar suas conquistas científicas mais avançadas, para não darem a mão a palmatória implacável da Verdade. A História, a Filosofia, a Psicologia a Antropologia, a Física, a Astronáutica - todas as Ciências, enfim - já atravessaram o limiar do Mundo Espiritual e não podem mais recuar.

Já temos a pesquisa da reencarnação, dos fenômenos paranormais, especialmente dos chamados "fenômenos théta" (de manifestações e comunicações de espíritos) nos mais adiantados centros universitários do mundo, sem excluir sequer os da órbita soviética, onde o "corpo-bioplásmico" é o novo fantasma, agora constituído de plasma físico, que apavora os remanescentes do Materialismo falecido por asfixia e reduzido a cinzas nos fornos crematórios da Verdade. Pensemos nisso, analisemos bem esses problemas, antes de nos aventurarmos a pioneiros de porão, na retaguarda do avanço científico e tecnológico dos nossos dias, que não estamos em condições de acompanhar.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Coexistência entre Ciência e Espiritismo é possível?

Por Jorge Hessen

Nos tempos medievais, havia o consenso de oposição entre fé e razão (Ciência e Religião). Entronizava-se o paradigma religioso, através do qual tudo era explicado pelas imposições religiosas. Na Renascença, ocorreu a revolução do pensamento científico, mormente a partir de Galileu e, posteriormente, de Newton. A partir deles, o homem modificou a maneira de ver e interpretar o mundo, irrompeu-se um novo enfoque - o científico, desintegrando-se os medievais métodos religiosos. Nos fenômenos espirituais (metafísicos), defrontamos com limitações no que se refere à experimentação científica. Esta classe de fenômenos é, ainda, muito pouco estudada, quando comparada com outros objetos de estudo das ciências ortodoxas. Para Eduardo Marino, professor titular de física, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e membro da Academia Brasileira de Ciências, hoje, apesar de ainda polêmico, há coexistência entre Ciência e espiritualidade, configurando-se em novo paradigma acadêmico.

Em 1962, Thomas Kuhn, introduziu o conceito de paradigma (1). Atualmente, paira um clima de inexatidão racional, compatível com o livre-exame e incompatível com todo princípio que se pretenda absoluto. O físico Fritjof Capra é, totalmente, aberto à metafísica e crê ser capaz de fornecer a matéria-prima para a elaboração de hipóteses experimentais. Em 1975, declarou, em seu livro, "O Tao da Física", que "o método científico de abstração é muito eficaz e possante, mas não devemos lhe pagar o preço, pois existem outras aproximações possíveis da realidade". (2) A rigor, "os inconcebíveis fenômenos da percepção extrasensorial parecem, de certo modo, menos absurdos, comparados aos inconcebíveis fenômenos da física". (3)

De toda classe de fenômenos, os ditos fenômenos espirituais são os menos redutíveis e controláveis e, por isso, mais distantes de atingir aqueles pretensos requisitos que dão o status de Ciência ou "mais ciência que as outras". O fato de não se conseguir precisão e controle tão apurados, como nas Ciências exatas, não significa que os métodos e técnicas das Ciências que investigam a espiritualidade sejam menos eficazes ou mais limitados. Os fenômenos quânticos, por exemplo; mas outros tantos campos, como a teoria do caos, revelam, de maneira mais profunda, que quase nada é perfeitamente preciso e controlável. O genial lionês não caiu na psicose de adequação ao paradigma materialista, positivista e reducionista das Ciências do Século XIX. Contudo, preservou características fundamentais a fim de dar um caráter de cientificidade à Terceira Revelação.

O nó da questão é que o "espiritual", no senso comum, tende ao "sobrenatural", destarte, não pode ser testado. Ora, não podendo ser testado e verificado, não pode ser científico. Por isso, para que exista uma "ciência espiritual" é preciso que este elemento não seja "sobrenatural" a fim de que possa ser observado e testado. Porém, o fato de ser natural não significa que seja material e nem, tampouco, que esteja sujeito aos mesmos meios de verificação da matéria. Alguns fenômenos quânticos possuem a característica de serem imprevisíveis e determinados por causas "imateriais". Além disso, tem-se comprovado a participação da consciência do observador como elemento determinante no desenrolar de fenômenos físicos.

Para a teoria quântica, a matéria nem possui uma existência física real, mas uma probabilidade à existência. O que faz a matéria emergir do universo probalístico, para irromper como onda ou partícula, é a consciência do observador. Por isso, observador e coisa observada formam um único e mesmo sistema. A consciência, mais do que interferir sobre a matéria, é o elemento que torna possível a própria existência da matéria analisada e, como ela não pode ser causa e efeito ao mesmo tempo, é necessário admitir que consciência e matéria possuem naturezas distintas.

O Espiritismo, desde o princípio, reconheceu que a crença e o estado de espírito do observador têm influência direta sobre estes fenômenos e, ao invés de ignorar esse fato, considera-o como elemento fundamental para o sucesso na observação de fenômenos mediúnicos. Embora o Espiritismo trate de assuntos que escapam ao domínio das ciências clássicas, que se circunscrevem aos fenômenos físicos, Kardec, no Século XIX, escreveu que o "Espiritismo e a ciência se completam, reciprocamente". (4)

Quando citamos ciência e espiritualidade, não estamos referindo a coisas incompatíveis e opostas. Todavia, devemos reconhecer que o objeto fundamental do Espiritismo não se pode comparar ao das ciências tradicionais, salvo nas interfaces ou nos pontos comuns. A Ciência, emancipada da fé, estabeleceu seus métodos de investigação, como meio de se aproximar da realidade, baseando-se em provas, princípios, argumentações e demonstrações que garantam a sua legítima validade.

Em verdade, o Espiritismo toca domínios, até agora, reservados às religiões. Porém, em metodologia, o Espiritismo difere, radicalmente, das religiões tradicionais, porque rejeita a fé dogmática, a crença cega, as práticas ritualizadas, o culto exterior ou esotérico. "Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à religião, incompatíveis com as suas necessidades de sentimento, não é razoável que a religião obrigue a Ciência à adoção de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio." (5)

Os que declaram que os fenômenos Espíritas não são objetos da Ciência, não sabem o que dizem, pois que "O objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual, (...) uma das forças da natureza, que reage, incessante e reciprocamente, sobre o princípio material." (6)

O genial lyonês afirma que "Espiritismo e Ciência se completam, reciprocamente. A Ciência, sem o Espiritismo, acha-se na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria. Ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. Seria preciso alguma coisa para preencher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse; esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal" (7)

O Codificador lembra, ainda, que "O Espiritismo, caminhando com o progresso, não será jamais ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro sobre um ponto, ele se modificará sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará." (8)

FONTES:
(1) Os paradigmas são descobertas científicas universalmente reconhecidas que, por um tempo, fornecem a uma comunidade de pesquisadores problemas típicos e soluções
(2) Cf. Kempf Charles, artigo O Espiritismo é uma Ciência? Traduzido por: Paulo A. Ferreira, revisado por: Lúcia F. Ferreira, disponível acesso em 07-04-08
(3) Koestler , Arthur. As Razões da Coincidência, RJ: editora Nova Fronteira, 1972
(4) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed. FEB, 2003, Cap. 1, parágrafo 16,
(5) Xavier, F. Cândido, Segue-me, ditada pelo Espírito Emmanuel, SP: 7.ed. Matão, Editora O CLARIM, 1994
(6) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed. FEB, 2003, Cap. "Os milagres e as predições segundo o Espiritismo", item 16v (7) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 1984, p. 37
(8) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed. FEB, 2003, cap. 1, item 55

terça-feira, 3 de novembro de 2009

As doutrinas cristãs não podem colidir com a fé verdadeira

Por José Reis Chaves

A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem (Hebreus 11,1).

Mas nem todos têm fé (2 Tessalonicenses (3,2)). O apóstolo são Tomé não acreditou na aparição de Jesus em espírito aos seus colegas. Mas depois, o Mestre, materializado (fenômeno de ectoplasmia) apareceu novamente a todos eles. Mas Jesus não condenou Tomé pela sua incredulidade, apenas disse que são bem-aventurados (felizes) os que não viram e creram. Os outros apóstolos já eram felizes, porque já tinham constatado a aparição, em espírito, pela fé, enquanto que são Tomé, só depois de comprová-la pela materialização. Mas isso é também válido: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará".

Hoje, se sabe que, pelo seu perispírito, um morto pode aparecer e até se materializar, mas no tempo de Jesus, era grande a ignorância sobre esses fenômenos espirituais ou mediúnicos. É que os médiuns especiais, que veem essas coisas, e os pesquisadores dessa área eram e ainda são uma minoria. Daí que não são a maioria os que creem em aparições dos mortos.

É notório que as religiões tradicionais ocidentais, como se fossem materialistas, não estudam e até desaconselham o estudo desses fenômenos. Apenas o espiritismo estuda-os. E, por esses fenômenos espíritas terem o respaldo da ciência espiritualista, os outros líderes religiosos se irritam contra o espiritismo.

E muitos desses líderes até apelam, em vão, para a absurda afirmação de que o espírita não é cristão, porque não aceita certos dogmas. Porém, Jesus não ensinou que se conhecem seus discípulos por crerem nesta ou naquela doutrina, mas por se amarem uns aos outros. E também, como os espíritas praticam a caridade, eles incomodam mesmo os líderes religiosos que se consideram cristãos por apenas crerem em certas doutrinas, que nada têm a ver com o verdadeiro ensino do Nazareno: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (João 13, 34 e 35).

Muitos padres estão alardeando para os quatro cantos do mundo que a Igreja está perdendo fiéis, sim, mas que os que se conservam católicos o são de fato. Porém, ela sempre teve essa minoria (8% a 10%) que é católica de carteirinha. Mas a grande maioria de 90% continua na mesma indiferença.

Elementos do clero católico se gloriam ingenuamente pelo fato de a Igreja perder fiéis não só para as igrejas evangélicas, mas também para os sem religião e os ateus, o que é lamentável. Ainda bem que grande parte dos sem religião compõe-se de espíritas da corrente espírita científica e filosófica, que não tem o espiritismo como religião.

Com a evolução cultural das pessoas, cada vez mais elas vão ficando em dúvida com certas doutrinas cristãs antigas incompatíveis com a razão e os evangelhos. Assim, a Igreja nunca precisou tanto de um novo concílio ecumênico para reestruturar as suas doutrinas! E até parece uma ironia do destino que os próprios dogmas que se tornaram no passado, pela força e não pela razão os pilares da teologia católica, herdada em parte pelas outras igrejas cristãs, vêm se tornando instrumentos de sua decadência.

A fé verdadeira e inabalável, como ensina Kardec, tem que ser racional. Realmente, a certeza da fé tem que ser superior às dúvidas dela.

Mas o mais lamentável de tudo isso que está acontecendo é a fuga dos cristãos para o materialismo!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Inferno e os Demônios

Por Léon Denis

Baseando-se nos casos de obsessão, nas manifestações ruidosas dos Espíritos frívolos e zombeteiros, a Igreja entendeu dever atribuir aos demônios todos os fenômenos espíritas e condená-los como inúteis ou perigosos.

Antes de refutar essa interpretação, convém lembrar que o Catolicismo acolheu do mesmo modo todas as grandes descobertas, todos os progressos consideráveis que assinalam os fastos da História. Raras são as conquistas científicas que não foram julgadas como obras diabólicas. Era, pois, de esperar que fossem repelidas pelo poder sacerdotal as instruções dos Espíritos que o vinham aluir.

O mundo invisível, já o dissemos, é um véu espesso que cobre a Humanidade. Os Espíritos são apenas almas, mais ou menos perfeitas, entes humanos desencarnados, e nossas relações com eles devem ser reguladas com tanta reserva e prudência quanto na convivência com os nossos semelhantes.

Ver no Espiritismo somente manifestações de Espíritos inferiores equivale a notar na Humanidade unicamente o mal. O ensino dos Espíritos elevados tem aclarado o caminho da vida, resolvido os obscuros problemas do futuro, fortificado a fé vacilante, restabelecido a justiça sobre bases inabaláveis. Graças a eles, uma multidão de incrédulos e de ateus tem sido levada a crer em Deus e na imortalidade: homens ignorantes e viciosos são atraídos, aos milhares, para o bem e para a verdade.

Será isso obra do demônio? Seria Satanás, se, com efeito, existisse, tão cego que trabalhasse contra os seus próprios interesses?

É necessária alguma perspicácia para distinguir a natureza dos Espíritos e conhecer, em nossas relações com eles, a parte que se deve conservar ou rejeitar. Jesus disse: “conhece-se a árvore pelo seu fruto”. A linguagem e as instruções dos Espíritos elevados são sempre impregnadas de dignidade, de sabedoria e de caridade; visam ao progresso moral do homem e desprendem-se de tudo que é material. As comunicações dos Espíritos atrasados pecam pelas qualidades contrárias; abundam em contradições e tratam, geralmente, de assuntos vulgares, sem alcance moral. Os Espíritos levianos ou inferiores entregam-se, de preferência, às manifestações físicas.

O Espiritismo traz à Humanidade um ensino proporcional às suas necessidades intelectuais; vem restabelecer em sua primitiva pureza, explicar, completar a doutrina do Evangelho; arrancá-la ao Espírito de especulação, aos interesses de classes, restituir-lhe sua verdadeira missão e sua influência sobre as almas; por isso ele é visto com espanto por todos aqueles a quem vai perturbar o sossego e enfraquecer a autoridade.

Com o correr dos tempos, a doutrina do Cristo tem sido alterada e, hoje, apenas exerce uma ação enfraquecida, insuficiente, sobre os costumes e caracteres. Agora, o Espiritismo vem tomar e prosseguir a tarefa confiada ao Cristianismo. É aos Espíritos que cabe, de então em diante, a missão de restabelecer todas as coisas, de penetrar nos meios mais humildes, como nos mais esclarecidos, e de, em legiões inumeráveis, trabalhar para a regeneração das sociedades humanas. A teoria dos demônios e do inferno eterno não mais pode ser admitida por nenhum homem sensato. Satanás é, simplesmente, um mito. Criatura alguma é votada eternamente ao mal.

Fonte: DENIS, Léon. “Depois da Morte”.